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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

MMA causa menos lesões graves do que o boxe

MMA causa menos lesões graves do que o boxe

Por Leandro Paiva, colaborador especial do blog Mano a Mano e autor do livro Pronto Pra Guerra:

Aproveitando a mais recente entrevista do meu amigo Rogério Camões (veja aqui), na qual ele comenta sobre a recuperação do campeão do UFC, Anderson Silva, que teve de realizar uma cirurgia no cotovelo, resolvi apresentar os dados de um estudo realizado para identificar a incidência de lesões em eventos de MMA sancionados por comissão atlética.

Os dados sobre as lesões foram colhidos baseando-se no relatório do médico responsável presente em cada evento. No total, verificou-se o índice de lesões acometidas em 171 combates. Estatisticamente, a taxa de incidência de lesões foi de 28,6 lesões para cada 100 combates.

Diferente da situação do lutador Anderson Silva que apresentou histórico de lesão em longo prazo - lesão crônica -, não foram significativas as lesões no cotovelo, conforme os dados que seguem (Obs.: lesões com base no segmento anatômico):

1) Face - 47,9% (em função de lacerações ou cortes);

2) Mão - 13,5%;

3) Nariz - 10,4%;

4) Olho - 8,3%;

5) Ombro - 5,2%;

6) Joelho - 3,1%;

7) Cotovelo - 2,1 %;

7) Tornozelo - 2,1%;

9) Costas - 2,1%;

10) Pé - 1,0 %;

11) Pescoço - 1,0 %;

12) Orelha - 1,0 %;

13) Maxilar - 1,0 %;

14) Braço - 1,0%.

É interessante ressaltar que no MMA, comparado ao Boxe, existem poucas ocorrências de vitória por nocaute (KO). Uma vitória por KO geralmente implica que o adversário foi golpeado na cabeça com força suficiente para causar perda de consciência.

Em contraste, uma vitória por nocaute técnico (TKO) ocorre quando o árbitro pára a luta, para preservar a integridade física do atleta, independentemente de seu estado de consciência.

Um atleta que não consegue se defender adequadamente em razão de cansaço ou lesão justifica a interrupção pelo árbitro, inferindo em vitória por TKO para o lutador vencedor. No Boxe, simplesmente atingir o adversário na cabeça não é suficiente para o árbitro paralizar a luta.

Submeter um adversário utilizando golpes de finalização inerentes do Jiu-Jítsu, também é relativamente comum no MMA, contribuindo para o fato de que, aproximadamente 1/4 dos combates terminam sem KO (minimizando as probabilidades de lesões cerebrais posteriores).

De fato, segundo os autores desse estudo realizado para identificar a incidência de lesões no MMA, no Boxe ocorre o dobro de incidência de combates que terminam em função de um KO, comparando ao MMA.

Em suma, os autores concluíram o estudo afirmando que, apesar da relevante incidência de lesões, sobretudo na face em razão de cortes ou lacerações, o MMA é uma modalidade profissional relativamente menos nociva para o atleta, em comparação com o Boxe Profissional.


Leandro Paiva é professor de educação física e autor do livro Pronto Pra Guerra. Já auxiliou na preparação de atletas de ponta como Ricardo Arona e Bibiano Fernandes. Ele colabora com este blog semanalmente. Para saber mais sobre o autor e o livro entre em http://www.prontopraguerra.com.br/

Fonte: http://gustavonoblat...g.terra.com.br/

O risco de lesões no MMA

O risco de lesões no MMA
Tags:Leandro Paiva - Guga Noblat às 15:41

Foto UFC

Por Leandro Paiva, colaborador especial do blog e autor do livro Pronto Pra Guerra:

Não importa se é iniciante, intermediário ou atleta de elite. Infelizmente, no caso de lutas, especialmente no MMA, a principal pergunta a ser respondida não é “se” o atleta vai se lesionar, mas “quando” isso vai ocorrer.

Dentre as principais lesões que podem acometer o lutador de MMA, em diversos estudos foi observado que a laceração ocorre com grande incidência. Laceração é uma lesão com sangramento resultante de corte da pele até o tecido subcutâneo, decorrente de golpe traumático – soco, chute, joelhada, cotovelada, etc.

Na face, geralmente ocorre maior incidência nos lábios e olhos. Nesse contexto, vale ressaltar que golpes com o joelho e cotovelo (“joelhada” e “cotovelada”, respectivamente) podem produzir cortes mais profundos do que socos

Não são raros os casos no MMA em que a luta é interrompida caso haja sangramento de um dos atletas. Caso o sangramento seja excessivo e persistente, o lutador pode até ser declarado perdedor por ser considerado incapaz de prosseguir no combate. Essa medida visa preservar a integridade física dos atletas. Esse foi o motivo alegado pelos juízes na primeira derrota no MMA do lutador russo Fedor Emelianenko.

O juiz, em consenso com o médico do evento, pode interromper o combate caso haja sangramento excessivo se:

(a) Fornecer vantagem desleal para o adversário;

(b) A origem do sangramento for corte profundo, podendo causar danos irreparáveis;

(c) O lutador continua recebendo golpes contundentes pelo adversário no mesmo corte, em todos os rounds.

Cortes profundos são perigosos, pois podem requerer cirurgia plástica, internação hospitalar, antibióticos intravenosos e dreno pendurado no ferimento durante alguns dias.

Para amenizar ou interromper o sangramento, algumas estratégias utilizadas há muitos anos por médicos de boxeadores profissionais devem ser consideradas no MMA. São abordadas em profundidade no livro Pronto Pra Guerra.

Adiante segue material audiovisual contido no Canal Pronto Pra Guerra, ilustrando as temíveis lacerações que ocorrem no Mixed Martial Arts.

Veja o vídeo

Lesões na cabeça de lutadores são associadas a disfunções hormonais

Lesões na cabeça de lutadores são associadas a disfunções hormonais
Tags:Leandro Paiva - Guga Noblat às 15:02:13


Por Leandro Paiva, colaborador especial do blog e autor do livro Pronto Pra Guerra:

Tive acesso a um artigo novo, em vias de publicação, no qual os pesquisadores verificaram se a reincidência de lesões traumaticas na cabeça em função de combates realizados pelos lutadores, poderia induzir disfunção na hipófise (glândula) associada com doença auto-imune.

Vale lembrar que doença auto-imune é a situação médica gerada por intermédio de uma agressão do organismo contra elementos constitutivos normais, pelos anticorpos. Se uma proteína normal do corpo, por exemplo, é reconhecida como estranha, o sistema imune desencadeia contra ela uma inflamação, buscando eliminá-la. Essas doenças geralmente surgem quando a resposta imunitária é efetuada contra alvos existentes no próprio indivíduo. A auto-imunidade como causadora de doença não é frequente; entretanto sua origem é complexa e multifatorial.

Em dados atuais de estudos relacionados com lutas, artes marciais e modalidades de combate caracterizadas por golpes traumáticos (Boxe, Muay Thai, Taekwondo, etc.), foi claramente demonstrado que pode haver associação entre reincidência de trauma na cabeça e baixa produção ou supressão de hormônios hipofisários (produzidos pela glândula hipófise). Contudo, os mecanismos relacionados com traumatismo crânio-encefálico (TCE) que induzem à disfunção pituitária ainda são incertos.

Com intuito de compreender melhor se os mecanismos de doença auto-imune podem desempenhar papel crucial na disfunção pituitária em razão de esportes relacionados com trauma na cabeça, os autores desse estudo investigaram a presença de anticorpos antipituitarios (APA) e anticorpos antihipotalâmicos (AHA) em pugilistas amadores.

Sessenta e um atletas participaram do estudo e, desses, 44 ainda participavam de competições. Dezessete deles já não competiam mais. Todos eram atletas masculinos com idade média de 26 anos e foram avaliados quanto às funções da hipófise anterior.

Resultados

AHA foram detectados em 13 dos 61 boxeadores (21,3%) e APA foram detectados em 14 dos 61 boxeadores (22,9%). A disfunção hipofisária foi significativamente maior nos boxeadores AHA positivo (46,2%) quando comparado com pugilistas AHA negativos (10,4%). Houve associação significativa entre a positividade e AHA hipopituitarismo em função do boxe. Não houve qualquer associação significativa entre a positividade de APA e hipopituitarismo.

Conclusões

O estudo demonstrou pela primeira vez a presença da AHA e APA em boxeadores, relacionando-as aos esportes com possibilidade de traumatismo craniano. Desse modo, forneceu evidências preliminares de que a AHA está associada com o desenvolvimento de disfunção hipofisária em boxeadores, sugerindo que a autoimunidade pode ter sério papel na patogênese (modo como os agentes que causam doenças agridem o nosso organismo e os sistemas naturais de defesa reagem).


Leandro Paiva é professor de educação física e autor do livro Pronto Pra Guerra. Já auxiliou na preparação de atletas de ponta como Ricardo Arona e Bibiano Fernandes. Ele colabora com este blog toda semana. Leia outros textos dele aqui. Para saber mais sobre o autor e o livro entre em http://www.prontopraguerra.com.br/ e conheça também o Pronto pra Guerra TV.

O papel do Fisioterapeuta no MMA





O papel do Fisioterapeuta no MMA

O MMA (Mixed Martial Arts) é o esporte que mais cresce no mundo. O aumento do número de praticantes e a profissionalização de muitos lutadores geram também uma maior ocorrência de lesões.
As lesões em lutadores de MMA podem ocorrer nos treinos ou nas competições, podem ser agudas (traumas) ou crônicas (movimentos repetitivos).
O Fisioterapeuta pode atuar tanto nos treinos quanto nas competições, intervindo nas lesões agudas e crônicas.
Nos treinos, o lutador deve realizar programas de prevenção de lesões, compostos por medidas que visam corrigir o gesto esportivo (os golpes), desequilíbrios musculares (força e flexibilidade) e instabilidades articulares.
Nas competições, o Fisioterapeuta pode atuar antes, durante (de acordo com as regras de cada evento) e depois das lutas. Bandagens funcionais, para prevenir ou aliviar lesões já existentes e crioterapia (gelo) para reduzir dor e edema são as principais intervenções.
A reabilitação dos lutadores é fundamental para que possam treinar e competir na melhor forma possível. O tratamento adequado das lesões é uma forma de reduzir as chances de recidiva.
Mas a prevenção deve ser sempre o objetivo principal. E o trabalho do Fisioterapeuta não deve ser isolado, para um melhor resultado, toda comissão técnica do lutador deve estar em sincronia. Técnicos, Preparadores Físicos, Nutricionistas, Médicos e demais profissionais que trabalham para o desempenho e sucesso do lutador.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

05 DICAS PARA VOCÊ ENERGIZAR SEU DIA

05 DICAS PARA VOCÊ ENERGIZAR SEU DIA
Chá, suco e fibras para manter seu corpo ligado e com energia

O ritmo alucinante do dia-a-dia muitas vezes nos joga para baixo e acaba nos deixando sem ânimo para executar as nossas tarefas. Muitos ficam estressados e acabam precisando de cuidados médicos.
Veja 05 dicas para você conseguir desenvolver todas suas atividades diárias sem problemas.

1 – Fibras para manter o pique – Para obter o efeito bom coma carboidratos (grãos, cereais, pães e massas integrais) esses alimentos fornecem energia de uma forma menos impactante, porém contínua, mantendo seu cérebro e seus músculos mais alertas.

2 – Aromas cítricos para despertar a atenção – O cheiro do limão refresca a atenção e estimula a produção de norapinefrina, hormônio associado à energia. Nos dias em que se sentir lenta, mude o clima colocando algumas gotas de óleo essencial de limão no difusor.

3 – Sucos para ativar a memória – Capriche também nos sucos com frutas que recarregam as baterias, como maçã e banana. E para dar um upgrade na memória (que pode falhar nesses momentos) tempere os sucos com semente de linhaça.

4 – Cafezinhos e chá verde anti-sono – Pequenas doses ao longo do dia ajudam a manter-se acordada por até 28 horas. O chá verde também contém cafeína. É igualmente estimulante e acelera o metabolismo.

5 – Endorfinas Anti-lentidão – Alongue, espreguice, respire profundamente e depois faça uma caminhada de 20 minutos ao ar livre, em ritmo moderado. Basta essa dose para renovar, aumentando a produção dos hormônios do bem-estar, como a endorfina, e fazendo o sangue circular mais intensamente.



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Mariana Mariano
CRN-3 21.809

domingo, 28 de agosto de 2011

Minotauro vence em retorno ao MMA no UFC RIO 2011 após Fisioterapia

http://www.youtube.com/watch?v=AkenFeN2OCM&feature=player_embedded

DOCUMENTÁRIO COM MINOTAURO NA TELONA





DOCUMENTÁRIO COM MINOTAURO NA TELONA

Por Adriano Albuquerque /SporTV



Antônio Rodrigo Nogueira ainda não sabe como será o filme que passará em sua cabeça quando entrar na Arena da Barra no próximo sábado, para enfrentar Brendan Schaub pelo UFC Rio. Provavelmente, será o mesmo filme que seus fãs verão em 2012, para quando está previsto o lançamento do documentário sobre sua trajetória, de Vitória da Conquista até a fama internacional como um dos maiores ídolos do MMA. O que se pode garantir é que o longa-metragem sobre o homem conhecido como "Minotauro" não terminará em sua primeira luta no país de origem, especialmente após uma árdua recuperação de lesões que o mantiveram 18 meses longe de seu habitat natural: o octógono.

Foram três cirurgias desde a derrota para o atual campeão dos pesos pesados, Cain Velasquez, em fevereiro de 2010. Primeiro, Minotauro cuidou dos joelhos, que o tiraram da revanche contra Frank Mir no UFC 119, mas em dezembro, veio o momento mais tenebroso de sua carreira. O lutador passou por artroscopia no quadril direito, técnica muito recente e de difícil recuperação, e virou o ano novo com muitas dores, que lhe assustaram o suficiente que ele não conseguia mais assistir às lutas na TV. Foi neste cenário que o baiano chegou ao consultório da Dra. Ângela Côrtes, fisioterapeuta indicada pelo cirurgião responsável, Marc Philippon, em meados de janeiro. Quatro semanas depois da cirurgia, Nogueira não apoiava o pé direito no chão, estava com a postura toda errada e, admite, julgava impossível fazer sua 41ª luta de MMA no UFC Rio, apenas sete meses depois.

'Nova família' no Brasil

Côrtes, entretanto, sentiu a importância que fazer sua primeira luta em território nacional após 12 anos de carreira tinha para Minotauro, e ergueu o evento carioca como objetivo principal do trabalho de fisioterapia, como forma de motivá-lo. A estratégia deu certo: através de sessões intensivas, somadas a uma estrutura de alto nível cedida por um cliente de Côrtes que acabou se tornando seu amigo, o lutador abandonou as muletas após seis semanas da cirurgia e ganhou confiança para operar o outro quadril, em fevereiro deste ano. Desta vez, a recuperação foi mais curta: na terceira semana, já estava andando sem auxílio. Em maio, sem pestanejar, a fisioterapeuta deu seu aval para a luta do brasileiro.
- Ela disse que ia melhorar quando eu traçasse um objetivo. (Ângela) achou que eu estava desmotivado, então me perguntou o que eu mais queria naquele momento, e eu respondi que era participar do UFC Rio. Ela disse, "É isso o que você quer? Então vamos!" - conta Minotauro.

Segundo Côrtes, o segredo da recuperação foi o laço de amizade e confiança desenvolvido entre sua equipe e o lutador. Hoje, a fisioterapeuta acompanha Nogueira em praticamente todas as suas atividades e trabalha na prevenção de novas lesões e na correção de vícios de postura desenvolvidos através dos anos. Minotauro diz que vai lutar 100% pela primeira vez em sua passagem pelo UFC.

- Houve uma integração e confiança. Eu não apostei que ele voltaria, eu acreditei de verdade. E ele, que viveu muito tempo nos Estados Unidos, voltou pra cá e encontrou uma nova família - explica Côrtes.

Filme motivado por idolatria de Vin Diesel

O lutador Anderson Silva participa do filme de Rodrigo Minotauro (Reprodução)
No meio do seu hiato de lutas, Minotauro conheceu os diretores Fernando Serzedelo e Paulo Gandra, durante as filmagens do longa "Velozes e Furiosos 5: Operação Rio". O lutador foi levado ao set para conhecer Vin Diesel, protagonista do filme e fanático por MMA. O ator se deslumbrou com o encontro, e o respeito com que os estrangeiros tratavam e falavam de Nogueira chamaram a atenção de Serzedelo, que começou a pesquisar sobre o lutador e montar uma sinopse. Logo, com o projeto ainda inacabado, o diretor já estava acompanhando e gravando eventos dos quais o ex-campeão participava, como a inauguração de uma academia em San Diego e a luta de seu irmão, Rogério Minotouro, no UFC Fight Night, em Seattle, no qual ele e Anderson Silva ficaram no córner. A produção ainda vai levá-lo a lugares como Vitória da Conquista (cidade-natal do lutador), Manaus (onde vai promover evento de lutas), Las Vegas (base de operações do UFC) e Japão (onde Minotauro é ídolo e vai apresentar um campeonato de sumô).

A cada parada, Serzedelo descobre um pouco mais da idolatria estrangeira por Minotauro, que ainda é muito maior do que no Brasil. No Japão, o atleta chegou a atuar em novelas locais e ser herói de histórias em quadrinhos, o que inspirou uma passagem de animação no filme, no estilo "anime" japonês, para contar sua infância. Nos EUA, as imensas filas formadas para vê-lo em San Diego mostraram aos diretores que o filme tinha mercado internacional.

- Ele é muito cativante, tem muito carisma. Lá nos EUA, desde os organizadores até os adversários, todos gostam dele. É um catalisador de gente. Isso que nos fez se envolver no projeto, sua personalidade. Dana White enche a bola do Anderson, mas o Anderson diz que deve tudo ao Rodrigo. Ele é referência para todos os lutadores brasileiros. No filme, vamos ter algumas personalidades falando sobre ele, talvez tenhamos o Vin Diesel também - conta Serzedelo.

O documentário incluirá ainda imagens de arquivo das principais lutas de Minotauro no Pride e UFC, comentadas pelo próprio lutador, por seu irmão e por Anderson Silva. No meio do projeto, surgiu a luta no UFC Rio, e o foco das filmagens passou a ser a preparação para o combate histórico, primeiro de sua carreira no país de origem. Apesar do retorno à casa após anos lutando nos "quintais dos adversários" ser um dos pontos altos da produção, tanto Serzedelo quanto Nogueira garantem que não será o desfecho. As filmagens devem continuar até o primeiro semestre de 2012, e o lançamento está previsto para o segundo semestre.

Minotauro na gravação de seu filme durante um de seus treinamentos (Foto: Reprodução)
- Claro que uma vitória seria muito especial por vários motivos, principalmente por se tratar da minha primeira luta no Brasil e com o público todo do meu lado, mas eu não a considero um final. Independentemente do resultado desta luta, eu pretendo continuar nos octógonos e continuar o meu filme - afirma Minotauro, que diz que a produção é a realização de um sonho: - A sensação é maravilhosa. Eu me emocionei várias vezes; afinal, é mais de uma década de histórias. É sempre emocionante recordar.

Rodrigo Minotauro enfrenta Brendan Schaub pelo card principal do UFC Rio, ou UFC 134, no próximo sábado, na Arena da Barra. O canal Combate transmite todas as lutas ao vivo, a partir de 18h (horário de Brasília).



'Segunda família' recupera Minotauro e influencia acerto com Internacional

'Segunda família' recupera Minotauro e influencia acerto com Internacional
Deprimido após cirurgia, lutador encontra apoio na casa do empresário Luiz Germano Bodanese, sob a tutela da 'doutora 1001 utilidades' Ângela Côrtes




Por Adriano Albuquerque e Amanda Kestelman

Rio de Janeiro

Quando voltou ao Brasil no começo do ano para se recuperar de uma cirurgia no quadril, Rodrigo Minotauro, uma referência nas artes marciais no país, carregava um semblante para baixo, sentia dores e não conseguia assistir às lutas, pois temia não voltar mais ao octógono. No Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, com duas muletas, teve de ver sua mala rodando pela esteira repetidamente, à espera de uma ajuda para chegar em casa. Foi desta forma que o lutador chegou até a fisioterapeuta Ângela Côrtes e um grupo de amigos especiais, que se tornaram seus anjos protetores e "segunda família" na caminhada até a recuperação, que pode ser coroada na noite deste sábado, no UFC Rio, quando enfrenta Brendan Schaub no seu primeiro combate em 18 meses.

Ângela entrou na vida de Minotauro indicada pelo Dr. Marc J. Philippon, responsável pelas cirurgias no quadril do atleta, em dezembro do ano passado. Ela não sabia nada de luta, mas se solidarizou com o sofrimento do paciente, que chegou ao Rio sem conseguir por o pé direito no chão havia quatro semanas e transmitia um ar de insegurança e dor. Preocupada com o aspecto psicológico, Ângela levou o lutador para sua base de recuperação para atletas: a casa do empresário Luiz Germano Bodanese, outro paciente seu, que equipou a residência com aparato especial para o tratamento fisioterápico. Neste ambiente, Minotauro formou um novo grupo de apoio, que se tornou essencial para sua recuperação.

Em Bodanese, Minotauro descobriu quase uma "alma gêmea", com quem divide brincadeiras e tardes de futebol na TV. Figura influente dentro do Internacional, o empresário gaúcho criou uma afinidade tão grande que, na última quarta-feira, participou ativamente da negociação do atleta com o Colorado.

- O Bodanese abraçou muito a minha recuperação, foi fundamental desde o começo. Participou e me deu força sempre. Depois de tanta convivência, ele decidiu que podíamos aliar o MMA com o Internacional, que é a paixão dele. Foi quando iniciamos a ideia desse casamento com o Colorado, que começou e tenho certeza que pode dar certo - conta Minotauro.

A cozinheira Danielle Gomes, muitas vezes tema das brincadeiras da dupla, apelidou os dois de "adolescentes". Fã de Minotauro há anos, Danielle se empolgou com sua chegada à casa e virou amiga com o passar do tempo.

- O Minotauro chegou bem debilitado. No começo, ele era tímido. A gente foi acompanhando ele de muleta, chateado, mas o ambiente o ajudou a se recuperar e ele foi se soltando - lembra.

Rodrigo ganhou ainda um "primo" em Átila dos Santos, ala-pivô do basquete do Flamengo, que está morando na casa de Bodanese desde que chegou ao Brasil. Baiano como o lutador, Átila logo se identificou com o ex-campeão dos pesos pesados pelo jeito sossegado.

- Psicologicamente, ele estava bem abalado, vivia uma fase diferente do que estamos vendo agora. Mesmo com os nossos problemas diferentes, a gente se juntou. Ele mudou da água para o vinho, se você ver como ele chegou aqui e como está agora. Quero estar lá no sábado para passar energia para ele - diz Átila.

A figura central, no entanto, é mesmo Ângela, que passou de simples médica particular a quase uma segunda mãe, acompanhando o lutador em todos os momentos e cuidando de todos os aspectos de sua vida, desde o respeito à programação diária à intensidade nos treinamentos. Às vezes, começa a trabalhar às 6h da manhã e só larga Minotauro às 2h do dia seguinte. O lutador Antônio "Pezão" Silva, outro frequentador da casa, a apelidou de "Doutora Bombril, 1001 utilidades".

- Ela foi o meu anjo. Cheguei ao Brasil muito deprimido. Sempre fui muito ativo, mas sentia dor há quatro anos e achava que não voltaria a lutar tão cedo, ficava para baixo. Posso dizer que renasci e o ambiente que foi criado em volta de mim foi 100% importante - afirma Rodrigo.

Ângela foi se envolvendo durante o processo de recuperação, cativada pelo carisma e determinação do lutador. Hoje, se esforça para equilibrar o jeito expansivo do paciente para evitar o desgaste e a perda de foco há poucos dias do combate com Brendan Schaub, objetivo final da jornada.

- Nunca vi o Rodrigo falando não para ninguém. Quando eu vejo, ele já está esgotado. Não tem como você impedir isso. A gente tenta dosar, mas ele sempre vai além. Atende todo mundo, se desgasta mais. No treino aberto, ele foi o último a ir embora, entrou pelo meio da galera - se desespera a doutora. Apesar disso, a fisioterapeuta admitiu o orgulho de ver seu paciente em excelente forma na exibição para o público na praia: - Ele foi acolhido por todos nós. Queríamos ver ele sem muleta. Sorrindo. Nesta quarta, quando vimos a alegria que ele demonstrou durante o treino aberto em Copacabana, foi comovente. Ele precisava desse energia e vai ajudá-lo muito.

O UFC Rio, ou UFC 134, acontece no próximo sábado na Arena da Barra. O canal Combate transmite todas as lutas ao vivo a partir de 18h (horário de Brasília). A página do Combate transmite a entrevista coletiva (na quinta, às 13h), a pesagem dos lutadores (na sexta, às 16h), a pré-hora com comentaristas (no sábado, às 18h) e o card preliminar (no sábado, às 19h).



Fonte:http://sportv.globo.com/site/eventos/combate/noticia/2011/08/segunda-familia-recupera-minotauro-e-influencia-acerto-com-internacional.html




A reconstrução de Minotauro para o UFC Rio

A reconstrução de Minotauro para o UFC Rio
sexta-feira, 26 de agosto de 2011 - 18:09:01
Por Marcelo Barone
Foto Guilherme Cruz

Se o nome de Rodrigo Minotauro está no card do UFC Rio, uma das responsáveis por isso atende pelo nome de Ângela Côrtes. Fisioterapeuta há 17 anos, ela nunca tinha cuidado de lutadores e sequer conhecia o seu futuro paciente, um dos maiores nomes da história do MMA. Apesar de trabalhar com o casca-grossa há apenas seis meses, o contato constante fez de Ângela uma espécie de anjo da guarda de Minotauro. As sessões de fisioterapia, que, muitas vezes, chegaram a durar até seis horas, fizeram com que a família da doutora o acolhesse como um ente querido.

“A gente se conhece há tão pouco tempo, mas realmente foi um suporte maior do que só de uma fisioterapeuta. Ela é uma pessoa que, além de fazer isso muito bem, trabalha a questão da disciplina, treino, me ajuda em tudo, na minha organização e nas minhas coisas pessoais.Teve dias que eu precisei viajar, voltei dez horas da noite e a gente fez fisioterapia até às duas da manhã. Eu vou na casa dela e faço lá. O marido e os filhos dela me acolheram como se eu fosse da família, então a gente faz horas a fio sem nem perceber que o tempo está passando. Realmente, para mim, foi uma grande ajuda psicológica que o pessoal me dá também, porque da cirurgia você sai um pouco fraco, abalado. Mas tive esse suporte da família dela e do seu marido”, destacou Rodrigo, complementando.

O carinho de Minotauro pela fisioterapeuta é recíproco. Mãe de duas crianças, Ângela dedica boa parte de seu dia ao trabalho com o guerreiro. Atualmente, ela virou expert em MMA: chegou até a assistir a luta de Rogério Minotouro, no UFC Fight Night, sentada na primeira cadeira, quase colada à grade. Em virtude do trabalho, ficou conhecida no meio e agora atende outros lutadores, os quais ela prefere não revelar os nomes. Diante de uma das melhores fases de sua vida profissional, Ângela, até dezembro do ano passado, era leiga em relação ao esporte.

“Eu não conhecia luta, não sabia nada de luta, não gostava para ser sincera. Mas é porque eu não conhecia. Em dezembro eu estava na Filadélfia e meu marido estava assistindo uma luta de madrugada. Eu falava ‘desliga isso, isso não é hora (risos). No dia 30, o Mark Philipon (médico que operou a fera) me ligou dizendo que eu ia tratar o Minotauro e eu não sabia nem quem era. Aí o meu marido falou: ‘Agora, a primeira coisa que você tem que fazer é assistir luta para saber a funcionalidade dela. Você vai tratar do grande fera do MMA’. E eu não acreditei. A partir daí eu fui aprendendo e comecei a gostar. Todos os lutadores me respeitam, acreditam e confiam no meu trabalho. Está sendo maravilhoso”, revela, rasgando elogios ao paciente.

“O Rodrigo é uma pessoa maravilhosa, tem um coração gigante. Chegou aquele homem imenso (risos), cheio de expectativas, e a gente conseguiu superar porque ele é um rapaz determinado, que se esforça ao máximo. Está nele. É a lenda”.

Voltando à forma

A recuperação de Minotauro daria um livro, cujo primeiro capítulo, sob os olhares atentos da fisioterapeuta, começou a ser escrito em 15 de janeiro. O brazuca estava em sua quarta semana pós-artroscopia no quadril e, dali em diante, foram mais de quatro horas de fisioterapia todos os dias até um dos pontos altos da história, quando uma das muletas foi jogada para escanteio.

“Um dos momentos mais emocionantes foi a retirada da primeira muleta. Como ele estava muito inseguro com a situação, porque a primeira cirurgia foi, para ele, muito traumática, ele não teve um suporte para ajudá-lo. No dia eu não falei nada e o mandei ir para a piscina. Na hora de sair de lá, ele pediu a muleta e eu disse: ‘Não, sua muleta agora sou eu. Segura no meu ombro’. E pedi que ele subisse uma ladeirinha de grama me empurrando. Chegando lá em cima, ele quis a muleta de volta e eu falei: ‘Por que? Você não me segurou, você me empurrou’. E aí ele viu que realmente não precisava mais”, relata Ângela, que mantém contato com o médico norte-americano que o operou.

“Na maioria das vezes, quinzenalmente, eu passo um relatório para o Philipon de como está sendo a evolução do Rodrigo. No mês passado, ele veio ao Rio de Janeiro pela primeira vez para um congresso e o avaliou. Ele ficou emocionado porque viu a estabilidade que o Rodrigo ganhou, o trabalho que foi feito, e falou que ele vai voar baixo. Inclusive, falou que está com vontade de vir para assistir a luta”.

Neste momento, o foco da dupla é o evento na Cidade Maravilhosa. Entretanto, por sentir a melhora em seu rendimento, Minotauro já disse à doutora que pretende continuar a parceria mesmo depois do UFC Rio.

“Eu até brinco com ele: ‘Depois do dia 27, eu não quero te ver (risos)’, mas é brincadeira. Ele fala ‘eu te dou três semanas de férias, mas você não vai ficar livre’. Foi um trabalho muito positivo, maravilhoso. Cada paciente que você pega, vê o desejo da pessoa e consegue conquistar esse desejo, é muito gratificante, ainda mais em um atleta que precisa do corpo para trabalhar”, frisa Ângela.

Os problemas físicos aliados a idade avançada fazem com que Minotauro seja questionado sobre aposentadoria. Na contramão de Ricardo Cachorrão e Randy Couture, que penduraram as luvas neste ano, ele garante que ainda não chegou a sua hora.

“Aposentadoria é totalmente o contrário do que eu estou pensando. Eu acho que ainda dá para lutar bem. Venho de derrota, mas tem gente que perde uma, duas vezes e consegue voltar, a exemplo de vários caras que foram campeões, perdendo duas lutas seguidas. O Randy Couture foi um deles e conseguiu ser campeão de novo. O Dan Henderson está no momento dele e vinha de derrotas... Eu acho que lutadores tem fases: tem uma que você está um pouquinho melhor, outra que você está contundido, outra fase que você está bem fisicamente... Tem que saber lidar com as fases ruins, e eu acho que não estou passando por isso agora. Eu penso em lutar mais uns dois ou três anos, dependendo de como o meu corpo estiver respondendo. A luta está em um momento muito bom e eu quero aproveitá-lo”, disse Minotauro, recebendo o aval de Ângela.



“O Rodrigo não tem limitação de movimento. Ninguém pode dizer até quando ele vai lutar, porque você pode estar aqui e acontecer alguma coisa. Ele está bem a respeito de quadril, de lesões... Ele está até mais flexível e ágil do que antes. Agora é o futuro que vai dizer”.



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Lista Dos Pontos De Acupuntura

Lista Dos Pontos De Acupuntura
Tuesday, 17 June 2008

Estava lendo os Fundamentos Da Medicina Chinesa, do Giovani Maciocia, quando me deparei com esta lista contendo os nomes dos principais pontos da Acupuntura, com o seu respectivo nome em chinês e o significado do nome em português. Devemos levar em consideração que o Sr Maciocia traduziu estes nomes do chinês para o francês, se não me engano, e depois estes foram traduzidos para o português, por isso acredito eu que alguns tenha uma tradução um tanto quanto estranha, mas a maioria está de acordo com as outras traduções que vemos por aí.

Espero que seja útil para os muitos leitores que visitam este blog.


Canal do Pulmão

P-1 (Zhongfu) – Palácio Central

P-2 (Yunmen) – Porta da Nuvem

P-3 (Tianfu) – Palácio Celestial

P-5 (Chize) – Pântano do Pé

P-6 (Kongzui) – Orifício Convergente

P-7 (Lieque) – Brecha Divergente

P-8 (Jingqu) – Fosso (Ponto) do Rio

P-9 (Taiyuan) – Abismo Supremo

P-10 (Yuji) – Borda do Peixe

P-11 (Shaoshang) – Metal Mínimo



Canal do Intestino Grosso

IG-1 (Shangyang) – Yang do Metal

IG-2 (Erjian) – Segundo Intervalo

IG-3 (Sanjian) – Terceiro Intervalo

IG-4 (Hegu) – Vale da Junção

IG-5 (Yangxi) – Riacho do Yang

IG-6 (Pianli) – Passagem Lateral

IG-7 (Wenliu) – Acumulação do Calor

IG-10 (Shousanli) – Três Distâncias do Braço

IG-11 (Quchi) – Charco Tortuoso

IG-12 (Zhouliao) – Fenda do Cotovelo

IG-14 (Binao) – Antebraço

IG-15 (Jianyu) – Osso do Ombro

IG-16 (Jugu) – Osso Largo

IG-17 (Tianding) – Tripé Celestial

IG-18 (Futu) – Suporte da Proeminência

IG-20 (Yingxiang) – Fragrância Bem-vinda



Canal do Estômago

E-1 (Chengqi) – Recipiente das Lágrimas

E-2 (Sibai) – Quatro Brancos

E-3 (Juliao) – Grande Fenda

E-4 (Dicang) – Celeiro da Terra

E-6 (Jiache) – Carruagem da Mandíbula

E-7 (Xiaguan) – Portão Inferior

E-8 (Touwei) – Canto da Cabeça

E-9 (Renying) – Boas-vindas da Pessoa

E-12 (Quepen) – Bacia Vazia

E-18 (Rugen) – Raiz da Mama

E-19 (Burong) – Repleto

E-20 (Chengman) – Suporte da Plenitude

E-21 (Liangmen) – Porta do Feijão

E-22 (Guanmen) – Porta de Passagem

E-25 (Tianshu) – Pivô Celestial

E-27 (Daju) – Grande Gigante

E-28 (Shuidao) – Passagens da Água

E-29 (Guilai) – Retorno

E-30 (Qichong) – Qi Penetrante

E-31 (Biguan) – Porta da Coxa

E-32 (Futu) – Coelho Rastejando

E-34 (Liangqiu) – Montículo da Viga

E-35 (Dubi) – Nariz do Bezerro

E-36 (Zusanli) – Três Distâncias do Pé

E-37 (Shangjuxu) – Grande Vazio Superior

E-38 (Tiaokou) – Abertura Estreita

E-39 (Xiajuxu) – Grande Vazio Inferior

E-40 (Fenglong) – Protuberância Abundante

E-41 (Jiexi) – Fluxo Disperso

E-42 (Chongyang) – Yang Penetrante

E-43 (Xiangu) – Vale Profundo

E-44 (Neiting) – Pátio Interior

E-45 (Lidui) – Boca Doente



Canal do Baço

BP-1 (Yinbai) – Branco Escondido

BP-2 (Dadu) – Capital Grande

BP-3 (Taibai) – Branco Supremo

BP-4 (Gongsun) – Canais de Conexão Diminutos

BP-5 (Shangqiu) – Montículo de Metal

BP-6 (Sanyinjiao) – Cruzamento dos Três Yin

BP-8 (Diji) – Pivô da Terra

BP-9 (Yinlingquan) – Manancial Yin do Montículo

BP-10 (Xuehai) – Mar do Sangue

BP-12 (Chongmen) – Porta Penetrante

BP-15 (Daheng) – Grande Ataque Horizontal

BP-21 (Dabao) – Controle Geral



Canal do Coração

C-1 (Jiquan) – Nascente Suprema

C-3 (Shaohai) – Mar do Yin Mínimo

C-4 (Lingdao) – Caminho do Espírito

C-5 (Tongli) – Comunicação Interior

C-6 (Yinxi) – Fenda do Yin

C-7 (Shenmen) – Porta da Mente

C-8 (Shaofu) – Mansão do Yin Mínimo

C-9 (Shao Chong) – Penetração do Yin Mínimo



Canal do Intestino Delgado

ID-1 (Shaoze) – Pântano Mínimo

ID-2 (Qiangu) – Vale Frontal

ID-3 (Houxi) – Riacho Posterior

ID-4 (Wangu) – Osso do Punho

ID-5 (Yanggu) – Vale Yang

ID-6 (Yanglao) – Nutrindo o Ancião

ID-7 (Zhizheng) – Ramificação do Canal do Coração

ID-8 (Xiaohai) – Mar do Intestino Delgado

ID-9 (Jianzhen) – Ombro Reto

ID-10 (Naoshu) – Ponto de Transporte do Úmero

ID-11 (Tianzong) – Atribuição Celestial

ID-12 (Bingfeng) – Receptador do Vento

ID-13 (Quyuan) – Muro Curvado

ID-14 (Jianwaishu) – Ponto de Transporte do Lado Exterior do Ombro

ID-15 (Jianzhongshu) – Ponto de Transporte do Centro do Ombro

ID-16 (Tianchuang) – Janela Celestial

ID-17 (Tianrong) – Aparência Celestial

ID-18 (Quanliao) – Fenda Zigomática

ID-19 (Tinggong) – Palácio da Audição



Canal da Bexiga

B-1 (Jingming) – Brilho dos Olhos

B-2 (Zanzhu ou Cuanzhu) – Bambu Unido

B-5 (Wuchu) – Cinco Lugares

B-7 (Tongtian) – Céu Penetrante

B-9 (Yuzhen) – Travesseiro de Jade

B-10 (Tianzhu) – Pilar Celestial

B-11 (Dazhu) – Grande Laçadeira

B-12 (Fengmen) – Porta do Vento

B-13 (Feishu) – Ponto de Transporte Dorsal do Pulmão

B-14 (Jueyinshu) – Ponto de Transporte Dorsal do Yin Terminal

B-15 (Xinshu) – Ponto de Transporte Dorsal do Coração

B-16 (Dushu) – Ponto de Transporte Dorsal do Vaso Governador

B-17 (Geshu) – Ponto de Transporte Dorsal do Diafragma

B-18 (Ganshu) – Ponto de Transporte Dorsal do Fígado

B-19 (Danshu) – Ponto de Transporte Dorsal da Vesícula Biliar

B-20 (Pishu) – Ponto de Transporte Dorsal do Baço

B-21 (Weishu) – Ponto de Transporte Dorsal do Estômago

B-22 (Sanjiaoshu) – Ponto de Transporte Dorsal do Triplo Aquecedor

B-23 (Shenshu) – Ponto de Transporte Dorsal do Rim

B-24 (Qihaishu) – Ponto de Transporte Dorsal do Mar do Qi

B-25 (Dachangshu) – Ponto de Transporte Dorsal do Intestino Grosso

B-26 (Guanyuanshu) – Ponto de Transporte Dorsal do Portão Original

B-27 (Xiaochangshu) – Ponto de Transporte Dorsal do Intestino Delgado

B-28 (Pangguangshu) – Ponto de Transporte Dorsal da Bexiga

B-30 (Baihuanshu) – Ponto de Transporte do Anel Branco

B-32 (Ciliao) – Segundo Orifício

B-36 (Chengfu) – Recebendo Suporte

B-37 (Yin Men) – Porta Imensa

B-39 (Weiyang) – Suportando o Yang

B-40 (Weizhong) – Suportando o Centro

B-42 (Pohu) – Porta da Alma Corpórea

B-43 (Gaohuangshu ou Gaohuang) – Ponto de Transporte do Gaohuang

B-44 (Shentang) – Saguão da Mente

B-47 (Hunmen) – Porta da Alma Etérea

B-49 (Yishe) – Residência do Intelecto

B-51 (Huangmen) – Portão do Gaohuang

B-52 (Zhishi) – Residência da Força de Vontade

B-53 (Baohuang) – Vitalidade da Bexiga

B-54 (Zhibian) – Margem Ínfima

B-57 (Chengshan) – Apoiar a Montanha

B-58 (Feiyang) – Voar para Cima

B-59 (Fuyang) – Yang do Peito do Pé

B-60 (Kunlun) – Montanhas Kunlun

B-62 (Shenmai) – Nono Canal

B-63 (Jinmen) – Portão de Ouro

B-64 (Jinggu) – Osso Capital

B-65 (Shugu) – Osso de Ligação

B-66 (Tonggu) – Atravessando o Vale

B-67 (Zhiyin) – Alcançando o Yin



Canal do Rim

R-1 (Yongquan) – Fonte Borbulhante

R-2 (Rangu) – Vale Resplandescente

R-3 (Taixi) – Riacho Maior

R-4 (Dazhong) – Grande Sino

R-5 (Shuiquan) – Fonte da Água

R-6 (Zhaohai) – Mar Brilhante

R-7 (Fuliu) – Corrente de Retorno

R-8 (Jiaoxin) – Encontrando o Canal do Baço

R-9 (Zhubin) – Casa do Hóspede

R-10 (Yingu) – Vale do Yin

R-11 (Henggu) – Osso Púbico

R-12 (Dahe) – Grande Glória

R-13 (Qixue) – Buraco do Qi

R-14 (Siman) – Quatro Plenitudes

R-16 (Huangshu) – Ponto de Transporte do “Huang”

R-17 (Shangou) – Metal Tortuoso

R-21 (Youmen) – Porta da Escuridão

R-23 (Shenfeng) – Selo da Mente

R-24 (Lingxu) – Cemitério do Espírito

R-25 (Shencang) – Armazém da Mente

R-27 (Shufu) – Mansão do Ponto de Transporte



Canal do Pericárdio

PC-1 (Tianchi) – Lago Celestial

PC-3 (Quze) – Pântano Tortuoso

PC-4 (Ximen) – Porta da Fenda

PC-5 (Jianshi) – Intermediário

PC-6 (Neiguan) – Portão Interior

PC-7 (Daling) – Grande Colina

PC-8 (Laogong) – Palácio do Trabalho

PC-9 (Zhongchong) – Centro do Movimento



Canal do Triplo Aquecedor

TA-1 (Guanchong) – Penetrando o Portão

TA-2 (Yemen) – Porta do Fluido

TA-3 (Zhongzhu) – Ilha do Meio

TA-4 (Yangchi) – Lagoa do Yang

TA-5 (Waiguan) – Porta Externa

TA-6 (Zhigou) – Ramificação do Fosso

TA-7 (Huizong) – Canais Convergentes

TA-8 (Sanyangluo) – Conexão dos Três Yang

TA-10 (Tianjing) – Poço Celestial

TA-13 (Naohui) – Convergência do Ombro

TA-14 (Jianliao) – Fenda do Ombro

TA-15 (Tianliao) – Fenda Celestial

TA-16 (Tianyou) – Janela do Céu

TA-17 (Yifeng) Tela do Vento

TA-21 (Ermen) – Porta do Ouvido

TA-23 (Sizhukong) – Depressão do Bambu de Seda



Canal da Vesícula Biliar

VB-1 (Tongziliao) – Fenda da Pupila

VB-2 (Tinghui) – Convergência da Audição

VB-4 (Hanyan) – Serenidade da Mandíbula

VB-5 (Xuanlu) – Suspensão do Crânio

VB-6 (Xuanli) – Desvio da Suspensão do Crânio

VB-8 (Shuaigu) – Vale Condutor

VB-9 (Tianchong) – Penetrando no Céu

VB-11 (Touqiaoyin) – Orifício Yin (Cabeça)

VB-12 (Wangu) – Osso Inteiro

VB-13 (Benshen) – Raiz da Mente

VB-14 (Yangbaiyang) – Branco

VB-15 (Linqi) – Lágrimas Caindo

VB-17 (Zhengying) – Convergência do Alto

VB-18 (Chengling) – Receptor do Espírito

VB-19 (Naokong) – Cavidade do Cérebro

VB-20 (Fengchi) – Lagoa dos Ventos

VB-21 (Jianjing) – Poço do Ombro

VB-22 (Yuanye) – Depressão da Axila

VB-24 (Riyue) – Sol e Lua

VB-25 (Jingmen) – Porta da Capital

VB-26 (Daimai) – Vaso da Cintura

VB-29 (Juliao) – Fenda do Agachamento

VB-30 (Huantiao) – Salto em Círculo

VB-31 (Fengshi) – Mercado do Vento

VB-33 (Xiyangguan) – Porta Yang do Joelho

VB-34 (Yanglingquan) – Manancial Yang da Colina

VB-35 (Yangjiao) – Cruzamento do Yang

VB-36 (Waiqiu) – Monte Exterior

VB-37 (Guangming) – Brilho

VB-38 (Yangfu) – Auxílio Yang

VB-39 (Xuanzhong) – Sino Suspenso

VB-40 (Qiuxu) – Monte em Ruínas

VB-41 (Zulinqi) – Lágrimas Caindo (Pé)

VB-43 (Xiaxi) – Inserção do Riacho

VB-44 (Zuqiao) – Orifício Yin



Canal do Fígado

F-1 (Dadun) – Grande Monte

F-2 (Xingjian) – Entre Temporário

F-3 (Taichong) – Penetração Maior

F-4 (Zhongfeng) – Lacre Médio

F-5 (Ligou) – Fossa da Cuia

F-6 (Zhongdu) – Capital Central

F-7 (Xiguan) – Porta do Joelho

F-8 (Ququan) – Nascente em Curva

F-13 (Zhangmen) – Porta da Realização

F-14 (Qimen) – Porta Cíclica



Vaso Diretor (Ren Mai)

Ren-1 (Huiyin) – Reunião do Yin

Ren-2 (Qugu) – Osso Curvado

Ren-3 (Zhongji) – Pólo Médio

Ren-4 (Guanyuan) – Porta do Qi Original

Ren-5 (Shimen) – Porta de Pedra

Ren-6 (Qihai) – Mar do Qi

Ren-7 (Yinjiao) – Cruzamento do Yin

Ren-8 (Shenque) – Palácio do Espírito

Ren-9 (Shuifen) – Separação da Água

Ren-10 (Xiawan) – Epigástrio Inferior

Ren-11 (Jianli) – Construindo Milhas

Ren-12 (Zhongwan) – Meio do Epigástrio

Ren-13 (Shangwan) – Epigástrio Superior

Ren-14 (Juque) – Palácio Grande

Ren-15 (Jiuwei) – Cauda da Pomba

Ren-17 (Shanzhong ou Tanzhong) – Meio do Tórax

Ren-22 (Tiantu) – Projeção Celestial

Ren-23 (Lianquan) – Canto da Nascente

Ren-24 (Chengjiang) – Recebendo a Saliva



Vaso Governador (Du Mai)

Du-1 (Changqiang) – Forte e Longo

Du-2 (Yaoshu) – Ponto de Transporte da Parte Inferior das Costas

Du-3 (Yaoyangguan) – Porta Yang Lombar

Du-4 (Mingmen) – Porta da Vida

Du-8 (Jinsuo) – Espasmo do Tendão

Du-9 (Zhiyang) – Atingindo o Yang

Du-11 (Shendao) – Caminho da Mente

Du-12 (Shenzhu) – Pilar Corpóreo

Du-13 (Taodao) – Caminho do Forno

Du-14 (Dazhui) – Grande Vértebra

Du-15 (Yamen) – Porta da Mudez

Du-16 (Fengfu) – Palácio do Vento

Du-17 (Naohu) – Janela do Cérebro

Du-19 (Houding) – Vértice Posterior

Du-20 (Baihui) – Cem Encontros

Du-23 (Shangxing) – Estrela Superior

Du-24 (Shenting) – Pátio da Mente

Du-26 (Renzhong) – Meio da Pessoa



Pontos Extras

Sishencong – Quatro Precauções da Mente

Yintang – Palácio da Chancela

Taiyang – Grande Yang

Yuyao – Espinha de Peixe

Bitong – Livre Passagem do Nariz

Jingzhong – Meio do Período

Qimen – Porta do Qi

Zigong – Palácio da Criança

Tituo – Levantamento e Suporte

Dingchuan – Deter a Asma

Jinggong – Palácio da Essência

Huatuojiaji – Pontos de Preenchimento das Costas de Hua Tuo

Shiqizhuixia – Abaixo da 17ª Vértebra

Jianneiling – Monte Interior do Ombro

Baxie – Oito Fatores Patogênicos

Sifeng – Quatro Fendas

Shixuan – Dez Declarações

Xiyan – Olhos do Joelho

Dannangxue – Ponto da Vesícula Biliar

Lanweixue – Ponto do Apêndice

Bafeng – Oito Ventos

Acupuntura Auricular

Acupuntura Auricular
By Alessandro in Auriculoterapia, Tratamentos
A medicina natural tem seus princípios básicos fundamentados na medicina dos antigos povos orientais, particularmente o chinês. A auriculopuntura (auriculoacupuntura, auriculoterapia, auriculomedicina), variante da acupuntura – técnica das mais desenvolvidas e utilizadas hoje, que age no plano energético –, é uma técnica que trabalha certos pontos na orelha que servem tanto para prevenção quanto para tratamento de vários desequilíbrios energéticos.A medicina tradicional chinesa considera a orelha um extremo de íntima relação com os canais de energia – é uma parte do corpo que constitui todos os outros órgãos –, cuja relação é a seguinte:

Os canais Yang – intestino grosso, estômago, intestino delgado, bexiga – passam ao redor da orelha, ligando-se diretamente. Os canais Yin – pulmão, baço, pâncreas, coração, rim, fígado e órgãos sexuais – estão ligados à orelha por meio de ramificações.Por acreditar que eram linhas imaginárias, a ciência ocidental batizou os canais de energia com o nome de meridianos. Em Paris, o Dr. Jean Claude Darras, do Hospital Neker, provou cientificamente a existência dos canais de energia com uma experiência: “Em um determinado ponto de acupuntura injetou uma substância radiativa de contraste, denominada tecnécio. A princípio, o tecnécio espalhou-se por toda a região desordenadamente; porém, outro ponto relacionado ao mesmo canal foi estimulado. Observou então que a substância se concentrou no ponto de origem e correu por um canal até alcançar o outro ponto”. Com essa experiência provou-se a existência de um canal em nosso organismo que não pode ser visto a olho nu.Por esses canais circulam energias conhecidas pelo nome Chi (Qi), em chinês, ou Ki, em japonês. O primeiro tipo de energia é o que circula junto com o ar (Yeung Chi, em chinês). Podemos observá-lo a olho nu quando olhamos para o céu em dias ensolarados e observamos pequenos pontos prateados circulando com extrema velocidade (se você estiver em lugar livre de poluição, essa observação se tornará mais fácil). O segundo tipo provém dos alimentos (Kou Chi), daí a importância vital de nutrir nosso organismo com alimentos naturais. Alimentos com conservantes e agrotóxicos diminuem a qualidade dessa energia.O terceiro tipo é conhecido como energia ancestral, primordial ou vital (Yuen Chi). Representa a potencialidade da vida do ser humano em seu nascimento. Herdamos essa energia de nossos pais no momento da união do espermatozóide com o óvulo. Ela decresce durante toda a vida, até chegar à morte natural.

Essa energia vital nasce nos rins e se encontra principalmente localizada na parte inferior do abdome, entre o umbigo e o púbis. Na região chamada sede inferior ela está presente em todas as células do corpo e circula com a energia alimentar nos canais.O lugar em que vivemos, o tipo de alimento que ingerimos, a qualidade do ar e até a forma de respirar influenciam diretamente na qualidade de nossas energias. Viver da forma mais natural possível e praticar exercícios que ajudem a melhorar a circulação física e energética, como o tai chi chuan ou o qi gong (chi kung), pode melhorar em muito nossa qualidade de vida. Lembre-se de que a energia que você produz hoje virá a ser a energia vital de seu filho.

Atendimento e aplicação dos pontos auriculares

Antes de fazer uma aplicação auricular, é necessário saber em qual das orelhas se vai trabalhar. Em princípio, deve-se observar qual o lado dominante do paciente – direito ou esquerdo. Nunca se deve aplicar nas duas orelhas ao mesmo tempo. É preciso intercalar as aplicações em uma orelha por vez, num intervalo de sete dias, no máximo.Para localizar desequilíbrios, pode-se primeiro observar a orelha e tentar encontrar pequenas diferenças na região, como, por exemplo, pequenas manchas ou pontos pretos, escamações e até diferenças de tonalidade da pele, que a princípio podem parecer natural. Outra forma de localizar pontos que devem ser tratados é a utilização de um aparelho chamado apalpador de pressão. Constituído por uma pequena peça de metal com ponta arredondada e uma mola interna, esse aparelho exerce pressão constante. Todo ponto de aurículo é conhecido como ponto de dor; isso significa que, quando pressionado algum ponto em desequilíbrio, o paciente irá se queixar de uma pequena dor ou sentirá uma simples fisgada.Existem várias formas de aplicação. Aqui descreveremos apenas as quatro mais utilizadas:

Agulha sistêmica – Normalmente usada no corpo, pode ser também utilizada em aurículo. Seu único inconveniente é que o paciente deverá permanecer deitado e com as agulhas na orelha por um período de 20 a 30 minutos, e a cada 5 minutos deve-se estimular e aprofundar a agulha, causando um certo desconforto.

Agulhas de uso semipermanente – Com aparência de uma pequena tachinha e uma ponta que ultrapassa l,3 milímetro, após sua aplicação deve-se cobri-la com um pequeno pedaço de fita microporo, para evitar que caia. O paciente deve permanecer com as agulhas pelo prazo máximo de sete dias e cuidar para que não haja contaminação.

Ponto esfera – Constituído por uma pequena esfera de metal, este ponto deve ser aplicado da mesma forma que a agulha semipermanente, e os resultados obtidos sãos os mesmos. A diferença é que o ponto esfera pressiona, em vez de furar, e normalmente se usa em crianças com idade até 12 anos e em adultos com orelhas sensíveis.

Ponto semente – É uma pequena semente de mostarda, usada da mesma forma que o ponto esfera, com a diferença de que este ponto deve permanecer na orelha por um prazo máximo de quatro dias. Por se tratar de material orgânico, ele pode se decompor e causar algum tipo de contaminação, e, em conseqüência, provocar inflamação na região.

Formas auxiliares no tratamento

A acupuntura e a auriculopuntura não utilizam somente agulhas ou pontos. Outra forma auxiliar no tratamento são as normas de alimentação. Um grande erro cometido pela maioria das pessoas ao se alimentar é o hábito de tomar líquidos, principalmente gelados, durante ou logo após as refeições. Observe o que acontece quando se comete esse erro.A princípio ocorre uma reação chamada choque térmico, que é o esfriamento do organismo de forma brusca. Nesse caso, será necessário muito mais energia para reaquecê-lo. Isso faz com que os órgãos passem por um processo de febre gastrintestinal. Esse calor febril chega ao coração, acelera seu ritmo e, assim, aumenta a freqüência da onda sangüínea para os pulmões. Dessa forma se congestionam progressivamente seus tecidos, o espaço destinado ao ar neles contido se estreita e, como decorrência, diminui a capacidade de trabalho dos órgãos respiratórios. A pele, que funciona como segundo pulmão e rim, também fica incapacitada de desempenhar suas funções por falta de uma irrigação sangüínea na superfície do corpo, devido à congestão das vísceras febris.Outra conseqüência causada pela ingestão de líquidos durante e logo após as refeições é que o bolo alimentar se torna macio demais, o que dificulta seu trajeto e pode provocar prisão de ventre, que resulta em mais toxinas para o organismo. As frutas também devem ser evitadas, pois causam os mesmos transtornos que os líquidos. O ideal é ingerir frutas ou líquidos no máximo quinze minutos antes e no mínimo duas horas depois de cada refeição.Observando estas regras simples, tomando refeições nas horas certas, dormindo o número de horas exigido por seu corpo, fazendo exercícios regularmente, evitando bebidas alcoólicas e fumo e trabalhando não mais do que manda o bom senso, as chances de você ter boa saúde serão enormes. Na eventualidade de um desequilíbrio, porém, o tratamento com certeza será bem mais simples e rápido.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Lesões do manguito rotador do ombro em esportistas: como lidar com a dor?

Lesões do manguito rotador do ombro em esportistas: como lidar com a dor?

Atletas praticantes de modalidades que utilizam o membro superior (tenistas, atletas de vôlei, natação, handebol, entre outros) comumente sentem dores no ombro. Elas podem ser de várias causas, porém a mais freqüente é a sobrecarga da articulação em detrimento da alta demanda do esporte - como no tênis, por exemplo, onde o atleta tem que sacar com grande velocidade de rotação interna, adução e flexão do membro superior (1). Com este melhor conhecimento das patologias que acometem as articulações do ombro e a relação com a mecânica do gesto esportivo, os atletas têm recebido maior acompanhamento médico, desde orientações quanto a prevenção de lesões até o diagnóstico e tratamento mais diretamente relacionados a causa específica da lesão, podendo propiciar assim a chance menor de recidivas (2).

Há dois mecanismos que podem provocar lesões nos atletas: o trauma agudo, de alta violência, resultando em fratura, luxação, roturas tendinosas ou ligamentar; e o microtrauma, bem mais comum, que está relacionado a prática esportiva constante (3). À medida que os tecidos são submetidos ao estresse pela prática esportiva, o organismo reage com hipertrofia tecidual, que funciona inicialmente como um mecanismo de proteção contra as lesões. Mas eventualmente isso excede a capacidade do tecido de suportar peso, e microfissuras vão ocorrendo no tecido - o melhor exemplo disso no ombro é a lesão do manguito rotador em esportistas de arremesso.

Importância da avaliação clínica adequada
Devemos notar que para lidar com a dor desta lesão o mais importante é a avaliação clínica adequada e pormenorizada. Devemos lembrar que no movimento de arremesso o alongamento das estruturas anteriores e a contratura das posteriores pode resultar em aumento da força de cizalhamento, provocando uma translação para anterior e superior da cabeça do úmero, que em posição de abdução e rotação lateral impacta a porção articular do tendão do músculo supraespinal contra a borda superior e posterior da glenóide. O impacto pode causar lesões no tendão e no lábio glenoidal, e a esta alteração denominamos impacto póstero-interno (4). Isso é considerado relativamente normal nestes esportistas, porém a constância dos movimentos com sobrecarga pode acarretar lesões importantes, que com o tempo vão fazendo com que o tendão sofra fissuras internas. Estas fissuras podem levar a rupturas no futuro, parciais ou totais, que podem necessitar inclusive de tratamento cirúrgico para o reparo adequado.

Outro dado muito importante: você deve sempre pesquisar se o atleta tem ou não movimentos anormais da escápula, pois as discinesias escapulares também são causas freqüentes de sobrecarga do manguito rotador (5,6).

Tratamento clínico
Para a maior parte das lesões de manguito o que encontramos com alta freqüência é inflamação dos tendões (tendinopatia). Por isso é que o tratamento inicial, quando não temos rupturas graves, deve ser sempre clínico, e nossas metas são as seguintes:
1. Propiciar o mais rápido e mais efetivo alivio da dor;
2. Trabalhar na fisioterapia com técnicas analgésicas e propriocepção de toda cintura escapular, no intuito de equilibrar a muscultatura;
3. Afastar o atleta do esporte o mínimo possível, e procurar não deixa-lo muito tempo sem atividades aeróbias.

Tratamento medicamentos da dor
O ombro é uma articulação que costuma causar quadros álgicos importantes, e por isso devemos usar de analgésicos e anti-inflamatórios para o controle adequada desta dor.

A terapia deve envolver nos quadros agudos o uso de anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) em doses adequadas, para controlar a dor e inflamação periférica. Dentre as classes de medicamentos que temos hoje para utilizar, devemos lembrar que os AINEs tradicionais apresentam risco gastrointestinal que varia de leve até quadros mais graves como sangramento gástrico, e AINEs inibidores seletivos da cicloxigenase 2 (Coxibs) podem levar a problemas cardiovasculares se utilizados por longos períodos (7,8). Aliás, eventos adversos cardiovasculares hoje estão muito bem estudados, e a tendência da literatura atual é de dizer que todos os AINEs, independente do seu nível de seletividade, podem causar a longo prazo problemas gastrointestinais – a exceção que se parece ter é com relação ao naproxeno, neste caso específico. Por isso, todo cuidado é pouco quando se usa este medicamento por longos períodos (9).

Analgésicos opióides podem ser usados também para o controle da dor, mas normalmente guardamos estes para quadros de dores crônicas no ombro, ou para a analgesia após a realização de cirurgias, que nesta região geralmente atrapalham muito a vida do paciente (10).

E não se esqueça de que a avaliação da dor através de algum tipo de escala é muito importante: normalmente utilizamos a escala visual analógica, que varia de 0 a 10. Use a que melhor lhe convir, mas tenha o costume de perguntar sobre a nota do seu paciente com relação a dor ANTES e DEPOIS da terapia medicamentosa proposta.

Esquema terapêutico para controle de dor pós-operatória
Quando as lesões de manguito se mostram como rupturas completas e o atleta quer continuar a praticar a sua atividade física, geralmente indicamos reparo cirúrgico da lesão. Esta cirurgia pode ser feita por via aberta ou artroscópica, e pelo menos do ponto de vista de controle da dor a cirurgia artroscópica traz diversas vantagens em termos de analgesia. Como se sabe, em vista do que temos de mais recente na literatura, quando menor o dano tecidual periférico, menor será o estímulo nociceptivo no local da cirurgia, e isso será de fundamental importância para que o paciente tenha uma menor dor no pós-operatório. (11)

Alem disso, quando você vai operar um ombro, o melhor é que se utilize de bloqueios nervosos (como o bloqueio de plexo braquial) aliado a sua técnica anestésica, pois isso também será muito importante para a analgesia (12).

Analgesia multimodal
O conceito de analgesia multimodal é muito importante de ser lembrado. Este conceito pode ser resumido da seguinte forma: para efeitos de analgesia, devemos utilizar vários medicamentos, com diferentes mecanismos de ação, para atuar nos diferentes pontos que podem estimular a dor em nossos paciente (13,14).

O uso de vários medicamentos para controle da dor torna-se claro quando lembramos dos diferentes canais de dor que são ativados, após a ocorrência de um trauma cirúrgico. Teremos uma melhor eficiência se pudermos utilizar mais de um medicamento para controlar estes vários mecanismos que causam a dor no paciente ortopédico, e hoje a maior parte dos protocolos indica as seguintes classes terapêuticas:
1. Antiinflamatórios hormonais (corticóides) e não hormonais (inibidores seletivos ou não seletivos da Cox-2). Exemplos: ibuprofeno, cetoprofeno, diclofenaco, nimesulida, celecoxibe, etoricoxibe;
2. Analgésicos Opióides fracos (codeína, tramadol);
3. Analgésicos Opióides fortes (morfina, fentanil, oxicodona);
4. Medicamentos Coadjuvantes No Tratamento da Dor (anti-depressivos, relaxantes musculares, entre outros)

Em nosso esquema de controle de dor em cirurgias de ombro normalmente utilizamos um analgésico ou antiinflamatório associado a um analgésico opióide, caso a dor seja muito intensa. Em dores perioperatórias preferimos opióides fortes no início da fase pós-operatória, após a anestesia ter seu efeito completado. Os opióides fracos, geralmente em associação com anti-inflamatórios fracos (como por exemplo a associação tramadol / paracetamol) são uma boa forma de se atingir os objetivos da analgesia multimodal, e em nossa opinião devem ser considerados sempre que você tiver pela frente um modelo de dor importante, como a cirurgia de ombro (15).

O mais importante de ser lembrado é que o manejo de risco destes medicamentos deve ser sempre utilizado, e é por isso que a associação de medicamentos também é vantajosa. Podemos, por exemplo, diminuir a chance de efeitos adversos dos opióides quando utilizamos juntos estes medicamentos com os AINEs, com tem sido a tendência de analgesia nestes casos com base na literatura mais recente.

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12. Delaunay L, Souron V, Lafosse L, Marret E, Toussaint B. Analgesia after arthroscopic rotator cuff repair: subacromial versus interscalene continuous infusion of ropivacaine. Reg Anesth Pain Med 2005;30:117–22 13. Oates JA, FitzGerald GA, Branch RA, Jackson EK, Knapp HR, Roberts LJ 2nd. Clinical implications of prostaglandin and thromboxane A2 formation (1). N Engl J Med. 1988;319:689-98.
14. Acute Pain Management Guideline Panel. Acute pain management: operative or medical procedures and trauma. Clinical practice guideline. Rockville, MD: U.S. Department of Health and Human Services, Public Health Service, Agency for Health Care Policy and Research. 1992
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Morte Súbita No esporte














Morte súbita relacionada ao exercício
HA Bronzatto; RP da Silva; R Stein


INTRODUÇÃO

Quando procuramos estabelecer uma relação entre o exercício físico e a morte súbita de origem cardíaca, o pensamento pode nos direcionar tanto para aspectos preventivos associados a tal prática quanto pode nos alertar para fatores relacionados ao tema como uma verdadeira causa. Em outras palavras, o exercício tem sido e realmente pode ser visto de forma antagônica. Se por um lado existe um imenso potencial preventivo na relação entre exercitar-se e morrer subitamente, também existe um risco definido de se morrer subitamente durante ou, especialmente, após a atividade física. Por isso, a morte súbita relacionada ao exercício deve ser analisada de forma crítica, ser embasada nas evidências disponíveis, sendo levada muito a sério, pois mesmo pouco freqüente, quando incidente, tem sempre um impacto profundo na comunidade médica e na população em geral.

Visto pelo ângulo positivo, o hábito de exercitar-se de forma regular e crônica proporciona um efeito protetor na prevenção primária e secundária da doença arterial coronária. Alguns destes benefícios podem ser oriundos da diminuição na progressão ou, até mesmo, na regressão da aterosclerose coronária. A melhora no condicionamento físico atlético também pode relacionar-se a alterações benéficas no perfil lipídico, à perda de peso, à diminuição na freqüência cardíaca e na pressão arterial de repouso. Além disso, a prática continuada de atividades aeróbias possibilita uma melhor extração periférica de oxigênio pelos músculos esqueléticos, possivelmente estimula a circulação colateral miocárdica e aumenta a sensibilidade à insulina, entre outros tantos efeitos recomendáveis1.

No entanto, uma pequena parcela das pessoas possuem patologias que fazem com que o exercício possa perder este papel de proteção contra eventos cardiovasculares agudos. Tais situações independem do nível de condicionamento físico, podendo acometer atletas altamente treinados ou pessoas que praticam exercícios físicos apenas eventualmente. A morte súbita é a mais grave manifestação desta situação, sendo vital para o médico e, em especial, para o cardiologista, conhecer e saber identificar em quais situações o exercício físico deva ser desaconselhado.



DEFINIÇÕES

Define-se como morte súbita relacionada aos exercícios a morte que ocorre quando da realização de atividade física ou até uma hora após seu término2. Deve-se acrescentar a esta definição mais um elemento: a morte deve ser provocada por algum transtorno no funcionamento normal do sistema cardiovascular, a fim de que sejam excluídos atletas que venham a falecer quando da prática de esportes com risco de vida intrínseco, como pára-quedismo, alpinismo, automobilismo, entre outros.



EPIDEMIOLOGIA

Segundo a mitologia grega, Pheidippides correu de Maratona até Atenas com a tarefa de anunciar a vitória dos gregos sobre os persas e morreu ao dar a feliz notícia ao povo ateniense. Provavelmente este foi o primeiro relato de morte súbita relacionada ao exercício físico que se tem notícia. Estudos observacionais3-6 sugerem que a morte súbita relacionada ao exercício físico ocorra em uma freqüência maior entre corredores de fundo do que em atletas de outras modalidades. A morte súbita entre os maratonistas tem sido estimada em um atleta morto para cada 50.000 que não tem eventos (0,002%)7.

Sadaniantz e Thompson5 calculam que ocorra uma morte súbita para cada 165.000 pessoas que fazem atividade física regular por ano, de forma que o risco relativo para morte súbita aumenta de fato durante o exercício, embora o risco absoluto permaneça muitíssimo baixo. Cabe ressaltar que aqueles indivíduos com menor exposição à atividade física têm maior risco para morte súbita que os que se exercitam regularmente8-12. De acordo com publicação importante do início dos anos 9013, o risco relativo de sofrer infarto agudo do miocárdio é de 5,9 no período de uma hora após exercício físico vigoroso (classificado como igual ou superior a 6 METS). No entanto, este mesmo risco relativo apresenta queda significativa quando a prática do exercício é regular e quando a freqüência semanal aumenta. Por exemplo, o risco aumenta em 19, oito e duas respectivamente para os indivíduos que realizam sessões de atividade física uma ou duas, três ou quatro e cinco ou mais vezes por semana.

No que tange à atividade sexual, embora o gasto energético despendido na sua execução seja baixo (3-4 METS), parece existir uma associação digna de nota com o aumento da incidência de infarto nas duas primeiras horas a partir de sua realização10, sendo o risco relativo estimado de 2,5. Nesta situação, novamente, a atividade física regular mostrou exercer um papel protetor, pois aqueles sujeitos que se exercitavam regularmente apresentaram um risco relativo menor de eventos peri e pós-coito do que aqueles sedentários. Aqui, não houve diferenças entre indivíduos com ou sem diagnóstico prévio de cardiopatia isquêmica14.

A morte súbita cardíaca tem, da mesma forma que os outros eventos cardiovasculares agudos, variação circadiana. Há um pico na incidência durante as primeiras horas da manhã15, embora não exista qualquer evidência de que exercitar-se durante este período produza riscos maiores que exercitar-se em qualquer outro momento do dia10.

O exercício físico não deve ser encarado como único responsável pelo evento morte súbita, mas sim como coadjuvante em um sistema complexo que envolve uma patologia preexistente, por vezes silenciosa, e um momento crítico, o qual altera o equilíbrio de forma a iniciar a cadeia de eventos que culmina com a morte súbita. O exercício físico pode, então, ser encarado como este "momento crítico", ou, ainda, como um gatilho11,12. Outras situações também podem desempenhar este papel de gatilho, todas elas alterando de forma catastrófica a função miocárdica, quer por aumento excessivo do consumo de oxigênio sem aumento da oferta, quer por desordem aguda no sistema excito-condutor cardíaco12. Dessa forma, o exercício pode apresentar um papel paradoxal: é capaz de produzir alterações cardiovasculares que diminuem o risco de morte súbita em indivíduos que são praticantes regulares de atividades físicas, possivelmente por aumentarem a atividade autonômica parassimpática melhorando a estabilidade elétrica do coração11; porém, é também capaz de aumentar transitoriamente o risco de eventos cardiovasculares agudos, especialmente naqueles indivíduos não praticantes de atividade física regular, provavelmente por ativar o sistema autonômico simpático e promover a ruptura de placas ateroscleróticas vulneráveis12.



FATORES CAUSAIS

Quanto às causas, dois grupos distintos podem ser reconhecidos: nos indivíduos com idade inferior a 30 anos, a morte súbita deve-se mais freqüentemente a problemas estruturais do miocárdio, ao passo que os sujeitos com mais de 30 anos têm a doença arterial coronária como principal fator causal2,16,17. Das mortes no subgrupo com idade inferior a 30 anos, as doenças de base, em ordem decrescente de freqüência, são miocardiopatia hipertrófica em todas suas variantes, anormalidades congênitas nas artérias coronárias, doença arterial coronária, ruptura da aorta por síndrome de Marfan2. Outras causas menos comuns podem ser citadas: o uso de substâncias como a cocaína, a displasia arritmogênica do ventrículo direito, o espasmo arterial coronário e até mesmo o prolapso da válvula mitral18. Por outro lado, em pessoas com idade superior a 30 anos, a causa mais freqüentemente implicada é a doença arterial coronária. As valvulopatias adquiridas, o prolapso da válvula mitral, a miocardiopatia hipertrófica, além de outras causas, correspondem a cerca de 5% das mortes súbitas relacionadas aos exercícios nesta faixa etária2.

Miocardiopatia hipertrófica

A miocardiopatia hipertrófica é uma doença cuja principal característica é uma marcada hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo, na ausência de alguma outra explicação fisiopatológica. Tal hipertrofia pode acometer, de forma assimétrica, o septo interventricular de um ventrículo esquerdo não dilatado. Logo, tende a não produzir disfunção ventricular sistólica, gerando, no entanto, disfunção diastólica em função da maior pressão de enchimento do ventrículo esquerdo19. Tem sido estimado que ela possa acometer entre 0,02 e 0,2% da população20,21, sendo, portanto, pouco freqüente. O achado ocasional de algum grau de hipertrofia septal durante a realização de ecocardiografia, por outro lado, tem sido estimado em cerca de 0,5%22.

A miocardiopatia hipertrófica é apontada pela maioria dos autores2,5,16,17,23,24 como a principal causa de morte súbita relacionada aos exercícios em atletas com menos de 30 anos. Neste subgrupo, ela parece ser responsável por cerca de metade dos óbitos e, freqüentemente, surge como primeira e única manifestação da doença. Em alguns casos, a hipertrofia pode ser tão importante que a espessura septal pode atingir 30mm. Tal grau de hipertrofia pode gerar diminuição no enchimento ventricular esquerdo, sendo capaz de produzir alterações hemodinâmicas graves na via de saída do ventrículo esquerdo, ao ponto de poder causar isquemia e arritmias potencialmente fatais2.

Como a hipertrofia septal pode ser absolutamente assintomática, a doença apresenta um potencial para cursar muitas vezes não diagnosticada. Uma detalhada investigação sobre a história familiar pode ser de grande valor, pois esta doença possui um padrão de distribuição genético autossômico dominante em pelo menos metade dos casos, estando o gene localizado nos cromossomos 1, 11, 14 ou 1525,26. Dessa forma, a história de um familiar que morreu subitamente ou experimentava pré-síncope ou síncope durante os exercícios deve alertar o médico para esta possibilidade. Identificaram-se em diversas famílias mutações nas cadeias das miosinas cardíacas. Algumas destas mutações são denominadas "benignas" por não resultarem em aumento significativo do risco de morte súbita e seus portadores terem expectativa de vida quase normal. No entanto, devido ao pequeno número de famílias estudadas até o momento, o termo benigno pode não refletir uma condição realmente "benigna", conforme demonstrado por Sensariam et al.27 ao estudarem uma família com a referida alteração e incidência bastante aumentada de morte súbita.

A miocardiopatia hipertrófica exibe uma predominância no sexo masculino em relação ao sexo feminino, mas, nas mulheres, possivelmente pelo menor volume do ventrículo esquerdo, a apresentação tende a ser mais precoce. A relação entre o grau da hipertrofia e a magnitude dos sintomas costuma estar presente, mas tal relação não corresponde a uma verdade absoluta, pois alguns pacientes podem ter um grau importante de hipertrofia sem que relatem qualquer sintoma, sendo a situação inversa também existente28-30. No entanto, o risco de morte súbita é diretamente proporcional ao grau de hipertrofia ventricular esquerda31, sendo a incidência anual de morte súbita 0 para 1.000 indivíduos com espessura ventricular esquerda menor ou igual que 15mm, e 18,2 para 1.000 indivíduos com espessura septal maior ou igual a 30mm31.

Anomalias congênitas nas artérias coronárias

Anomalias congênitas nas coronárias são associadas com 12 a 14% das mortes súbitas cardíacas em atletas com menos de 30 anos. Origem anômala da artéria coronária esquerda, provindo do seio de Valsalva direito, é a anomalia mais comumente associada com morte súbita32. O mecanismo relaciona-se ao estreitamento da artéria coronária esquerda pela sua passagem entre a aorta e o tronco pulmonar, formando um ângulo agudo. Tal conformação anatômica anômala provoca o "pinçamento" da coronária esquerda entre esses dois vasos durante situações que produzam contração cardíaca vigorosa. Este mecanismo tem sido responsabilizado por quadros de isquemia aguda e pelo substrato arritmogênico presente nestes indivíduos.

Aterosclerose coronariana prematura

Segundo Maron et al.2, esta síndrome responde por 10% das mortes súbitas em atletas jovens. Aterosclerose coronária precoce resulta em isquemia miocárdica ou infarto agudo do miocárdio na segunda ou terceira década de vida, sendo claramente associada a dislipidemia familiar33. Dislipidemia heterozigótica tipo II ou aquela com padrão homozigótico tem uma prevalência de 0,2% na população. Xantomas tendinosos e história familiar positiva devem alertar os agentes de saúde para a possibilidade diagnóstica de tal doença.

Ruptura da aorta na síndrome de Marfan

A síndrome de Marfan é uma doença do tecido conjuntivo autossômica dominante, a qual resulta em anormalidades dos sistemas cardiovascular, músculo-esquelético e ocular. Os achados físicos típicos incluem aracnodactilia, pectus excavatum, palato estreito e alto, juntas hiper-extensíveis, prolapso de válvula mitral, dilatação da raiz da aorta, miopia e luxação do cristalino. A morte súbita é em geral provocada por necrose da camada média da aorta predispondo a dissecção aórtica e a morte súbita. Cerca de 7% das mortes súbitas em atletas são relacionadas a esta síndrome2.

Displasia arritmogênica do ventrículo direito

A displasia arritmogênica do ventrículo direito é uma doença autossômica dominante que causa fibrose e infiltração gordurosa do ventrículo direito, de prevalência aumentada na Itália, especialmente na região do Veneto, onde é a patologia de base na maioria dos casos de morte súbita relacionada aos exercícios34. Há um risco aumentado de morte súbita causada por taquicardia ventricular. A displasia arritmogênica do ventrículo direito pode ser diagnosticada por ecocardiografia, angiografia ventricular direita ou ressonância magnética. Metzger et al.35 encontraram anormalidades no eletrocardiograma em 90% dos pacientes com tal doença, sendo que a principal alteração, presente em cerca de 50% dos casos, foi a inversão de ondas T.

Doença aterosclerótica coronária

Cerca de 10% das mortes súbitas em atletas com menos de 30 anos parecem ocorrer devido à doença arterial coronária16, embora Bassler36, na década de 70, tenha descrito que os exercícios aeróbios intensos e regulares eliminassem o risco de se desenvolver coronariopatia obstrutiva nesta faixa etária. Tais indivíduos apresentam, em geral, os fatores de risco para doença arterial coronária que estão presentes na população em geral. Em atletas com idade superior a 30 anos, estima-se que a morte súbita durante ou logo após o exercício seja em 77% dos casos devida à aterosclerose coronária2,37. Dentre todos os que vêm a falecer durante ou após os exercícios, cerca de 1/3; tem a morte súbita como primeira manifestação da doença coronária3, mas, por outro lado, metade dos pacientes que morrem subitamente experimentam sintomas prodrômicos ou têm doença coronária conhecida. É a doença aterosclerótica coronária a responsável por aumento substancial no número de eventos coronarianos fatais entre homens envolvidos com exercício físico de uma forma peculiar: assistindo nos estádios ou na televisão. Witte et al.38 encontraram um aumento marcado no número de mortes de origem cardiovascular entre homens holandeses em um dia especifico (risco relativo para morte súbita naquele dia = 1,51), sendo que o único evento marcante naquela data foi a eliminação da seleção holandesa de futebol da Eurocopa. Entre as mulheres holandesas não foi verificado tal aumento.

Prolapso de válvula mitral

O prolapso de válvula mitral é citado sempre como uma das possíveis causas para morte súbita relacionada ao exercício, mas, segundo Sadaniantz e Thompson5, apenas 3% das mortes em tal situação são devidas a esta doença. Se considerarmos que tal disfunção tem uma prevalência estimada entre 6 e 17%39, o risco de morte súbita provocada pelo prolapso torna-se extremamente baixo, mas não ausente. Se história de síncope, dor torácica incapacitante, arritmias ventriculares complexas, cardiomegalia moderada causada por regurgitação valvular mitral, ou história de morte súbita na família estiver presente, é racional que a prática de exercícios seja adequadamente avaliada39.

Outras causas

Miocardite: é uma causa freqüentemente citada para morte súbita durante a atividade física, mas muitos autores concordam que sua freqüência está sendo superestimada2,4,5. De qualquer forma, viroses podem produzir algum grau de morbidade e debilidade miocárdica, sendo recomendável desaconselhar a prática de exercícios na vigência destes quadros clínicos.

Valvulopatias: uma parcela importante das valvulopatias são detectadas em fases iniciais, sendo por isso causa infreqüente de morte súbita. Além disso, muitas delas produzem sintomas desconfortáveis aos esforços, fazendo com que seus portadores evitem a prática desportiva. Dentre as valvulopatias, a mais comumente associada com morte súbita durante a realização de exercício físico é a estenose aórtica. Tal risco está substancialmente aumentado quando algum dos sintomas cardinais que compõem a tríade da estenose aórtica – dispnéia, angina pectoris e síncope – manifesta-se. O aparecimento destes sintomas denota alto risco para morte súbita, indicando a necessidade de uma avaliação detalhada do paciente quanto à possibilidade de submetê-lo a uma intervenção que vise a correção do problema. Portanto, como tais pacientes apresentam risco definido com a realização de exercícios físicos, é por demais recomendável que se contra-indique a prática desportiva, uma vez que, neste subgrupo de indivíduos, os riscos relacionados ao esforço físico superam os benefícios.

Anemia falciforme: estima-se que nos Estados Unidos 8% dos negros sejam heterozigóticos para a anemia falciforme40. Situações de esforço intenso, que produzam desvio da curva de saturação da hemoglobina para a direita, podem provocar falcização das hemácias. Tal fenômeno pode induzir a morte súbita por isquemia aguda e/ou arritmias40.

Commotio cordis: Maron et al.41-43 têm-se empenhado na caracterização desta síndrome clínica, na qual a morte súbita é provocada por impactos na caixa torácica. Tais impactos são caracterizados como não penetrantes e de baixa energia. Nesta situação, o impacto seria responsável pelo desencadeamento de arritmias, em especial fibrilação ventricular, arritmia esta que pode ocorrer quando o choque se dá junto ao período vulnerável da repolarização ventricular, 15 a 30 milissegundos antes do pico da onda T do eletrocardiograma41-43. Um modelo experimental, desenvolvido em porcos41, revelou que a possibilidade da ocorrência desta síndrome varia conforme a consistência do objeto impactante, sendo maior com objetos mais duros, o que explica serem o beisebol, softbol e hóquei no gelo os esportes mais envolvidos. A revisão dos casos revelou que sua ocorrência não foi evitada por dispositivos de proteção torácica41.

Síndrome de Wolf-Parkinson-White, síndrome do QT longo, vasoespasmo coronariano, doença de Kawasaki e uso de drogas: compõe o espectro das outras causas de morte súbita relacionada aos exercícios2,30,44,45.



INVESTIGAÇÃO DOS PACIENTES SOB RISCO

Na história clínica, determinadas questões são de suma importância. Alguma vez o paciente apresentou síncope durante a realização de esforço físico? O paciente sente dor torácica durante a realização de atividades que aumentem o consumo miocárdico de oxigênio? Há história familiar de morte súbita ou de cardiopatia na família do paciente e, caso exista, qual a idade do indivíduo quando este faleceu? A resposta para tais perguntas, a história clínica atual, passada e familiar, o exame físico e o eletrocardiograma são em geral suficientes para que o paciente possa ser liberado para prática de atividades físicas sem correr riscos significativos.

Recentemente foi determinado que a morte súbita do pai ou mãe do paciente é fator de risco independente para morte súbita, com risco relativo de 1,8. Foi encontrado também correlação positiva quanto à idade das mortes entre pais e filhos46.

Muitos investigadores têm tentado identificar atletas de alto risco com a esperança de prevenir a morte súbita relacionada aos exercícios. Maron et al.47 examinaram 501 atletas e os encaminharam para ecocardiografia encontrando quaisquer anormalidades na anamnese, no exame físico ou no eletrocardiograma destes indivíduos. Lewis et al.48 examinaram outros 265 atletas, sendo estes predominantemente negros, realizando ecocardiografia em todo este grupo. Nestes dois estudos observacionais encontrou-se prolapso mitral em uma freqüência de 9% entre os homens e 21% entre as mulheres. Nenhum dos atletas apresentou alguma condição que os tornasse de alto risco para a prática desportiva intensa. Destas análises, inferiu-se que o custo-benefício da realização de ecocardiografia como forma de investigação para todas as pessoas que desejam praticar exercícios físicos torna o exame não indicado como procedimento de rotina16.

A prevalência da doença arterial coronária em homens assintomáticos com idade entre 30 e 55 anos de idade é da ordem de 3%. Sendo assim, o teste ergométrico também torna-se pouco efetivo como método de diagnóstico neste estrato populacional.

Por outro lado, uma criteriosa avaliação clínica, com anamnese e exame físico completo, pode oferecer uma relação favorável em se tratando de aspectos vinculados aos custos e aos benefícios capazes de serem obtidos. Somente aqueles pacientes nos quais houver a suspeita de alguma patologia que torne a atividade física de risco devem ser submetidos à avaliação mais complexa, com o uso da ecocardiografia, por exemplo. O eletrocardiograma também possui uma relação custo-benefício favorável e, graças a sua ampla disponibilidade, pode ser realizado nos indivíduos que procurarem o atendimento médico para aconselhamento quanto à pratica desportiva.

Uma questão, no entanto, persiste. Ao identificar um indivíduo como sendo de alto risco para morte súbita, o aconselhamento para o afastamento de atividades físicas esportivas não protege o paciente do risco inerente aos esforços físicos diários, permanecendo assim o risco elevado. Nesta situação, o ideal seria o uso de estratégias, farmacológicas ou não, que protegessem o paciente de um evento, ou, na impossibilidade disto, propiciassem seu rápido manejo. Nesta linha, inserem-se os desfibriladores portáteis automáticos, preconizados por muitos como aparelhos obrigatórios em locais de grande concentração de pessoas, e os desfibriladores implantáveis. O mecanismo da morte súbita em pacientes com miocardiopatia hipertrófica ou com aterosclerose coronária grave é fibrilação ou taquicardia ventricular, motivo pelo qual especialistas49,50 defendem os desfibriladores implantáveis como a arma mais eficaz para prevenção primária e secundária da morte súbita nos pacientes de alto risco.



RECOMENDAÇÕES

Em 1985, a 16ª Conferência de Bethesda51 traçou recomendações com relação a elegibilidade para competição em atletas com doença cardiovascular. Nove anos após, a 26ª Conferência de Bethesda52 atualizou estas recomendações. Aprovação para participação atlética foi baseada no grau de acometimento cardiovascular, sua associação com morte súbita e no sucesso do tratamento clínico ou cirúrgico de determinada enfermidade. Critérios hemodinâmicos compreendidos de métodos invasivos e/ou não invasivos, além de sintomas, também foram utilizados para a análise de tomada de decisões. A intensidade e o tipo (dinâmico ou estático) do exercício influenciou fortemente a elegibilidade, uma vez que a estratificação de risco tenha sido determinada. As recomendações específicas vão além do objetivo desta revisão, mas, em geral, se os sintomas e critérios hemodinâmicos puderem ser normalizados, algum grau de atividade desportiva pode ser permitido. Entretanto, atletas com doenças de difícil manejo ou associadas com morte súbita devem, segundo as recomendações, ser desaconselhados a praticar esportes de forma intensa.

O exercício físico deve resultar em prazer para o paciente, não em obrigação. Felizmente o exercício, após superado o período inicial, é uma atividade usualmente agradável e que traz inúmeros benefícios ao praticante, que vão desde a melhora do perfil lipídico até a melhora da auto-estima10, resultando, por isso, em uma espécie de "feedback" positivo que a torna auto-sustentável.



DISCUSSÃO

Sendo reconhecido que o exercício possa ter um papel contributivo na gênese de morte súbita em alguns subgrupos de indivíduos, o primeiro pensamento de médicos despreparados poderia ser o da generalização banal, servindo então como subsídio para desaconselhar a prática de exercícios objetivando a diminuição no risco relativo. No entanto, esta conduta simplista não encontra evidências que forneçam suporte a medidas anacrônicas como esta nos dias atuais. Se o exercício físico pode aumentar transitoriamente o risco relativo de eventos, o risco absoluto permanece muito baixo e a chance da ocorrência de tais eventos é por demais pequena. Além disso, o exercício físico regular é capaz de proteger o indivíduo de eventos coronários em momentos de atividade física não programada, os quais são, em geral, impossíveis de serem evitados10.

Embora a morte súbita durante o exercício seja um evento incomum, aquelas pessoas em risco devem ser identificadas e aconselhadas quanto às suas condições. Tem sido aceito que portadores de anormalidades cardíacas de alto risco devam evitar competições atléticas. O conhecimento das mudanças cardiovasculares esperadas em atletas bem condicionados é vital para que a diferenciação entre alguma cardiopatia possa ser feita em relação às alterações anátomo-funcionais que possam ocorrer em alguns atletas altamente treinados portadores da síndrome do coração do atleta. A ecocardiografia com efeito doppler uni e bimensional e mapeamento de fluxo em cores é o método de escolha para a identificação do estado trófico miocárdico, uma vez que associa alta resolução em imagens com ausência de riscos, além de possuir excelente correlação com os resultados obtidos com angiografia invasiva53,54.

Dessa forma, cabe realçarmos que a síndrome do coração do atleta como produtora de hipertrofia miocárdica é uma entidade caracterizada como benigna, sendo classificada em situação oposta a outras formas de hipertrofia que têm comportamento maligno, como a miocardiopatia hipertrófica. Na hipertrofia do coração do atleta, o aumento no tamanho da fibrocélula miocárdica não se dá à custa de multiplicação do número de fibras55 ou a partir de desorganização celular56, mas possivelmente graças ao aumento do tamanho das fibras miocárdicas, como se especula através de estudos em animais55. Este comportamento lhe confere a característica clínica mais importante para sua diferenciação da miocardiopatia hipertrófica, a ausência de disfunção cardíaca diastólica.

Através da anamnese, exame físico, eletrocardiograma e de outros exames, quando necessários, os atletas sob risco de morte súbita podem, em geral, ser identificados. Aqueles que requerem uma investigação adicional são: 1) pessoas com sintomas induzidos pelo exercício; 2) alterações eletrocardiográficas sugestivas de doenças; 3) hipercolesterolemia familiar; 4) história familiar de morte súbita; 5) história clínica de síndrome de Marfan. Síncope induzida pelo exercício, palpitações ou dor torácica podem ser associadas com estenose aórtica, taquicardia ventricular, anormalidades coronárias ou aterosclerose. Ondas T invertidas podem ser achados eletrocardiográficos da cardiomiopatia hipertrófica, da displasia ventricular direita, de anomalias coronarianas, de aterosclerose, ou, ainda, fazer parte do eletrocardiograma do atleta. Igualmente, uma história familiar de morte súbita pode servir como uma pista importante para o diagnóstico de aterosclerose coronária prematura devido à hipercolesterolemia familiar.

O médico deve estar ciente das alterações eletrocardiográficas que fazem parte da síndrome benigna do "coração do atleta". Tais alterações podem ser explicadas pela hipertrofia excêntrica das cavidades cardíacas e, possivelmente, pelo aumento na atividade autonômica parassimpática gerada pelo condicionamento aeróbio. O eletrocardiograma pode sugerir positividade quanto à hipertrofia ventricular esquerda segundo os critérios de Sokolow-Lyon, pode evidenciar atrasos na condução pelo feixe de Hiss, bradicardia e/ou arritmia sinusal, ritmo de escape ventricular e diversos níveis de bloqueio atrioventricular57. As alterações no sistema de condução miocárdico tendem, no entanto, a desaparecer durante a atividade física.

A decisão de desaconselhar atividade física deve ser fundamentada em um risco realmente presente. Se feita erroneamente, tal decisão estará privando o indivíduo de uma medida simples e com real utilidade para diminuir os riscos de outros problemas cardiovasculares. Logo, a atividade física regular pode produzir benefícios múltiplos, não apenas sobre a doença arterial coronária, mas também sobre seus fatores de risco58. Para tanto é vital que o médico, e em especial o médico do esporte e o cardiologista, mantenham-se atualizados quanto às causas de morte súbita relacionadas ao exercício e suas múltiplas apresentações.



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