Minha foto
Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

REGRAS DO SITE

OS ARTIGOS CONTIDOS NESTE SITE TEM APENAS O INTUITO DE INFORMAR , POR ISSO NÃO FAZEMOS DIAGNÓSTICOS OU TRATAMENTO PELO SITE E EM HIPOTESE ALGUMA QUEREMOS SUBSTITUIR UMA CONSULTA PARA MAIS DETALHES ENTRE EM CONTATO E MARQUE UMA CONSULTA COMIGO (FISIOTERAPEUTA)OU COM SEU MÉDICO DE CONFIANÇA.

ME RESERVO O DIREITO DE RESPONDER APENAS COMENTÁRIOS COM IDENTIFICAÇÃO E E-MAIL E QUE SEJA PERTINENTE AO CONTEUDO DO SITE( NÃO FAÇO DIAGNÓSTICO OU TRATAMENTO PELA INTERNET).

AS PERGUNTAS SEM E-MAIL EM ANEXO NÃO SERÃO RESPONDIDAS.

AS RESPOSTAS NORMALMENTE NÃO SÃO PUBLICADAS POIS RESPEITAMOS A INDIVIDUALIADE DOS PACIENTES ,CADA CASO É ÚNICO.

Translate

Visualizações

Pesquisar este blog

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fratura da rótula

Fratura da rótula: nem sempre é simples tratar
A patela (antiga rótula, lembram?) é considerado um osso sesamóide, que fica no meio de tendões importantes do joelho (o chamado aparelho extensor). Em outros posts aqui do blog já falamos sobre joelho, e hoje achei interessante lembrar da fratura da patela.
Interessante porque em muitos serviços de residência essa fratura é considerada simples, de fácil tratamento, mesmo quando a cirurgia é indicada. Os médicos, futuros ortopedistas, que estão começando a sua formação na residência, adoram quando no hospital chega um paciente com fratura de patela, pois essa normalmente é uma cirurgia destinada a eles, no início de formação, justamente pelo fato de ter essa alcunha de "fratura simples".
Na minha opinião isso deveria ser reconsiderado pela ortopedia. A fratura de patela é quase sempre uma fratura articular (aquela que envolve uma articulação), e por isso merece cuidadosa redução cirúrgica. A fratura deste osso faz com que o paciente perca temporariamente a força para elevação da perna, pois ela afeta todo o mecanismo de extensão do quadriceps. Esse geralmente é o fato (aliado a dor) que leva o paciente ao pronto socorro.
Outro fator que pesa muito na hora de se tratar cirurgicamente uma fratura de patela é o fato dela estar dentro de um complexo sistema muscular, que é o aparelho extensor do joelho, como já citamos. Qualquer falta de atenção na fixação e no ato operatório em sí pode causar problemas futuros de mobilidade do joelho.
As fraturas de patela podem ser operadas por várias técnicas, porém a mais frequente de ser realizada é a técnica de banda de tensão, que consiste na colocação de fios rígidos acoplados a fios de aço para permitir uma rápida manipulação do joelho. Nesta técnica, dobrar o joelho é fator fundamental para ir grudando a fratura, mas essa técnica deve ser utilizada com critério, para evitar complicações.
RX mostrando fratura na parte inferior da patela - este paciente ainda apresentava um cisto com calcificações na região do tendão patelar (um caso bem raro). Aproveitamos a cirurgia para ressecar também esse cisto.
Cisto de tendão patelar calcificado que ressecamos junto com a cirurgia de fixação da patela.
Neste paciente preferimos fazer o reforço do tendão patelar com enxerto, para prevenir ruptura futuras do tendão da patela, já que depois da retirada do cisto de tendão esse ficou enfraquecido.

RX do final da cirurgia, mostrando a fixação da fratura de patela pela técnica da banda de tensão
Tão importante quanto a cirurgia é a fisioterapia, que deve respeitar os princípios que foram utilizados na cirurgia, para que a flexão e extensão do joelho promovam a união óssea sem danificar a articulação do joelho como um todo.
Posted by Rogerio Silva

Dor na artrose?

Como aliviar a dor na artrose?
O tema artrose sempre é muito discutido em congressos médicos, e vez por outra algum novo medicamento aparece para ajudar os pacientes a diminuir as dores do dia a dia.
A artrose nada mais é do que o desgaste da cartilagem articular, que acomete mais frequentemente o joelho e o quadril, mas que também pode afetar as mãos e outros ossos do corpo. Algumas são decorrentes de traumas, como as fraturas que destroem as articulações em traumas graves, como acidentes de moto ou carro. Outras, porém, são chamadas idiopáticas, pois não tem uma causa definida.
Foto mostrando uma representação de um quadro de artrose no joelho (lado esquerdo da foto)
O diagnóstico é simples de ser feito, por meio de uma adequada consulta clínica que normalmente é completada com exames de radiografia simples. Uma radiografia bem tirada já é suficiente para dar um bom diagnóstico, e praticamente não precisamos de mais nenhum exame para ter certeza do diagnóstico.
RX de um paciente com artrose de quadril - a destruição articular causa dor e dificuldade para marcha
O tratamento visa diminuir a dor do paciente e melhorar a condição articular, e isso pode ser feito da seguinte forma:
1. Medicamentos: analgésicos e antinflamatórios são muito usados para melhorar a dor, e podem ser usados de forma oral (comprimidos), intramuscular ou em forma de cremes e pomadas. Analgésicos mais fortes, como os opióides, podem também ser usados, pois cronicamente podem ajudar a controlar a dor intensa de maneira efetiva. Existem muitos que ajudam a controlar a dor, mas eles devem ser prescritos por um médico especializado.
2. Condroprotetores: são bem utilizados no tratamento coadjuvante da artrose, e os mais encontrados são a glicosaminoglicana e o condroitin sulfato. Alguns trabalhos mostram que em situações específicas esses medicamentos podem não ser tão efetivos, mas particularmente eu indico para os meus pacientes esses produtos. As diretrizes indicam que se o paciente não melhorar nos primeiros meses de uso o medicamento deve ser descontinuado.
3. Infiltrações articulares: o ácido hialurônico aplicado diretamente no joelho ou no quadril é um bom tratamento para melhorar a condição articular e diminuir a dor - além disso, ajuda a controlar a doença, e o seu avançar. Os resultados são melhores quando o medicamento é indicado nos quadros iniciais de artrose
4. Imobilizadores de joelho: no caso de estarmos tratando uma artrose de joelho o uso de braces é bem interessante, principalmente nos casos onde a artrose se situa mais em um lado do joelho do que de outro. A idéia é diminuir a carga no lado do joelho que está mais afetado pela artrose, diminuindo a dor.
5. Fisioterapia: fundamental para a manutenção da força muscular dos membros inferiores, e por isso é recomendada sempre que possível. A terapia na água (hidroterapia) também é um ótimo coadjuvante ao tratamento clínico.
Um campo promissor que estamos estudando é o uso do PRP em lesões leves, que normalmente aplicamos junto com o ácido hialurônico. Vários estudos já estão sendo publicados, e assim que as evidências forem mais consistentes com certeza será mais uma nova opção terapêutica para os pacientes que sofrem de artrose.
Prótese de joelho - as cirurgias são realizadas nos casos onde o tratamento clínico não deu resultado

Nos casos mais graves, quando as medidas clínicas não oferecem mais um bom resultado, o quadro clínico acaba exigindo a realização de uma prótese, que melhora muito a qualidade de vida do paciente. Em um post futuro falaremos mais sobre essa cirurgia.
Posted by Rogerio Silva

Ruptura de tendão de aquiles

Rupturas de tendão: uma chance para evitar a cirurgia
Todo mundo já deve ter ouvido falar que tendões rompidos devem ser operados, não é mesmo? Mas a boa notícia é que as vezes conseguimos fazer com que o paciente evite uma cirurgia. Aliás, isso deve ser a idéia, se estamos lidando com pacientes de muito risco para infecção.
No ano de 2011 a Sociedade Americana de Ortopedia (conhecida como AAOS) publicou um consenso mostrando claramente a preocupação com a situação clínica do doente, na hora de se indicar uma cirurgia para sutura do tendão de Aquiles.
Imagem de ressonância mostrando uma ruptura de tendão de aquiles
Rupturas de tendão de Aquiles (o maior tendão do corpo, que se insere no calcâneo) são muito frequentes na prática de esportes ou em pacientes que estão acima do peso, e a regra sempre foi a de se operar e fazer a sutura do tendão com fios fortes, que suportassem a carga de esforço dessa estrutura. Mas essa diretriz deixou claro o seguinte: se a paciente for mulher, portadora de diabetes, com sobrepeso, e fumante, deve evitar ao máximo operar, pelos riscos de complicações. Neste caso, usa-se um gesso e uma bota (tipo robofoot, por exemplo), e espera-se o tempo necessário para que os tecidos internamente cicatrizem.
O que estamos fazendo hoje em dia, em alguns pacientes, é auxiliar esse tratamento conservador com a aplicação de uma injeção de plasma rico em plaquetas. O PRP visa auxiliar o aporte sanguíneo ao local, e com isso aumentamos a chance de que se forma uma cicatriz no tendão lesado.
Aplicação do PRP guiado por ultrassonografia. Esse pacientes especificamente teve cicatrização completa do tendão sem a necessidade da cirurgia.
O tratamento vem se mostrado de muito utilidade, principalmente em quem não quer operar (ou não pode, dependendo do quadro clínico). Imagens de ressonância magnética depois de 1 e 2 anos de uso do PRP mostraram que o tendão pode sim cicatrizar completamente, praticamente voltando ao estágio anatômico e funcional que tinha antes da ruptura.
Mais um boa opção, e uma boa opção de tratamento, em casos selecionados - infelizmente isso ainda não é uma rotina, e não pode ser feito em toda ruptura.
Posted by Rogerio Silva
Labels: PRP ruptura de tendão de aquiles

dúvidas sobre antinflamatórios

Tire algumas dúvidas sobre antinflamatórios
Muito se comentou no passado recente o problema do uso crônico dos antinflamatórios (AI). Desde que o Vioxx saiu do mercado (no final de 2004), em virtude do aumento do risco cardíaco, as pessoas andam confusas.
O que devemos lembrar, em primeiro lugar, é que o AI bem indicado e receitado por médicos especializados é um bom método de tratamento para dor e inflamação. No mundo dos medicamentos, porém, não existe milagre - é tudo uma questão de dose e tempo de uso. Vocês já devem ter ouvido falar que a diferença entre um remédio que cura e um veneno é somente a dose, e isso tem um grande fundo de verdade.
O estômago pode sofrer com o abuso de antinflamatórios. Cuidado!
O problema dos AIs é que os mais antigos (chamados de tradicionais) podiam causar muito mal ao estômago. E os mais novos (os chamados coxibes) podem ter complicações cardíacas, se usados por muito tempo. O que escolher então?
Se você vai usar um medicamento por curto espaço de tempo, praticamente qualquer um vai ser bom, e não tem muita chance de te dar problemas. Cuidado especial, porém, deve ser tomado em pacientes de risco gástrico (portadores de úlceras, gastrites), quando você deve prescrever protetores como inibidores de bomba (omeprazol, por exemplo).
Portanto, se você tem problemas no estômago deve preferir os mais novos, os chamados coxibes, ou pelo menos usar um protetor gástrico (como citamos anteriormente: omeprazol, pantoprazol, ou rabeprazol, entre outros).
A mensagem sempre deve ser a mesma: cuidado com a auto-medicação, e pergunte para o seu médico o que é melhor tomar na hora de uma dor mais forte. Seu corpo agradecerá.

Os calos dos pés

Cuidando dos calos dos pés: o lado ortopédico do assunto
Calos nos dedos são muito frequentes, principalmente no pé. E isso pode incomodar muito, causando dores que muitos pacientes consideram insuportáveis.
O que pouca gente sabe é que em muitas vezes o problema está no osso, e num osso bem pequeno, chamado falange. É o osso que faz a estrutura dos dedos, da mão e do pé, e se ele tiver alguma proeminência pode fazer com que o calo se forme.
O calo nada mais é do que uma resposta a uma pressão exagerada da região, que faz com que a pele seja danificada, provocando reação inflamatória local e dor.
Os calos interdigitais podem ocorrer quando existe uma proeminência óssea na falange, e devem ser tratados cirurgicamente.
Existem vários tipos de calos, mas um dos que mais incomoda é o calo chamado interdigital, que tem esse nome porque fica entre os dedos. Neste caso, na maioria das vezes, o problema é uma proeminência óssea da falange, que geralmente ocorre no dedo que não tem o calo - por vezes o paciente acha estranho ter que operar o outro dedo também para resolver um problema do calo no dedo vizinho, mas esse deve ser o tratamento em algumas ocasiões.
O tratamento envolve desde órteses até a cirurgia, e deve-se sempre ter em mente que se o calo está ocorrendo quer dizer que alguma alteração mecânica do pé está existindo.
Vários tipos de ataduras e órteses podem ajudar na melhora da dor dos calos, mas se a dor persiste é bom você procurar um ortopedista.
O aconselhado é que você se trate com um especialista em cirurgia do pé, no caso do tratamento cirúrgico ser necessário, pois muitas alterações podem estar associadas - joanetes, valgismos do pé ou do calcâneo, entre outros.
Evite os tratamentos caseiros por muito tempo, mesmo em calos mais simples. Pode ser que você esteja piorando uma situação clínica que seria facilmente resolvida com um tratamento no começo do problema.
Posted by Rogerio Silva

Hérnias de disco também afetam o pescoço

Hérnias de disco também afetam o pescoço
Doenças da coluna são muito frequentes, e ainda bem que a maior parte delas é de causa muscular e pode ser tratada com medicamentos. Apesar disso, algumas lesões ainda são muito temidas, por parte dos pacientes, como as hérnias de disco, bem frequentes na região lombar.
Já falamos sobre isso num post do mês de julho, onde você pode ver claramente o que ocorre com o disco vertebral. Naquele post a idéia principal foi falar sobre as hérnias da região lombar, que são bem frequentes nos trabalhadores braçais e nas donas de casa. Hoje falaremos um pouco sobre as hérnias cervicais.
As hérnias de disco da coluna cervical são lesões que podem se iniciar como uma simples dor de pescoço, que com o tempo vai se irradiando para um dos braços (ou para os dois, mais raramente).
Imagem de ressonância magnética da coluna cervical mostrando hérnia discal na região de C6C7, com discreta impressão da medula óssea - essa paciente iniciou tratamento analgésico e fisioterapia, melhorando muito da dor.
Elas ocorrem pelo desgaste do disco vertebral, que passar por um processo de degeneração, depois de abaulamento e por última de herniação, que é o extravasamento do conteúdo interno do disco vertebral.
Nessa altura da coluna as hérnias podem comprimir a região da medula espinal, ao contrário das hérnias lombares, que comprimem raízes nervosas, principalmente as do ciático. Na coluna lombar a medula não está mais presente no canal medular, somente essas raizes nervosas, e é por isso que a sintomatologia pode ser diferente.
Quando a hérnia cervical comprime as raízes nervosas que vão para o braço os principais sintomas são:
- dor (no pescoço, que pode se irradiar para as costas e para o ombro)
- diminuição da sensibilidade no membro superior
- sensação de formigamento nos dedos
- sensação de peso no braço (que geralmente representa um quadro de compressão nervosa associado a fraqueza da musculatura)
O tratamento inicial deve ser sempre clínico, por meio do uso de analgésicos e antinflamatórios, que melhoram a dor e a condição inflamatória da lesão. A fisioterapia é muito importante para a analgesia auxiliar, e também para trabalhar toda a musculatura paravertebral e de equilíbrio da cintura escapular (região do ombro), muito importante também para toda estrutura de sustentação do pescoço.
O tratamento cirúrgico deve ser reservado para os casos que não foram resolvidos de forma clínica, ou quando a compressão é aguda por causa de uma herniação abrupta após um trauma grave (acidente de carro, por exemplo). Fraturas instáveis também devem ser tratadas com cirurgias, e hoje as técnicas melhoraram muito, por causa dos avanços nos materiais de fixação da coluna.
O importante é sempre a prevenção. Acostume-se a realizar exercícios de fortalecimento em casa mesmo, quando começar a sentir dores no pescoço. Esses exercícios podem ser muito úteis para prevenir lesões graves no futuro.
Posted by Rogerio Silva

Porque algumas dores continuam no corpo por muito tempo?

Porque algumas dores continuam no corpo por muito tempo?
Esse é um dos grandes dilemas da medicina hoje: entender porque em alguns pacientes as dores se instalam e nunca mais saem, causando transtornos intensos para quem as tem.
A dor é dividida basicamente em duas patologias distintas: dor aguda e dor crônica. E mais do que o tempo, a característica delas é que faz com que possamos falar hoje que uma é simplesmente um sintoma (a dor aguda) e outra é uma doença complexa, que merece ser vista com cuidado e muita atenção pelos médicos e pelos pacientes (a dor crônica).
O sistema nervoso central - aqui visto em uma figura de uma terminação nervosa - pode ser doente em muitos pacientes que sentem dor crônica, e isso pode começar com uma simples torção de tornozelo. Acredita-se hoje em dia que esses pacientes possam ter alguma predisposição genética para dor crônica, que hoje é considerada uma doença que desequilibra todo o sistema nervoso central.
A dor aguda é simplesmente um sintoma, uma alarme que avisa que algo está acontecendo com o corpo - isso acontece quando tropeçamos e torcemos o tornozelo, por exemplo. O pé incha, doi, fica difícil andar, e alguns tratamentos simples melhoram a dor (gelo, analgésicos, antinflamatórios, entre outros). As vezes precisamos imobilizar a articulação e ficar alguns dias fazendo fisioterapia, mas normalmente isso se resolve na maior parte das vezes em até 1 mês (ou no máximo mais algumas semanas, se a lesão foi leve).
Já na dor crônica o que ocorre é que o alarme toca, frequentemente, mas não necessariamente tem uma lesão aparente causando o disparo para causar a dor. Aquela simples torção de tornozelo pode ser o início de tudo, mas nem sempre o é, e mesmo quando não temos mais a causa física o paciente continua se sentindo muito debilitado.
No caso da dor crônica muitos outros mecanismos estão envolvidos, entre eles o mecanismo de dor neuropática, que é diferente da dor nociceptiva que sentimos no caso da torção de tornozelo, quando o local fica inflamado. A dor neuropática causa transtornos importantes no sistema nervoso central, e faz com que a medula espinal e o córtex cerebral tenham mensagens equivocadas de estímulos, fazendo com que a sensação de dor seja diferentes. Isso pode causar alodinia (dor forte após estímulos inofensivos, como um carinho ou um toque leve por exemplo) e hiperagesia (sensibilidade aumentada a estímulos dolorosos, onde uma torção de tornozelo por exemplo pode virar uma dor parecida com a de uma cirurgia sem anestesia).
Os pacientes com dores crônicas devem ser vistos com muito cuidado e atenção, e os médicos devem entender que as suas dores são de fato aquelas mesmas. Em muitas ocasiões participamos de discussões médicas onde se relaciona esse tipo de quadro a um estado anormal psicológico do paciente. Em muitas vezes isso participa do quadro, sim, mas não é exclusivamente a causa.
Posted by Rogerio Silva

Membranas que podem cicatrizar lesõe

Membranas que podem cicatrizar lesões: bem interessante
Uma das novidades que ví no último congresso americano de ortopedia, na semana passada em São Francisco, foi um material biológico processado de membranas amnióticas. Essa membrana nada mais é do que aquela mesma que recobre o feto, na gestação. A idéia de se processar essa estrutura já nasceu há algum tempo, mas agora o que se sabe é que ela apresenta uma grande carga de fatores de crescimento tecidual, e que pode ser usada para recuperar tendões e músculo. Até onde a ciência vai, não é mesmo?
O produto tem a intenção de reduzir a inflamação tecidual e promover uma melhor cicatrização tecidual pela liberação dos fatores de crescimento, e é por isso que vários estudos estão sendo feitos em modelos de lesões ortopédicas crônicas, como a tendinite do cotovelo. A grande vantagem é que esse produto, apesar de ser biológico, não é imunogênico, ou seja, não produz rejeição ao ser injetado.
Esses grânulos foram processados a partir de células da membrana amniótica, e quando misturados com soro fisiológico podem ser infetados em tendinites e lesões musculares, por exemplo, para acelerar o processo de reparo, sem a necessidade de se realizar uma cirurgia para corrigir o defeito (no caso das tendinopatias com rupturas crônicas, por exemplo). Vamos ver se um dia poderemos usar isso no nosso país.
Ainda não sabemos quando poderemos utilizar esse produto no Brasil, mesmo porque nosso país é um dos poucos no mundo onde os aloenxertos (nome genérico dado a qualquer produto processado de doadores mortos) são muito restringidos para uso clínico.
Acho que é uma boa hora para a ANVISA acordar para esses compostos, já que o mundo todo está usando isso com resultados muito interessantes. Sabemos que as restrições são importantes, mas o que devemos lembrar é do grande benefício que a biologia molecular a a medicina regenerativa vêm trazendo aos doentes.
Tomara que em breve alguém entenda isso, facilitando a comercialização desses produtos, que pelo seu benefício não são tão caros assim.

Posted by Rogerio Silva
Labels: fatores de crescimento tendinte biologia celular tratamento cotovelo

Core Training

Core Training
Essa é uma palavra difícil de traduzir - core training. Mas é um dos métodos mais importantes que existem hoje quando pensamos em prevenção de lesões esportivas, e tudo nasce de um fundamento muito simples: nosso tronco (que é o que podemos traduzir de "core") deve sempre estar muito forte para suportar o esforço e a demanda esportiva.
O nosso tronco abriga todo arcabouço da coluna, e nem precisamos dizer o quanto as dores de coluna são importantes de serem tratadas, principalmente por serem estas frequentes em uma grande parcela da população mundial.
Estudos demonstram que nos Estados Unidos a lombalgia é responsável por um prejuízo de US$ 23 bilhões anuais, entre custos diretos e indiretos ocasionados pelo afastamento do trabalho de funcionários acometidos por este tipo de queixa.

As causa dessas dores podem ser desde hérnias discais, fraturas, artroses, até espasmos musculares, dentre outras diversas. Para um bom diagnóstico o paciente deve sempre se consultar com um ortopedista, que através do exame clínico e de exames de imagem, poderá direcionar o tratamento mais adequado ao paciente. Contudo, uma situação é fato: as dores na coluna, independente de sua origem, geram inibição dos músculos estabilizadores do tronco, fazendo com estes passem a agir de forma mais lenta e, por vezes, ineficaz. Quanto mais inibida esta musculatura mais instável fica o tronco e mais dores o paciente pode sentir, gerando-se assim um círculo vicioso.
Existem vários músculos que desempenham a função de estabilização do tronco, e dentre eles destacamos:
1. Transverso Abdominal: situado anteriormente à coluna lombar, é o músculo mais profundo do abdômen, originando-se nas costelas inferiores e inserindo-se na face superior do púbis e na crista ilíaca. O transverso abdominal é acionado toda vez que encolhemos a barriga e levamos a cicatriz umbilical em direção à coluna. Inicialmente é difícil realizar uma contração seletiva do transverso, pois a tendência é de contrair todos os músculos do abdômen de forma desordenada ao encolher a barriga, mas com treinamento adequado podemos dominar esta técnica de estímulo muscular seletivo.
Figura 1 - Musculatura Abdominal
Figura 1 - (Crédito: MEDICAL IMAGES, UNIVERSAL IMAGES GROUP/SCIENCE PHOTO LIBRARY)
2. Multífidus: inseridos diretamente nas vértebras da coluna espinhal. Dinamicamente estendem o tronco e unilateralmente geram estabilidade segmentar da coluna vertebral.
Figura 2 - Músculo multifidus
Figura 2 (Crédito: www.mskreport.com)



Esses músculos possuem grande importância na estabilização do tronco durante as atividades de vida diária e também durante a atividade física.
Num estudo clássico, um grupo de pesquisadores Australianos demonstrou que durante um movimento repentino de elevação do braço, o primeiro músculo a contrair, antes mesmo dos músculos do próprio braço, foi o Transverso Abdominal. Situação similar foi encontrada durante uma pesquisa para movimentos dos membros inferiores, onde tantos o transverso do abdômen quanto os multífidus agem antes dos músculos da perna. Assim podemos perceber que, antes mesmo de elevarmos algum braço ou perna, precisamos estabilizar o tronco. Imaginem então ao realizar uma atividade esportiva como a corrida ou o futebol: a cada chute ou a cada passada da corrida o transverso abdominal tem de se antecipar estabilizando o tronco. Se levarmos em conta que durante uma corrida de 10 Km o esportista pode chegar a realizar entre 8 mil passadas, temos uma real noção de quantas contrações antecipadas essa musculatura estabilizadora precisa realizar.
Como já fora dito nesta matéria, as dores na coluna influenciam diretamente a ação dos músculos estabilizadores e assim sendo, os mesmos sempre devem ser abordados durante o tratamento fisioterápico. Para isso existem diversas técnicas que podem auxiliar na reativação dessa musculatura: RPG, Pilates, Core Training, Estabilização do Tronco.
Essas técnicas possuem teorias e ações diferentes, mas em todas encontramos situações que estimulam a contração dos estabilizadores do tronco associada à realização de posturas e exercícios próprios de cada técnica.
O CORE Training envolve a contração simultânea de diversos músculos que visam o treinamento da estabilização estática e dinâmica de tronco e pelve. Conforme o paciente evolui no treinamento podemos aumentar o tempo de estabilização, o número de repetições e por fim aumentar o grau de dificuldade do treino utilizando de situações que gerem instabilidade durante o exercício, como bolas ou discos instáveis.
Abaixo seguem alguns exercícios de CORE Training que são muito utilizados durante o tratamento de dores na coluna, contudo vale lembrar que são apenas exemplos de exercícios e que o nível de dificuldade, o tempo de execução, o repouso e os cuidados em relação à execução adequada (evitando compensações) devem ser sempre prescritos e acompanhados por um fisioterapeuta habilitado.
Figura 3 (Ponte Dorsal com apoio unipodal)
Figura 4 (Ponte ventral com apoio dos braços na bola)
Figura 5 (Ponte lateral com apoio do membro inferior no disco instável)
Figura 6 (Sentado na bola com apoio unipodal)
É valido lembrar que na presença de dor aguda (diferente da dor muscular própria do exercício) durante a execução destes exercícios, o paciente deve interromper a atividade. Isto devido ao fato, já discutido anteriormente, de que a presença de dor inibe a ação desta musculatura e assim sendo, ao invés de treinar adequadamente o paciente poderá estar inibindo ainda mais a ação desta musculatura.
Os exercícios de estabilização do tronco são uma poderosa ferramenta no tratamento de dores da coluna e, quando bem indicados e orientados, podem auxiliar a melhora do paciente, evitando dores crônicas e melhorando as condições funcionais para as atividades de vida diária e esportivas.

Para maiores informações entre em contato com:
Marcelo Bannwart Santos
Fisioterapeuta
Mobilità Fisioterapia
Rua Barra do Peixe, n.16, Vila Nova Conceição, São Paulo-SP.
Fone: 11 3845-6521
Rua Dr Geraldo Campos Moreira, n.164, Cj. 34, Itaim Bibi, São Paulo-SP.
Fone: 11 5549-5581
e-mail: marbannwart@yahoo.com.br

Referências Bibliográficas:
1. * Hodges PW, Richardson CA. Contraction of the Abdominal Muscles Associated With Movement of the Lower Limb. Physical Therapy. Volume 77. Number 2 . February 1997
2. * Hodges PW, Richardson CA. Feedforward contraction of transversus abdominais is not influenced by the direction of arm movement. Exp Brain Res 114:362–370. 1997
3. * Ferreira PH et al. Changes in Recruitment of the Abdominal Muscles in People With Low Back Pain. SPINE Volume 29, Number 22, pp 2560–2566, 2004.
4. * Ekstrom et al. Electromyographic Analysis of Core Trunk, Hip, and Thigh Muscles During 9 Rehabilitation Exercises. JOSPT Volume 37 Number 12. 2007
5. * Teyhen et al. The Use of Ultrasound Imaging of the Abdominal Drawing-in Maneuver in Subjects With Low Back Pain. J Orthop Sports Phys Ther, Vol 35, N. 6, 2005.

Maratona e Corrida

Maratona e Corrida
Correr é uma atividade física saudável, mas devemos lembrar de alguns pontos importantes se a nossa meta é um dia fazer uma maratona.
Todo mundo sabe que não é nada fácil correr 42.195 metros. Muita gente sabe, também, que quem quer fazer uma prova de corrida como esta deve estar muito bem preparado fisicamente (e bem treinado, é claro). O que nem todo mundo sabe é o que se deve fazer para ter mais saúde sendo maratonista, e hoje em dia a medicina esportiva está pronta para responder a boa parte das suas dúvidas. Lembre-se sempre de que é melhor prevenir do que remediar, e que mesmo corredores experientes podem sofrer com lesões quando não se programam de fora específica para uma prova. Estatísticas recentes mostram que o evento fatal (morte) em maratona chega a ser de 1 morte para cada 50.000 corredores que terminam uma maratona. Veja algumas dicas de saúde que relacionamos a seguir.

O começo de tudo: O que devo fazer para me tornar um corredor?
O primeiro passo, é claro, é saber se você tem condições clínicas para isto. O mais recomendado, antes de se iniciar qualquer esporte, é fazer um exame médico, consultando-se com um clínico geral, com um médico do esporte, ou com um cardiologista. Estes profissionais vão fazer um exame clínico adequado, observando fatos importantes com doenças cardíacas, alterações da pressão arterial e dos exames de sangue, entre outros aspectos. Logo em seguida, através de um teste que se chama ergoespirométrico, você vai ter uma idéia de como pode treinar de forma mais adequada, e provavelmente o seu técnico vai conversar com você sobre isto. Afinal, como saber o que um VO2 máximo de 65 significa para você? Para você não ficar curioso, se o seu resultado é este pode ficar bem feliz pois você tem uma grande chance de terminar uma maratona com um bom tempo.
O próximo passo, depois de saber que todos os seus testes clínicos e laboratoriais estão adequados, é pensar no esporte em si, e daqui em diante um médico especializado em esportes pode ser um bom conselheiro para que você não tenha lesões.

Um item fundamental: Como escolher o melhor tênis para mim?
O primeiro passo é a escolha de um tênis de corrida adequado. Existem muitos modelos no mercado, e você deve procurar um adequado ao seu tipo de pisada. Isso é muito importante, pois se você na hora da corrida pisa para dentro ou para fora o seu tênis deve fazer com que isto não gere sobrecargas aos seus músculos, tendões e ossos.
Existem 3 tipos de pés, e 3 tipos de pisadas. Os pés podem ser planos, neutros ou cavos (veja nas figuras abaixo). Isto é o que determinamos estaticamente (vendo o pé parado, em um aparelho chamado podoscópio). Dinamicamente (durante a corrida) os pés podem ter um movimento de pisada pronada, neutra ou supinada (veja os vídeos a seguir).
Esta é uma regra muito prática que você pode seguir, quando quer saber o tênis adequado para você:
1 – Pés planos geralmente são mais móveis, apresentam uma pisada pronada na corrida (que pode ser leve, moderada ou grave) e portanto precisam de estabilidade
2 – Pés cavos geralmente são mais rígidos, apresentam uma pisada supinada na corrida (leve, moderada ou grave) e portanto necessitam de um tênis com um efetivo sistema de absorção de impacto
E os pés neutros? Estes podem se comportar na hora da corrida como neutros, levemente pronados ou supinados, e neste caso os sistemas de amortecimentos do tênis devem ser integrados e proporcionar uma adequada distribuição em termos de sistemas para estabilidade.
A tecnologia dos calçados melhorou muito a absorção de impacto, o que vem ajudando a prevenir lesões

Após a escolha do seu tênis, você deve escolher também um adequado conjunto de roupas e meias.
Dúvidas pelo caminho: Quantos tênis eu preciso ter, e de quanto em quanto tempo devemos trocar o tênis de corrida?
Você pode utilizar dois ou três tênis diferentes, mas ultimamente algumas marcas de tênis têm se mostrado altamente eficiente em termos de garantir a absorção de impacto mesmo quando você tem somente um calçado esportivo. Com saber disso? Procure saber duas características do seu tênis de corrida: do que é composta a borracha durante a sua fabricação e qual o coeficiente de restituição do material. Um material elástico que tem um alto coeficiente de restituição faz com que a sua resistência seja mais adequada a corrida, pois ele tende a voltar ao seu estado natural mais rápido, não precisando do famoso descanso, tão recomendado por alguns treinadores para os seus atletas amadores.
Outra dica: procure saber aproximadamente há quantos quilômetros você está usando o seu tênis. Isto mesmo, este é o dado mais fiel. Fazer a contagem em meses de uso pode fazer com que você esteja usando um tênis já muito gasto, ou que esteja trocando ele antes do tempo (e perdendo dinheiro, é claro). Um bom tênis de corrida deve suportar ao redor de 500 a 800 quilômetros, sem aumentar a incidência de lesões, dependendo do material de fabricação do tênis e das características elásticas destes materiais no tocante à absorção de impacto.

O que pode prejudicar muito: Quais são as lesões mais freqüentes que podemos sofrer em decorrência da corrida?
Desconforto abdominal: muito comum em algumas provas de corrida de longa distância. Você pode até no meio da prova ficar com vontade de ir ao banheiro, e mesmo maratonistas profissionais já sofreram com isto, precisando dar uma paradinha no meio da prova para “ir ao banheiro”. A melhor forma de prevenir isto é alimentar-se de forma adequada e estar bem treinado para a prova que irá fazer.
Bolhas nos pés: são freqüentes e podem ser prevenidas com uso de tênis e meias adequadas para a corrida
Fratura por estresse: mais comuns na tíbia (osso da perna) e nos metatarsos e calcâneos (ossos do pé). São prevenidas com treinamento adequado, com equipe especializada em corrida e nutrição balanceada. Outra forma efetiva de prevenção é a análise da pisada e a prescrição do tênis mais adequado para a sua corrida. Uma forma mais branda de sobrecarga óssea é a chamada canelite (dor na frente das pernas), que pode ser o primeiro sinal de alarme para a ocorrência de uma fratura por estresse.
Tendinites do joelho: são dores localizadas na parte da frente do joelho, logo embaixo da patela (tendinite patelar) ou no lado externo (chamada atrito da banda iliotibial, por ser este o nome desta forma de tendão na face lateral do joelho). Também são prevenidas com uma boa técnica de corrida e um bom alongamento muscular da perna.
Tendinite de Aquiles: dor na parte de trás do pé, próximo ao calcâneo. Deve ser prevenida com um alongamento adequado dos músculos da panturrilha. É muito importante que o tênis (de treino e de corrida) tenha um adequado sistema integrado de absorção de impacto, para que além da eficiência da passada o tendão não se sobrecarregue durante os treinos e durante a prova.
Desidratação: esta é a lesão mais grave que um maratonista pode ter durante a prova. O seu corpo produz muito calor durante a prova, e você deve estar bem hidratado para evitar o aumento da temperatura central, que nos seus graus mais graves podem levar a câimbras, parada cardíaca e morte. A prevenção é o único caminho para não se ter isto, e mais uma vez aqui vale a lição de uma boa hidratação e um bom treinamento prévio.

Acho que estou pronto para uma maratona: Mas afinal, o que fazer para estar bem preparado para uma maratona?

Antes da prova:
* Após pegar o seu kit para a prova, nos dias que antecedem a maratona, procure relaxar e repensar o que foi feito para a sua preparação. Alimente-se normalmente e não invente nada de diferente: fuja por exemplo de restaurantes exóticos e comidas sem cozimento ou altamente condimentadas. Você pode se arrepender depois.
* Procure dormir pelo menos 8 horas e acordar cerca de 2 horas antes da prova, para fazer um café da manhã adequado, rico em carboidratos (pão e cereais caem bem), com pouca gordura.
* Durante o café da manhã, aproveite bem os nutrientes dos sucos naturais não ácidos (maça por exemplo) e frutas (banana, por exemplo). Você pode também usar as barras de cereais, que vão ajudar o seu corpo a ter uma quantidade adequada de carboidratos.
No dia da prova:
*Após o seu café da manhã, vá para o local da prova. Não se esqueça do protetor solar (fator de proteção 30 pelo menos), e lembre-se de usar roupas adequadas (de corrida), leves, de preferência com algum sistema de ventilação e sudorese adequado (muitas marcas do mercado te oferecem isso). Não se esqueça também de que as rachaduras de pele podem ocorrer em locais de atrito, como axilas e virilhas. Você pode se prevenir disto usando pomadas específicas, como as de vaselina.
* Alongue-se de forma adequada (pernas e um pouco dos braços), e faça um trote leve para aquecimento. Afinal, tudo que você não quer agora é gastar energia.Aproveite este aquecimento para verificar as condições do clima (se está mais quente ou mais frio do que você está acostumado a correr).
* Para garantir que você está bem hidratado, beba cerca de 500 ml de água em até 1 hora antes do início programado para a maratona. Você pode usar isotônicos, caso queira, mas evite beber ou digerir algo que não é do seu costume (não é raro alguns tipos de gel que contém carboidratos causar mal estar durante a prova, em pessoas que estão usando isto pela primeira vez). Lembre-se: se quiser testar alguns destes produtos, faça isso durante os seus meses de treino antes da prova.

Durante a prova:
* Procure estar sempre hidratado. As competições têm postos específicos em locais estratégicos para fornecer água aos corredores. Caso comece a sentir câimbras, por exemplo, é um sinal de que você já está num grau elevado de desidratação, e pode significar o começo do fim da sua prova. Mas a dica mais importante e a mais simples de todas: aprenda a ouvir o que o seu corpo diz. Todos os corredores amadores sabem que somente se completa uma maratona quando se está muito bem treinado, e quando se tem uma grande força de vontade. Mas o nosso corpo sempre mostra sinais que fazem a gente sentir que uma sobrecarga maior pode causar problemas sérios. Aprenda a conhecer os seus limites, e vá em frente. Como estamos falando de beber líquidos, aprenda que seu estômago dirá a você o que está sendo ingerido a mais ou a menos.
* Dica importante: Se você está programando para correr uma maratona em 4 horas ou acima disto, evite beber muita água. Você pode proporcionar um quadro grave, que se chama hiponatremia (diminuição de sódio no sangue). Os atletas com isso podem sentir tonturas, desmaiar, terem crises convulsivas e em casos mais graves até mesmo morrer. Beba quando começar a ficar com sede e pare de beber quando sentir seu estômago desconfortável. Esta recomendação foi estabelecida pela Associação Internacional de Diretores Médicos de Maratona (International Marathon Medical Directors Association) , no ano 2001, e recomendamos isto de rotina em toda prova.
Ingira carboidrato em forma de gel: os compostos de gel de carboidrato (que têm sempre algum outro suplemento junto) são a melhor forma de se manter na corrida, pois são compactos – geralmente o que se pode tolerar gira em torno de 50 a 60 mg de carboidrato por hora, e você pode fazer isto usando 4 sachês durante a prova, nos quilômetros 15, 22, 30 e 36. Isto não é uma regra, mas ajuda muito a manter a sua energia.


Logo após a prova:
A melhor recomendação para quando a prova termina (fora você olhar o tempo e comemorar sozinho esta grande conquista pessoal) é ficar em pé, andando, ao redor de algum espaço após a linha de chegada. Isto evita que você fique muito dolorido, e propicia um adequado resfriamento. Após isto faça um alongamento leve, que fará com que você se sinta melhor da parte muscular. Beba líquidos e bebidas esportivas que contenha carboidratos para recuperar o que perdeu nas últimas horas.


Na primeira semana depois da prova:
Procure fazer sempre, diariamente depois de uma maratona, alongamentos e corridas leves. Isto ajudará muito o processo de recuperação da prova. Procure durante a semana começar muito leve no primeiro dia, aumentando gradativamente o ritmo, até o final do 7º dia, deixando um ou dois dias de intervalo da corrida onde você somente fará alongamentos. E lembre-se: ouça o que o seu corpo está dizendo, pode ser que até mesmo um treino leve seja ruim para você. Converse com seu técnico e pense em opções de treinamento para as próximas semanas, e programe-se da melhore maneira possível. E se tiver alguma dor que continue por mais de 2 semanas depois da prova, procure um médico especialista em ortopedia e medicina esportiva. Você pode prevenir muitas outras lesões se tratar bem a primeira.

Artigo escrito por: Dr. Rogerio Teixeira da Silva
Doutor em Ortopedia e Traumatologia Esportiva pela UNIFESP e Médico especialista em Medicina Esportiva
Coordenador do NEO – Núcleo de Estudos em Esportes e Ortopedia
Email: rogerio@neo.org.br
Site: www.neo.org.br

Referências para leitura:
§ 1. Hyponatremia among Runners in the Boston Marathon , de Christopher S.D. Almond, M.D., M.P.H., Andrew Y. Shin, M.D., Elizabeth B. Fortescue, M.D., Rebekah C. Mannix, M.D., David Wypij, Ph.D., Bryce A. Binstadt, M.D., Ph.D., Christine N. Duncan, M.D., David P. Olson, M.D., Ph.D., Ann E. Salerno, M.D., Jane W. Newburger, M.D., M.P.H., and David S. Greenes, M.D. Publicado no New England Journal of Medicine, em 2005 – referência para profissionais da área médica: NEJM 14;352(15):1550-6,2005.
§ 2. http://www.aims-association.org/immda.htm - link para a IMMDA (International Marathon Medical Directors Association), com recomendações sobre hidratação para corredores de longa distância.

Dor na Coluna

Dor na Coluna
Esse é um tema sempre intrigante. Muita gente sofre de dores na coluna, e não é exagero dizer que essa é uma das causas mais frequentes que leva o paciente ao ortopedista. Num estudo recente realizado nos Estados Unidos a dor lombar foi considerada a 1a causa de atendimento em pronto-atendimentos ortopédicos, e é isso que presenciamos no dia a dia. Só para vocês terem uma idéia, em nosso serviço de pronto socorro no Hospital São Luiz, somente as quintas feiras num período de 24 horas são atendidos de rotina mais de 50 pacientes com dor nas costas.

As causas das dores na coluna são várias, mas uma é até mesmo histórica e lembra um pouco a evolução das espécies: quando viramos bípedes deixamos de ter o privilégio de não sentir dor nas costas. O fato de nos apoiarmos somente em 2 pernas é muito prejudicial a coluna, e é por isso que cavalos e cães não se queixam de tantas dores assim (aliás, ficaria difícil saber disso já que eles não falam). Abaixo você pode encontrar alguns fatores importantes que geralmente contribuem para a dor na coluna:
- Sedentarismo
- Encurtamentos musculares nas pernas
- Fraqueza muscular na região do abdómem e tórax
- Pessoas que trabalham por muito tempo em posição sentada
- Estresse
- Depressão
- Qualidade de sono ruim

O que devo fazer se tenho dores frequentes na coluna?
Em primeiro lugar você deve procurar um médico, e de preferência isso não deve demorar muito. Qualquer dor que dura mais de 3 meses pode levar a um quadro de dor crônica, e após este período o tratamento para resolução completa dos sintomas é mais complicado, mesmo se você fizer alguma cirurgia. As dores na coluna mais frequentes são as dores musculares, sem irradiação para as pernas, ao que chamamos de lombalgia (quando são localizadas na região lombar) ou cervicalgia (quando localizadas no pescoço). Os tratamentos iniciais são a base de medicamentos (analgésicos simples, no começo, passando por antinflamatórios e opióides, que são medicamentos mais fortes para combater a dor), e podemos sempre associar a fisioterapia para ajudar. O trabalho concomitante com Pilates, RPG e hidroginástica também pode ser muito importante, mas o seu médico dirá isso a você após um exame clínico detalhado.

Sempre preciso fazer exames (radigrafia, tomografia, ressonância) para saber o que tenho?
Nem sempre. As diretrizes clínicas internacionais dizem que no primeiro episódio de dor na coluna nem mesmo um RX é necessário, pois isso pode ser somente um problema postural ou uma sobrecarga localizada da musculatura, que melhora com o repouso e analgésicos simples (paracetamol ou ibuprofeno, por exemplo). Se você está com as dores há algum tempo, se já usou medicamentos por conta própria e não resolveu, ou se você tem uma dor com irradiação para a perna ou braço, aí já estamos falando de outro problema, que pode ser a compressão de um nervo da coluna. Nestes casos pode ser necessária uma tomografia ou até mesmo um exame de ressonância magnética para elucidar o diagnóstico. Um detalhe que deve ser lembrado: pacientes que apresentam ou que já tiveram algum tipo de câncer devem sempre ser submetidos a exames de imagem, pois a coluna é uma sede frequente de metástases quando os tumores são malignos.

O exame de ressonância magnética traz dados muito precisos sobre as patologias da coluna, e são muito importantes na hora de indicar um tratamento mais específico


O que é uma hérnia de disco?
Nada mais é do que o extravasamento do conteúdo interno do disco vertebral (esse conteúdo é chamado de núcleo pulposo). As fibras mais externas do disco vertebral (região chamada de anel ou ânulo fibroso) com o tempo podem se desgastar, e alterações estruturais da coluna podem fazer com que isso fique sobrecarregado e não segure mais a parte interna. Com o extravasamento do disco, isso pode causar compressão de raizes nervosas, sendo a mais frequente delas a compressão das raizes do nervo ciático (na região lombar).

Ilustração mostrando como acontece a compressão de uma raiz nervosa na hérnia de disco lombar

Se um dia eu tiver uma hérnia na coluna vou ter que operar?
Inicialmente não. O tratamento de hérnias de disco (mesmo que extrusas) são inicialmente conservadores. A cirurgia é necessária num primeiro momento somente quando o paciente tem sintomas de compressão nervosa aguda, em consequencia de um trauma como um acidente automobilístico e não consegue mexer as pernas. Lesões crônicas, que estão há muito tempo acontecendo, podem ser sempre tratadas de forma não cirúrgica no início. O tratamento visa a melhora da dor e dos sintomas de compressão nervosa, e isso é feito com analgésicos simples, corticóides, antinflamatórios e opióides. Relaxantes musculares e alguns antidepressivos também podem ser usados, mas depende do caso.

Quando o paciente geralmente vai para a cirurgia?
Principalmente nos casos de compressões de raiz nervosa com muito sintoma (dor e/ou fraqueza muscular) e quando o canal medular (onde as raizes e a medula se situam) é muito estreito, pois nestes casos os medicamentos melhoram pouco os sintomas. Quando o tratamento não cirúrgico traz poucos resultados e a qualidade de vida é muito ruim também costumam-se indicar cirurgias para corrigir este problema


Quais são as cirurgias mais realizadas?
São vários os procedimentos que podem ser realizados quando uma cirurgia de coluna é necessária:


a) Vertebroplastia Percutânea: Consiste na injeção de cimento ósseo diretamente no corpo das vértebras com lesões provocadas por osteoporose ou tumores. Pode ser realizada como procedimento ambulatorial, com anestesia local, até mesmo em pacientes idosos e com patologias clínicas significativas. A vertebroplastia é uma técnica segura, que traz bons resultados no alívio das dores e na recuperação dos pacientes com lesões de coluna relacionadas à osteoporose avançada, onde a vértebra já afundou.
b) Nucleoplastia por coblação: é uma nova tecnologia que utiliza de forma conjunta a dissociação molecular a frio e a coagulação por radiofrequência bipolar. Essa tecnologia possibilitou a criação de uma técnica de tratamento da hérnia de disco chamada nucleoplastia, onde a descompressão da raiz nervosa é feita por uma agulha introduzida no disco. A cirurgia consiste na colocação de uma agulha no disco doente, por onde é introduzida a ponteira do instrumental, que realiza eliminacão e remodelagem do núcleo. É uma técnica percutânea, feita em caráter ambulatorial, com anestesia local, e tem demonstrado resultados muito bons em casos específicos de hérnia discal, sendo também possível sua aplicação em casos selecionados de dor lombar por degeneração (desgaste) do disco.
c) Terapia eletrotérmica intra-discal: O I.D.E.T. (Intra Discal Electrothermal Theraphy) é uma técnica de tratamento da dor provocada pelas lesões da camada externa do disco, em certos casos de discopatias dolorosas. Através de uma agulha introduzida no disco, coloca-se um catéter ligado a um gerador externo de calor. Durante o procedimento o catéter eleva as temperaturas em áreas específicas do disco, provocando a coagulação e a destruição de fibras dolorosas de algumas zonas lesionadas. É uma técnica percutânea, feita em caráter ambulatorial, com anestesia local, e tem demonstrado resultados satisfatórios em casos selecionados de dor lombar.


d) Bloqueio intratecal: é um tipo de anestesia onde se infiltra também na coluna corticóide, diretamente no canal medular. É feito geralmente em centro cirúrgico, mas o paciente fica internado somente um dia, na maior parte dos casos. É indicada quando o tratamento fisioterápico não vem evoluindo bem, em pacientes com sintomas de compressão neurológica.


e) Discectomia: é a retirada do disco, cirúrgica, associada geralmente a outro procedimento chamado laminectomia (esse procedimento consiste na retirada da lâmina, uma parte da vértebra que pode comprimir raizes nervosas). Hoje em dia esses procedimentos, de forma isolada, não são muito realizados, pois você instabiliza a coluna e o paciente pode voltar a sentir novamente a dor no futuro, após a cirurgia.


f) Artrodese de coluna: cirurgia muito usada nos dias de hoje nos casos crônicos de dor onde existe artrose e hérnias extrusas. Além de fazer a discectomia, com a retirada da parte extrusa do disco e até mesmo de quase toda o seu conteúdo, o cirurgião bloqueia o movimento da coluna com parafusos específicos para isso, ligados ou não a hastes metálicas.


Cada cirurgia tem a sua indicação específica. Este artigo tem por finalidade a orientação das possibilidades terapêuticas para este problema, e não deve substituir uma boa consulta e uma avaliação médica adequada, que deverá ser realizada por especialistas da área.

Mulheres grávidas podem praticar exercícios físicos?

Mulheres grávidas podem praticar exercícios físicos?
Essa pergunta é muito frequente quando falamos em esporte e gestação. Muitas mulheres pensam que o fato de estar carregando um novo ser na barriga deve ser sinônimo de sedentarismo, sabiam? E ainda têm a desculpa na ponta da língua: "Não posso pegar peso nem me esforçar muito, pois estou grávida", elas se apressam em dizer nas rodas de amigas. Mas não é bem assim que a coisa funciona - aliás, a atividade física adequada até ajuda a mulher gestante e o seu filho.
Yoga na gestação ajuda a equilibrar o corpo e a mente da futura mãe. Os bebês agradecem, também
Durante a gravidez, algumas alterações ocorrem no corpo da mulher, principalmente com relação a circulação sanguínea. Além disso, as mulheres são mais propensas a reter líquido, e é por isso que pode inchar as mãos, os pés e as pernas. Mas isso não quer dizer que de uma hora para outra a gestante deve se afastar de atividades físicas. Deve somente escolher a que menos vai atrapalhar a saúde sua e do feto.
Com relação a parte osteoarticular, o que muda na mulher é que as articulações costumam ficar mais frouxas, por assim dizer, e isso pode fazer com que ela esteja mais susceptível a torções, principalmente no tornozelo. Por isso recomendamos evitar esportes de alto impacto, como tênis, corrida e futebol.
Caminhadas leves e atividades na piscina são as mais recomendadas para as gestantes, principalmente entre o segundo e terceiro trimestre de gestação, pois a mulher já não tem mais os enjôos que atrapalham no começo e nem o peso excessivo do corpo do último trimestre.
A dor lombar também é frequente na gestante, pela mudança do centro de gravidade do corpo. Aqui as atividades dirigidas de Pilates e uma atividade aeróbica leve (hidroginástica ou caminhada, por exemplo) trazem um benefício muito importante para que se mantenha a parte muscular da coluna funcionando de forma adequada.
A gestante deve evitar esportes competitivos e esportes como o tênis, que fazem com que tenhamos de mudar bruscamente de direção (isso pode causar torções mais frequentes), principalmente nos últimos meses de gestação. Aulas de alongamento e yoga são muito saudáveis, e ajudam muito a futura mamãe a ficar mais saudável. E o bebê também, podem ter certeza.

Novas regras para a relação do médico com a indústria

Novas regras para a relação do médico com a indústria: um bom caminho
Um bom início. Pelo menos assim foi a minha avaliação a respeito das novas normas para tentar regrar a relação entre os médicos e a indústria farmacêutica. Apesar de estar longe uma solução final para o problema, pelo menos o primeiro passo foi dado.
A caneta do médico agora, se for brinde, não pode custar mais do que R$ 207,00 reais para a indústria. Um bom começo, mas que não vai resolver o problema da relação do médico com a indústria e a falta de ética de alguns. O problema é mais complexo, e deveria ser tratado com maior urgência.
Na última 3a feira, dia 14 de fevereiro, em uma reunião realizada na sede do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), integrantes do Conselho Federal de Medicina e da AMB, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Interfarma (que representa o setor farmacêutico) assinaram uma acordo inédito para disciplinar essa relação que sempre foi nebulosa em nosso país.
A novidade acontece somente por aqui, já que em outros locais do mundo (principalmente nos Estados Unidos) as regras já existem há muitos anos. O atraso de chegarem por aqui é típico do nosso país, mas antes tarde do que nunca.
Agora, para viajar sendo patrocinado pela indústria, está claro que os médicos devem fazer isso sozinhos, e não com acompanhantes, como era uma prática conhecida no passado.
Prevaleceu o bom senso, e agora os médicos vão ter que se cuidar um pouco mais para não sofrerem processos éticos. Ainda bem que isso começa agora, mas ainda não é suficiente para coibir outras práticas não éticas.
O tema é espinhoso, mas deve ser tratado com carinho pelas entidades que regem a medicina. Tudo começa pela mal remuneração do médico, pois se isso fosse decente, pode ter certeza de que ninguém ia se importar de ganhar uma ou outra viagem de determinado laboratório.
Como vocês podem ver, it's all about money (é tudo pelo dinheiro), e somente estamos chegando a esse acordo agora porque os laboratórios não andam muito bem das pernas, depois de anos seguidos de crises e quebras de patente. Será que alguém pensou nisso?

Você pode ver o que mudou acessando o link da Interfarma

luxação

Foi só uma luxação...será mesmo?
Existem termos em medicina que realmente pegam. O tema do nosso post de hoje é um deles. Com certeza vocês já devem ter ouvido isso em algum canto por aí: "acho que foi só uma luxação, não quebrou nada". Pois bem: saibam que uma luxação em grande parte das vezes é bem pior do que uma fratura, que depois de consolidada provavelmente não trará mais problemas.
RX mostrando uma luxação de cotovelo - essa é uma emergência ortopédica, e deve ser reduzida no hospital, no setor de emergência.
A definição de luxação envolve o conceito de perda total da congruência articular - ou seja, para que uma luxação ocorra, várias estruturas são lesadas, pois a articulação fica destruída em boa parte do seu suporte ligamentar. Quanto maior a articulação, pior é. As luxações de joelho, por exemplo, representa um grave risco a saúde de todo o membro inferior, pois em algumas ocasiões vem acompanhada de lesões nos nervos e nos vasos da região chamada cavo poplíteo (a região de trás do joelho).
Quem não é da área médica provavelmente confunde esse termo com a subluxação, que é a perda parcial da integridade da articulação. A subluxação pode ser explicada de uma forma simples: é quando a articulação "quase" sai do lugar (ou quando sai um pouco do lugar e depois volta). Isso é muito comum no ombro, que é uma articulação onde a parte óssea colabora menos para a integridade e função de mobilidade do local. O ombro é circundado por tecidos moles (músculos, cápsula articular, ligamentos), e em virtude de propiciar um grande arco de movimento ao membro superior fica mais susceptível a sair um pouco do lugar, principalmente em mulheres (que apresentam a cápsula do ombro mais frouxa).
Portanto, quando ouvirem de alguém que "foi só uma luxação" já sabem que não é bem assim. Talvez fosse melhor "não foi uma luxação, ainda bem".

Lesões ligamentares do punho

Lesões ligamentares do punho podem passar despercebidas
Quedas com apoio da mão são muito frequentes em alguns esportes, além de serem muito comuns em atividades físicas. Ainda mais nos dias de hoje, quando está cada vez mais em evidência os chamados esportes radicais, como skate e montain bike.
Quedas sempre são motivo de preocupação por parte das mães, pelo medo de fraturas e outras contusões mais graves, que podem fazer com que o paciente necessite de uma cirurgia. O que pouca mãe sabe, entretanto, é que mesmo aquelas quedas com dores menos intensas podem ir deteriorando o punho e a mão aos poucos.
Recentemente no nosso serviço de ortopedia do Hospital São Luiz operamos um paciente jovem, que sofreu uma queda e fraturou o escafóide, um osso importante do punho que pode de vez em quando não cicatrizar de forma adequada. Como a fratura apresentava uma angulação e um desvio importante, realizamos a cirurgia para fixação do escafóide com um parafuso de compressão, mas na mesma cirurgia foi necessário fixar uma subluxação que o paciente tinha entre dois ossos do carpo.
Imagem da cirurgia para fixação da lesão ligamentar do punho, que operamos em conjunto com Dr. Gustavo Mantovani, especialista em cirurgia da mão de nossa equipe de ortopedia. Os fios mostram os locais de colocação da âncora.

Foto do RX pós operatório mostrando o parafuso no escafóide e as duas âncoras colocadas para fazer a cirurgia de reparo dos ligamentos do punho.
Esta alteração do punho provavelmente foi em decorrência dos traumas frequentes em quedas que o paciente relatava anteriormente ao evento traumático atual - e a maior parte delas foi relatada pela prática do skate.
Devemos desconfiar que algo pode estar errado com o punho quando:
- o esporte praticado envolve quedas constantes com apoio da mão espalmada no chão (como o skate, por exemplo)
- quando as dores do punho se localizam na parte dorsal, e não melhoram com analgésicos simples
- quando ocorrem estalos frequentes seguidos da sensação de que algo sai do lugar (não é uma queixa comum dos esportistas, mas se for aliada a uma história clínica de quedas constantes com apoio da mão espalmada pode ser um indício de que devemos procurar a lesão)
Os exames de ressonância magnética diagnosticam muito bem a lesão, e o tratamento pode passar por uma cirurgia para reparo dos ligamentos lesados.
Os ossos são pequenos no punho, mas as dores podem ser um grande problema a longo prazo. Vale a pena lembrar disso.

Tendinites

Tendinites

Todo tendão pode inflamar, e todo tendão pode se desgastar, em virtude de sobrecargas agudas ou crônicas. Muitos esportistas já devem ter sentido isso na pele - ou melhor, no cotovelo, pé, tornozelo, no ombro ou no joelho.
O importante em todo caso de tendinite é FAZER UM DIAGNÓSTICO PRECISO DO QUE ESTÁ ACONTECENDO NO TENDÃO. Se for uma inflamação devemos tratar de um modo – geralmente remédios e uma ou duas semanas de fisioterapia resolvem. Se o tendão estiver degenerado (em outras palavras, desgastado, a ponto de ter às vezes rupturas) devemos tratar de outra forma. Hoje em dia os melhores exames para diagnosticar adequadamente a lesão são o ultrassom e a ressonância magnética.
As tendinites crônicas podem ser tratadas por vários métodos. Os mais tradicionais envolvem os tratamentos clínicos e fisioterápicos, porém se o tendão já apresenta um desgaste acentuado isto pode às vezes não resolver.
Nos últimos anos, alguns novos procedimentos foram incorporados no arsenal terapêutico. Nem todos são de fácil acesso a qualquer esportista, mas para quem sofre de dores crônicas no tendão vale a pena saber que alguns tratamentos novos podem te ajudar a se livrar da dor.
TERAPIA POR ONDAS DE CHOQUE - é um tratamento realizado com um aparelho específico para isto, que geralmente é indicado para tendinites calcificadas ou crônicas do ombro, cortovelo e pé (calcâneo). Muitos trabalhos na literatura médica mundial falam do seu benefício no tratamento, inclusive com trabalhos randomizados e prospectivos (metodologias rigorosas de pesquisa). Acho um caminho interessante para alguns casos (como as tendinites calcificadas), porém pessoalmente não uitilizo em meus pacientes. O custo é relativamente elevado, e alguns pacientes sentem um pouco de dor após o procedimento.
ACUPUNTURA - é muito usada para o tratamento de tendinites, e tem os seus seguidores. Nas patologias crônicas tem pouco resultado, pois nesta fase geralmente o tendão já se encontra com mudança na sua estrutura celular. Para as lesões agudas é um tratamento interessante para aliviar a dor e fazer com que o paciente suporte melhor um tratamento fisioterápico.
TOXINA BOTULÍNICA - é um tratamento recente, usado principalmente para epicondilite lateral do cotovelo em pessoas que não praticam esportes. Não aconselho o tratamento para esportistas, apesar de alguns trabalhos da literatura mundial falar do benefício num curto prazo. O princípio é o de você bloquear a atividade muscular na região do tendão acometido, fazendo com que a lesão cicatrize espontaneamente.
INFILTRAÇÃO COM FATORES BIOLÓGICOS DE REPARAÇÃO TECIDUAL (plasma rico em plaquetas) - esta é uma terapia recente, que ainda se encontra em fase de estudo experimental em alguns casos, mas que em outros casos já tem comprovação científica (como no caso da tendinite do cotovelo). O tratamento consiste na retirada do sangue do próprio paciente, que depois de um processo de centrifugação separa as plaquetas ricas nestes fatores de crescimento para que depois os mesmos sejam injetados na lesão. A cicatrização da lesão ocorre em um período que pode variar de 6 a 12 semanas, dependendo do tempo de lesão e da área injetada. Nossa casuística, no momento, mostra que de cada 10 pacientes com indicação cirúrgica para tendinites crônicas 7 melhoraram com este tratamento. Bem interessante como opção terapêutica, no meu ponto de vista.
Um tratamento que sempre foi muito usado no caso de tendinites foi a infiltração com corticóides, mas isto infelizmente não encontra respaldo na literatura médica em termos de cura da lesão – o que melhoram são os sintomas, e a dor pode até melhorar, mas isto não provoca a cura completa da lesão. Todos os trabalhos que temos com relação à melhora da lesão são trabalhos que deixam muito claro que os benefícios ocorrem por um curto intervalo de tempo - dificilmente os trabalhos que falam a favor da infiltração com corticóides demonstram seguimentos clínicos maiores do que 1 ano. Por outro lado, na parte de estudos científicos básicos, já está mais do que provado que o corticóide afeta o tenócito, a célula principal que compõe os tendões. Pessoalmente eu reservo as infiltrações para as bursites de ombro somente, não realizando diretamente nos tendões.
CIRURGIA - como quase tudo em ortopedia, a cirurgia no caso das tendinopatias tem a sua indicação, mas esta deve ser muito precisa e cada tendão tem o seu enfoque. O conceito da cirurgia deve englobar a ressecção de tecidos desgastados aliado a promoção de uma melhor vascularização no local, para que a cicatrização se dê da melhor forma possível. Em alguns casos, como temos que ressecar muito tecido no tendão, temos que fazer transferências tendinosas para dar um reforço no tendão, para que ele não fique mais frágil.
Hoje em dia a aplicação de fatores de crescimento derivados de plaquetas (processados a partir do sangue do próprio paciente) melhoram a cicatrização tecidual, e são um importante campo de pesquisa que está se abrindo na literatura médica mundial. Os estudos ainda estão no início, mas são promissores na area de medicina esportiva. Com uma boa indicação muitos casos podem melhorar, mas sua indicação deve ser feita com cautela, pois não são todos os casos que vão se beneficiar com este novo procedimento.
Nos próximos meses vários trabalhos serão publicados na literatura científica, e disponibilizaremos aqui para consulta.

PRP? É a abreviação de Plasma Rico em Plaquetas.

PRP
O que significa a sigla PRP?
É a abreviação de Plasma Rico em Plaquetas.

Tubos de ensaio mostrando o PRP (parte amarela dos tubos) após a centrifugação

O que vem a ser o tratamento com PRP?
O tratamento consiste na utilização das plaquetas (as células do sangue que são responsáveis pelos processos de cicatrização de tecidos) como auxiliar ao tratamento de doenças e lesões. Antigamente muito usado em cirurgia buco-maxilar e em odontologia, nos últimos anos vem tendo utilidade na cirurgia cardíaca e na ortopedia, além de ser um grande avanço no tratamento de algumas lesões esportivas.

Qual o objetivo do tratamento com PRP?
O objetivo é ajudar o processo natural de cicatrização dos tecidos. Muitas partes do nosso corpo apresentam lesões crônicas pois têm um grande problema na vascularização e nutrição. Um exemplo disso são os tendões, que não têm normalmente grande quantidade de vasos sanguíneos. Isso faz com que eles não tenham um grande potencial de cicatrização, quando apresentam lesões. As plaquetas podem ser excelentes auxiliares na cicatrização destes tecidos, e hoje são recomendadas em muitas situações clínicas.

Onde posso utilizar o tratamento com PRP?
1. Tendinites crônicas (cotovelo, joelho, quadril, tornozelo, entre outros locais)
2. Rupturas parciais de tendões (tendão de aquiles, tendões do joelho)
3. Lesões musculares crônicas (quando nenhum outro tratamento clínico obteve sucesso)
4. Como auxiliar ao tratamento de defeitos de cicatrização de fraturas (as chamadas pseudoartroses)
5. Como tratamento alternativo intra-articular nas artroses iniciais de joelho (em conjunto com outras terapias)
6. Em cirurgias de reparo de tendões e ligamentos do joelho
7. Como auxiliar ao tratamento das lesões de cartilagem do joelho

Forma de PRP condensado, da forma como é utilizado em cirurgias (para isso temos que centrifugar por mais tempo)

Existem evidências científicas para o seu uso em ortopedia?
Sim. Recentemente foram publicados estudos de nível de evidência I (a melhor que pode ser realizada quando falamos em estudos clínicos) mostrando que a terapia com PRP é superior a aplicação de corticóide nas tendinites do cotovelo. Em outras patologias as evidências são de nível II, III e IV, em lesões musculares, tendinites do ombro e tendinopatias de aquiles. Para algumas tendinopatias de aquiles o PRP não deve ser indicado - como no caso da lesão que não apresenta imagens de rupturas intratendíneas. Trabalhos já mostraram que a indicação depende muito da fase da lesão, de qual tecido estamos tratando, e do tipo de processamento destas plaquetas.

Todos os tratamentos com PRP são iguais?
Não. Em nosso país temos somente alguns materiais (todos importados) que estão autorizados a processar o sangue para posteriormente as plaquetas serem colocadas no tendão ou em outra estrutura qualquer. Procedimentos manuais ainda não estão autorizados para serem realizados em consultórios, somente em clínicas que manipulam produtos hemoderivados, como hemocentros. Os diferentes kits para preparo do PRP produzem tipos diferentes de concentrados de células, uns com mais e outros com menos produtos agregados (entre eles os leucócitos). Dependendo do que é pretendido em termos de resposta inflamatória escolhemos um ou outro produto, e é por isso que essa decisão deve ser do seu médico.

Existe alguma complicação quando se utiliza o PRP?
Não. O sangue é processado imediatamente após a sua coleta, e não são usadas substâncias exógenas, somente o sangue do paciente. Uma contra-indicação é que não devemos utilizar este produto em pacientes que tenham tumores na área de implante do PRP, pois isso pode aumentar o processo de crescimento do tumor. Também não existe nenhum problema de doping, para quem quiser utilizar isso em atletas profissionais. A única contra-indicação do PRP é em pacientes que têm baixa concentração plaquetária (a chamada plaquetopenia), pois o processo não gera nenhuma plaqueta, simplesmente concentra as já existentes. Se a concentração de plaquetas é muito baixa não terei como após a centrifugação contar com um número elevado de células.

No sentido de orientar melhor os médicos fizemos uma apresentação que conta toda a história da pesquisa e da aplicação clínica do PRP. Para quem tiver interesse, e for da área médica, por favor acesso o link PRP. A aula é um pouco demorada para começar, pelo fato de ter 40 minutos - apresenta também muitos termos técnicos, mas mostra o que temos hoje de suporte para indicação deste novo tratamento. Pelo fato de envolver um tratamento específico ela só pode ser acessada por médicos após o devido cadastro no site.

Dor Crônica

Dor Crônica
Esse artigo se propõe a explorar e apresentar os principais aspectos sobre a dor crônica e seus desdobramentos. Antes, no entanto, é fundamental ressaltar que as informações e análises feitas não substituem a consulta e o diálogo entre paciente e médico, pontos imprescindíveis em qualquer quadro de dor. Confira:

Todo mundo já sentiu algum tipo de dor na vida e é bem provável também que até o fim de nossos dias, voltaremos a sentir dor algumas vezes.

Em boa parte dos casos a dor vai embora em minutos ou mesmo em poucas horas, com a ajuda de uma dose de medicamento, que de tão comum, já até se tornou parte de nossos dias. Mas e quando a dor não vai embora? O que isso significa? Quando o analgésico ou outro remédio não “faz efeito” ? Quando a dor se torna uma companheira constante, presente e incômoda? Aí, prepare-se, porque esse pode ser um quadro de dor crônica, que normalmente tem duração prolongada e chega a incomodar por meses ou anos.

A dor crônica está, na maioria das vezes, relacionada a alguma doença crônica, mas também pode ocorrer por consequência de uma lesão. Artrite reumatóide, artrose e esforços repetitivos no trabalho são exemplos de causadores comuns da dor crônica. Arrisco a dizer que quase todos nós conhecemos pessoas que sofrem por um desses motivos ou por alguns deles. Sono perturbado, agitação e alterações de humor são queixas comuns desses pacientes.

Mas como definir a dor crônica? Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial sofre com dor crônica, classificada assim quando persiste por mais de três meses. A dor com essa característica acaba prejudicando o lado profissional e a qualidade de vida das pessoas, limitando e, às vezes, incapacitando atividades corriqueiras do nosso dia-a-dia.

De acordo com a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), a dor, em 10% a 40% dos indivíduos afetados, tem duração superior a um dia. Constitui a causa principal de sofrimento e incapacitação para o trabalho e ocasiona graves consequências psicossociais e econômicas. Ainda, de acordo com o SBED, estima-se que vários dias de trabalho podem ser perdidos por aproximadamente 40% dos pacientes.

Por fim, uma informação que nem todos possuem: você sabia que o excesso de analgésico pode deixar a dor mais resistente? Sim, para alguns, inacreditavelmente sim. Por isso, as consultas e o diálogo entre pacientes e médicos são absolutamente indispensáveis.

Entenda o alerta da dor e também outras dores

Por que sentimos dor? Toda dor é ruim? E se não sentíssemos qualquer tipo de dor, como seria?

Sentimos dor porque o corpo emite um sinal de alerta para que alguma providência seja tomada a fim de evitar que algo de mais grave aconteça. Ou seja, a dor em si é extremamente importante para que o nosso corpo atue da forma correta e iniba possíveis males que estão a caminho. E isso é evidenciada quando dizemos que até mesmo a morte chega a ser evitada com o aviso da dor.

Dor aguda

A dor é chamada de aguda quando aparece e dura um período curto, ou seja, não chega a passar de uma semana. Um exemplo? Aquela dor quando o dente está com cárie, a que se sente na hora do infarto, após uma queda ou pancada, a dor que ocorre depois de uma cirurgia, a do trabalho de parto e até mesmo as cólicas tão integrantes do universo feminino. Esse tipo de dor some quando sua causa é descoberta e o tratamento é feito corretamente pelo paciente. Quando os episódios se repetem, ou seja, de vez em quando aquela dor vai e volta, chamamos de recorrente e, acreditem, essa recorrência pode, por vezes, ocorrer por toda a vida.

Dor crônica: os homens ou as mulheres?

Se em tudo, homens e mulheres convivem com enormes diferenças, também muitas proximidades, no campo da dor crônica não poderia ser e não é diferente.

Para se ter uma idéia, basta dizer que as mulheres são a maioria no ranking da dor crônica. A cada dez pessoas que sentem dor crônica, oito são mulheres. Mas o que explica essa condição? A resposta pode parecer até mais simples que o esperado, o fato é que as mulheres normalmente possuem dupla ou até mesmo tripla jornada: trabalham, cuidam da casa, dos filhos e do marido. Obviamente que isso tudo aumenta o estresse e leva a um grau de desenvolvimento significativo da dor crônica. Mas é importante afirmar que, por enquanto, as causas são pura especulação.

Segundo recente estudo da Universidade de São Paulo (USP), o Epidor, as mulheres se queixaram mais de dor, 34% contra 20% dos homens.

De artrite a lombalgia

As vilãs

Comuns nos consultórios médicos, a artrite reumatóide, a artrose e a lombalgia lideram como as principais causas de dor crônica.

Artite: A artrite reumatóide é uma doença autoimune que ataca as articulações, causando inflamação, erosão óssea e, se não controlada, deformidades e incapacitação. Não tem cura, mas, se tratada na fase inicial, pode ser controlada.

Artrose: A artrose (ou osteoartrite) é um processo degenerativo de desgaste da cartilagem, que afeta as articulações. Pode ser dividida em primária, que pode afetar as juntas dos dedos, mãos, joelhos e coluna, e ocorre mais frequentemente em idosos, e em secundária, que pode afetar qualquer articulação como sequela de uma lesão. As áreas mais atingidas são: joelhos, quadris, mãos e coluna lombar.

Lombalgia: A lombalgia não é uma doença, mas um sintoma. A dor na região inferior da coluna pode ter como causa de desvios posturais a hérnias de disco.


Essa dor tem remédio?

Apesar de crônica, a dor não deve ficar escondida e o paciente, principalmente, não deve se esconder dos médicos. Pelo contrário, é preciso e muito indicado procurar um especialista para o tratamento. Visto que a dor crônica, por mais que não possua cura, pode ser controlada de forma extremamente satisfatória.

A dor que era um sintoma se torna um problema quando os medicamentos são usados sem controle e de forma contínua, resultando na perda de seu efeito e até aumentando a resistência da dor. As áreas do nosso cérebro que inibem a dor passam a ficar descansando. E aí, a dor crônica se torna uma doença e não mais um sintoma.

Mas a pergunta que não quer calar é: como tratá-la? Com orientação médica, são usados analgésicos e anti-inflamatórios, dos mais simples aos mais complexos e extremos, como a morfina, que de acordo com o grau e características da dor, ajudam e muito seu controle.



Outras alternativas que aliviam

Sim, é possível aliviar a dor crônica com atividades alternativas e complementares ao tratamento médico. Por exemplo, acupuntura, hidroterapia e musicoterapia são aplicações paliativas utilizadas também como adjuntas no controle da dor. As tradicionais sessões de fisioterapia também são um “santo remédio” para auxiliar no alívio.

Dica: No Hospital das Clínicas de São Paulo existe o Programa Psicoeducativo de Manejo da Dor, em que médicos e profissionais de várias especialidades ensinam os pacientes a conhecer seus limites e a viver melhor. É também no HC que idosos melhoram o caminhar com musculação por meio do Programa de Promoção do Envelhecimento Saudável. Há também musicoterapia no centro de dor do HC.


O Dr. Rogerio Teixeira da Silva coordena outro blog interessante sobre dor, com postagens diárias e informações atualizadas, incluindo curiosidades e temas recentes sobre pesquisas e tratamentos para este problema - acesse ABCDor e confira as novidades

Dor na atividade física. E agora?



Esses sintomas acontecem por causa dos excessos de treinos ou jogos. Pode parecer um detalhe, mas o calçado errado na prática do esporte influencia bastante. Isso porque há diferentes tipos de pisadas e de formatos de joelhos. Como prevenção, é ideal passar por uma avaliação com ortopedista, fisioterapeuta ou profissional de educação física. Somente alguém especializado vai recomendar um tênis correto. Quando o problema já apareceu, o tratamento nesses casos depende da avaliação da lesão e do grau em que se encontra. O tratamento pode ser parar de correr por um período ou diminuir o tempo e a intensidade dos exercícios. Por isso, a importância de não ignorar a dor que persiste por mais de uma semana, mesmo quando o atleta para a prática do esporte. Dor ao redor do joelho, tornozelo e quadril jamais devem ser ignoradas. Se esse sintoma não for rapidamente eliminado, se tornará crônico. Cá entre nós, ignorar qualquer tipo de dor, é no minimo, arriscar nosso maior bem, a saúde.


Qualquer outra dúvida ou comentário a respeito deste artigo, entre em contato pelo email rogerio@neo.org.br

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

LESÕES MENISCAIS



LESÕES MENISCAIS


Os meniscos, temos 02 em cada joelho - um na parte interna (medial) e outro na parte externa (lateral), são estruturas fibrocartilaginosas (possuem aproximadamente 75% de colágeno em sua constituição), ficam situados sobre o planalto da tíbia, recobrindo aproximadamente 2/3 da sua superfície articular.
Entre suas principais funções, destacam-se:

- Distribuição e absorção de parte da carga (peso) através da articulação, diminuindo assim o “stress” de contato;

- Melhora da conformidade da articulação, facilitando deste modo o seu movimento e auxiliando na estabilidade da mesma;

- Prevenção do pinçamento de tecidos moles durante o movimento do joelho.

São portanto estruturas importantes e infelizmente bastante sujeitas à lesões. Normalmente, as lesões meniscais estão relacionadas à entorses do joelho ou até mesmo a traumas (menos comuns), sendo mais freqüentes nas práticas esportivas. Por vezes, os meniscos podem apresentar alterações degenerativas (mais comuns na idade adulta e no idoso), o que fragiliza sua estrutura, ficando assim mais susceptível a lesões ocasionadas por entorses mais leves (não relacionados à prática de esportes).

Os sintomas mais comuns são :

- Dor importante no momento do entorse, podendo ser acompanhada de sensação de estalido ou mesmo estalido audível (nas lesões em meniscos com alterações degenerativas, o quadro de dor pode não ser muito intenso no início e sim ir piorando progressivamente);

- Bloqueio da movimentação do joelho (limitação da flexão e/ou extensão);

- Ressalto durante a movimentação do joelho;

- Dor aguda ao agachar-se;

- Edema e derrame articular no joelho podem estar presentes ou não;

O diagnóstico é feito pelo ortopedista através do exame clínico, quando são realizadas testes e manobras específicos. Atualmente, o exame de Ressonância Nuclear Magnética tornou-se bastante útil não só como método auxiliar para diagnóstico como também para nortear o tratamento, uma vez que permite avaliar o tipo e localização da lesão meniscal e a presença de outras lesões associadas (ligamentos, cartilagem,...).
O tratamento é baseado principalmente no tipo e localização da lesão. Pode variar entre conservador, com fisioterapia e uso de analgésicos/antinflamatórios (menos usual e mais utilizado para pacientes idosos com alterações degenerativas e sem sintomas mecânicos) , e o tratamento cirúrgico, realizado por vídeoartroscopia para ressecção da área lesada ou sutura da mesma (mais comum em pacientes que praticam esportes e/ou com lesões agudas, instáveis e com limitação da movimentação da articulação).

A localização da lesão têm sua importância relacionada ao fato do menisco ser uma estrutura com vascularização variável, sendo dividido (conforme o esquema) em 03 zonas:


ZONA VERMELHA : de localização mais periférica e mais vascularizada, portanto com maior índice de cicatrização;

ZONA VERMELHA/BRANCA : de localização intermediária e com vascularizaçào variável;

ZONA BRANCA : localizada no 1/3 central e com vascularização pobre
Os tipos de lesão, variam quanto à sua estabilidade e são divididos em :

-lesão vertical;

-lesão radial;

-lesão horizontal (com ou sem flap);

-lesão complexa (inclui lesão em alça de balde).

Seguem abaixo vídeos de artroscopias com exemplos de menisco sem lesão, lesão horizontal e lesão complexa:

Por fim, a avaliação do conjunto IDADE + GRAU DE ATIVIDADE + TIPO DE LESÃO + LOCALIZAÇÃO DA LESÃO, determinará o tipo de tratamento a ser realizado.

CONDROMALÁCIA PATELAR

CONDROMALÁCIA PATELAR





O termo condromalácia patelar é utilizado para definir a doença degenerativa que acomete a cartilagem da patela (antigamente denominada rótula).








Os principais sintomas podem ser :

1.DOR na região anterior do joelho(atrás da patela) ao subir e descer escadas ou mesmo ladeiras, aos exercícios físicos, ao levantar de uma cadeira, ao agachar-se e até mesmo ao manter o joelho flexionado por períodos prolongados;

2.CREPITAÇÃO E ESTALIDOS atrás da patela ao flexionar e extender o joelho, por vezes audíveis;

3.EDEMA E DERRAME ARTICULAR que são ocasionados pelo acúmulo excessivo de líquido sinovial formado no processo inflamatório.




As causas da condromalácia envolvem alterações de alinhamento da patela, que excursiona fora do local adequado, ocasionando atrito entre sua superfície articular e a superfície articular do fêmur, desse modo provocando “desgaste”. Tais alterações de alinhamento muitas vezes estão relacionadas à desequilíbrios da musculatura do quadríceps como atrofias, hipotrofias e encurtamentos musculares; variações anatômicas tanto do fêmur como da patela (rotação interna femural, tróclea rasa, patela alta,...).Também estão correlacionados microtraumatismos de repetição, bastante comuns em esportes de impacto (futebol, vôlei, basquete, ...).Deve ainda ser citada a chamada causa idiopática, quando não são identificadas alterações anatômicas que justifiquem o desenvolvimento da doença.




É utilizada uma classificação que divide em 4 (quatro) diferentes graus (Outerbridge):

GRAU I : amolecimento da cartilagem

GRAU II : fragmentação e fissura da cartilagem em uma área menor ou igual à aproximadamente 1,5 cm (1/2 inch)

GRAU III: fragmentação e fissura da cartilagem em uma área maior ou igual à aproximadamente 1,5 cm (1/2 inch)

GRAU IV: erosão da cartilagem com exposição do osso subcondral








O diagnóstico da condromalácia é feito basicamente pelo exame clínico, podendo ser utilizados exames de imagem como Radiografias,Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética para orientação quanto ao tipo de tratamento a ser instituído.





O tratamento deverá ser direcionado às causas, sendo baseado principalmente em reequilibrar o alinhamento da patela, inicialmente através de tratamento fisioterápico por meio de exercícios isométricos e alongamento muscular, devendo também ser associados métodos analgésicos e antiinflamatórios. Atualmente é comum a utlização de medicamentos denominados condroprotetores, além da viscossuplementação intra-articular (que atuam na cartilagem articular).Em casos graves muitas vezes é necessário tratamento cirúrgico, em que procedimentos combinados para tratamento do alinhamento patelar e tratamento da lesão da cartilagem podem ser realizados por via “aberta”, artroscópica

ou mesmo combinada.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Hidro pilates ou Water pilates

Water Pilates, Hidro Pilates ou Acqua Pilates. Este programa adapta criativamente exercícios de Pilates para a piscina. Alonga-se o corpo inteiro com exercícios e condicionamentos originais, construindo um núcleo mais forte (abdominais e região posterior), movendo-se do interior para fora. Desenvolvendo a força e a flexibilidade com fluidez e graça, melhorando a consciência da postura corporal.





O meio aquático é totalmente diferente ao meio terrestre, por isto antes de preparar qualquer programa na água, há que conhecer suas propriedades físicas para elaborar um programa adequado às necessidades do praticante.

Pilates na água trabalha a força de duas maneiras: Primeiro, através da realização de movimentos específicos de "dentro para fora", e segundo, executando todos os movimentos contra a resistência adicional fornecida pela água e sua instabilidades.

A força do núcleo é construído tanto por meio de exercícios específicos, tais como "teaser", "máquinas de lavar roupa" e "duplo joelhos para cima" quanto usando os músculos abdominais como estabilizadores para os movimentos de balanço.

Músculos abdominais e lombares estão sempre em uso para promover a ção devido a grande instabilidade que o meio flúido propicia.

Pilates na água aumenta a flexibilidade de duas maneiras: Primeiro, os próprios movimentos são muitas vezes potencializados, como o alongamento da perna "single" ou "Fly me to the moon." Segundo porque exercício em piscina aquecida aumentam a flexibilidade e amplitude de movimento, devido ao relaxamento muscular e a ação nos proprioceptordes de estencibilidade OTG.

Nem todos os movimentos de Pilates podem ser realziados na água. No entanto, alguns podem ser mais facilmente executados e muitas vezes realizados de forma mais confortável por mais tempo do que em terra. Isso é especialmente benéfico para pessoas com algum distúrbios, sindromes ou patologia músculo-esquelética como osteoartrite e degeneração discal.

Pilates na água ensina como mover o corpo de uma forma integrada. Quando bem executado, o Pilates na água permite ao praticante, explorar sua fluidez e graciosidade de movimentos, aliados a respiração correta.

Pilates na água permite a regressões e progressões, já que a maioria dos movimentos podem ser modificados ou alterados para os praticantes de acordo com seu nível. Se você é um novato ou tem preocupações adicionais devido a lesões, os movimentos podem ser modificados para atender às suas necessidades.

Se você é um atleta experiente ou praticante avançado, os movimentos podem ser variados para fornecer mais desafio, usando profundidades diferentes, diferentes áreas da piscina, equipamentos pequenos como flutuadores específicos, bandas elásticas, barras, rolos, movimentos na água pelos outros praticantes e trabalho em dupla.



Alguns detalhes à saber sobre Pilates na água.

A possibilidade de se trabalhar em apoio de paredes, barras, equipamentos e acessórios, assim como em profundidades diferentes, potencializa o trabalho de estabilização e equilíbrio. Pontos fundamentais na técnica.

A temperatura da água pode baixar a temperatura corporal e dificultar a termorregulação, afetando à freqüência cardíaca e a sensação de intensidade durante o exercício. Esteja atento no caos de piscinas sem aquecimento.

O peso do corpo é aproximadamente 90% menor na água.

A flutuabilidade reduz a tensão das articulações.

No meio aquático se diminui a pressão sobre as vértebras.

Existe uma verdadeira libertação do trabalho da musculatura tónica/postural.

A pressão hidrostática estimula os mecanismos respiratórios.

A ação da gravidade inter-relacionada com o empuxo dependerá da profundidade .

Qualquer movimento que se realize na água terá uma resistência a vencer maior do que a do ar. Aproveitaremos esta resistência para a realização de diferentes exercícios em todos os planos de movimento, com a vantagem que o sujeito pode eleger o nível de resistência:

Quanto a mais força realizada maior a resistência oferecida pela água. “A resistência multidimensional facilita o equilíbrio e a paridade nos músculos agonistas/antagonistas” (Fitness aquático, Sanders, M., Rippee N.).

Esta resistência também pode ser incrementada com a utilização de materiais e acessórios, objetivando maior velocidade de movimento consequentemente força.

Pilates na água queima em média de 300 calorias por sessão sendo recomendado para quem sofre lesões ou problemas musculares, gestantes, terceira idade e indivíduos que desejem realizar uma atividade física de baixo impacto, mas que lhes garanta bons resultados.

Em vez de desenvolver músculos volumosos, com Pilates na água você cria uma forma corporal definida, forte e equilibrada.



O Pilates.

A criação deste método Pilates está diretamente ligada à vida de seu criador. Asmático e frágil na infância, Hubertus Joseph Pilates trabalhou tanto seu condicionamento físico que, na adolescência, tornou-se ginasta, esquiador, mergulhador, boxeador e artista de circo, chegando até a dar aulas de auto defesa para agentes da Scotland Yard. Em 1914, foi mandado para o exílio em uma ilha da Inglaterra, durante a I Guerra Mundial. Neste período, começou a trabalhar com mutilados usando molas de camas de hospital nas recuperações, fato que o inspiraria mais tarde na criação de seus equipamentos.

Em 1923, Joseph Pilates se mudou para Nova York e abriu o primeiro estúdio de aplicação de seu método de condicionamento físico, que, naquela época, se restringia a 34 exercícios que evoluíram com o passar do tempo, mas mantiveram sempre como foco o fortalecimento, equilíbrio e alongamento do corpo, essenciais ao treinamento.

Entre os principais benefícios desta atividade estão: aumento de flexibilidade, tônus e força muscular, reeducação neuromotora, eficiência respiratória e conseqüente melhora da postura.

Atualmente, seu método tem sido usado em escolas de ginástica e de dança, universidades, centros de reabilitação e até hospitais em várias partes do mundo.

As aulas de Pilates podem ser aplicadas de várias formas, com seus equipamentos e acessórios criados especialmente para atender o método, e podem ser individuais ou em grupo.


O método Pilates baseia-se em seis princípios que envolvem: concentração, respiração, alinhamento, controle de centro, eficiência e fluência do movimento.

Os exercícios do método Pilates são realizados com poucas repetições e alta qualidade de execução, o que possibilita uma prática completa, sincronizando conscientemente corpo e mente.



Princípios Básicos de Exercícios Pilates:

Concentração.

Deve-se prestar atenção aos movimentos que se está realizando. Pense em cada passo que dá e, começará a dar conta ao inter-relacionamento que existe entre os movimentos do corpo. A mente interage em cada movimento. Visualize o passo seguinte, isto fará com que o sistema nervoso eleja a combinação de músculos correta para se fazer o exercício. Quando o corpo e a mente funcionarem em equipe, alcançará um programa de exercício ideal.

Controle.

No método Pilates é muito importante que a mente controle completamente qualquer movimento físico. Em outras palavras, o movimento e a atividade descontrolada produzem um regime de exercícios fortes e contra-produtivos. Alguns programas de exercícios não dão importância a este controle e é por isso que as pessoas se lesionam. Controle do movimento é essencial e começa com a redefinição do tronco. Como você simultaneamente alonga e fortalecer o corpo, você cria um hábito de realizar esforço de forma relaxada.

Centramento.

O corpo humano tem um centro físico que emana todos os movimentos. Joseph H. Pilates chama esta zona de “ Central Elétrica”. Essa zona compreende o abdômen, a parte inferior das costas e as nádegas. O método Pilates presta atenção no fortalecimento deste centro. Os músculos que estão relacionados com a central elétrica sujeitam a coluna vertebral, os órgãos internos e a postura que se adota. Praticamente todos os exercícios de Pilates se centram na Central Elétrica com a finalidade de estabilizar o tronco e poder alongar e fortalecer o corpo. O centramento melhora a cintura, reduz o estômago e corrige a postura que se adota com a finalidade de prevenir a dor nas costas, bem como outras enfermidades. Pilates na água inicia todos os movimentos no centro de força que é o abdome, parte inferior das costas, quadris e glúteos em um fluxo energético para as extremidades.

Movimento fluido.

Romana Kryzanowska, a única discípula viva de Joseph H. Pilates, define o método Pilates como “um movimento fluido que vai desde um centro forte até as extremidades”. O exercício possibilita que se realize uma grande quantidade de movimentos de uma maneira fluida e controlada. Não se tem que apressar o exercício seguinte em quanto se sente o esforço, devendo evitar os movimentos rígidos e espasmódicos.

Precisão.

A precisão faz par com o segundo princípio, o controle. Pilates dizia: “ Cada vez que faz exercícios, concentre-se nos movimentos corretos, se não os fará mal e não servirá para nada”. Tem que haver coordenação entre todos os movimentos e quando se conhece os passos de cada exercício e não se sente cômodo, se deve tomar o controle do corpo e tentar fazer os movimentos corretos em cada exercício.

Respiração.

Pilates ressalta a importância que tem a pureza do fluxo sanguíneo. Esta pureza se manterá respirando-se corretamente, enquanto se faz os exercícios, ao oxigenar o sangue e eliminar os gases nocivos. Joseph H. Pilates chegou a conclusão de que a melhor técnica respiratória para expulsar o mal e absorver o bom é um inchaço completo dos pulmões mediante uma inalação profunda. Com o tempo poderá coordenar a respiração com os movimentos de cada exercício. Por regra geral, inalará para preparar-se para um movimento e exalará enquanto se executa.



Pontos importantes.

Antes de começar a executar um exercício Pilates existem alguns pontos que são muito importantes de serem observados, tais como:

Relaxamento.

Como o método pilates precisa de controle e concentração, muitos principiantes tendem a permanecer tensos ou rígidos enquanto executam os exercícios. Para evitar esta tendência controladora, temos que relaxar os músculos ao mesmo tempo em que conservamos o tônus necessário para manter a posição do exercício. Um indício de que estamos tencionando os músculos é quando começamos a nos por rígidos e a tremer. Devemos liberar parte da tensão até que se alcance um equilíbrio entre a rigidez e o colapso total.

Central elétrica.

Para Pilates, a parte mais importante do corpo é a zona em que se encontram a parte inferior da caixa torácica e a linha que cruza o quadril, a qual a chama de central elétrica. Na realidade, todos os exercícios fazem com que se trabalhe a central elétrica e se consiga aplainar o abdome e reforçar e desenvolver uniformemente a região lombar.

Levar o umbigo até a coluna.

Isto que dizer que se deve reduzir toda a distância entre o abdome e a coluna vertebral. Apóie as costas em um tapete ou colchonete e respire normalmente, imagine um objeto pesado fazendo pressão no abdome. Force o umbigo até as costas e continue respirando sem permitir que se eleve o abdome. Mantenha o abdome plano, evitando que suba e abaixe as costelas.

Evitar a hiperextensão.

Quando se estende os braços e as pernas, tanto nos exercícios pilates quanto em qualquer outro, começamos a tencionar e bloquear a continuação dos cotovelos e dos joelhos. Isto pode produzir sub-luxação ou hiperextensão, que pode nos causar uma lesão. Assegure-se de alongar as extremidades sem bloqueá-las.

Enrijecer os glúteos.

Há um exercício muito simples que reforça os músculos flácidos dos glúteos (as nádegas) devolvendo sua forma e tônus. Imagine que quando estás trabalhando os exercícios de Pilates tem uma moeda entre as nádegas e a mantenha pressionada.

Rodar as vértebras.

Seja qual exercício esteja fazendo nunca se deve fazer movimentos bruscos e espasmódicos com a coluna vertebral.



A caixa.

É a postura que devemos manter principalmente quando estamos em pé imaginando uma linha reta atravessando toda nossa coluna vertebral e alinhando os ombros com os quadris.

O Water Pilates se torna interessante porque possibilita pessoas que tem dificuldades de movimentação em solo, já que a água e seus princípios auxiliam neste sentido. Torna-se também uma variação do método tradicional com o potencial lúdico que a água possui.



Pilates na água e reabilitação:

Pilates na água têm seus princípios baseados na Cinesiologia e na Biomecânica aliados aos princípios físicos da água, o que proporciona uma execução segura, livre de compensações e sobrecargas indesejadas. Pela característica da técnica de trabalhar globalmenteo o corpo e não ficar restrita ao foco da lesão, ela se aplica tanto na fase aguda da dor, na qual se estabiliza e região lesionada, como na recuperação da musculatura e/ou da articulação afetada na fase da pós-reabiltação. O ambiente e o trabalho oferecido pelo Pilates na água facilitam a intervenção baseada nos princípios de assistência, permitindo que a evolução da reabilitação seja mais rápida.

A maioria das tensões e fadiga muscular são o resultado da má postura, desequilíbrio corporal e padrões de respiração incorreta.

Além de trabalhar fortalecendo o centro abdominal o Water Pilates pode ser usado em reabilitação e tratamento de algumas patologia, tais como:

- Fibromialgia;
- Artrose;
- Artrite;
- Mal de Parkinson ou Parkisonismo;
- Acidente vascular cerebral (AVC) de grau moderado e leve;
- Esclerose múltipla;
- Hérnia de disco e degenerações discais específicas;
- Entorses de tornozelo e joelho;
- Pós-operatório em geral;
- Pós-fratura consolidada;
- Escoliose;
- Hiperlordose - acompanhada ou não de lombalgia ou cervicobraquialgia;
- Cifose.

Existem algumas contra indicações tais como:

- Alergia a produtos químicos utilizados em piscina;
- Hipertensão descontrolada;
- Tímpano perfurado;
- Radioterapia.

Abaixo alguns dos benefícios do Water Pilates:

- Elegância de movimento;
- Controle respiratório;
- Aumento da auto-estima;;
- Proteção das articulações
- Equilíbrio entre corpo e mente;
- Condicionamento físico;
- Força;
- Prevenção de contusões;
- Consciência corporal;
- Fortalecimento abdominal;
- Alinhamento de coluna;
- Coordenação motora;
- Aumento da resistência física;
- Alongamento e maior controle corporal;
- Correção postural;
- Aumento da flexibilidade;
- Melhora da coordenação motora;
- Maior mobilidade das articulações;
- Fortalecimento dos órgãos internos;
- Estimulação do sistema circulatório e oxigenação do sangue;
- Aumento da concentração;
- Relaxamento;
- Alívio do estresse;
- Estabilização do tronco;
- Equilíbrio de tônus muscular


“Um jovem sem flexibilidade é um velho;
um velho com flexibilidade é um jovem”. Joseph Pilates