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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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sábado, 21 de agosto de 2010

Luxação do ombro

Luxação do ombro

A articulaçao do ombro funciona como uma "bola encaixada em uma taça". A luxação do ombro ocorre quando a "bola" (cabeça do úmero - osso do braço) é deslocada para fora da "taça" (Glenóide).



Ela ocorre geralmente devido traumatismos (queda , acidentes de carro/moto, ..)

Existem dois tipos basicamente de luxação do ombro :

- Subluxação : a cabeça do umero desloca parcialmente e de forma espontânea retorna para o seu encaixe

- Luxação completa : a cabeça do umero desloca totalmente do seu encaixe e geralmente e necessário o paciente procurar um pronto-socorro para que um médico coloque o ombro no lugar (procedimento de redução da luxação) .


Redução da luxação do ombro

Pacientes com quadro de luxações de repetição geralmente requerem tratamento cirúrgico. A cirurgia na maior dos casos pode ser feito pelo procedimento de Artroscopia. Na cirurgia é feito a reinserção de um ligamento (Labrum) com uso de ancoras.


Reinserção da lesão
com ancoras

Tendinite Calcárea

Tendinite Calcárea

Consiste na deposição da cálcio dentro de tendões que envolvem o ombro , sendo o mais comum o tendão do musculo supra-espinhal

É uma causa comum de dor no ombro , sendo caracterizado por periodos de Latencia alternados por crises de dor intensa com grande dificuldade para mobilizar o ombro. Ocorre com maior frequencia na faixa etária entre 30 e 50 anos e atinge 70% das vezes o sexo feminino
O exame do paciente associado com radiografias simples permite a realização do diagnóstico.



No periodo de crise de dor o paciente é tratado com medicação anti-inflamatória , imobilização do ombro em uma tipóia , infiltração local , aplicação de gelo e fisioterapia analgésica.



Alguns pacientes após o período de crise permanecem com uma dor residual , principalmente nos movimentos para elevar o braço . Isso geralmente ocorre nos casos de depósitos volumosos de cálcio devido um “bloqueio mecânico” da articulação.
O tratamento cirúrgico é indicado nos pacientes que apresentam crises graves de dor de repetição e naqueles pacientes que permanecem com uma dor residual após a crise e que não melhora com tratamento de fisioterapia e medicação.
Na cirurgia é feito a retirada da calcificação através do procedimento de artroscopia.


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Luxação Acromio-Clavicular

Luxação Acromio-Clavicular

A articulação acrômio-clavicular consiste na ligação entre a clavícula e uma proeminência óssea da escápula (omoplata) chamado de acrômio. Ela está situada na região superior do ombro, sendo considerada o ´teto´ do ombro.



Essa articulação é estabilizada por dois ligamentos principais chamados de acrômio-claviculares e coraco-claviculares.

A luxação acrômio-clavicular consiste num desvio da extremidade da clavicula em relação ao acromio , sendo que a gravidade é determinado pelo grau da lesão dos ligamentos


O mecanismo de lesão é geralmente um trauma sobre a região supero-lateral do ombro. Isso ocorre por uma queda sobre a ponta do ombro com o braço junto ao corpo.

O diagnóstico é feito através do exame clinico do paciente associado com radiografias

De acordo com o grau de lesão dos ligamentos , a lux. acrômio-clavicular pode ser dividida basicamente em 3 tipos :
* Grau I – Estiramento do lig.acromio-clavicular (sem ruptura ligamentar)

* Grau II - Ruptura do lig.acromio-clavicular e estiramento do lig.coraco-clavicular

* Grau III - Ruptura dos ligamentos acrômio-clavicular e coracoclavicular


O tratamento no grau I e II é não cirúrgico , sendo feito imobilização com tipóia por 2-3 semanas , aplicação de gelo , medicação anti-inflamatória e fisioterapia

O tratamento no grau III é cirúrgico. Existem diversas técnicas descritas, sendo feito basicamente a redução da articulação (colocação dos ossos no lugar) + fixação com fios metálicos associado com a reconstrução dos ligamenos lesados. Em alguns casos no grau III pode também ser optado pelo tratamento não cirúrgico, principalmente em pacientes idosos, sedentários e com lesão no membro não dominante.

No pós-operatório o paciente permanece imobilizado com tipóia pelo período de 6 semanas , quando então são retirados os fios metálicos e inicia-se a fisioterapia para ganho de amplitude de movimento e fortalecimento. O retorno aos esportes ocorre após 3 meses.

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Capsulite adesiva (ombro congelado)

Capsulite adesiva (ombro congelado)

O ombro é uma articulação que funciona como uma bola encaixada em uma taça. Como em todas as articulações do corpo existe uma capa que envolve toda articulação chamada de cápsula articular.
A capsulite adesiva é uma doença caracterizada pela inflamação e contratura de toda a capsula articular, o que ocasiona dor e restrição de movimento do ombro



O Paciente apresenta inicialmente com um quadro insidioso de dor difusa no ombro (processo inflamatório da cápsula articular) . Numa segunda fase além da dor, começa a apresentar uma perda progressiva da amplitude de movimento do ombro (devido a contratura e aderências da cápsula articular), com dificuldade para elevar o braço e colocar a mão atrás das costas


Existem alguns fatores predisponente para o aparecimento da capsulite adesiva :
* Doenças metabolicas e endocrinas : Bridgman (1972) identificou um significativo aumento de capsulite adesiva em pacientes com diabetes, principalmente nos insulino-dependentes
* Imobilização prolongada do ombro : pos-operatório de cirurgias no ombro, mama ou toracica
* taxa elevada de triglicerideos
* uso de fenobarbital
Mas em alguns casos a capsulite adesiva ocorre sem a presença de nenhum fator predisponente sendo chamada de primária ou idiopatica
A capsulite adesiva deve ser diferenciada de outras doenças que podem ocasionar dor e diminuição da movimentação do ombro :
* Osteoartrose - consiste na desgaste da cartilagem articular . O diagnostico pode ser feito por RX simples
* Lesão do manguito rotador - consiste numa lesão de músculos responsáveis pela movimentação do ombro. Geralmente apresenta uma limitação de movimento ativa maior do que a passiva. Além do exame clinico do paciente o diagnóstico pode ser feito por ressonância Magnética.
* Tendinite calcarea - formação de depósitos de cálcio no ombro que podem ocasionar crises agudas de dor de forte intensidade associado com grande limitação de movimento. O diagnóstico pode ser feito por radiografias simples.





TRATAMENTO

1) medicação - utilizado especialmente na primeira fase, quando a dor é constante , sendo utilizados analgésicos e anti-inflamatórios




2) Fisioterapia – Os principios basicos do tratamento fisioterapico na capsulite adesiva são :
- inicialmente : alivio da dor
- posteriormente:restauração progressiva da amplitude dos movimentos e função
3) Hidroterapia - Os exercicios subaquaticos em piscinas termicas devido a propriedades fisicas da agua de flutuação e ao calor propiciam relaxamento muscular, facilitando os movimentos



4) Bloqueio do n.supra-escapular - é um método de tratamento que pode ser associado com a fisioterapia. o bloqueio desse nervo pode levar a resultados satisfatorios no tratamento da capsulite adesiva.


5) Cirurgia (Artroscopia) - alguns pacientes não respondem ao tratamento necessitando de tratamento cirúrgico
A cirurgia é feita pelo procedimento de videoartroscopia. Através de uma pequena incisão uma ótica é colocada dentro do ombro, pemitindo a visulização interna e ampliada do ombro em um monitorPor outra incisão pinças são colocadas dentro do ombro , podendo ser feito uma limpeza da inflamação para melhorar a dor e liberação de aderências da cápsula articular para melhorar o movimento




Após a alta hospitalar o paciente deve participar de um programa de reabilitação com exercicios preferencialmente subaquaticos para ganho de mobilidade passiva e ativa associados com recursos analgesicos

Fratura de Clavícula

Fratura de Clavícula

A clavicula é um osso subcutâneo , podendo ser palpada abaixo da pele ao longo de todo o seu comprimento



A espessura da clavicula varia , apresentando-se achatada no seu terço distal e tubular no terço proximal. A junção entre essas porções no terço medio da clavicula torna esse ponto enfraquecido , o que poderia explicar a maior frequencia de fraturas nesse local.



A funções da clavícula são :
- conecta o tórax com o ombro
- proteção de importantes estruturas neuro-vasculares que passam sob a clavícula



A fratura da clavícula pode ocorrer geralmente de duas formas
1) queda apoiando a mão ou cotovelo no solo - a força é transmitida pelo braço e dispersando-se ao longo da clavicula, provocando fratura se a força transmitida for maior que a resistencia da clavicula.



2) trauma direto na clavícula - Pode ocorrer em acidentes de carro pela compressão da clavícula pelo cinto de segurança



O paciente apresenta-se com dor e aumento de volume local, podendo ocorrer uma deformidade nos casos de fraturas com desvio



O diagnóstico é confirmado através de radiografias simples



A grande maioria das fraturas do terço medio da clavicula são tratadas de forma não cirúrgica com ótimos resultados. Mesmo que as fraturas deslocadas da clavicula não possam ser posicionadas e mantidas numa posição perfeita (anatômica), o resulta estético é bom e os resultados funcionais são excelentes. Para o tratamento não cirúrgico devem ser feitas as seguintes medidas :

* uso de analgésicos e anti-inflamatórios
* Imobilização (tipo oito ou velpeau) - é utilizado até a consolidação da fratura (cicatrização)



O tratamento cirúrgico pode ser indicado nos seguintes casos :
- fraturas expostas
- pacientes com múltiplas fraturas (polifraturados)
- Lesões neuro-vasculares no local da fratura
- Desvio da fratura com fragmentos ósseos tensionando a pele
- Fraturas com desvio > 2,0cm
Na cirurgia uma das técnicas utilizadas é a redução da fratura (colocação dos ossos no lugar) e a fixação óssea com placa e parafuso

Dor na coluna durante a gravidez

Dor na coluna durante a gravidez

A presença de dor nas costas é um dos problemas mais comuns durante a gravidez. Estima-se que entre 50-80% das mulheres grávidas, o aparecimento de algum tipo de dor lombar é inevitável.
O mais comum é a dor nas costas aparecer no período entre o quinto e o sétimo mês de gestação, porém pode iniciar-se já a partir da oitava semana.
Mulheres que já apresentavam história pregressa de dor nas costas antes de engravidar são candidatas de risco para sofrer com a coluna.
Durante a gestação, ocorre uma verdadeira transformação no corpo da mulher, uma espécie de preparação para o momento do parto.
Hormônios como a Relaxina e o Estrógeno, provocam uma maior frouxidão nos ligamentos (espécies de “cordas” que unem os ossos) da coluna e da bacia.
Alterações na postura durante a gestação auxiliam na manutenção da posição ereta enquanto o crescimento do feto e o aumento do útero provocam um aumento do peso da mulher (quase 1/5 de acréscimo no peso) e afetam o equilíbrio do corpo.
O aumento do peso é concentrado inicialmente na barriga e os músculos abdominais vão perdendo o seu tônus pela distensão do útero que cresce. Isto acarreta um aumento da lordose lombar e uma sobrecarga na porção inferior da coluna.


NÃO SIM

Existem três tipos mais comuns de dor nas costas durante a gravidez:

1. DOR LOMBAR

Localizada na região inferior da coluna, pode ou não, sentir a dor irradiando para a perna, com contratura da musculatura ao longo da coluna.
Piora com fato de permanecer muito tempo sentada ou em pé.




2. DOR PÉLVICA POSTERIOR (SACRO-ILÍACA)

Quatro vezes mais freqüente do que a dor lombar, a dor que acomete a articulação entre o sacro (final da coluna que se alarga) e a bacia, chamada de articulação sacro-ilíaca.
A dor estende-se para os glúteos e região posterior da coxa, não ultrapassando o joelho. Pode ser bilateral e estar associada com dor na sínfise púbica.
A dor não desaparece rapidamente com o repouso e geralmente persiste por um certo tempo após o nascimento da criança.
20% das mulheres apresentam tanto a dor lombar como a dor da sacro-ilíaca.

3. DOR NOTURNA

Algumas mulheres grávidas apresentam dor exclusivamente durante à noite quando deitadas.
Esta dor estaria relacionada com o acúmulo de fadiga muscular no final do dia.
Outra hipótese é que, durante a noite, com a desativação de vários órgãos, como por exemplo, o estômago, existe uma maior quantidade de sangue circulando para áreas “inflamadas” da coluna.

HÉRNIA DE DISCO

O aparecimento da hérnia de disco durante a gravidez é extremamente rara (1 em cada 10000).

DOR DO PARTO

A dor durante o trabalho de parto é diferente, similar a uma forte cólica menstrual, persistente, aumentando de intensidade e freqüência e não sendo influenciada pela movimentação do corpo como a dor lombar.

FATORES DE RISCO PARA A DOR NA COLUNA NA GESTAÇÃO

•Mulheres que já apresentavam dor nas costas antes de engravidar
•Mulheres que já tiveram vários filhos
•Virar-se na cama
•Subir escadas
•Ficar muito tempo sentada, principalmente com o corpo inclinado para a frente (no computador)
•Levantar –se de uma cadeira baixa
•Sair do automóvel
•Carregar peso
•Girar ou fletir o tronco
•Relação sexual
•Usar sapato de salto alto ( aumenta a lordose)
•Dirigir
•Aumento de peso > 10 kgs durante a gestação
DOR NA COLUNA APÓS O NASCIMENTO DA CRIANÇA

Após o nascimento da criança, o corpo da mulher vai sofrer uma nova transformação, com progressiva diminuição da lordose, e, muitas vezes, neste processo, muitas mulheres apresentam dores na coluna. Isto também é desencadeado pela sua atividade com o bebê, que a coloca em posturas muitas vezes inadequadas durante o processo de amamentação, dar banho ....

TRATAMENTO

No passado as mulheres tinham que aceitar a presença da dor nas costas, simplesmente, como parte do processo da gestação. Hoje em dia sabemos existem causas específicas com tratamentos mais específicos.
O objetivo é manter uma boa função durante a gestação com o mínimo de desconforto.
Lembrar da contra-indicação da realização de radiografias e do uso de anti-inflamatórios durante a gravidez!

•Repouso de lado com um travesseiro entre as pernas •Aplicação de gelo / calor
•Massagem
•Analgésico apropriado por períodos curtos após o terceiro mês
•Acupuntura após o trimestre
•Uso de uma cinta pélvica
•Exercícios de relaxamento e alongamento
•Fortalecimento das estruturas musculares que sustentam o peso
•Trabalho postural / contrabalançar a lordose excessiva
•Condicionamento do modo correto de exercer as rotinas diárias
•Hidroterapia
•Yoga
EVITAR

•Evitar carregar peso
•Evitar exercícios físicos extenuantes
•Evitar “step”
•Evitar mergulho
Não tente tratar-se por conta própria!

A dor nas costas pode também ser causada por algum outro motivo. Procure um médico no caso de estar tendo febre , ardência durante a micção ou sangramento vaginal.

Se você está pensando em engravidar o melhor é um tratamento preventivo!

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Dor nas costas

Dor nas costas
EVITE A DOR NAS COSTAS



A dor nas costas é um dos problemas mais comuns no consultório do ortopedista. Com raras exceções, todo mundo ou já teve, ou tem, ou terá dor nas costas.A coluna funciona como uma pilha de tijolos, onde as vértebras mais inferiores sustentam todo o peso. Entre as vértebras existe uma espécie de “almofada gelatinosa”, o disco intervertebral.


Podemos destacar os fatores mais comuns, relacionados com o aparecimento da dor nas costas:

* Causas anatômicas (forma errada de pisar, defeito na formação da estrutura da coluna, diferença entre o comprimento das perna

* Deficiências posturais: hiperlordose, cifose..

* Excesso de peso: mesmo 2-3kgs podem fazer diferença, experimente carregar um bebê o dia inteiro.

* Sedentarismo: passar longo período sentado (a pior posição para a coluna) é muito prejudicial. É importante a cada meia hora dar uma levantada. Além disso, a inatividade enfraquece e encurta a musculatura que dá sustentação para a espinha dorsal.

* Erro na forma de realizar atividades diárias: A coluna é sobrecarregada quando o corpo é flexionado ou rodado. É preciso atenção na forma de sentar, como se abaixar para apanhar algo ou carregar peso. Procure não dormir em um colchão onde a sua coluna afunda.

* Excesso de impacto: algumas atividades esportivas podem acelerar o desgaste, sobrecarregando a musculatura, o disco e até causar fraturas por fadiga na coluna. Entre os esportes onde a coluna é mais castigada, destaca-se a ginástica olímpica, halterofilismo, golfe, maratona. No caso do tênis, o excesso de rotação do tronco e a hiper extensão da coluna no saque, associados ás súbitas mudanças de direção durante o jogo, podem, no caso de algum descuido com o seu corpo, fazer você sair “travado” da quadra.
“stress”:causa um tensionamento da coluna, nossa postura se deteriora; os ombros ``enrolam-se para dentro´´, o pescoço endurece, os músculos ficam encurtados, a respiração se torna mais restrita.

* Stress: : trata-se de um tempero adicional, contribuindo para desencadear a dor lombar. É comum o indivíduo passar por um stress no campo profissional ou afetivo, na hora não sentir dor pela necessidade de ser forte e aparecer com a dor nas costas algum tempo depois, muitas vezes quando o problema já passou.

* Artrose: ocorre espessamento do osso com o aparecimento de saliências (“os bicos de papagaio”) que podem diminuir o espaço para a passagem dos nervos.

* Osteoporose: o osso fica mais poroso e pode sofrer achatamento da vértebra, fato que pode ser bem doloroso, tornando o indivíduo mais baixo e encurvado.
Hérnia de disco: Com a sobrecarga, já a partir dos 25 anos, o disco começa a sofrer um processo de desidratação, tornando-se mais frágil e podendo sofrer um abaulamento, a hérnia de disco que acaba por comprimir a saída dos nervos da coluna, causando dor irradiada para a perna.

Causas não ortopédicas: cuidado! A dor nas costas pode ser reflexa de outro problema, como por exemplo, cálculo renal, tumor de próstata ou pancreatite.
Se você se enquadra em algum destes fatores procure prevenir a dor e não deixá-la se instalar e prejudicar a sua qualidade de vida.


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Lesões da mão no esporte

Lesões da mão no esporte
Na grande maioria das atividades esportivas, a presença da mão se faz necessária, desempenhando papel importante na integração da força com a coordenação.
A mão é uma das partes mais exposta e vulnerável do corpo humano, e dados estatísticos comprovam que, cerca de ¼ das lesões esportivas atingem a mão ou o punho.
Cada esporte tem os seus riscos de lesões mais freqüentes, como descreveremos mais adiante.
É importante o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, pois o atleta necessita de 100% de recuperação, para um perfeito desempenho.



AVULSÃO DE TENDÃO FLEXOR PROFUNDO DOS DEDOS



É uma lesão geralmente encontrada nos atletas praticantes de judô e jiu-jitsu e também no rúgbi e futebol americano, freqüentemente não diagnosticadas de imediato.
Ocorre durante a extensão forçada do dedo na máxima contração do músculo flexor profundo dos dedos, como quando o atleta agarra a camisa do outro,por exemplo. Isto ocasiona arrancamento do tendão flexor profundo dos dedos da sua inserção, na base da falange distal, podendo ou não haver fratura associada da falange distal.
Durante o exame físico notamos a incapacidade do paciente em flexionar a ponta do dedo, com o dedo fixo em extensão. Na radiografia podemos encontrar um arrancamento ósseo da base da falange distal, no ponto de inserção do tendão. O tratamento consiste na reinserção do tendão/ osso na base da falange distal.



FRATURA DO BOXER

As fraturas do colo do quinto metacarpiano, são conhecidas como a fratura do “boxer”, onde o desvio volar do fragmento distal é causado pelo impacto direto do punho fechado, como em um soco no boxe.
O tratamento dessas fraturas pode ser conservador, através de uma redução e imobilização gessada, ou nos casos onde a fratura é instável, o tratamento cirúrgico está indicado para manter a redução dos fragmentos ósseos.



LESÃO DO PUNHO NO TÊNIS



Na região do punho existe uma estrutura triangular, conhecida como ´´o menisco do punho´´, que é a fibrocartilagem triangular. Ela conecta os ossos do antebraço (rádio e ulna) ao punho com importante função de estabilização no movimento de rotação e amortecendo a força de preensão.
Nos jogadores de tênis, existe uma incidência aumentada de lesões da fibrocartilagem triangular.
Entre os fatores predisponentes, destacamos:



pacientes que apresentam a ulna mais longa que o rádio
excesso de treinos, com microtraumas repetitivos
relacionado com trauma, como uma queda, por exemplo


O paciente sente dor na borda ulnar do punho com dificuldade de suportar o peso sobre a mão espalmada (ex: dor para sair da piscina). É necessário descartar a presença de tenossinovite do extensor ulnar do carpo, que pode ser a causa da dor.
A lesão pode ser uma perfuração central na fibrocartilagem ou uma desinserção da mesma de um dos seus três vértices.
O tratamento pode variar desde, imobilização da rotação do punho ou tratamento cirúrgico por artroscopia do punho, onde através de dois furos, realizamos o desbridamento da lesão central ou a reinserção da lesão periférica.



LESÃO DA MÃO DO ESCALADOR


Com o aumento do interesse na prática de escalada, seja ela ´´indoor´´ ou ´´outdoor´´, notamos uma maior incidência de lesões que acometem as mãos, comuns nesta modalidade atlética.
O grande esforço de galgar altitude com a força das mãos pode acarretar desde bolhas na mão até lesões no sistema que rege o movimento dos dedos.
Na região da palma dos dedos, existe um sistema de presilhas que prendem os tendões flexores ao osso. São as polias flexoras. Sem estas estruturas, ao flexionarmos os dedos, os tendões ficariam balantes.
A solicitação dos dedos na escalada esportiva pode causar lesão na polia, fato que provoca dor e dificuldade para flexão do dedo
O tratamento consiste em fazer uma nova polia com enxerto de tendão flexor.


FRATURA DO GANCHO DO HAMATO NO GOLFE

São fraturas encontradas em atletas que realizam esportes onde se utilizam raquetes ou tacos, como golfe, tênis ou beisebol. O gancho, ou hâmulo, do hamato é um osso proeminente localizado na borda ulnar da palma da mão,e apresenta íntimo contato com o nervo ulnar.
Quando o atleta segura a raquete ou taco, o final da empunhadura acaba se chocando com o gancho do hamato e pode dependendo do excesso de uso causar uma fadiga óssea e causar uma espécie de fratura por stress do gancho do hamato (H), irritando o nervo ulnar.
Em geral, os atletas se queixam de dores na borda ulnar da mão, na base da eminência hipotenar, fato que atrapalha a preensão do taco. Podem apresentar formigamento e dormência no dedo mínimo.
O diagnóstico é melhor comprovado através de exame de tomografia computadorizada do carpo.
Se diagnosticado precocemente, a imobilização gessada garante a consolidação. Porém, na maioria dos casos o diagnóstico é tardio e o fragmento fraturado dificilmente consolida, o que mantém os sintomas, e o tratamento deve ser cirúrgico com liberação do nervo acometido e ressecção da parte fraturada do gancho do hamato.



NEURITE DO CICLISTA


Os ciclistas adeptos de longo percurso podem apresentar formigamento nos dedos, especialmente no dedo anular e dedo mínimo.
Isto ocorre, pois a mão apoiada em extensão sobre o guidão deixa o nervo ulnar exposto á compressão ao nível do punho.
É importante encorajar o ciclista a alterar a posição da mão para evitar compressão crônica. Normalmente a alteração de sensibilidade e o formigamento desaparecem em minutos ou horas após cessar a compressão, mas em alguns casos pode persistir por semanas ou meses, sendo necessário evitar a bicicleta, manter o punho em repouso e fazer uma investigação da função do nervo. Casos crônicos, que não melhoram com o tratamento conservador, podem requerer a descompressão cirúrgica do nervo.

momento certo é essencial para a recuperação fisiológica dos tecidos

Parar no momento certo é essencial para a recuperação fisiológica dos tecidos


Dependendo do esporte ou atividade física praticada, as lesões tendem a afetar os músculos, tendões, ossos (no caso dos corredores, tendinites, tendinoses, condromalácia patelar e fratura por estresse), entorses no joelho e tornozelo (nos jogadores de futebol ), nos ombros (síndrome do impacto, comum entre nadadores e jogadores de voleibol), lesões no cotovelo (em tenistas). Tais lesões podem afastar o esportista dos treinos por longos períodos, gerando um descompasso em seu condicionamento físico.
É o que afirma o fisioterapeuta, especialista em terapias manuais e osteopatia, Helder Montenegro.
Lesões
“A maioria das lesões ocorre durante a realização de exercícios, sendo consequência de métodos de treinamento incorretos ou de anomalias estruturais do praticante”, afirma o fisioterapeuta. Na definição do profissional de Educação Física, Marcos Vinícius Leitão, a ocorrência de lesões independe do tipo de atividade escolhida, já que até uma simples caminhada pode gerar problemas a curto ou a longo prazo caso a atividade não seja devidamente acompanhada por um profissional de Educação Física.
Helder Montenegro relaciona alguns esportes mais agressivos, em termos de impacto no corpo. São os de contato, os quais geram mudanças dinâmicas de direção: futebol, basquete, futebol americano, artes marciais, entre outros. Atualmente, informa, a popularização do wakeboard (onde o praticante se equilibra numa prancha puxada por uma lancha) o transformou esse esporte um dos mais lesivos.
No âmbito da fisiologia do movimento, as manobras que normalmente promovem mais lesões são as que exigem as articulações (joelhos, tornozelos e coluna lombar). Como existe um momento de neutralidade (zona neutra), isto se dá quando ocorre um grau mínimo de estabilidade involuntária. “A fim de a cinemática articular suceder de forma correta, é sempre necessário que os sistemas estabilizadores dinâmicos, estáticos e neurais estejam em perfeito estado funcional. Caso um desses sistemas já tenha sido comprometido anteriormente ou durante o movimento articular, essa articulação será lesionada”, avisa.
Indisciplina
O fisioterapeuta adverte os esportistas indisciplinados (amadores e profissionais), sem um compromisso sério com o esporte praticado e os quais não procuram ter um acompanhamento de uma equipe de profissionais. Além de comprometer o desempenho, passam a integrar um grupo de risco (são os jovens do sexo masculino).
E quando já se está com uma lesão, o que fazer? O fisioterapeuta Helder Montenegro informa que as lesões musculares têm um tempo médio de recuperação de duas a três semanas. Já as lesões ligamentares e ósseas apresentam uma grande variedade de duração, uma vez que depende muito se o problema ter indicação cirúrgica ou não. Admite que, tanto a fisioterapia convencional quanto a manual são importantes no processo de recuperação do atleta. No entanto, reforça que a fisioterapia manual age mais diretamente no mecanismo da lesão, tratando a causa e não apenas os sintomas decorrentes dela, o que acelera o retorno à pratica esportiva, prevenindo recidivas.
Outro perigo grande para o atleta de alto desempenho é o “over training”. O excesso de treinamento, admite o fisioterapeuta, é muito prejudicial ao rendimento do atleta, pois não permite a recuperação das fibras e células que compõem as estruturas envolvidas na prática esportiva. Isso expõe o atleta a lesões que podem, muitas vezes, afastá-lo dos treinos e das competições. “É bom lembrar que o descanso é fundamental na recuperação fisiológica dos tecidos músculo-articulares e deve fazer parte de todo treinamento esportivo”, recomenda Helder Montenegro.
Para as pessoas que nunca praticaram esportes e decidem fazê-lo, o fisioterapeuta diz ser fundamental procurar um médico realizar uma série de exames clínicos, seguido de um profissional de Educação Física. E lembra aos esportistas iniciantes a tomarem cuidado com os excessos: “Descanso também faz parte do treino”, destaca. Após sofrer a lesão e procurar tratamento, o tempo médio em que o esportista pode ficar sem treino, sem prejudicar seu desempenho, vai depender do tipo da lesão.
Retorno aos treinos
“Temos observado que houve uma evolução muito grande na forma como os profissionais de saúde tratam as lesões esportivas, mas a etapa do tratamento mais importante independente da técnica. É quando o atleta volta aos treinos”, explica..
Nesta fase, complementa o fisioterapeuta, “independente do condicionamento físico geral do atleta, o retorno aos treinos deve acontecer de forma gradativa, respeitando as adaptações articulares e músculo-tendíneas. Esta etapa deve ter a participação direta do fisioterapeuta, do educador físico e, principalmente, das informações verdadeiras fornecidas pelo atleta”, conclui Helder Montenegro.
Lesões frequentes
Nos Joelhos: lesões ligamentares; LCA (ligamento cruzado anterior) ocorre mais nos futebolistas; lesões nos meniscos ; artrose; lesão fêmur-patelar; e as tendinites inflamações nos tendões.
Coluna verterbral: lombalgias (dores no final da coluna); cervicalgias no pescoço; hernia de disco (deteriorização do disco intervertebral); desvios de posturas provocados pela má execução de exercícios físicos (quando se exercita mais um lado que o outro do corpo, provocando uma assimetria).
Ombros: tendinites, inflamações que ocorrem no tendão do manguito rotador; bursites (inflamações no saco que envolve as articulações); e as artroses.
Retorno
“Esta etapa conta com a participação do educador físico e do fisioterapeuta”
“Após sofrer uma lesão, o atleta deve voltar ao treino de forma gradativa”
Helder Montenegro
Fisioterapeuta e especialista em terapias manuais
fonte: caderno viva diário do nordeste

ENTENDENDO AS LESÕES

ENTENDENDO AS LESÕES
Artigo sobre Massa Muscular



ENTENDENDO AS LESÕES

Antes de falar especificamente sobre as lesões vamos pensar nas estruturas afetadas pelas lesões. Ou seja, você já parou pra pensar em como você é por dentro? Do que seu corpo é constituído? Como são formados os tecidos do seu corpo? Qual a função dos seus órgãos, ossos, músculos, tendões, ligamentos e várias outras estruturas do seu corpo? O que acontece no seu corpo quando você pratica atividades físicas? O que acontece no seu interior que gera um desequilíbrio, e acaba por provocar lesões?

Seu corpo é formado por células dos mais variados tipos, e cada uma delas, conforme se desenvolve, vai assumindo características próprias e desempenhando determinadas funções, própria de cada uma.

FISIOPATOLOGIA DA LESÃO EM VÁRIOS TECIDOS DO CORPO HUMANO.

Neste momento abordaremos de forma superficial alguns tipos de células, tecidos e suas respectivas funções.

Quando nascemos temos uma célula responsável pelo desenvolvimento de todas as outras células do nosso corpo. A está é dado o nome de célula mensequimal, que se diferencia e especializa formando os mais variados tipos de células e os subseqüentes tecidos corporais.

Existem quatro tipos de tecidos fundamentais no corpo humano: epitelial, conectivo, muscular e nervoso. Segundo Guyton, todos os tecidos do corpo, exceto os ossos, podem ser definidos como tecidos moles. Cailliet, entretanto, define mais tecnicamente o tecido mole como a matriz do corpo humano, formada por componentes celulares dentro de uma substância básica. Ele também acredita que o tecido mole é a causa mais comum de incapacidade funcional do sistema musculoesquelético. A maioria das lesões relacionadas ao esporte ocorre nos tecidos moles.

TECIDO EPITELIAL

O primeiro tecido fundamental é o epitelial. Esse tecido específico reveste todas as superfícies internas e externas do corpo, abrangendo estruturas como a pele, a camada externa dos órgãos internos e o revestimento interno dos vasos sangüíneos e das glândulas. A finalidade básica do tecido epitelial, de acordo com Fahey, é proteger e formar estrutura para os outros tecidos e órgãos. Além disso, esse tecido atua na absorção (como no trato digestivo) e na secreção (como nas glândulas). Uma das principais características fisiológicas do tecido epitelial é não possuir suprimento sangüíneo, e, portanto, depender do processo de difusão para ser nutrido, oxigenado e para eliminar produtos excretáveis. Grande parte das lesões relacionadas ao esporte nesse tipo de tecido é traumática, incluindo abrasões, lacerações, perfurações e avulsões. Entre outras lesões a esses tecidos estão a infecção, a inflamação ou a doença.

TECIDO CONECTIVO

As funções do tecido conectivo no corpo são fornecer suporte e revestimento, preencher espaços, armazenar gorduras, auxiliar no reparo dos tecidos, produzir células sangüíneas e proteger contra infecções. O tecido conectivo é constituído de vários tipos de células, separadas umas das outras por alguma espécie de matriz extracelular. Essa matriz consiste em fibras e uma substância fundamental amorfa, que pode ser sólida, semi-sólida ou líquida. Os tipos primários de células de tecido conectivo são os macrófagos, que funcionam como fagócitos para eliminar os detritos; os mastócitos, que liberam produtos químicos (histamina e heparina) associados à inflamação; e os fibroblastos, que são as principais células do tecido conectivo.

Colágeno

Os fibroblastos produzem colágeno e elastina, encontrados em várias proporções em diferentes tecidos conectivos. O colágeno é uma das principais proteínas estruturais que formam as estruturas fortes, flexíveis e inelásticas, que mantêm o tecido conectivo unido. Ele possibilita ao tecido resistir a forças mecânicas e deformações. A elastina, porém, produz tecidos altamente elásticos que auxiliam na recuperação da deformação. As fibras de colágeno são os elementos de sustentação de carga do tecido conectivo. Elas são dispostas para acomodar os estresses tênseis, mas não são igualmente capazes de resistir ao estresse de cisalhamento ou ao estresse compressivo. Conseqüentemente, as fibras de colágeno percorrem as linhas de força tênsil.

O colágeno tem diversas propriedades físicas e mecânicas, que lhe possibilitam responder à carga e à deformação, permitindo que suporte altas cargas tênseis. As propriedades mecânicas do colágeno incluem elasticidade, que é a habilidade de recuperar o comprimento inicial após o alongamento; viscoelasticidade, que permitem um lento retorno ao comprimento e à forma normais após a deformação; e plasticidade, que possibilita a mudança permanente ou a deformação. As propriedades físicas incluem relaxamento ao estresse, que indica a diminuição da força necessária para manter um tecido em uma determinada quantidade de alongamento ou deformação ao longo do tempo; creep, que é a capacidade de um tecido deformar-se ao longo do tempo enquanto uma carga constante é imposta; e histerese, que é a quantidade de relaxamento que ocorre em um tecido durante a deformação e o alongamento. Caso as limitações mecânicas e físicas do tecido conectivo sejam ultrapassadas, o resultado será a lesão.

Tipos de tecido conectivo

Há vários tipos de tecido conectivo. O tecido conectivo fibroso é composto de fibras fortes de colágeno, que unem os tecidos. Há dois tipos de tecido conectivo fibroso. O tecido conectivo denso, que é composto basicamente por colágeno e é encontrado nos tendões, nas fáscias, nas aponeuroses, nos ligamentos e nas cápsulas articulares. Os tendões conectam os músculos ao osso. A aponeurose é um tendão fino como uma folha de papel. A fáscia é uma fina membrana de tecido conectivo que circundo músculos e tendões específicos ou grupos musculares. Os ligamentos ligam os ossos entre si. Todas as articulações sinoviais são circundadas por uma cápsula articular, que é um tipo de tecido conectivo semelhante a um ligamento. A direção das fibras colágenas nos ligamentos e nas cápsulas articulares é menos paralela do que nos tendões.

O tecido conectivo frouxo forma vários tipos de membranas finas presentes embaixo da pele, entre os músculos e entre os órgãos. O tecido adiposo é uma forma especializada de tecido conectivo frouxo, que armazena gordura, separa e atua de forma a absorver impactos. O suprimento sangüíneo para o tecido conectivo fibroso é relativamente baixo, portanto, a recuperação e o reparo da lesão são processos lentos.

A cartilagem é um tipo de tecido conectivo rígido que oferece apoio e reveste várias estruturas. É composta de células denominadas condrócitos localizadas em pequenas câmaras denominadas lacunas, completamente circundadas por uma matriz intracelular. A matriz é composta de diversas proporções de colágeno e elastina e de uma substância fundamental amorfa composta por proteoglicanos e glicosaminoglicanos, que são moléculas de proteína não-fibrosa. Os proteoglicanos atuam como esponjas e retêm grandes quantidades de água, o que permite que a cartilagem retorne à forma inicial após ter sido comprimida. A cartilagem recebe pouco suprimento sangüíneo; desse modo, a recuperação após a lesão é muito lenta.

O osso é um tipo de tecido conectivo composto de células vivas e de minerais depositados em uma matriz. Cada osso é constituído por três componentes principais. A epífise que é uma porção mais larga em cada extremidade do osso que se articula como outro osso adjacente. Cada uma das superfícies articulares é coberta por cartilagem articular e hialina. A diáfise é o eixo do osso. A placa epifisária ou placa de crescimento é o principal sítio de crescimento e alongamento ósseo. Depois que o crescimento ósseo cessa, a placa ossifica-se e forma a linha epifisária. Com exceção das superfícies articulares, o osso é totalmente confinado pelo periósteo, um tecido fibroso rígido, altamente vascularizado e inervado. O osso é rico em suprimento sangüíneo, o que certamente facilita o processo de recuperação após a lesão. Ele desempenha as funções de suporte, movimento e proteção. Além disso, armazena e libera cálcio no fluxo sangüíneo e produz glóbulos vermelhos.


O QUE É LESÃO

A lesão é caracterizada por uma alteração ou deformidade tecidual diferente do estado normal do tecido, que pode atingir vários níveis de tecidos, assim como os mais variados tipos de células. As lesões ocorrem em função de um desequilíbrio fisiológico ou mecânico, por trauma direto ou indireto, por uso excessivo de um determinado gesto motor, ou até por gestual motor realizado de forma incorreta.

No caso da população atlética, as lesões envolvem mais comumente o sistema musculoesquelético e, mais raramente o sistema nervoso. As lesões primárias são quase sempre descritas na medicina esportiva como sendo de natureza crônica ou aguda, resultantes de forças macrotraumáticas ou microtraumáticas. As lesões classificadas como microtraumáticas ocorrem em decorrência do trauma agudo e produzem dor e incapacidade imediatas. As lesões macrotraumáticas incluem fraturas, luxações, subluxações, entorses, distensões e contusões. As lesões microtraumáticas são geralmente denominadas lesões por excesso de uso (overuse) e são resultantes da sobrecarga repetitiva ou de uma mecânica gestual motora incorreta, relacionada ao treinamento contínuo ou à competição. As lesões microtraumáticas incluem tendinite, tenossinovite, bursite, etc. A lesão secundária é, essencialmente, a resposta inflamatória ou hipóxia secundária que ocorre em razão da lesão primária.


TIPOS DE LESÕES E OS TECIDOS MAIS LESIONADOS

As lesões podem ser ósseas, musculares, ligamentares ou articulares. As lesões podem ser internas e/ou externas; causadas por trauma direto ou indireto. Vejamos a seguir algumas das lesões mais comuns no esporte e os tecidos mais afetados por essas determinadas lesões.

As lesões ligamentares são comumente relacionadas ao entorse ligamentar. Um entorse envolve dano a um ligamento que fornece suporte a uma articulação. O ligamento é uma faixa de tecido rígido, relativamente inelástico, que liga um osso a outro. Os ligamentos podem ser espessamentos da cápsula articular como também podem ser faixas totalmente separadas da cápsula. Os ligamentos são formados por tecido conectivo denso, disposto em feixes paralelos de colágeno compostos por fileiras de fibroblastos. Embora os feixes estejam dispostos em paralelo, isso não ocorre a todas as fibras colágenas.

Sua função primária é tripla: proporcionar estabilidade a uma articulação, controlar a posição de um osso em relação a outro durante o movimento articular normal e fornecer informação proprioceptiva ou o senso posicional articular das terminações nervosas livres ou dos mecanoreceptores localizados no ligamento.

Os ligamentos e os tendões são muito semelhantes em sua estrutura. Porém, os ligamentos são geralmente mais achatados do que os tendões; e as fibras colágenas no ligamento são mais compactas. O posicionamento anatômico dos ligamentos determina, parcialmente, os movimentos que podem ser feitos por uma articulação.

Se estresses forem aplicados a uma articulação que forcem o movimento além de seus limites ou planos de movimento normais, é provável que ocorra lesão ao ligamento. A gravidade do dano ao ligamento é classificada de diferentes maneiras; entretanto, o sistema mais comumente usado envolve três classes (graus) de entorse ligamentares:

Entorse de 1º Grau: Existe algum estiramento ou talvez ruptura das fibras ligamentares, com pouca ou nenhuma instabilidade articular. Dor branda, pouco edema e rigidez articular podem ser observados.
Entorse de 2º Grau: Existe certa ruptura e separação das fibras ligamentares e instabilidade moderada da articulação. Dor de moderada a aguda; edema e rigidez articular devem ser esperados.
Entorse de 3º Grau: Existe ruptura total do ligamento, manifestada primariamente por grande instabilidade articular. Pode haver dor aguda no início, seguida por pouca ou nenhuma dor, devido à ruptura total das fibras nervosas. O edema pode ser volumoso e, desse modo, a articulação tende a tornar-se muito rígida algumas horas após a lesão. Um entorse de terceiro grau com instabilidade acentuada geralmente requer alguma forma de imobilização durante várias semanas. A força que produz a lesão ligamentar costuma ser tão grande que outras estruturas ligamentares ao redor da articulação também podem ser lesadas. Em casos nos quais ocorre lesão em múltiplas estruturas articulares o reparo cirúrgico ou a reconstrução podem ser necessários para corrigir a instabilidade.

As lesões ósseas são caracterizadas geralmente por fraturas, que são lesões extremamente comuns entre a população atlética. Podem ser classificadas, de modo geral, como aberta ou fechadas. A fratura fechada envolve pouco ou nenhum deslocamento dos ossos e, portanto, pouca ou nenhuma ruptura do tecido mole. A fratura aberta, por outro lado, envolve deslocamento suficiente das extremidades fraturadas para que o osso rompa de fato as camadas cutâneas e abra caminho para a pele. Ambas as fraturas podem ser relativamente graves se não forem tratadas adequadamente. No entanto existe maior possibilidade de infecção em uma fratura aberta. As fraturas são consideradas completas quando o osso é quebrado em no mínimo dois fragmentos; são denominadas incompletas, quando não se estendem completamente pelo osso.

Dentre as diferentes fraturas que podem ocorrer estão as em galho verde, transversas, oblíquas, espirais, cominutivas, por compressão, por avulsão e por estresse.

As lesões articulares são muito relacionadas a danos à cartilagem. A osteoartrose é um distúrbio degenerativo do osso é da cartilagem na articulação e em torna dela. A artrite deve ser definida basicamente como um distúrbio inflamatório com possível destruição secundária. A artrose é um processo degenerativo com destruição da cartilagem, remodelação do osso e possíveis componentes inflamatórios secundários.

A osteofitose ocorre quando um osso procura aumentar sua área de superfície para diminuir as forças de contato. Normalmente, as pessoas descrevem esse crescimento como “esporões ósseos” ou “bico de papagaio”. A condromalacia é a transformação não progressiva da cartilagem, com superfícies irregulares e de áreas de amolecimento.

Outros tipos de lesões que envolvem as articulações são a luxação e a subluxação, que são, respectivamente, o afastamento de duas superfícies articulares, mantendo-se afastadas no primeiro caso, e voltando a posição inicial no segundo.

Em atletas e praticantes de atividades físicas regulares, algumas articulações podem ser mais suscetíveis a uma resposta parecida com a osteoartrose. A proporção do peso corporal em repouso sobre a articulação, a distensão da unidade musculotendinosa e qualquer força externa importante aplicada sobre a articulação são fatores de predisposição. Uma mecânica articular alterada, causada por frouxidão ou por traumas anteriores, são também fatores a serem considerados.

As lesões musculares são classificadas: quanto à ação, que pode ser direta (mais comum em esportes de contato), ou indireta (comuns em esportes individuais); quanto à funcionalidade, que podem ser parciais, onde o músculo perde força mais ainda consegue se contrair, ou podem ser totais, quando a mobilidade articular e força muscular, podem ser nulas, ou seja, o músculo não se contrai mais; e, quanto ao agente agressor, que pode ser traumática, exemplos, estiramento ou distensão (quando uma unidade musculotendinea é excessivamente estirada ou forçada a se contrair contra uma resistência excessiva, excedendo seus limites de extensibilidade ou capacidade tênsil); contusão (é uma lesão por compressão, causada por trauma direto que resulta em ruptura capilar, sangramento e resposta inflamatória); e laceração (onde há perda do tecido muscular); ou podem ser não-traumáticas, tipo cãibra (dor gerada por motivos ainda não esclarecidos cientificamente, que diminui a capacidade funcional da musculatura gerando dor, espasmo e perda de força) e dor muscular tardia (dor resultante de um exercício intenso ou realizado pela primeira vez, que gera um ruptura tecidual, gerando microlesões nas fibras musculares e desencadeia um processo inflamatório, causando a dor muscular).

As causas mais comuns das lesões musculares são: excesso de treinamento; falta de controle nas tensões de exercícios e alongamentos; gestual motor (técnica) indevido nos exercícios e alongamentos; carência de exercícios de alongamento compensatórios após os exercícios físicos; excesso de força e insuficiência de flexibilidade, ou fraqueza com muita flexibilidade; excesso de exercícios, tanto de força quanto de alongamento, em músculos fracos, particularmente naqueles que suportam estruturas de apoio; excesso de exercícios de força isoladamente em grupos musculares com encurtamento; dispensa de aquecimento antes do treinamento e retorno ao treinamento antes da cura total de uma lesão.

Conseqüência das lesões Musculares

As lesões danificam a estrutura do retículo sarcoplasmático (endomísio, perimísio e epimísio), fáscias e tendões; são estas estruturas que compõem o interior dos músculos, assim como seus revestimentos e suas junções com os ossos. As lesões rompem o retículo sarcoplasmático interferindo no metabolismo do cálcio, que é responsável pela contração muscular.

As lesões diminuem a capacidade de contração muscular devido à degradação de proteína. Assim como também diminuem a capacidade de relaxamento e alongamento das fibras musculares por ocasionar espasmos dos músculos tônicos.

As lesões provocam dor muscular tardia, rigidez e desconforto. As lesões do sistema muscular podem afetar a propriocepção neuromuscular de uma área produzindo danos funcionais ao invés de danos estruturais. A estrutura pode estar intacta numa avaliação estática, mas com disfunção nos movimentos.


OVERTRAINING E AS LESÕES (OVERUSE)

A síndrome de supertreinamento (overtraining) representa muito mais que a simples incapacidade a curto prazo de treinar com a mesma intensidade habitual ou uma ligeira queda no desempenho em nível de competição. Pelo contrário, envolve fadiga crônica experimentada durante as sessões de exercícios e nos períodos subseqüentes de recuperação.

Entre os diversos sintomas que o excesso de treinamento apresenta, estão as infecções freqüentes, taxações de fadiga persistentemente altas, funções imunes alteradas (deficientes), alterações agudas e crônicas nas respostas dos processos inflamatórios. Ou seja, vários fatores que predispõe um indivíduo a lesões, principalmente as lesões funcionais.

As lesões corporais (musculares, ósseas, articulares e ligamentares) ocorrem com mais freqüência no estado de supertreinamento, devido a um estresse maior destas regiões por uso excessivo. E talvez, também, por períodos de recuperação inadequados. A participação em treinamentos adequados e eficientes, a alimentação e o repouso apropriados podem minimizar os efeitos potencialmente negativos do excesso de treinamento.

Entre todos os problemas causados por overuse (excesso de uso) e relacionados à atividade física, a tendinite é o mais comum. Tendinite é um termo abrangente que pode descrever muitos distúrbios patológicos diferentes de um tendão. Trata-se, essencialmente, de qualquer resposta inflamatória dentro do tendão, sem inflamação do paratendão. Durante a atividade muscular, o tendão deve mover-se ou deslizar sobre outras estruturas ao seu redor sempre que o músculo se contrair. Caso um movimento específico seja realizado repetidamente, o tendão fica irritado e inflamado. Essa inflamação manifesta-se pela dor durante o movimento, por edema, possivelmente algum aquecimento e geralmente crepitação (estalido semelhante ao som produzido por esfregar o cabelo sobre os dedos próximos à orelha).

O segredo para tratar a tendinite, assim como qualquer processo de overuse, é o repouso. Caso o movimento repetitivo que causa irritação ao tendão seja eliminado, as chances são de que o processo inflamatório permita que o tendão se recupere. Medicamentos antiinflamatórios e modalidades terapêuticas também ajudam na recuperação da resposta inflamatória.


TIPOS DE LESÕES MAIS COMUNS RELACIONADAS AOS SEGMENTOS CORPORAIS


OMBRO

Qualquer estudo relacionado ao ombro deve fundamentar-se no fato de que se está tratando de duas estruturas anatômicas distintas: a cintura escapular e a articulação do ombro. A cintura escapular consiste dos ossos da clavícula e da escápula, e a articulação do ombro é formado pelos ossos da escapulo e do úmero.

A articulação do ombro é uma região muito suscetível a lesões por esporte, isto acontece devido a sua organização anatômica e a quantidade de movimentos realizados sobre essa articulação. Entre as lesões mais comuns nesta articulação destacamos as:

- entorses da articulação esternoclavicular
- entorses da articulação acromioclavicular
- luxações/ instabilidades glenoumerais
- síndrome do impacto do ombro
- tendinite e rupturas do manguito rotador

COTOVELO E ANTEBRAÇO

O cotovelo e o antebraço são compostos por três ossos: o úmero, a ulna e o rádio. Juntos , eles formam quatro articulações, três na extremidade proximal do antebraço (umeroradial, umeroulnar e radiulnar proximal) e uma na extremidade distal do antebraço (radiulnar distal). O úmero, a ulna e o rádio se encontram para formar a estrutura comumente conhecida como cotovelo; a ulna e o rádio formam o antebraço. A extremidade distal do úmero fornece os encaixes ósseos para os tecido moles que ligam o braço ao antebraço, formando a articulação do cotovelo.

Dentre as lesões mais comuns nestas estruturas podemos citar:

- fraturas do cotovelo
- lesões no ligamento colateral ulnar
- compressão nervosa
- luxações do cotovelo
- epicondilite medial e lateral

PUNHO E MÃO

O punho e a mão são estruturas complexas formadas por vários ossos, ligamentos, articulações e músculos. E entre as lesões que mais acometem estas estruturas devido a treinamento físico e os desportos estão:

- síndrome do túnel do carpo
- luxação das articulações dos dedos

QUADRIL, VIRILHA E COXA

Qualquer discussão a respeito do quadril deve incluir os ossos da pelve e da coxa e os músculos da coxa, bem como os ligamentos e os músculos do quadril. Lembrando que vários dos músculos que atravessam a articulação do quadril também atravessam a articulação do joelho. Assim as várias lesões que acometem estas estruturas devem ser analisadas minuciosamente a fim de descobrir o real local da lesão. E entre as lesões mais comuns estão:

- contusão da crista ilíaca
- síndrome do piriforme (ciática)
- bursite trocantérica
- bursite isquiática
- bursite iliopectínea
- síndrome de estalido do quadril
- distensões do flexor da virilha e do quadril
- luxação do quadril
- distensão dos isquiotibiais
- fraturas por estresse do fêmur
- distensão do quadríceps
- contusão do quadríceps
- miosite ossificante

JOELHO

A articulação do joelho é a maior do corpo. Uniaxial e sinovial, geralmente chamada de articulação dobradiça. Na realidade, a articulação do joelho não é uma verdadeira articulação dobradiça e sim uma articulação modificada, pelo fato da a tíbia (osso distal) deslizar ao redor da extremidade distal do fêmur (osso proximal). O movimento se desenvolve em um único plano (sagital), sobre um eixo mutante. Em cada grau de movimento, no plano sagital, o eixo látero-lateral é alterado.

Ainda que a articulação do joelho pareça ser bem construída estruturalmente, ela não foi feita para suportar muita sobrecarga imposta por certas atividades atléticas. Ao examinarmos a sua anatomia, evidenciamos casos comuns de sobrecarga excessiva, que predispõem os praticantes de atividades físicas a lesões. Dentre elas as mais comuns, são:

- entorse do ligamento colateral medial
- entorse do ligamento colateral lateral
- entorse do ligamento cruzado anterior
- entorse do ligamento cruzado posterior
- lesões de menisco
- síndrome do estresse femoropatelar
- condromalacia patelar
- subluxação ou luxação patelar aguda
- tendinite patelar (joelho de saltador)
- bursite
- plica patelar

PERNA, TORNOZELO E PÉ

Podemos comparar esta tríade à do complexo superior (antebraço, punho e mão), porém neste caso devemos levar em consideração que o complexo inferior é responsável pela sustentação de carga (o peso corporal) e absorve a força aplicada a cada passo, sendo esta altamente elevada quando em situações de atividades físicas, principalmente as que envolvem a corrida.

Entre as lesões mais comuns nestas estruturas podemos citar:

- fraturas tibiais e fibulares
- distensões musculares
- síndrome do estresse tibial medial
- tendinite do tendão de Aquiles
- ruptura do tendão de Aquiles
- bursite retrocalcaneal
- entorses do tornozelo (entorse em inversão e entorse em eversão)
- fraturas e luxações no tornozelo
- subluxação e luxação dos tendões dos fibulares
- tendinite
- Excesso de pronação e/ou supinação
- fraturas por estresse no pé
- fascite plantar
- hálux valgo (joanete)
- síndrome do túnel do tarso

COLUNA

A coluna vertebral consiste de um empilhamento de 33 ossos, chamados vértebras. Os ossos são mantidos juntos por ligamentos e músculos, com discos cartilaginosos. Ao longo da coluna vertebral podemos verificar que as vértebras são divididas em 5 grupos distintos, cada grupo possuindo um curvatura e funções especificas. A coluna esta relacionada com a função de sustentação do nosso corpo em posição ortoestática (em pé) e esta sujeita a sofrer muitos distúrbios e lesões, como:

- lombalgia
- distensões musculares
- distensão do piriforme
- distensão do quadrado lombar
- dor miofascial e pontos-gatilho
- síndrome de hipermobilidade (espondilólise/ espondilolistese)
- disfunção na articulação sacroilíaca
- entorse cervical
- entre outras.


COMO PREVINIR AS LESÕES

As lesões podem ocorrer por fatores intrínsecos ou extrínsecos, por microlesões musculares cumulativas, por uso excessivo de um mesmo movimento, por má postura ao longo dos anos, e outros fatores predisponentes, como:

- fatores intrínsecos: desvios posturais; desequilíbrio na força muscular; falta ou excesso de arco de movimento articular; déficit no equilíbrio estático, semidinâmico ou dinâmico; morfologia constitucional (características ósseas individuais); gestual motor com mecânica incorreta; e idade.
- fatores extrínsecos: superfície de treinamento; calçados; equipamentos; métodos de treinamento. Sobrecarga excessiva no volume e/ou na intensidade.

Existem cinco campos de atuação quando o assunto é lesão, e cada campo pode ser ocupado por diferentes profissionais. O profissional de educação física atua no campo da prevenção, que é o primeiro; o fisioterapeuta desportivo, e o professor de educação física que tenha conhecimentos da fisioterapia, assim como o médico ortopedista, que atuam no segundo campo, que é a intervenção imediata após a lesão; o fisioterapeuta atua no terceiro e quarto campo, o de ação curativa e a reintegração do atleta as atividades físicas, respectivamente; e o fisioterapeuta e o professor de educação física irão atuar no ultimo campo, que é o retorno às atividades físicas diárias e as competições.

Para evitar as lesões, deve-se adotar medidas preventivas durante o treinamento. Tais medidas incluem treinar visando aumentar a força muscular, assim como a resistência e a potência muscular; o equilíbrio, tanto estático, quanto o semidinâmico e o dinâmico; o controle neuromuscular; o a flexibilidade, que ainda é um assunto muito controverso, pois a maioria dos profissionais (professores de Educação Física e fisioterapeutas esportivos) concordam que a boa flexibilidade é essencial para o sucesso no desempenho físico, embora suas idéias baseiem-se primariamente na observação, em vez de pesquisas cientificas. Do mesmo modo, esses profissionais acreditam que a manutenção da boa flexibilidade é importante na prevenção da lesão na unidade músculotendinosa e, geralmente, insistem em incluir os exercícios de alongamento como parte do aquecimento, antes de atividades extenuantes, o que pode aumentar o risco de lesão. No entanto, não existem evidências cientificas que comprovem essa hipótese.

A flexibilidade é específica para determinada articulação ou movimento. Uma pessoa pode ter boa amplitude de movimento nos tornozelos, joelhos, quadris e coluna lombar, e em uma outra articulação não ter o movimento normal, o que poderia acarretar riscos de lesões, se esse individuo praticar exercícios que envolvam essa articulação. Esse é um problema que precisa ser corrigido para que a pessoa possa apresentar uma função normal da articulação no que diz respeito à flexibilidade.

Outro fato que deve ser observado é quanto à forma de treinamento, para que este não aconteça de maneira inadequada, tanto quanto ao seu volume, quanto a sua intensidade, devendo haver uma periodização do treinamento para que não haja problemas do tipo: overtraining ou a síndrome de overuse. Assim como também devemos atentar muito para a forma de execução das atividades, para que o uso abusivo de um gestual motor incorreto não gere lesões.


COMPREENDENDO O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

Os programas de reabilitação devem basear-se na duração do processo de recuperação. O fisioterapeuta deve conhecer profundamente a seqüência das várias fases desse processo. As respostas fisiológicas dos tecidos ao trauma seguem uma seqüência e ocorrem em um período de tempo previsível. Decisões sobre quando e como alterar o processo do programa de reabilitação devem basear-se no reconhecimento dos sinais e sintomas, assim como na fase em que o processo de recuperação se encontra.

O processo de recuperação é constituído pelas fases de resposta inflamatória, reparo fibroblástico e maturação-remodelação. Deve-se salientar que, embora essas fases sejam apresentadas como três entidades distintas, o processo de recuperação é uma série contínua. Elas sobrepõem-se umas às outras e não apresentam pontos definidos de início e conclusão.

Depois que o tecido é lesado, inicia-se imediatamente o processo de recuperação. A destruição do tecido produz lesão direta nas células de vários tecidos moles. A lesão celular leva a uma alteração metabólica e à liberação de matérias que iniciam a resposta inflamatória. Caracteriza-se sintomaticamente por vermelhidão, edema, dor à palpação e aumento de temperatura. Essa fase inflamatória inicial é critica para todo o processo de recuperação. Caso essa resposta não realize o que se espera dela ou, caso não ceda, a recuperação normal não ocorre.

A inflamação é o processo pelo qual leucócitos e outras células fagocitárias e exudatos são levados ao tecido lesado. Essa reação celular é geralmente protetora e tende a localizar ou desfazer-se dos subprodutos da lesão (por exemplo, sangue e células danificadas) através da fagocitose, estabelecendo assim um cenário para o reparo. Nessa fase, ocorrem efeitos vasculares locais, distúrbios na troca de fluídos e migração de leucócitos do sangue para os tecidos.

Deve-se diferenciar a resposta inflamatória aguda, conforme descrito acima, e a inflamação crônica. A inflamação crônica ocorre quando a resposta inflamatória aguda não elimina o agente causador da lesão e não restaura o tecido à sua condição fisiológica normal. A inflamação crônica envolve a substituição de leucócitos por macrófagos, linfócitos e células de plasma. Essas células acumulam-se em uma matriz de tecido conectivo frouxo, altamente vascularizado e inervado na área da lesão.

Os mecanismos específicos que convertem uma resposta inflamatória aguda em uma resposta inflamatória crônica são até hoje desconhecidos. Entretanto, parecem estar relacionados com situações que envolvem o overuse ou sobrecarga em virtude de microtraumas cumulativos em uma estrutura específica. Do mesmo modo, não existe um prazo de tempo específico no qual a inflamação deixa de ser aguda para se tornar crônica. Parece que a inflamação crônica é resistente tanto ao tratamento físico como ao farmacológico.


QUAL O TRATAMENTO PARA LESÕES E A QUEM DEVEMOS PROCURAR

A abordagem da reabilitação é consideravelmente diferente no cenário da medicina esportiva se comparada à maioria dos outros cenários de reabilitação. A natureza dos praticantes de atividades físicas traz a necessidade de uma abordagem agressiva na reabilitação. O objetivo é retornar à atividade, com segurança, o mais cedo possível.

Felizmente, poucas são as lesões no cenário esportivo que oferecem risco de vida. A maioria das lesões não é grave e permite uma reabilitação rápida. Quando ocorrem lesões, atenção do fisioterapeuta esportivo transfere-se da prevenção para o tratamento e a reabilitação. No cenário da medicina esportiva o fisioterapeuta assume, geralmente, a responsabilidade primária pela criação, implementação e supervisão do programa de reabilitação para o individuo lesado. Uma vez que este individuo tenha passado por um médico, na maioria dos casos, um ortopedista, e este tenha diagnosticado com precisão o tipo de lesão a qual deve ser tratada.

As decisões sobre quando e como alterar ou avançar no programa de reabilitação devem basear-se no processo de recuperação da lesão. O fisioterapeuta, responsável pela supervisão do programa de tratamento e reabilitação, precisa ter a mais completa compreensão da lesão, inclusive como ela ocorreu, quais as principais estruturas anatômicas afetadas, o grau ou classificação do trauma e o estágio ou fase de recuperação da lesão. Assim como também deve ter compreensão profunda da seqüência e da duração das diversas fases da recuperação e deve saber que determinados eventos fisiológicos precisam ocorrer durante cada uma delas.

O objetivo principal do fisioterapeuta é possibilitar que o individuo possa retornar as atividades normais, com segurança e rapidez. E para que isso aconteça é necessário passar por vários componentes básicos do programa de reabilitação. Esses componentes também podem ser considerados como objetivos a curto prazo, e devem incluir: prestar os primeiros socorros adequados e imediatamente após a lesão para limitar ou controlar o edema; reduzir ou minimizar a dor; restaurar a amplitude total de movimento; restaurar e aumentar a força, resistência e potencia muscular; restabelecer o controle neuromuscular; melhorar o equilíbrio; manter a capacidade cardiorespiratória; e incorporar progressões funcionais adequadas.

Quando uma articulação ou outra estrutura anatômica são prejudicadas por uma lesão, a biomecânica normal é comprometida. Ocorrem mudanças adaptativas que alteram a maneira pela qual várias forças atuam coletivamente sobre aquela articulação para produzir o movimento. Portanto, a biomecânica do movimento articular é modificada como resultado da lesão.


A melhora, ou a restauração, da amplitude de movimento é um objetivo importante em qualquer programa de reabilitação. Algumas atividades esportivas requerem níveis relativamente “normais” de flexibilidade, porém, algumas outras atividades exigem flexibilidade acima da média. O atleta com amplitude de movimento restrita tem, provavelmente, suas capacidades de desempenho diminuídas. A falta de flexibilidade também pode resultar em padrões de movimento descoordenados ou inadequados.

O desenvolvimento da força, resistência e potencia muscular é um componente essencial de qualquer programa de treinamento e condicionamento físico para atletas e praticantes de atividades físicas. Do ponto de vista do fisioterapeuta esportivo que supervisiona o programa de reabilitação, recuperar e, em muitos casos, melhorar os níveis de força, resistência e potência é primordial não só para conquistar um nível de condicionamento ótimo, mas também para fazer com que o indivíduo volte a um nível funcional após a lesão.

O restabelecimento do controle neuromuscular é um componente primordial para a reabilitação de articulação patológicas. O objetivo das atividades que envolvem controle neuromuscular é integrar as sensações periféricas com relação às cargas sobre as articulações e processar esses sinais em respostas motoras coordenadas. Essa atividade muscular serve para proteger as estruturas articulares das tensões excessivas e para fornecer um mecanismo profilático à reincidência da lesão. As atividades que envolvem o controle neuromuscular destinam-se a complementar os protocolos tradicionais de reabilitação, que abrangem a modulação da dor e da inflamação, além de recuperar a flexibilidade, a força e a resistência.

O equilíbrio conclui mais uma das bases de atenção ao qual o processo de tratamento e reabilitação envolvem. Embora a manutenção do equilíbrio na posição em pé possa parecer uma habilidade motora bastante simples para atletas sadios, essa façanha não pode ser menosprezada em um atleta com disfunção musculoesquelética. Fraqueza muscular, alterações na acuidade proprioceptiva e na amplitude de movimento (ADM) podem desafiar a capacidade do atleta em manter seu centro de gravidade dentro da base de sustentação corporal, ou seja, podem fazer com que o individuo perca o equilíbrio.

O equilíbrio é o componente mais importante para seleção de estratégias de movimento em cadeia cinética fechada (posição na qual pelo menos um dos pés ou uma das mãos estão em contato com alguma superfície). A adoção de estratégias eficazes para a manutenção do equilíbrio é, portanto, essencial para o desempenho esportivo. Embora o equilíbrio seja freqüentemente considerado um processo estático, é, na verdade, um processo dinâmico que envolve vias neurológicas múltiplas. O termo equilíbrio postural refere-se ao alinhamento dos segmentos articulares necessário para manter o centro de gravidade dentro dos limites máximos da estabilidade.

Apesar de estar no fim da lista de objetivos relacionados com os exercícios terapêuticos, a manutenção do equilíbrio é um componente vital para a reabilitação de lesões articulares e não deve ser negligenciada. A reabilitação ortopédica sempre enfocou a mecânica articular isolada, como a melhora da ADM e da flexibilidade e o aumento da força e resistência muscular, e não as informações aferentes, obtidas pelas articulações, e que devem ser processadas pelo sistema de controle postural. Porém, mais recentemente, as pesquisas na área da propriocepção e sinestesia têm destacado a necessidade de treinar o sistema nervoso articular. O senso posicional articular, a propriocepção e a sinestesia são vitais para todas as atividades esportivas, mas especialmente para aquelas que requerem equilíbrio. Assim, os protocolos de reabilitação atuais concentram-se mais nos exercícios em cadeia cinética fechada, e o treinamento de equilíbrio está recebendo mais atenção na comunidade de medicina desportiva.


CONCLUSÃO

Ao final deste estudo concluímos que ao realizar atividades físicas, devemos nos preocupar com uma série de fatores que vai desde o nosso condicionamento físico atual até o mínimo detalhe na execução do gestual motor correto para a pratica de um determinado exercício. Que é importante respeitar os princípios do treinamento desportivo para evitar lesões por excesso de uso ou uso inadequado do nosso corpo, e que devemos procurar sempre um professor de educação física para nos orientar em relação à atividade física, assim como devemos escutar o nosso corpo a qualquer sintoma de dor ou desconforto, e procurar um médico ou fisioterapeuta, ou até o próprio professor, e comunicar, através de um relato sincero o sinais e sintomas que estamos sentindo. Desta forma estaremos nos precavendo do risco de ser acometido por uma lesão, e poderemos atuar de forma preventiva para fortalecer ainda mais o nosso corpo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BEHNKE, Robert S. Anatomia do movimento. Porto Alegre: Artmed, 2004.

GANN, Nancy. Ortopedia: guia de consulta rápida para fisioterapeutas: distúrbios, testes e estratégias de reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

JÚNIOR, Abdallah A. Flexibilidade: teoria e prática. Londrina: Atividade Física e Saúde, 1998.

KONIN, Jeff G. Cinesiologia prática para fisioterapeutas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

MCARDLE, William D. et al. Fisiologia do Exercício - Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5.ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2001.

SAFRAN, Marc R. et al. Manual de Medicina Esportiva. São Paulo: Manole, 2002.

PRENTICE, Willian E. Técnicas de Reabilitação em Medicina Esportiva. 3.ed. São Paulo: Manole, 2002.

Como se proteger das lesões mais comuns no futebol

Saiba como se proteger das lesões mais comuns no futebol
Principal Escreva um comentário O assunto vem a campo sempre que algum atleta vai parar na capa dos jornais, machucado. Mas se engana quem pensar que só jogadores profissionais estão sujeitos a sofrer por causa do futebol. O esporte favorito dos homens é uma usina de lesões. O contato físico e as quedas exigem muito dos músculos, por isso a necessidade de fortalecê-los. Os músculos e os ligamentos são as principaisestruturas de sustentação das articulações que, por serem móveis, são as mais susceptíveis a problemas , afirma o médico Fernando Torres, do Centro de Estudos de Fisiologia do Exercício da Universidade Federal de São Paulo.

Os joelhos e os tornozelos são mesmo as áreas mais sensíveis. Eles amortecem a maioria dos choques durante a movimentação , diz o ortopedista Lafayette Lage, especialista em medicina esportiva e cirurgia do quadril e diretor da Clínica Lage Ortopedia de Ponta, em São Paulo.

A pedido do Minha Vida, os dois especialistas responderam uma sabatina sobre as principais dúvidas de quem gosta de encarar uma pelada no final de semana e morre de medo de ter de encarar a segunda-feira com a perna enfaixada.

1. As lesões acontecem mais por falta de preparo físico adequado ou por azar do atleta? As lesões mais comuns surgem das faltas praticadas pelos adversários. A gravidade desses esbarrões é relativamente pequena, entretanto: as estatísticas mostram que de 10% a 23%, no máximo, resultam em afastamentos de treinos ou jogos. Mas o preparo fisco também interfere. O atleta que treina em excesso, dorme pouco, tem sono não repousante, não se alimenta bem ou mesmo que faz ou fez uso de anabolizantes são os mais propensos a terem problemas. O aquecimento e alongamento, antes do exercício, são vitais para evitar lesões.

2. Qual a área do corpo mais vulnerável entre os jogadores de futebol?As entorses do tornozelo são as lesões mais comuns do futebol, representando 17% a 20% do total. As lesões de joelho constituem em torno de 16% de todas as lesões em homens. O problema destas últimas é que, quando ocorrem, exigem maiores períodos de ausência do que as demais e até cirurgias de reparação. O cenário só muda com os goleiros, que penam mais com problemas nas mãos, normalmente fraturas nas falanges dos dedos.

3. Por que os joelhos são tão sensíveis? Ao contrário do quadril, que é uma articulação profunda e muito estável por ser muito bem encaixada, o joelho é uma articulação plana e mais instável, além de superficial. Ele também fica bem no meio entre a cintura e o solo sofrendo na maioria das vezes o trauma direto do chute ou de uma dividida. Ele ainda está sujeito a grandes forças de rotação, principal mecanismo para a lesão dos meniscos e ligamentos cruzados. Sem que esquecer que os joelhos, como os tornozelos, não têm um envoltório muscular para protegê-los.

4. Qual a melhor maneira de proteger cada uma dessas áreas? Fortalecer a musculatura, alongar, aquecer e, principalmente, nunca jogar quando estiver cansado. E, durante os jogos, nunca dispensar equipamentos como uma tornozeleira e uma caneleira.

5. Qual o papel dos equipamentos de proteção? Existem joelheiras e tornozeleiras muitos eficazes na prevenção de lesão minimizando um pouco as chances deacidente. Os equipamentos também ajudam quem já sofreu algum acidente e, mesmo assim, insiste em jogar.

6. Exercícios de fortalecimento muscular servem para proteger contra que tipo de lesão? Fraturas causadas por estresse da musculatura, lesões dos ligamentos e dos meniscos.

7. Que lesões ocorrem com freqüência? Como prevenir cada uma delas? A mais freqüente é a lesão do menisco do joelho e entorse do tornozelo. Em segundo lugar, vêm as lesões do ligamento cruzado anterior. Existe uma lesão ainda pouco diagnosticada porém muito freqüente: a do labrum acetabular (menisco do quadril) e que causa dor na virilha. O tratamento desta última geralmente requer uma artroscopia do quadril, tema de minha dissertação de mestrado no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

8. O aumento de peso pode levar a que tipo de problemas? O aumento de peso favorece os riscos de lesão, porque sobrecarrega as articulações, além de aumentar as chances de um problema cardiovascular.

9. Que exames um jogador deve fazer (e com que intervalo) para garantir que não sofrerá com surpresas desagradáveis? Um bom exame clínico com um médico especialista em esportes. Os exames incluem uma análise das articulações pela palpação, no mínimo. Felizmente, nenhuma máquina será capaz de substituir esta nossa sensibilidade.
10. Na fase de recuperação, que exercícios são permitidos? O que pode ser feito para acelerar o tratamento? A recuperação é específica para cada tipo de lesão. Felizmente hoje em dia temos uma tecnologia para acelerar a regeneração esportiva muito utilizada na Europa e já presente em nosso meio, chamada de PST (terapia por sinais pulsáteis ou Pulsed Signal Therapy). Estes sinais eletromagnéticos determinam o estímulo para as reações de regeneração e estimulação, ou seja, da manutenção e reparo dos tecidos danificados. É uma forma não invasiva para tratar disfunções músculo esqueléticas, tais como lesões ligamentares e musculares, assim como lesões degenerativas como osteoartrose, hérnias de disco, fraturas de stress e tudo que envolva problemas nos músculos e articulações. O PST é uma terapia que veio para ficar e cada vez mais será utilizada nos esportes. Isso já acontece em países como a Alemanha, onde a maioria dos grandes clubes de futebol já dispõe do aparelho em suas instalações de reabilitação. Esta tecnologia já existe há mais de 20 anos e, felizmente, já existe no Brasil.

As lesões musculares estão entre as lesões mais freqüentes quando falamos em

As lesões musculares estão entre as lesões mais freqüentes quando falamos em
traumas esportivos.


Este tipo de lesão pode afastar o atleta por um tempo significativo do esporte, podendo causar
uma incapacidade física grave.
As lesões musculares por trauma direto são mais comuns em esportes de contato ou em
quedas (algum tipo de impacto), como as contusões ou lacerações.
As lesões indiretas, como os estiramentos, ocorrem principalmente em esportes que exigem
grande potência muscular, como o ciclismo (e mountain bike) e a corrida.
O estiramento muscular ocorre quando o músculo é exigido além da força que suas fibras
podem gerar, geralmente em movimentos de desaceleração ou por traumas repetitivos (stress).
Existem grupos musculares mais propensos à lesão, como os músculos posteriores da coxa, o
gastrocnêmio (um dos músculos da panturrilha), os adutores do quadril (musculatura interna da
coxa) e o reto femural (uma das porções do quadríceps).
Após a lesão, inicia-se a regeneração muscular, com uma reação inflamatória, entre 6 e 24
horas após o trauma.
O processo de cicatrização inicia-se cerca de três dias após a lesão, com estabilização em
duas semanas.
A restauração completa pode levar de 15 a 60 dias para se concretizar.
As lesões podem ser classificadas do grau I ao IV, dependendo da gravidade da lesão.
No atleta, existe uma seqüência ótima de eventos que é influenciada por:
● gravidade da lesão;
● idade;
● vascularização dos tecidos;
● nutrição;
● genética;
● alterações hormonais;
● nível de atividade.
O papel do fisioterapeuta é diminuir o tempo de reabilitação do atleta, mas não se pode
alterar o tempo de cicatrização do tecido!!!
Deve-se ficar atento!!!
O período de maior vulnerabilidade de reincidência da lesão é quando o atleta está sentindo-se
confortável, sem dor, e retorna à atividade antes que tenha ocorrido uma cura adequada!!!
Os sintomas do estiramento muscular são:
● dor aguda (fisgada, fincada);
● edema (inchaço);
● hematoma (se a lesão for mais grave);
● perda da função e defeito palpável (se for lesão completa).
Os objetivos do tratamento fisioterapêutico são de controlar a inflamação, a restauração da
função normal da musculatura envolvida e a remoção de aderências.
Tratamento imediato:
● gelo local – 20 minutos 3 X ao dia – ajuda a diminuir o processo inflamatório;
● medicamento anti-inflamatório ou relaxante muscular (uso oral e/ou tópico);
● repouso relativo – depende da gravidade da lesão e do tempo de cicatrização;
Após 2 ou 3 dias deve-se iniciar o tratamento fisioterapêutico, com ênfase na mobilidade,
fortalecimento muscular e melhora da resistência, buscando a funcionalidade total do atleta.
Mobilidade precoce = resistência das fibras à tensão + organização das fibras +
vascularização adequada Þ PREVINE ATROFIA MUSCULAR
EVITAR na fase aguda:
● imobilização – pode levar à atrofia muscular;
● infiltração anestésica local no momento da lesão – para não “mascarar” a lesão;
● calor local nas primeiras horas;
● massagens locais e alongamentos no local da lesão nos instantes iniciais ou nos primeiros
dias.
Os alongamentos devem iniciar após a fase aguda inicial e devem ser de intensidade leve,
apenas para reorganizar as fibras musculares e prevenir aderências. Pode ser realizado após a
aplicação de calor local.
OBS: Se você já teve uma lesão muscular e esta não foi tratada adequadamente, pode ser que
sempre que você for alongar esta musculatura você sinta uma fisgada (muitos atletas
amadores relatam isso) – pode ser uma fibrose no local da lesão
O retorno do atleta ao esporte dá-se de forma gradativa, com liberação completa ao esporte
quando o atleta se encontrar nas mesmas condições pré-lesão e sentir segurança para
retornar.
E, como sempre é falado, “é melhor prevenir do que remediar”!!!
O que fazer para evitar?
● SEMPRE alongar antes e depois das atividades;
● Não esquecer do período de aquecimento e desaquecimento;
● Não aumentar o volume de treino drasticamente;
● Fazer uma preparação muscular adequada, evitando desequilíbrios entre a musculatura –
uns músculos muito fortes e outros muito fracos.
As lesões musculares podem se tornar crônicas, (lesões degenerativas com perda permanente
da integridade do tecido muscular) ou até patologias mais sérias, o que propicia a reincidência
da lesão e o afastamento do atleta ao esporte.
Portanto, não se esqueça!
Deve-se procurar um profissional capacitado quando houver indícios de lesão muscular!
E como sempre é falado, “é melhor prevenir do que remediar”!
Silvia Guedes – Fisioterapeuta formada pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
/ Especialista em Fisioterapia Esportiva pela PUC-MG e em Osteopatia pela Escola Brasileira
de Osteopatia

Dor muscular após exercícios fisicos

Dor muscular tardia

Quem faz qualquer tipo de exercício ou pratica esporte está acostumado com dois tipos de dores também conhecidas como musculoesqueléticas. Uma, mais ou menos aguda acontece no final de uma série ou durante as pausas estando mais relacionadas com os produtos metabólicos finais e costuma desaparecer ainda durante a seção de exercícios.




A outra, a Dor Muscular Tardia, vem nas 24 a 56 horas depois da atividade e apesar de discutida a verdadeira causa, depende quase que diretamente da intensidade, duração de esforço e do tipo de exercício realizado. Sendo assim, a principal causa pode estar relacionada a microtraumatismos e inflamação aguda das fibras musculares, estiramento excessivo do tecido conjuntivo do músculo, alteração no mecanismo celular de entrada e saída de cálcio ou vários fatores conjugados.

Os iniciantes, assim como os idosos, estão mais sujeitos à dor mas qualquer pessoa resolvendo fazer uma atividade para a qual não esteja acostumada poderá ser surpreendida com as dores musculares que também não deixam de ser uma adaptação normal do organismo.

Esse é o grande segredo e a maior dificuldade do treinamento de força. Progredir conjugando estímulo x recuperação x novo estímulo respeitando as limitações da dor. Encontrar a carga certa para cada momento sem deixar agudizar as dores trazendo como conseqüência a lesão. Descansar demais pode-se não evoluir ou perder o ponto certo da supercompensação para melhor aproveitamento do objetivo proposto. Treinar sempre com a mesma carga, mesmos métodos, e mesmo tempo de recuperação pode ocorrer um efeito conhecido por destreinamento onde o nível de força permaneça inalterado mas o volume muscular diminui Zatsiorsky, (1999).


Acrescentar carga sem critério científico o resultado quase sempre é ruim.

É sempre bom lembrar que dor é quase sempre um sinal de alarme e não deve ser de todo desprezada. Entretanto, se for suportável a rotina de exercício da planilha de treinamento deve continuar ou mesmo diminuir a intensidade. Se for uma dor aguda a atenção deve ser redobrada podendo ser o caso de suspensão da atividade. Nessa hora, bom senso.

Ao contrário do que se divulga em textos leigos, a Dor Muscular Tardia não está relacionada à concentração de lactato sangüíneo e sim com o tipo de contração muscular. MacArdle (1998) cita que as contrações excêntricas, como por exemplo correr na descida, não aumentam tanto a concentração de lactato mas geram dores musculares.




Como já vimos em edições passadas, está bem estabelecido pela ciência que a contração excêntrica gera uma quantidade de força aproximadamente duas vezes mais que as isométricas recrutando menor número de unidades motoras implicando em maior estresse mecânico. A dor Muscular Tardia pode ou não estar associada à inflamação das fibras musculares que podem advir das contrações excêntricas. O que não está bem estabelecido é a questão da inflamação estar especificamente associada ao tipo de contração.

Pelo sim pelo não, o fato é que a Dor Muscular Tardia é um fato conhecido. Da mesma forma, a causa não se refere a apenas "uma" circunstância. Aí está mais uma boa razão para esquecermos certas afirmações vistas em salas de musculação e até em cursos.




Discussões a parte, pelo menos a maioria dos pesquisadores aceita uma seqüência de fatos a saber:

As ações de estiramento alteram a permeabilidade da membrana celular rompendo as proteínas estruturais dentro das fibras, do tecido conjuntivo e do sarcolema trazendo como conseqüência o desequilíbrio da função dos íons de cálcio. Abrem-se assim, portas para a presença de microrganismos causadores da inflamação. O organismo tentando se proteger libera substâncias vasodilatadoras estimulando as terminações nervosas geradoras da dor. A proteção de danos maiores e futuras ações similares é feita com a presença de proteínas de estresse que também são estimuladas iniciando a regeneração tecidual. Aí mora o segredo! Esse mecanismo protetor é transitório e seu efeito termina se o treinamento não tiver uma seqüência.