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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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quinta-feira, 14 de junho de 2012

LESÕES MAIS FREQÜENTES NO REMO

LESÕES MAIS FREQÜENTES NO REMO

Organizado e revisado por
Arno Black, MS e Wilson Reeberg

Em todos os esportes ocorrem lesões. Elas são aceitas como inevitáveis, conseqüência da prática esportiva intensa.

Entretanto, a maioria delas possivelmente será evitada, se o atleta procurar auxílio no momento em que perceber que algo não vai bem, em vez de esperar que os sintomas se agravem a tal ponto que a continuação do treinamento se torne impossível.

No Remo, um grande número de lesões ocorrem enquanto o atleta se prepara fisicamente para remar, e não por causa da prática em si. Melhor dizendo, elas são causadas por excesso de treinamento ou por uma técnica errônea.

Uma lesão por excesso de treinamento é devida à repetição estereotipada de um movimento padrão, que compromete os tecidos. Este tipo de problema ocorre com freqüência em momentos - chave da carreira do atleta, geralmente na preparação para uma competição importante, ou após retornar de férias ou períodos de doença, quando ele julga que precisa fazer treinos extras para recuperar o nível de performance anterior.

Lesões por excesso de treino incluem tenossinovite, fratura das costelas por stress e distensão ou luxação das articulações das costelas.

Uma técnica errônea é fácil de adquirir, porém difícil de corrigir. Às vezes, a técnica errônea é conseqüência de uma anormalidade física menor, a qual é aumentada por força dos movimentos necessários para remar.

Não é raro ver pessoas com diferença no comprimento das pernas, as quais vivem sem maiores problemas, exceto quando decidem praticar esportes. No Remo, isso resulta em um torque na pélvis e na parte inferior da coluna vertebral, provocando uma série de problemas na parte inferior das costas, como luxação ou distensão da articulação sacro-ilíaca, lesões nos discos intervertebrais e travamento de facetas das articulações espinhais.

DORES E LESÕES LOMBARES

Provavelmente, são as de maior ocorrência. Precisam ser encaradas com seriedade, tanto pelo treinador quanto pelo remador. Não significam, necessariamente, o fim da carreira do atleta, pois na maioria dos casos podem ser corrigidas com exercícios de flexibilidade e alongamento da musculatura ou melhoria da técnica. Porém, se não forem tratadas, podem piorar e causar danos irreparáveis a longo prazo.

Há três tipos principais de dores lombares:

a) Lesões no disco intervertebral

O disco intervertebral é composto de duas partes: uma forte membrana externa chamada “anel fibroso” e uma camada interna, macia, gelatinosa, chamada “polpa do núcleo”. O disco situa-se entre cada vértebra e tem três funções principais:

· Atua como ponto de apoio para os movimentos intervertebrais;
· Tem importante papel na estabilidade da coluna vertebral;
· Atua como um absorvedor de choques.

Razões da lesão: quando o disco é repetidamente submetido a altos esforços por constantes flexões, rotações e cargas sobre a coluna, ele pode lesionar-se. A medula espinhal corre para baixo através da coluna vertebral, adjacente às vértebras e seus discos. Quando lesionamos o disco, este pode criar uma protuberância ou prolapso, que pressiona a raiz de um nervo da medula espinhal, afetando o movimento desta e causando restrições e dor. Isto chama-se hérnia de disco.


A hérnia de disco pode ser causada pelos seguintes fatores:

1) O anel fibroso do disco está com sua parede posterior enfraquecida, fraturada ou muito próxima da medula espinhal;

2) Quando nos inclinamos à frente, as vértebras atritam e ocorre aumento da pressão sobre a parede anterior do disco, forçando o núcleo polposo contra a parede posterior;

3) Quando giramos o tronco, também aumentamos a pressão sobre o disco, forçando o núcleo polposo;

4) Quando sobrecarregamos a coluna (por exemplo: levantando ou puxando pesos) aumentamos a pressão sobre o disco;

5) Quando sentamos por longos períodos, gradualmente deformamos o disco, distendendo a parede posterior e enfraquecendo-a. Sentar-se também aumenta a pressão interna no disco (mais de 100% em comparação à pressão com o corpo deitado).

Pessoas com problemas crônicos de disco não devem sentar-se por longos períodos, nem inclinar ou girar suas costas, nem levantar objetos pesados.

Como os remadores fazem todos esses movimentos em conjunto, não é de surpreender que sofram algum tipo de dor lombar.

Causas mais freqüentes de dores lombares:


1) Má técnica; má postura no barco; instabilidade do barco.

2) Má técnica no levantamento de pesos; muito peso para o remador.

3) Má postura corporal preexistente, outras lesões ou doenças.

4) Músculos abdominais fracos.

5) Musculatura das costas fraca.

6) Pouca flexibilidade lombar, da pélvis e das pernas.

Como identificar:

Dores decorrentes de lesões no disco tem características típicas, que as diferenciam de outros tipos de dores:


· Pode ser crônica ou aguda;

· A dor pode ser intensa;

· A dor freqüentemente irradia pelas costas e desce até as pernas;

· A dor piora remando, inclinando-se à frente ou sentando-se por longos períodos;

· Em casos graves, pode ocorrer enfraquecimento das pernas;

· A dor pode aumentar quando se caminha ou se deita sobre uma superfície plana.

Como prevenir:

Há consenso em que, para reduzir as dores lombares, é preciso reduzir a carga sobre a coluna lombar flexionada, durante o treinamento. Isto pode ser obtido da seguinte forma:

· Treinamento em terra:

1) Não faça treinamento em terra após um longo treino na água, quando o corpo está fatigado;

2) Não inclua exercícios com pesos que exigem boa técnica em circuitos feitos em forma de competição;

3) Elimine o arranco, o arremesso e o levantamento da terra (“peso morto”) do seu treinamento;

4) Faça exercícios apropriados para:

- treinar os músculos antagônicos;
- aumentar a coordenação;
- aumentar a flexibilidade;
- manter o comprimento dos ísquio-tibiais.5) Não trabalhe continuamente por mais de 30 minutos no remoergômetro, sem parar para realizar exercícios de extensão da coluna, que revertam os efeitos da longa flexão da coluna sobre os discos.


Repouso terapêutico com a finalidade de estabilizar e retificar a coluna lombo-sacra proporcionando o intumescimento dos discos intra-vertebrais e a centralização do núcleo polposo. Realizar, por 15 minutos, tantas vezes por dia quanto necessárias. Esta posição, também denominada de “posição de degrau” (J. Krämer, 1990) e de tração pélvica (Cailliet, 1975) permite, através da contração simultânea dos músculos tibiais-anteriores, ísquio-tibiais, glúteos e abdominais, a realização de um ótimo exercício para a estabilização da pélvis e o controle sobre as dores lombares.
· Treinamento na água:

1) Evite treinos consecutivos de longa distância. Não reme por mais de uma hora sem fazer uma parada para realizar exercícios de extensão da coluna. Se for necessário mais trabalho de resistência, considere o cross-training.

2) As pás “Macon” são mais seguras para treinos de longa distância. Se você tiver que usar “big blades”, use-as com uma regulagem mais leve do que usaria na competição.

3) Firme a coluna na hora de pegar a remada, contraindo a parede abdominal. É uma forma de proteger os discos intra-vertebrais e manter uma postura adequada.

4) Durante a fase de recuperação da remada (ida à proa), principalmente nos treinos de longa distância, procure relaxar a musculatura abdominal e lombar (sugestão de Matthew Stallard, cirurgião ortopedista, consultor da Amateur Rowing Association(Inglaterra), após constatar que ¾ da equipe inglesa de remo sentia dores lombares).

5) É aconselhável incorporar uma sessão semanal de natação (com exceção do nado de peito e golfinho ) no programa de treinamento, pois é uma forma compensatória e preventiva de atuar contra os árduos treinamentos cotidianos do remo.

6) Se, em algum momento do treino, a postura for perdida devido ao cansaço, o treino deve ser encerrado.

Distensão / Luxação da articulação sacro-ilíaca:

Há duas articulações sinoviais sacro-ilíacas, uma de cada lado do sacro, que se articulam com o ílio da pélvis. Essas articulações, ao contrário de outras, não são atravessadas por nenhum músculo, sendo o movimento através delas produzido por Momento e por tração ligamentar. Quando o peso corporal é apoiado sobre as duas pernas, a articulação sacro-ilíaca é muito estável. Quando é transferido para uma única perna, a articulação do lado oposto abre-se para permitir um movimento que, embora pequeno, ocorre.


Ilustração da espinha e da pélvis, com o barco nivelado. O peso está distribuído igualmente entre as articulações sacro-ilíacas.

No barco, a distensão / luxação do sacro-ilíaco ocorre por duas razões:

1) Quando uma perna á mais curta que a outra.

No barco, as pernas pressionam contra o finca-pés, subentendendo-se que as pernas tem o mesmo comprimento. Se estas forem desiguais, haverá uma tendência para empurrar com somente uma perna, ou para rodar a parte baixa das costas. Em ambos os casos, a articulação sacro-ilíaca será forçada desigualmente.

2) Quando o barco desequilibra repentinamente ou está sempre desequilibrado.

Quando o barco cai para um bordo, mais peso é colocado sobre o lado oposto, através da articulação sacro-ilíaca, levando a articulação do lado da queda a se abrir, possibilitando a distensão / luxação.


A distensão / luxação surge por que quando uma das articulações sacro-ilíacas está transmitindo a força total do empurrão de pernas, a articulação desse lado se imobiliza, ao passo que a articulação do outro lado pode mover-se. Esta articulação com mobilidade é suscetível de distensão / luxação.

Ocorrida a distensão / luxação, surge uma inflamação aguda nos ligamentos envolvidos, sendo esta a causa da dor.

Os sintomas da distensão / luxação da articulação sacro-ilíaca são dores em um só lado das nádegas e da região lombar.

Tratamento:

Manipulação para aumentar a mobilidade da articulação sacro-ilíaca do lado afetado, restaurando a mobilidade da pélvis, para acalmar a dor. A inflamação dos ligamentos afetados respondem bem à fisioterapia e à medicação anti-inflamatória.

Prevenção:

1) Usar uma palmilha para compensar o comprimento desigual das pernas;

2) Remar, no tanque, no bordo oposto ao que o atleta costuma remar no barco (se neste rema boreste, no tanque remar bombordo);

3) Executar o exercício descrito a seguir.


Exercício para manutenção de igual mobilidade
em ambas as articulações sacro-ilíacas da pélvis.

Deite no chão, com os braços abertos para dar equilíbrio ao corpo. Flexione os joelhos para cima e balance-os para a esquerda (mantenha a posição por 10 segundos), depois para a direita (10 segundos). Cuide para que os quadris descolem do chão apenas o suficiente para evitar a torção da espinha. Repita 10 vezes para cada lado.

a) Fratura de costela por esforço:

É a fissura ou quebra do osso normal devido à repetição de esforços localizados que enfraquecem a arquitetura natural da caixa torácica. Esta, por ser fixa tanto anteriormente quanto posteriormente, limita os movimentos da espinha torácica. Inclinar-se à frente (flexão) ou para trás (extensão) através da espinha torácica produz uma deformação rotacional ao longo do eixo longitudinal das costelas.

Em Remo, esta deformação é concentrada em um lado do corpo, pela rotação da coluna no momento de pegar a remada (lado esquerdo, se for boreste; lado direito, se for bombordo). Embora esta deformação ocorra em qualquer remador, nem todos sofrerão fratura da costela.

Este tipo de fratura em remadores, portanto, é conseqüência da rigidez da coluna, o que exacerba a torção longitudinal ao longo da costela. Estão mais sujeitos a ela os remadores de elite, que treinam de 12 a 20 vezes por semana e remam 150 km.

Em remadores de palamenta dupla, onde não há torção para qualquer lado e o movimento é mais simétrico, a fratura de costela por esforço está relacionada à tração de músculos sobre as costelas, arqueando-as, especialmente o Grande Dentado e os Romboides.

O esforço em foco ocorre, aproximadamente, na linha média axilar da quarta para a oitava costela. A linha média axilar é uma linha imaginária vertical que vai do ápice da axila para baixo.

A fratura de costela por esforço pode se iniciar do mesmo modo que uma tensão na cabeça da costela, ou pode começar com uma dor repentina e forte no local da fratura. Respirar profundamente torna-se desconfortável, assim como qualquer coisa que comprima o peito, como deitar sobre a área afetada e, às vezes, deitando mesmo em qualquer posição. Os movimentos em geral são dificultados. A costela fraturada fica sensível no local da fratura.

Este tipo de fratura nem sempre é visível no Raio X, sendo que a única forma de evidenciá-la é através de ressonância magnética.

Tratamento :

Como as costelas são presas uma nas outras (com exceção da 11ª e 12ª), esta fratura é melhor tratada com repouso, suspendendo o exercício que a provocou por 4 a 6 semanas. Geralmente, é necessário ter repouso total por 3 semanas, introduzindo-se um treinamento de manutenção física, seguido de retorno gradual ao Remo, depois que a dor desaparecer.

Prevenção :

Mantenha a mobilidade da espinha torácica e da caixa torácica por meio de exercícios que imitem um 8 (veja figura a seguir) e, quando em treinamento intensivo, com massagens para aliviar a coluna a cada três meses.


Exercício para manter a mobilidade da espinha torácica e da caixa torácica.

DORES NAS FACETAS ARTICULARES

As facetas articulares são partes (superfícies) dos corpos vertebrais ósseos que se articulam com as facetas das vértebras situadas abaixo e acima. Elas formatam e limitam a direção e extensão do movimento que temos em cada nível vertebral. As facetas articulares podem sofrer dos mesmos problemas que todas as demais articulações: podem ser deslocadas ou distendidas, inflamar com o excesso de uso, mal uso ou desuso, podem enrijecer e inflamar após uma atividade.

Como identificar ?

Esta dor é diferente da dor do disco nos seguintes aspectos:

· Pode ser tanto aguda quanto crônica, mas tende a ter uma intensidade cíclica;

· Geralmente é bem localizada e pode doer muito quando o local é pressionado;

· Apresenta melhoras de manhã, após o sono, e piora no fim do dia, ou após o treino;

· Freqüentemente piora durante o treino;

· Freqüentemente desaparece por si mesma com repouso.

DORES MUSCULARES NAS COSTAS

Os músculos das costas, como quaisquer outros do corpo, podem ser distendidos, sofrer um rompimento ou simplesmente exauridos ou fatigados. A distensão muscular tem geralmente um início agudo, precipitado por um levantamento de peso ou contração muito forte. A dor normalmente abrange todo o músculo e piora quando se faz movimentos. A área pode tornar-se quente e inflamar. O problema pode ser resolvido com repouso, gelo e exercícios leves após alguns dias. Se persistir ou agravar, é recomendável procurar um médico.

O que fazer?

Dores nas costas que sejam intensas, de longa duração, que restrinjam movimentos, doam à noite ou piorem após o treino são preocupantes e devem ser tratadas imediatamente.

O bom senso manda:

· Encará-las com seriedade. Assim como elas desaparecem, elas reaparecem.

· Parar de remar.

· Consultar um médico ou fisioterapeuta o quanto antes.

Na maioria dos casos, o problema pode ser identificado e corrigido sem grandes preocupações. Se deixá-lo “prá lá”, irá piorar até o ponto em que o atleta não mais retornará aos níveis de desempenho que tinha antes da lesão.

FORMIGAMENTO E PONTADAS NOS PÉS E NAS PERNAS

Há várias causas para o “formigamento” e pontadas nas pernas, mas uma, em especial, ocorre no Remo e pode ser facilmente prevenida.

Para que o assento do carrinho seja confortável, a distância entre os buracos do assento deve ser igual à distância entre as tuberosidades isquiais do atleta que está sentado nele. Tuberosidades isquiais são as saliências ósseas da extremidade do osso ilíaco, sobre as quais sentamos.

Se a distância entre os buracos do carrinho não for ajustada ao remador, será exercida pressão sobre o nervo ciático, devido à proximidade deste nervo em relação à tuberosidade isquial.


Pressões sobre o nervo ciático e/ou sobre os músculos piriformes que cruzam as nádegas são dolorosas e causam pontadas pernas abaixo, após ficar sentado no carrinho por certo tempo. Essas pontadas não ocorrem imediatamente após sentar-se.

Uma vez fora do barco, findo o treino, elas cessam quase que imediatamente, mas a dor nas nádegas pode persistir.

Há duas soluções para o problema:

1)Se possível, aumente o tamanho dos buracos do carrinho para adequá-los ao seu físico;

2) Use uma almofada de espuma para sentar-se no carrinho, para evitar pressões sobre o nervo ciático. Não esqueça que essa almofada aumentará a altura do carrinho em relação à borda do barco e talvez seja preciso levantar a forqueta.

Se os sintomas não cederem com essas medidas, ou se associarem a dor nas costas ou continuarem fora do barco, consulte um médico.

CONDROMALACIA PATELAR

É uma dor no joelho anterior, acredita-se que causada pelo desequilíbrio do quadríceps.

O quadríceps consiste de quatro músculos localizados na parte anterior da coxa. Quando se contrai, ele estende a perna flexionada. Os músculos do quadríceps convergem, através de um tendão único, para um pequeno osso redondo, o qual atua como ponto de apoio para os músculos acima do joelho flexionado e aumenta a eficiência da contração muscular. Este osso é conhecido como rótula ou patela.


Os quatro músculos se inserem na borda superior da patela. À medida que a perna se estende, a patela se movimenta numa cavidade situada na face anterior do osso da coxa, o fêmur. Para que esse movimento da patela seja normal, é necessário que a contração dos quatro músculos do quadríceps seja equilibrada e coordenada.

Um desses quatro músculos, o vasto interno, contrai-se somente nos últimos 10-15º da extensão da perna.

No Remo, é comum que, ao final da remada, quando as pernas estão tão esticadas quanto possível, elas ainda estejam dobradas cerca de 15-20º. Em conseqüência disso, não existe ação do vasto interno durante a remada.

Porém, a extensão da perna, repetida milhares de vezes durante incontáveis remadas, torna os outros três músculos do quadríceps ainda mais poderosos.

A combinação do aumento da força dos músculos laterais do quadríceps, com a relativa diminuição da força do médio quadríceps produz um desequilíbrio na tração da patela, puxando-a lateralmente sobre os côndilos da cavidade do fêmur. O resultado final é a degeneração da cartilagem das costas da patela, o que causa dor e, eventualmente, pode levar ao desenvolvimento de artrite nesse local.

A condromalacia patelar causa dores na parte frontal do joelho, que piora ao descer escadas, agachar, correr e remar. A dor é, geralmente, gradual no início, precedida pela rigidez do joelho após exercícios físicos.

Tratamento e prevenção:

A correção do desequilíbrio do quadríceps aliviará a dor atrás da patela. Isso pode ser feito com exercícios estáticos para o quadríceps, que fortaleçam o vasto interno.


Exercício estático do quadríceps para corrigir desequilíbrio dos músculos da face anterior da coxa, que causa a condromalacia patelar.
Sente-se no chão com uma perna dobrada. Vire para fora o pé da outra perna (que está reta), trave o joelho e levante a perna do chão cerca de 10cm. Mantenha esta posição por 10 segundos. Relaxe e repita 10 vezes. Com o tempo, aumente o número de repetições e acrescente peso.

TENOSINOVITE

É caracterizada pela inflamação da bainha de um tendão.

Cada tendão situado na face posterior do punho tem uma bainha. Isso ocorre sempre que um tendão passa sob uma forte estrutura não-elástica, neste caso o “retináculo extensor”, uma faixa fibrosa. As bainhas fornecem a lubrificação para que os tendões passem suavemente sob essa faixa.

O excesso de uso faz a bainha inflamar-se. O aparecimento de inchaço e de aderências com a continuidade das atividades cria um ciclo vicioso que irrita a bainha. Os primeiros sinais do problema são dor e irritação na bainha do tendão e dor sempre que o grupo muscular afetado é usado.

Os tendões mais afetados em Remo são os do Longo Abdutor do Polegar e do Curto Extensor do Polegar, situados na face posterior do punho, na base do polegar.


Bainhas dos tendões nas costas das mãos.


Os tendões destes músculos compartilham a mesma bainha e são responsáveis por manter o polegar por baixo do punho do remo.

Apertar muito o punho do remo, especialmente ao virar a pá, predispõe o remador à tenossinovite. Sua ocorrência mais freqüente é no inverno e deve-se, provavelmente, ao fato de que, quando as mãos perdem a sensibilidade devido ao frio há uma tendência maior a apertar o remo. A tenossinovite acomete tanto iniciantes, não acostumados ao movimento de virar a pá, quanto remadores experientes, devido ao grande volume de treinamento.

Tratamento:

Coloque gelo sobre a área dolorida, evitando o contato do gelo com a pele, para evitar queimaduras. Isto reduzirá o inchaço. Aspirina também ajuda neste sentido. Revise a técnica de virar a pá, para ver se não está errada.

Fisioterapia e suspensão do Remo geralmente resolvem o problema em poucos dias, salvo se tiver se tornado crônico.

Prevenção:

Não aperte demais o remo. Quando for à proa, abra uma mão de cada vez, estenda os dedos e feche-os um de cada vez. Isso leva você a afrouxar o punho do remo.

BOLHAS NAS MÃOS

Surgem devido à fricção entre a pele da palma das mãos e o punho do remo.

A fricção separa a camada externa da pele, a epiderme, da camada interna, a derme. O espaço criado entre as duas camadas se enche de fluído aquoso.

Nos remadores novatos, as bolhas surgem porque a pele é macia e não está acostumada ao atrito. Nos remadores experientes, elas ocorrem devido a uma mudança na umidade.

Bolhas devem ser cuidadas e nunca ignoradas, pois podem inflamar. Os cuidados devem ser redobrados quando se rema em águas poluídas. Uma vez formada a bolha, o fluído precisa ser drenado, do contrário ela aumentará com o treinamento. A drenagem pode ser feita de duas maneiras :

- Passe um fio de linha de algodão por uma agulha esterilizada, passe a agulha através da bolha e deixe o fluído escorrer pela linha. Remova a linha e deixe a pele secar e esfoliar-se.

- Puncione a bolha com uma tesoura e apare a pele “morta” cuidadosamente.

Se o treinamento tiver que ser retomado antes que as bolhas cicatrizem, enfaixar a mão com Micropore ou Elastoplast, os quais ajudarão a proteger a pele exposta. Se necessário, usar luvas para reforçar essa proteção.

À medida que as bolhas começarem a secar e a criar uma nova camada de epiderme, a nova pele precisará ser mantida flexível, usando-se um creme umedecedor, do contrário rachará.

Depois que as mãos estiverem curadas, novas calosidades surgirão com a mudança de remos, mudanças de umidade ou na intensidade do treinamento.

Como grande parte da força que o remador faz flui através de suas mãos, é importante cuidar bem delas.


SÍNDROME DOS OMBROS E PESCOÇO

Embora não muito comum, pode ocorrer em remadores de ambos os sexos. É uma dor persistente na parte superior das costas, pescoço e ombros, geralmente no braço de fora do remador de ponta.

É caracterizada por espasmos e sensibilidade dos músculos dos ombros e das costas e uma sensação de peso e de fraqueza no braço afetado.

As articulações da coluna cervical estão freqüentemente rijas e sensíveis e vários pontos de pressão se localizam na parte superior das costas e no lado afetado. Invariavelmente, piora com o aumento dos níveis de treinamento no barco, e melhora com repouso. Em casos graves, pode interferir no sono por causa das dores constantes.

Repouso, massagem, alongamento e alguns pequenos ajustes na técnica parecem ser o melhor tratamento para este tipo de problema.

DESLOCAMENTO DE EPÍFISES

Nos remadores juniores, os ossos ainda estão crescendo. Os ossos longos crescem em dois principais segmentos. Um deles, a diáfise, é a principal dimensão do osso. Vários pequenos segmentos ósseos chamados epífises crescem em cada extremidade da diáfise e é onde os principais tendões se inserem no osso.

No jovem atleta, esses tendões são inseridos numa cartilagem, que gradualmente se calcifica transformando-se em ossos muito fortes, na idade de 18-20 anos, dependendo do indivíduo.

Enquanto o atleta está crescendo, é nesses pontos de cartilagem que o crescimento do esqueleto ocorre. Embora esses pontos sejam fortes, não são tão fortes quanto o osso.

Quando se levanta cargas pesadas ou se realiza treinos muito puxados, os esforços repetidos ou excessivos sobre certas epífises podem “tracionar” demasiadamente estas áreas, causando inflamação e dor, provocando precocemente calosidades ósseas não fisiológicas.

Em remo, isso ocorre mais comumente nos joelhos, quadris e cotovelos. Pode ocorrer dor constante nesses locais, piorando à noite, mas não necessariamente agravada pelo treinamento. Este tipo de lesão precisa ser examinada por um médico e sempre será tratada com a redução da intensidade do treinamento e com a mudança do tipo de treino.

Por esta razão, entre outras, é vital introduzir os jovens no esporte, gradualmente. A quantidade e intensidade do treinamento devem aumentar gradualmente e no treinamento com pesos deve-se dar prioridade à resistência muscular, em vez da força, usando pesos leves e alto número de repetições. Mesmo desse modo, ele ainda obterá bons ganhos em força e as chances de contrair uma lesão definitiva será diminuída.

Haverá muito tempo para o remador aumentar sua força máxima, depois que seu esqueleto estiver totalmente desenvolvido.

SUPERTREINAMENTO

Cansaço constante, irritabilidade, sono agitado, rendimento declinante, apetite diminuído, perda de peso, etc. são todos sinais de supertreinamento. Esses sinais são freqüentemente ignorados pelo atleta, portanto é vital que o treinador procure por eles entre os membros de sua equipe. Seu efeito sobre os jovens atletas pode ser a perda de motivação para o esporte.

Com o aumento de doenças como Síndrome de Fadiga Crônica, é importante avaliar os efeitos a longo prazo do supertreinamento.

Dê a seus atletas tempo para descansarem e faça-os responsáveis por esse descanso. Eles precisam saber que esse tempo é para descanso e recuperação, tanto fisicamente como mentalmente.

Você, como treinador, será recompensado com um entusiasmo aumentado, melhores performances e atletas mais saudáveis.

REFERÊNCIAS

- REDGRAVE, STEVEN - Complete Book of Rowing. Partridge Press, London, 1997

- POWER HOUSE ROWING
CLUB INC. - Common Sports Injuries in Rowing (www.alphalink.com.au/ )

- KRÄMER,J. - Bandscheibenschäden. Heyne- Verlag, Alemanha, 1990

- CAILLIET, R. - Compreenda a sua coluna. Ed. Manole, 1975.

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