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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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sábado, 17 de julho de 2010

Pilates

Pilates

• O Método de Joseph Pilates

É um método de desenvolvimento físico e mental, busca o fortalecimento muscular, a
melhora da flexibilidade e o alinhamento postural adequado. É feito no solo e também em
vários aparelhos específicos.


As aulas baseiam-se em exercícios de força e alongamento com esforços concêntricos e
excêntricos, trabalhando principalmente a musculatura do tronco, a parte central do corpo,
enfocando a área do abdome e músculos lombares. Os exercícios são feitos sempre de
forma ativa.


São mais de 500 exercícios que, pela necessidade de consciência corporal e pela precisão
de movimentos, devem ser orientados por profissional credenciado.

A atividade é individual e, quando bem supervisionada, pode ser feita por qualquer pessoa, desde a mais bem treinada ao sedentário, do adolescente ao idoso, por mulheres grávidas e por pacientes em reabilitação. É indicado para condicionamento e reabilitação física,
assim como para o bem estar.

Traz como benefícios associados , além do tratamento da patologia específica, a melhora
da concentração, da coordenação motora e da consciência corporal



• História

Joseph Hubertus Pilates (1880-1967) nasceu na Alemanha. Teve uma infância doentia, com
asma, raquitismo e febre reumática. Resolvido a tornar-se fisicamente forte e saudável estudou anatomia, fisiologia, cultura física e ginástica além de vários esportes. Aos 32 anos
mudou-se para a Inglaterra aonde trabalhou como lutador de boxe, artista de circo e
treinador de auto defesa da polícia inglesa. Por ser alemão, em 1914, foi mandado a um
campo de prisioneiros. Lá aprofundou seus conhecimentos sobre saúde e condicionamento
físico e montou para os prisioneiros um programa de exercícios realizados no solo.


O reconhecimento inicial de sua técnica veio pelo fato de que nenhum dos prisioneiros
daquele campo foi acometido pela epidemia de gripe que assolou e matou milhares de
pessoas nos campos ingleses em 1918. No final da guerra foi transferido para a ilha de
Man, onde passou a trabalhar na reabilitação dos feridos de guerra.


Para isto passou a criar e desenvolver exercícios com as molas contidas nas próprias camas
da enfermaria e notou que esses treinos ajudavam a condicionar os pacientes debilitados,
pelo longo período que permaneciam acamados e restringidos. As molas então passaram
a servir para recuperar força, flexibilidade e resistência, além de restabelecer o tônus
muscular dos internos mais rapidamente.


O refinamento destas técnicas de tratamento evoluiu para a criação dos equipamentos de mecanoterapia específicos do método Pilates – o Cadillac e o Reformer que continuam até hoje em uso.

J.H.Pilates retornou para Hamburgo, ampliou seus
conhecimentos e métodos e trabalhou principalmente
com a força policial da cidade. Em 1926 decidiu imigrar
para os Estados Unidos e junto com sua esposa,
enfermeira que conheceu na viagem, montou em Nova
York o Studio Pilates.


O método manteve-se durante muito tempo restrito ao próprio autor e seu Studio.

Pilates publicou apenas 2 pequenos livros e por receio da
disseminação de suas técnicas, manteve o monopólio de
seu conhecimento. Pessoalmente certificou apenas
pouquíssimas pessoas.



Baseou-se em princípios de cultura oriental, unindo noções de concentração e equilíbrio,
percepção, controle corporal e flexibilidade, dando importância à força e ao tônus muscular.

Concentrou-se na tentativa de controle, o mais consciente possível, dos músculos envolvidos no movimento. A isso chama de “contrologia”.



• São 6 os princípios fundamentais:

Concentração: a atenção que é dada para cada uma das partes do corpo. Nenhuma é relegada. Busca-se a maior eficiência possível. O objetivo da técnica é o aprendizado motor.

Controle: a consciência dos músculos agonistas, isto é, dos realizadores de uma atividade específica, mantendo um padrão suave e harmônico do movimento.

Precisão: importante na qualidade do movimento, principalmente no realinhamento postural do corpo.

Centramento: este princípio foi chamado por Pilates de “Powerhouse” ou centro de força.
Considerado por Pilates o ponto focal para o controle do corpo. É formado por 4 camadas
de músculos abdominais: o reto do abdome, oblíquo interno e externo, transverso do abdome; pelos eretores profundos da coluna, os extensores e flexores do quadril, juntamente com os músculos do períneo. Esse conjunto muscular forma uma estrutura de suporte responsável pela sustentação da coluna e dos órgãos internos. É o centro de força.

Respiração: Pilates considerava a respiração correta como fator essencial no início do movimento. Em seu método descreve um padrão respiratório específico que pretende diminuir o cansaço, otimizar e ampliar a capacidade respiratória.

Movimento Fluido: refere-se ao tipo de movimento, que deve ser controlado, contínuo e leve, absorvendo os impactos do corpo com o solo, utilizando a inércia e evitando choques que poderiam levar ao desgaste prematuro.


• Equipamentos para exercícios no método Pilates:

Além dos exercícios no solo (MAT-Pilates), o método utiliza vários aparelhos
complementares:


Reformer: O primeiro equipamento construído por Pilates. Em forma de cama , é composto por um carrinho deslizante que se move sobre trilhos e é ligado a molas para oferecer resistência variável.

Os exercícios neste aparelho são tipicamente para as coxas (lateral, anterior
e posterior), o abdome, o quadril e o peito, e são especialmente benéficos para a coluna vertebral rígida.


Cadillac: Possui 2 barras de ferro fixas a um colchão, barra de trapézio, dois pares de alça de tornozelo e coxa ajustável, duas barras móveis- uma horizontal e outra vertical, e nele realizam-se exercícios em posição sentada, deitada, ajoelhada, em pé, ou em quadrupedia .

É utilizado para os exercícios aéreos. Permite fazer mais de 200 exercícios. O enfoque maior é nos pés, coxas, coluna vertebral, cintura pélvica, abdômen e ombros.





Combo chair: É um aparelho em forma de cadeira com estrutura de madeira, molas com resistências diferentes, parafusos em escalas (alavancas) e ganchos em dois pedais.

Usado para exercícios de sustentação postural.

Excelente para reabilitação do joelho, trabalha também coluna, ombros, abdômen e extremidades superiores



Barrel: É um aparelho formado por um meio barril almofadado, ligado a um espaldar à sua frente. Usado para fortalecer o tronco, o abdômen e para alongar a musculatura da região dorsal da coluna.








Complementos: São usados vários complementos como anéis de esforço, bolas, barras etc..



• Técnica:

A técnica de Pilates divide-se em exercícios realizados no solo e em aparelhos. Os realizados no solo (Mat-Pilates), caracterizam-se por ter um caráter educativo, enfatizando o aprendizado da respiração e do centro de força.




Quando se associa o uso dos aparelhos abre-se uma imensa variedade de movimentos, todos eles rítmicos, controlados e associados a treinos de respiração e correção postural.

Treinamento Físico: Exercícios Repetidos Com Intervalo de Repouso ou Exercícios Com Intervalos de Recuperação Ativa ?

Treinamento Físico: Exercícios Repetidos Com Intervalo de Repouso ou Exercícios Com Intervalos de Recuperação Ativa ?



Recuperação Ativa: O Esforço a Mais Que Faz a Diferença !

Antes de iniciar qualquer pratica esportiva, devemos ter claro que o desempenho para a atividade física depende principalmente de três fatores: O treinamento físico propriamente dito, a nutrição e o descanso ou tempo de recuperação.

Durante uma sessão de treinamento, os períodos de descanso entre as séries de cada exercício e entre os exercícios durante a sessão, são determinados pelo objetivo do treinamento e varia consideravelmente entre cada individuo. Um dos fatores determinantes, por exemplo, é a idade.



Mas qual será a melhor maneira de se recuperar
para o próximo exercício ou próxima sessão de
treinamento ???

Simplesmente sentar e descansar entre os exercícios? Não fazer nenhuma atividade
física entre as sessões de treinamento?

Não !

Muitos estudos têm sido realizados procurando esta resposta e a conclusão é que a recuperação ativa é a mais eficaz quando comparada a recuperação passiva.




Durante a recuperação precisamos restaurar as reservas de glicogênio e oxidar (eliminar) os metabólitos, principalmente o acido lático que atua inibindo a quebra do glicogênio e diminui a capacidade de contração muscular.

A restauração do glicogênio depende do tipo do exercício e da alimentação; já o ácido lático
deve ser metabolizado. Para isto, é necessário que se aumente a oxigenação, aumentando
o suprimento sanguíneo para o músculo fadigado.

A recuperação ativa visa justamente metabolizar o lactato e melhorar a performance atlética. É mais utilizado para exercícios de endurance, mas pode ser adaptado para o treino e força.

Portanto qualquer movimento que aumente a oxigenação entre as series de exercício vai ajudar nesse processo. O exercício durante a recuperação ativa deve ser de baixa intensidade (29% a 40% Vo²) como, por exemplo: pedalar, trotar no lugar, alongamento dinâmico.

Logo após o término da sessão de treinamento é aconselhável também realizar 10 a 15 min. de trote com intensidade leve (29% a 40% Vo²), já iniciando assim a metabolização do
ácido lático.

Medicina Esportiva Para Crianças e Adolescentes

Medicina Esportiva Para Crianças e Adolescentes


Crianças e adolescentes estão iniciando a vida esportiva em idade cada vez mais precoce.
Sobrecarga pode levar a um aumento do número de lesões esportivas nesta idade.

A criança e o adolescente têm características físicas e psicológicas próprias. Isto favorece alguns tipos específicos de lesões ortopédicas. Soma-se ainda muitas vezes a má orientação para a atividade esportiva, o que pode levar a lesões por repetição e até ao comprometimento do desenvolvimento músculo esquelético normal desta faixa etária.




O osso em crescimento é mais poroso e mais
plástico do que o osso adulto. Traumas menos
intensos causam fraturas e também levar à
deformação plástica do osso sem haver
fraturas.

O osso pediátrico também apresenta placas
cartilaginosas de crescimento, que são
responsáveis pelo crescimento longitudinal do
osso, estas estruturas estão sujeitas às lesões
agudas por apresentarem-se um pouco mais
fracas na adolescência, por ação hormonal, e
também a lesões crônicas por sobrecarga,
devido ou a uma desproporção da musculatura
hipertrofiada para a idade ou a esforços de
repetição sobre estas estruturas



Lesões por uso excessivo ou repetitivo:

1 - Apofisite de Tração:

Esta lesão refere-se à irritação de uma centro apofisário (de crescimento) no ponto em que o tendão se insere no osso. São causadas por micro-rupturas devido a movimentos
repetidos e sobrecargas principalmente durante o estirão de crescimento.

Este tipo de lesão pode ocorrer também devido a uma hipertrofia da musculatura desproporcionalmente à idade de desenvolvimento da criança, o que é favorecido por má orientação do treinamento.

Para cada local em que ocorre a apofisite temos um nome específico:





• Doença de Osgood Schlater: ocorre na inserção do tendão patelar na tíbia, é freqüente na
idade de 11 a 15 anos , principalmente em atletas que saltam e correm. O quadro clínico é
de dor sobre a tuberosidade da tíbia durante a atividade física e à palpação. O tratamento
se baseia em medidas antiinflamatórias com gelo e medicação, repouso da atividade e
exercícios de alongamento do músculo quadríceps. A manutenção da atividade física pode
levar à avulsão da apófise. Os sintomas podem persistir até o fechamento da apófise de
crescimento.


» clique aqui e saiba mais sobre a Doença de Osgood Schlater


• Doença de Sinding Larsen Johanson: ocorre na inserção do tendão patelar na patela, o
tratamento é o mesmo que a Doença de Osgood Schlater.

• Doença de Sever: ocorre no calcâneo em crianças de 7 a 10 anos. O tratamento segue os
mesmos princípios anti-inflamatórios além do alongamento dos músculos da panturrilha e da
aponeurose plantar.

• Cotovelo do Arremessador – é a apofisite que ocorre na parte medial do cotovelo, devido
ao excesso de tração nesta região durante o lançamento de uma bola em esportes que
este movimento é repetitivo (como no beisebol). O tratamento também é igual às outras
apofisites , mas temos que dar atenção especial ao retorno da atividade com correção do
mecanismo de lançamento para evitar sobrecargas.

É muito importante a acompanhamento médico durante o tratamento e principalmente para orientação ao retorno esportivo nas melhores condições, para evitar complicações desta patologia relativamente sem gravidade inicial.


2 - Desalinhamento Articular e Instabilidades Crônicas:

Para o funcionamento normal de uma articulação, é preciso de um alinhamento ósseo
normal, de um equilíbrio dos grupos musculares e de um bom equilíbrio ligamentar.

Ocorrendo alteração em algum destes fatores, haverá uma alteração da biomecânica articular, a qual pode acarretar dor e instabilidades.

As articulações patelofemural e glenoumeral são os principais locais desta patologia.


• Desalinhamento e Instabilidade Patelofemural:

Esta patologia, também conhecida como desalinhamento do mecanismo extensor, ocorre
pela perda da biomecânica normal da articulação, a qual pode ocorrer devido a alterações
na estrutura ósseas, ligamentares ou musculares.

Estas alterações fazem com que o lado externo da patela seja submetido a uma pressão
maior na articulação, isto pode acarretar lesão na cartilagem articular.

Os sintomas ocorrem na parte anterior do joelho, iniciam-se com a atividade ou após um
período com o joelho dobrado e ao descer escadas.

Em casos mais graves pode ocorrer a luxação da patela para o lado de fora do joelho,
nestes casos muitas vezes o primeiro episódio foi um trauma e os episódios seguintes
foram movimentos “banais”.


É muito importante uma avaliação
médica minuciosa e a realização de exames complementares, se bem
indicados, como RX, Tomografia
Computadorizada e Ressonância
Magnética, a fim de definir quais elementos se encontram alterados para
propor uma reabilitação seja através de
métodos conservadores (fisioterapia,
orientação da prática de atividade física
e correção de hábitos da vida diária) ou
de métodos cirúrgicos, que consistem
em corrigir a estrutura alterada, seja ela
óssea ou ligamentar.

O deslocamento inicial da patela é tratado com imobilização e medidas antiinflamatórias com medicação,
crioterapia e fisioterapia. Existem alguns casos em que a lesão traumática é isolada, não se acrescenta de deformidades ósseas e frouxidões
ligamentares. Nestes casos o reparo
agudo da lesão ligamentar, que pode
ser por via artroscópica, pode levar a menores chances de instabilidade recorrente.

Nos casos de instabilidade recorrente,
inicialmente pode ser tentado medidas
não cirúrgicas com fisioterapia e uso de
órteses e joelheiras que dificultem o
deslocamento lateral da patela, em caso
de falha destas medidas pode justificar
reconstruções ósseas ou de partes
moles.


• Instabilidade GlenoUmeral

A frouxidão e o desequilíbrio muscular na articulação do ombro, pode acarretar em dor e instabilidades principalmente para atletas que utilizam muito o movimento do braço acima da linha do ombro.

Este desequilíbrio pode causar uma irritação nos tendões do manguito rotador, na bursa subacromial e alteraões na cápsula articular.



Os sintomas ocorrem principalmente
quando se eleva o braço acima da linha
da cabeça, momento este em que as
estruturas estão comprimidas entre o
úmero e o acrômio da escápula.

O tratamento se baseia em medidas de
alongamento dos grupos musculares e
da cápsula posterior, e de exercícios de
fortalecimento dos músculos
estabilizadores da escápula e do
manguito rotador.

Em casos de instabilidades grosseiras
com episódios repetidos de luxações, o
tratamento pode vir a ser cirúrgico para,
com a reconstrução da cápsula lesada
por via artroscópica.



Antes de qualquer procedimento, uma avaliação minuciosa deve ser feita para detectar qual
é a alteração responsável pela instabilidade, visto que algumas alterações respondem mal
a qualquer tentativa de reconstrução cirúrgica, como em casos em que o atleta
voluntariamente desloca o seu ombro.

Efeitos da estimulação elétrica neuromuscular durante a imobilização nas propriedades mecânicas do músculo esquelético

Efeitos da estimulação elétrica neuromuscular durante a imobilização nas propriedades mecânicas do músculo esquelético



Efectos de la estimulación eléctrica neuromuscular durante la inmovilización en las propiedades mecánicas del músculo esquelético





João Paulo Chieregato MatheusI; Liana Barbaresco GomideII; Juliana Goulart Prata de OliveiraII; José Batista VolponI; Antônio Carlos ShimanoI

IDepartamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP, Ribeirão Preto, SP
IIInterunidades Bioengenharia, Escola de Engenharia de São Carlos, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Instituto de Química de São Carlos, USP, Ribeirão Preto, SP

Endereço para correspondência






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RESUMO

A estimulação elétrica neuromuscular (EENM) é um importante recurso utilizado em medicina esportiva para acelerar processos de recuperação. O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos da EENM durante a imobilização do músculo gastrocnêmio, em posições de alongamento (LP) e encurtamento (SP). Para tanto, 60 ratas fêmeas jovens Wistar foram distribuídas em seis grupos e acompanhadas durante sete dias: controle (C), eletroestimuladas (EE), imobilizadas em encurtamento (ISP), imobilizadas em alongamento (ILP), imobilizadas em encurtamento e eletroestimuladas (ISP + EE) e imobilizadas em alongamento e eletroestimuladas (ILP + EE). Para a imobilização, o membro posterior direito foi envolvido por uma malha tubular e ataduras de algodão juntamente à atadura gessada. A EENM foi utilizada com freqüência de 50Hz, 10 minutos por dia, totalizando 20 contrações em cada sessão. Após sete dias os animais foram submetidos a eutanásia e os músculos gastrocnêmios retirados para a realização do ensaio mecânico de tração em uma máquina universal de ensaios (EMIC®). A partir dos gráficos carga versus alongamento, foram calculadas as seguintes propriedades mecânicas: alongamento no limite de proporcionalidade (ALP), carga no limite de proporcionalidade (CLP) e rigidez. As imobilizações SP e LP promoveram reduções significativas (p < 0,05) nas propriedades de ALP e CLP, sendo mais acentuada no grupo ISP. Quando utilizada a EENM, houve acréscimo significativo (p < 0,05) dessas propriedades somente no grupo ISP. Já em relação à rigidez, foi observada redução significativa (p < 0,05) somente do grupo C para o grupo ISP. Quando utilizada a EENM, a rigidez do grupo ILP + EE foi significativamente (p < 0,05) maior e mais próxima do grupo C que a do grupo ISP + EE. Neste modelo experimental, a imobilização dos músculos em alongamento atrasou o processo de atrofia, e a estimulação elétrica, realizada durante a imobilização, contribuiu para a manutenção das propriedades mecânicas durante o período de imobilismo, principalmente no grupo ILP + EE.

Palavras-chave: Imobilização. Atrofia muscular. Resistência à tração. Propriedades mecânicas. Terapia por estimulação elétrica.


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RESUMEN

La estimulación eléctrica neuromuscular (EENM) es un importante recurso utilizado en medicina deportiva para acelerar procesos de recuperación. El objetivo de este estudio ha sido analizar los efectos de la EENM durante la inmovilización del músculo gastrocnemio, en posiciones de alongamiento (LP) y contracción (SP). Para tal fin, 60 ratones hembras jóvenes Wistar fueron distribuidas en seis grupos y monitoreadas durante 7 días: control (C), electro estimuladas (EE), inmovilizadas en contracción (ISP), inmovilizadas en alongamiento (ILP), inmovilizadas en contracción y electro estimuladas (ISP + EE) e inmovilizadas en alongamiento y electro estimuladas (ILP + EE). Para la inmovilización, el miembro posterior derecho fue envuelto por una malla tubular y vendas de algodón en conjunto con vendas de escayola. La EENM fue utilizada con una frecuencia de 50 Hz, 10 minutos por día, totalizando 20 contracciones en cada sesión. Después de 7 días los animales fueron sometidos a eutanasia y los músculos gastrocnemios fueron retirados para la realización del ensayo mecánico de tracción en una máquina universal de ensayos (EMIC®). A partir de los gráficos carga versus alongamiento se calculó las siguientes propiedades mecánicas: alongamiento en el límite de proporcionalidad (ALP), carga en el límite de proporcionalidad (CLP) y rigidez. Las inmovilizaciones SP y LP dieron reducciones significativas (p < 0,05) en las propiedades de ALP y CLP, siendo más acentuada en el grupo ISP. Cuando utilizamos la EENM, hubo un crecimiento significativo (p < 0,05) de estas propiedades solamente en el grupo ISP. Por otro lado, en relación a la rigidez, se observó una reducción significativa (p < 0,05) solamente del grupo C respecto al grupo ISP. También se observó que al usarse EENM, la rigidez del grupo ILP + EE fue significativamente (p < 0,05) mayor y más próxima del grupo C que la del grupo ISP + EE. En este modelo experimental, la inmovilización de los músculos en alongamiento retrasó el proceso de atrofia y estimulación eléctrica, realizada durante la inmovilización, y contribuyó en el mantenimiento de las propiedades mecánicas durante el periodo de inmovilización, principalmente en el grupo ILP + EE.

Palabras-clave: Inmovilización. Atrofia muscular. Resistencia de tracción. Propiedades mecánicas. Terapia por estimulación eléctrica.


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INTRODUÇÃO

Em medicina esportiva moderna, existe tendência para a mobilização precoce de um segmento lesionado visando à reabilitação acelerada, embora ainda se utilize a imobilização rígida como forma de tratamento para muitas lesões, sejam elas músculo-esqueléticas ou ligamentares. Contudo, é possível observar atrofia muscular, mesmo nos primeiros sete dias em que os indivíduos permanecem imobilizados(1-4).

A intensidade em que ocorre a atrofia é diretamente influenciada pela posição em que o membro é imobilizado(5). A imobilização de um músculo em alongamento (LP) atrasa o processo de atrofia por desuso; no entanto, o músculo antagonista, imobilizado em encurtamento (SP), sofre de maneira mais acelerada os efeitos deletérios da imobilização(6).

O tempo em que os indivíduos permanecem imobilizados e a prevenção dos efeitos negativos decorrentes da imobilização, principalmente no cenário esportivo, têm sido fator determinante para a recuperação dos atletas. Com o avanço dos programas de reabilitação acelerada têm-se buscado recursos que minimizem os efeitos deletérios secundários às cirurgias e à imobilização. Uma das medidas é o uso da estimulação elétrica neuromuscular (EENM) que, ao lado da cinesioterapia, tem sido um dos recursos mais utilizados no fortalecimento muscular, assim como na prevenção de atrofia antes, durante e após os episódios de lesão.

Desde as Olimpíadas de Montreal (1976), quando o médico russo Yakov Kots obteve ganhos de força de 30 a 40% em atletas de elite, diversos outros estudos têm preconizado a EENM, principalmente durante os processos de reabilitação, como no período pós-operatório de cirurgias de joelho(7). A utilização da EENM na tentativa de prevenir os efeitos deletérios dos processos de imobilização e dos procedimentos cirúrgicos tem grande aplicabilidade, pois reduz o tempo de reabilitação e promove o retorno dos indivíduos às suas atividades normais em tempo menor.

Tendo em vista a escassez de pesquisas referentes à aplicação da eletroestimulação como método preventivo da atrofia muscular, o objetivo deste estudo foi analisar os efeitos da estimulação elétrica neuromuscular (EENM) durante a imobilização do músculo gastrocnêmio de ratos, em posições de alongamento (LP) e encurtamento (SP).



MÉTODOS

Animais

Para o desenvolvimento deste estudo, foram utilizadas 60 ratas fêmeas da raça Wistar, espécie Rattus norvegicus albinus. Os animais provenientes do Biotério Central da Prefeitura do Campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) foram mantidos, durante os protocolos experimentais, no Biotério do Laboratório de Bioengenharia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP. As ratas foram mantidas em gaiolas coletivas, com três animais por gaiola, à temperatura ambiente controlada de 25ºC, fotoperíodo de 12h claro/12h escuro e recebendo água e alimentação padrão, ad libitum. Todos os procedimentos aos quais os animais foram submetidos tiveram a aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) do Campus de Ribeirão Preto-USP, que seguem o International Guiding Principles for Biomedical Research Involving Animals, segundo protocolo nº 04.1.891.53.9.

Grupos experimentais

Os animais foram distribuídos aleatoriamente nos seguintes grupos experimentais:

Grupo 1 – Controle (C): composto por 10 animais mantidos em gaiolas-padrão por sete dias.

Grupo 2 – Eletroestimulado (EE): composto por 10 animais que tiveram o músculo gastrocnêmio direito submetido à estimulação elétrica por sete dias.

Grupo 3 – Imobilizado-SP (ISP): composto por 10 animais que tiveram o membro posterior direito (pelve, quadril e joelho) imobilizado em extensão e o tornozelo em flexão plantar, o que manteve o músculo gastrocnêmio em encurtamento durante sete dias.

Grupo 4 – Imobilizado-LP (ILP): composto por 10 animais que tiveram o membro posterior direito (pelve, quadril e joelho) imobilizado em extensão e o tornozelo em flexão dorsal, o que manteve o músculo gastrocnêmio em posição de alongamento durante sete dias.

Grupo 5 – Imobilizado-SP/Eletroestimulado (ISP + EE): composto por 10 animais imobilizados conforme modelo utilizado no grupo 3. No entanto, foram submetidos ao protocolo de estimulação elétrica durante os sete dias em que permaneceram imobilizados.

Grupo 6 – Imobilizado-SP/Eletroestimulado (ILP + EE): composto por 10 animais imobilizados conforme modelo utilizado no grupo 4. No entanto, foram submetidos ao protocolo de estimulação elétrica durante os sete dias em que permaneceram imobilizados.

Técnica de imobilização

Previamente à confecção do aparelho gessado, os animais foram anestesiados com associação de cloridrato de quetamina (80mg/kg) e cloridrato de xilazina (15mg/kg), na dose de 0,6ml da mistura para cada 100 gramas de massa corporal.

O membro posterior direito, desde o quadril até o tornozelo, foi inicialmente envolvido por uma malha tubular juntamente com ataduras de algodão a fim de não provocar isquemia no membro e prevenir a formação de úlceras de pressão. Para a imobilização, foi utilizada atadura gessada de secagem rápida com diâmetro aproximado de 3cm de largura.

Antes da secagem completa do gesso dos grupos 5 e 6, foi aberto um orifício de aproximadamente 1cm de diâmetro sobre a região do ponto motor do gastrocnêmio.

O modelo de imobilização utilizado neste estudo baseou-se no proposto por Booth e Kelso(8), com adaptação para somente um membro.

Estimulação elétrica

Foi utilizado um equipamento de estimulação elétrica da marca Bioset® modelo Physiotonus Four, com unidades geradoras de baixa freqüência, bifásica (despolarizada) e pulsos de pequena duração, aplicados sob freqüência controlada.

Eletrodos de estimulação

Para a estimulação do músculo gastrocnêmio dos grupos 2, 5 e 6 foi necessária a confecção de dois eletrodos. Um eletrodo disperso, com 6cm2 de área, que se acopla à região lombar, e um ativo, em forma de caneta, com 0,5cm de diâmetro que se acopla sobre o ponto motor do músculo gastrocnêmio direito através do orifício confeccionado no gesso.

Protocolo de estimulação

Os músculos foram submetidos a estimulação elétrica com freqüência de 50Hz, com oito segundos de contração e 22 segundos de repouso. Foram 20 contrações musculares eletricamente induzidas em cada sessão diária de 10 minutos durante sete dias consecutivos.

Para permitir melhor contato entre a pele e os eletrodos, proteger o animal de possível queimadura e facilitar a condução da corrente elétrica, foi aplicada uma camada de gel entre os eletrodos e as regiões de contato.

Nos grupos 5 e 6, a estimulação elétrica foi realizada após duas horas da confecção dos aparelhos gessados.

Preparação do músculo gastrocnêmio

Após o término dos protocolos experimentais, os animais foram submetidos a eutanásia por administração intraperitoneal de dose excessiva do anestésico tiopental sódico, para que seus gastrocnêmios fossem dissecados e submetidos ao ensaio mecânico de tração.

Foi retirado o gastrocnêmio do membro posterior direito de cada animal, por meio da remoção da pele e de algumas partes moles, seguida da desarticulação do tornozelo e quadril. Foi tomada a precaução de manter a integridade do músculo, preservando sua origem no terço distal do fêmur e inserção no calcâneo. A origem e a inserção óssea foram mantidas para facilitar a fixação da peça à máquina de ensaio.

Após a dissecação, as peças foram colocadas em solução de lactato de Ringer durante 30 minutos, em temperatura ambiente, até o momento da realização dos ensaios.

Ensaio mecânico de tração

Para o ensaio de tração do músculo gastrocnêmio foi utilizado a máquina universal de ensaios (marca EMIC®, modelo DL10000) do Laboratório de Bioengenharia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, equipada com célula de carga de capacidade de 50kgf.

A máquina utilizada possui interface direta a um microcomputador, com o software Tesc®, capaz de gerar um gráfico carga versus alongamento para cada ensaio (figura 1).








Dois acessórios foram confeccionados para a fixação da peça a ser testada, sendo um para fixação do fêmur e outro para fixação do calcâneo, mantendo o joelho e tornozelo com 90º de angulação (figura 2). No momento do ensaio, o músculo foi acoplado à máquina e, conforme metodologia estabelecida pelo laboratório, foi dada uma pré-carga de 200g durante o tempo de acomodação de 30 segundos, com o intuito de promover a acomodação do sistema.








Após a pré-carga, o ensaio prosseguiu por, em média, oito minutos, com velocidade preestabelecida para o ensaio de 10mm/minuto. A carga aplicada foi registrada pelo software em intervalos regulares de alongamento até o momento de ruptura do músculo.

A partir dos gráficos carga versus alongamento de cada ensaio, foram obtidas e analisadas as seguintes propriedades mecânicas:

– alongamento no limite de proporcionalidade (ALP): é o valor de alongamento do ponto inicial (O) até o ponto de representação do alongamento elástico máximo (OB na figura 1). É representada em metros (x10-3m).

– carga no limite de proporcionalidade (CLP): é o valor máximo de carga registrado na fase elástica (OC na figura 1). É representada em newtons (N).

– rigidez: é correspondente à tangente do ângulo (q). É representada em newtons/metro (N/m).

Análise estatística

A análise estatística foi feita utilizando o programa BioEstat® v. 2.0. Foi realizado o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. Para análise simultânea dos grupos, foi utilizado o teste ANOVA e, para comparação entre os grupos, o teste de Turkey-Kramer, ambos com níveis de significância preestabelecidos de 5%.



RESULTADOS

Foram ensaiados 60 músculos, sendo os valores expressos em médias e desvios-padrão para cada uma das propriedades dos seis grupos analisados.

Alongamento no limite de proporcionalidade (ALP)

As médias e desvios-padrão referentes ao ALP dos seis grupos estão apresentados na figura 3.








Foi observada diferença significativa (p < 0,05) do grupo Controle para os grupos Imobilizados, tanto SP como LP. Na comparação entre os grupos Imobilizado SP e Imobilizado SP + EE, também foi observada diferença significativa (p < 0,05), o que não ocorreu na comparação entre os grupos Imobilizado LP e Imobilizado LP + EE (p > 0,05).

Entre os grupos Imobilizado SP + EE e Imobilizado LP + EE foi observada diferença significativa (p < 0,05). Já entre Imobilizado SP + EE e o grupo Controle não se observou essa diferença (p > 0,05).

Carga no limite de proporcionalidade (CLP)

As médias e desvios-padrão referentes à CLP dos seis grupos estão apresentados na figura 4.








Foi observada diferença significativa (p < 0,05) dos grupos Controle e EE para os grupos Imobilizados, tanto SP como LP. Na comparação entre os grupos Imobilizado SP e Imobilizado SP + EE, também foi observada diferença significativa (p < 0,05), o que não ocorreu na comparação entre os grupos Imobilizado LP e Imobilizado LP + EE (p > 0,05).

Não foi observada diferença significativa entre os grupos Imobilizado SP + Eletroestimulado e Imobilizado LP + Eletroestimulado (p > 0,05).

Rigidez (R)

As médias e desvios-padrão referentes à rigidez dos seis grupos estão apresentados na figura 5.








Foi observada diferença significativa (p < 0,05) do grupo Controle para os grupos EE e Imobilizado SP (p < 0,05). Entre os grupos Controle e Imobilizado LP não foi possível observar diferença significativa (p > 0,05). Já entre os grupos Imobilizado SP + Eletroestimulado e Imobilizado LP + Eletroestimulado, foi observada diferença significativa (p < 0,05).



DISCUSSÃO

Os achados deste estudo demonstraram que a imobilização gessada do músculo gastrocnêmio por um período de sete dias promoveu reduções biomecânicas significativas e que a posição em que ele foi mantido imobilizado atuou diretamente na intensidade dessas alterações. Neste estudo, assim como no estudo de Järvinen et al.(5), os músculos gastrocnêmios imobilizados em encurtamento (SP) tiveram redução maior das propriedades que os imobilizados em alongamento (LP). Já Tabary et al.(9) não encontraram diferenças significativas entre os músculos soleus imobilizados em SP e LP de seu estudo.

Segundo Williams e Goldspink(10), os músculos imobilizados LP estão constantemente submetidos à tensão, o que estimula o acréscimo no número de sarcômeros em série e reduz a intensidade em que ocorre a atrofia. Como visto em nosso estudo, a imobilização LP provocou menores alterações musculares que a SP.

Por outro lado, pode-se identificar que o músculo retraído (SP) apresenta duas características básicas: diminuição dos sarcômeros em série e aumento na densidade de tecido conjuntivo. Assim, é possível entender que os músculos imobilizados encurtados tenham menor elasticidade(11), fato observado em nosso estudo. Outro fator que pode ter contribuído para a redução das propriedades dos músculos imobilizados foi a diminuição no diâmetro das fibras musculares, já descrito por Appell(12).

Alguns autores afirmam que é possível prevenir o acúmulo do tecido conjuntivo(13) e a ocorrência de atrofia(14) por meio da contração muscular induzida pela estimulação elétrica.

Em relação às propriedades de ALP e CLP, os músculos do grupo Imobilizado SP + EE responderam melhor à estimulação elétrica que os do grupo Imobilizado LP + EE. Acreditamos que a ocorrência de maior perda das propriedades no grupo Imobilizado SP que no Imobilizado LP tenha contribuído para isso.

Na propriedade mecânica de rigidez foi encontrada menor média no grupo Imobilizado LP + EE que no grupo Imobilizado SP + EE. Segundo Järvinen et al.(5), a rigidez dos músculos é uma importante propriedade a ser estudada, pois sua redução indica que o músculo está se alongando mais na presença de uma carga menor, o que o torna mais suscetível a lesões. Assim, parece adequado supor que os músculos imobilizados em alongamento e eletroestimulados estejam em melhores condições, após a retirada do gesso, que aqueles imobilizados em encurtamento e eletroestimulados.

Algumas limitações e observações no presente estudo precisam ser mencionadas. A maior dificuldade encontrada no teste-piloto foi referente à imobilização e a permanência dos animais no gesso. O método de enfaixamento pela malha tubular, adotado inicialmente, não permitia a permanência do animal imobilizado por período superior a dois dias. Após algumas mudanças na metodologia de confecção, adotamos um modelo de imobilização semelhante ao descrito por Booth e Kelso(8), que é bastante aceito pela comunidade científica, porém, ao invés dos dois membros, somente o membro posterior direito esteve contido no gesso. Além disso, a escassez de literatura científica atual a respeito das propriedades mecânicas do músculo esquelético e do uso da eletroestimulação como ferramenta nos processos de reabilitação dificulta a discussão dos resultados.

Diversos animais têm sido empregados em estudos experimentais. Neste, optamos pelo rato, pois, segundo alguns autores(5,8), apresenta estrutura músculo-esquelética semelhante à do ser humano. No entanto, os resultados obtidos nesses estudos não podem ser totalmente extrapolados para seres humanos; devem, sim, nortear novas pesquisas para uma futura aplicação prática.

Portanto, os resultados deste estudo sugerem que a imobilização dos músculos em alongamento retarda o processo de atrofia e que a estimulação elétrica, realizada durante a imobilização, contribui para a prevenção das propriedades mecânicas durante o período de imobilismo.



AGRADECIMENTOS

À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pelo apoio financeiro e concessão da bolsa de mestrado.

À empresa Bioset® Indústria de Tecnologia Eletrônica Ltda que, em nome do Sr. Júlio César Bucalon, concedeu o empréstimo do aparelho de estimulação elétrica.



REFERÊNCIAS

1. Wills CA. Effects of immobilization of human skeletal muscle. Orthopaedic Review. 1982;11:57-64. [ Links ]

2. Appell HJ. Morphology of immobilized skeletal muscle and the effects of a pre and postimmobilization training program. Int J Sports Med. 1986;7(1):6-12. [ Links ]

3. Booth FW. Physiologic and biochemical effects of immobilization on muscle. Clin Orthop Relat Res. 1987;(219):15-20. [ Links ]

4. Mercier J. Muscle plasticity and metabolism: effects of exercise and chronic diseases. Mol Aspects Med. 1999;20:319-73. [ Links ]

5. Järvinen MJ, Einola SA, Virtanen EO. Effect of the position of immobilization upon the tensile properties of the rat gastrocnemius muscle. Arch Phys Med Rehabil. 1992;73(3):253-7. [ Links ]

6. Herbert RD, Balnave RJ. The effect of position of immobilization on resting length, resting stiffness, and weight of the soleus muscle of the rabbit. J Orthop Res. 1993;11:358-66. [ Links ]

7. Stevens JE, Mizner RL, Snyder-Mackler L. Neuromuscular electrical stimulation for quadriceps muscle strengthening after bilateral total knee arthroplasty: a case series. J Orthop Sports Phys Ther. 2004;34(1):21-9. [ Links ]

8. Booth FW, Kelso JR. Production of rat muscle atrophy by cast fixation. J Appl Physiol. 1973;34(3):404-6. [ Links ]

9. Tabary JC, Tabary C, Tardieu C, Tardieu G, Goldspink G. Physiological and structural changes in the cat's soleus muscle due to immobilization at different lengths by plaster casts. J Physiol. 1972;224(1):231-44. [ Links ]

10. Williams PE, Goldspink G. Connective tissue changes in immobilized muscle. J Anat. 1984;138(2):343-50. [ Links ]

11. Salvini TF. Plasticidade e adaptação postural dos músculos esqueléticos. In: Marques AP, editor. Cadeias musculares: um programa para ensinar avaliação fisioterapêutica global. São Paulo: Manole, 2000;3-14. [ Links ]

12. Appell HJ. Muscular atrophy following immobilization. A review. Sports Med. 1990;10(1):42-58. [ Links ]

13. Williams PE, Catanese T, Lucey EG, Goldspink G. The importance of stretch and contractile activity in the prevention of connective tissue accumulation in muscle. J Anat. 1988;158:109-14. [ Links ]

14. Qin L, Appell HJ, Chan KM, Maffulli N. Electrical stimulation prevents immobilization atrophy in skeletal muscle of rabbits. Arch Phys Med Rehabil. 1997;78(5): 512-7. [ Links ]





Endereço para correspondência:
João Paulo Chieregato Matheus
Rua Afonso Rato, 852, Bairro Mercês
38060-040 – Uberaba, MG
Tels.: (34) 3312-7318/(34) 9195-1011
E-mail: jpcmatheus@yahoo.com.br

Recebido em 14/9/05. Versão final recebida em 27/6/06. Aceito em 2/8/06.





Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo.

A Controvérsia dos Agentes Ergogênicos: Estamos Subestimando os Efeitos Naturais da Atividade Física?

A Controvérsia dos Agentes Ergogênicos: Estamos Subestimando os Efeitos Naturais da Atividade Física?



Turibio Leite de Barros Neto

Professor Adjunto do Departamento de
Fisiologia, Coordenador do Centro de
Medicina da Atividade Física e do
Esporte – CEMAFE, da Universidade
Federal de São Paulo, Escola Paulista de
Medicina, São Paulo, SP





O USO DOS CHAMADOS AGENTES ERGOGÊNICOS NO esporte de alto rendimento desencadeou um processo que representa atualmente uma das grandes preocupações na área das Ciências do Esporte, tanto no que diz respeito ao combate ao doping, como também no âmbito do uso indiscriminado de drogas e suplementos nutricionais com objetivos puramente estéticos.

A Medicina Esportiva estabelece um conceito para o termo "agente ergogênico" que abrange todo e qualquer mecanismo, efeito fisiológico, nutricional ou farmacológico que seja capaz de melhorar a performance nas atividades físicas esportivas, ou mesmo ocupacionais.

Dessa forma, podemos subdividir os agentes ergogênicos em 3 grupos:

a) fisiológicos; b) nutricionais; c) farmacológicos.

Os agentes ergogênicos fisiológicos incluem todo mecanismo ou adaptação fisiológica de melhorar o desempenho físico. O próprio treinamento pode ser visto como um agente ergogênico fisiológico. A adaptação crônica à altitude, ao promover um aumento de glóbulos vermelhos, atua como um agente ergogênico fisiológico na medida em que o retorno a baixas altitudes propicia uma melhora do desempenho físico aeróbio nos primeiros dias subseqüentes ao retorno, enquanto a capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue permanecer aumentada.

Os agentes ergogênicos nutricionais caracterizam-se pela aplicação de estratégias e pelo consumo de nutrientes com grau de eficiência extremamente variável. Os consumidores de suplementos nutricionais geralmente utilizam estas substâncias em doses muito acima do recomendável, o que também se constitui em uma preocupação, apesar de grandes controvérsias quanto aos eventuais problemas à saúde conseqüentes ao abuso. Para se ter uma idéia do consumo de suplementos por atletas, um artigo recente (1) relatou que entre 100 atletas noruegueses de vários esportes de nível nacional, 84 usavam algum tipo de suplemento nutricional. Muitos atletas usavam vários suplementos nutricionais, a grande maioria dos quais não apresenta qualquer comprovação científica de efetividade ergogênica. Usando uma linguagem leiga, parece uma eterna busca do "espinafre do Popeye".

Apesar do uso de suplementos mostrar maior prevalência em atletas, principalmente atletas de elite, Sobal e Marquart já relatavam em trabalho publicado em 1994 (2) uma incidência de 40% de consumidores de suplementos nutricionais na população não atleta de praticantes de atividades físicas. Em levantadores de peso, Burke e Read, em 1993 (3), constataram uma incidência de consumo de 100%.

Do verdadeiro arsenal de suplementos nutricionais que encontramos no mercado, o único que tem efeito ergogênico comprovado cientificamente é a creatina (4,5), que tem se constituído no recurso interativo com o treinamento atualmente mais utilizado para aumento de massa muscular. O seu consumo nos Estados Unidos já havia ultrapassado as 300 toneladas somente em 1997. Apesar da literatura não relatar efeitos colaterais relacionados ao seu uso, as conseqüências de eventuais superdosagens ou uso por períodos de tempo extremamente prolongados ainda requer um certo cuidado. A preocupação nestes casos não está restrita ao consumo por parte de atletas. O aumento de massa muscular promovido pela suplementação de creatina constitui-se em um efeito extremamente sedutor para os que praticam exercícios com objetivos prioritariamente estéticos e que muitas vezes relegam a saúde a um plano secundário.

Os agentes ergogênicos farmacológicos constituem-se, sem dúvida, no maior problema para a saúde, a ética e a própria legislação esportiva.

O capítulo da luta contra o doping no esporte tem se constituído no lado mais tenebroso dessa área e nos leva a cada vez mais questionar, no âmbito do esporte de alto rendimento, a afirmação de que esporte é saúde. Sem sombra de dúvida, dentre os agentes ergogênicos farmacológicos os esteróides anabólicos ocupam o lugar principal. Seu potente efeito anabolizante associado à prática de exercícios com pesos, acena com a promessa do record para o atleta e do "corpo perfeito" para o "malhador" de academia. Infelizmente, cada vez mais o efeito terapêutico dos anabolizantes é desvirtuado a ponto da própria concepção leiga do seu nome ser associada à um perigo iminente, o que de fato se justifica em decorrência dos abusos cometidos e dos episódios trágicos freqüentemente relatados. Chega-se a criar até um certo terrorismo, associando o uso de qualquer suplemento nutricional como o primeiro passo para o consumo de esteróides anabólicos.

Talvez o maior problema em todo este contexto dos agentes ergogênicos seja o perigo de se minimizar os efeitos do treinamento físico. Na medida em que os atletas cada vez mais recorrem ao seu uso, o indivíduo comum parece ser levado a acreditar que exercício só tem efeito se associado a algum recurso ergogênico. A eficácia do treinamento associado a uma dieta balanceada parece cada vez ser mais questionada pela população.

Como um verdadeiro "antídoto" a esta tendência, o artigo de Brasil e cols (6), publicado nesta edição dos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, vem enfatizar a importância terapêutica dos efeitos de um programa de exercícios com pesos em pacientes adultos portadores da síndrome da deficiência do hormônio do crescimento, sem reposição hormonal.

A literatura descreve o aumento de massa gorda e diminuição da massa muscular com diminuição de força e maior fadiga nestes pacientes (7-9). Os benefícios da reposição hormonal são responsáveis por praticamente reverter estas alterações. Esta reversão deve-se, fundamentalmente, aos efeitos anabólicos do GH (10).

No estudo de Brasil e cols (6), 11 pacientes adultos com deficiência de GH foram submetidos a um programa de 12 semanas de exercícios com peso, sem reposição hormonal. Ao final do programa, os pacientes apresentaram redução de gordura na região do tronco, apesar do programa ter sido restritivo a exercícios de força, não visando propriamente uma redução da massa gorda, e sim uma melhora da potência muscular.

O aspecto interessante é que o programa promoveu uma melhora significativa na potência muscular, com sensível repercussão na melhora da qualidade de vida, sem promover aumento da massa muscular. Os autores atribuem este efeito às adaptações associadas a um melhor recrutamento das fibras musculares, melhor relaxamento dos músculos antagonistas aos movimentos e um ganho de propriedades contráteis das fibras, como aumento relativo nas áreas das fibras do tipo 1, menor utilização de glicogênio pela célula muscular, e aumento das enzimas do ciclo de Krebs e do número e volume de mitocôndrias.

A indicação de exercícios para estes pacientes é proposta pelos autores como uma alternativa terapêutica para a melhora da qualidade de vida quando não for possível a reposição de GH.

Já para as ciências do esporte, o artigo pode ser visto como uma evidência importante para resgatar os benefícios que os programas de exercício podem trazer e que são efetivamente os efeitos ergogênicos fisiológicos que devem ser valorizados e difundidos.



Referências

1. Rosen O, Sudgot-Borgen J, Maehlum S. Supplement use and nutritional habits in Norwegian elite athletes. Scand J Med Sci Sports 1999;9:28-35.

2. Sobal J, Marquart LF. Vitamin/mineral supplement use among athletes: a review of the literature. Int J Sport Nutr 1994;4:320-4.

3. Burke LM, Read RSD. Dietary supplements in sports. Sports Med 1993;15:43-65.

4. Maughan RJ. Creatine supplementation and exercise performance. Int J Sport Nutr 1995;5:94-101.

5. Odland LM, MacDougall JD, Tarnopolsky M, Eloraggia A, Borgman A, Atkinson S. The effect of oral Creatine supplementation on muscle [PCr] and power output during a short-term maximal cycling task. Med Sci Sports Ex 1994;26:S23.

6. Brasil RRLO, Conceição FL, Coelho CW, Rebello CV, Araújo CGS, Vaisman M. Efeitos do treinamento físico contra resistência sobre a composição corporal e a potência muscular em adultos deficientes de hormônio do crescimento. Arq Bras Endocrinol Metab 2001;45: - .

7. Cuneo R, Salomon F, Wiles C, Hesp R, Sonksen P. Growth hormone treatment in growth hormone-deficient adult. I. Effects of muscle mass and strength. J Appl Physiol 1991;70:688-94.

8. Salomon F, Cuneo R, Hesp R, Sonksen P. The effects of treatment with recombinant human growth hormone on body composition and metabolism in adults with growth hormone deficiency. N Engl J Med 1989;321:1797-803.

9. Jorgensen J, Moller J, Wolthers T, Vahl N, Juul A, Skakkebaek N, et al. Growth hormone (GH) deficiency in adults: Clinical features and effects of GH substitution. J Pediatr Endocrinol 1994;7(4):283-93.

10. Powrie J, Weissberger A. A growth hormone replacement therapy for growth hormone-deficient adults. Drugs 1995;49(5):656-63.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Gesso em fraturas

Cuidados com a Imobilização

Por Que Imobilizar?
De que materiais são feitas as Imobilizações?
Como é feita a Imobilização?
Tipos de Imobilização
Acostumando-se com a Imobilização
Sinais de Atenção que seguem a Colocação de Imobilizações
Cuidando de sua Imobilização
Por Que Imobilizar?

Os imobilizações não são novas. Na verdade, elas vêm sendo usadas por milhares de anos.

Eles possuem várias utilidades. A imobilização mantém os ossos quebrados no devido lugar, impossibilitando sua movimentação até que eles curem. A imobilização também é utilizada para ajudar na cura de outras lesões, tais como distensões - uma distensão é uma lesão no ligamento ( o tecido firme de suporte de uma junta). Em alguns casos, o gesso é aplicado após certas cirurgias.

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De que materiais são feitas as Imobilizações?

A maioria das imobilizações ainda são feitas do primeiro material encontrado perto de Paris, denominado "Gesso de Paris". Na verdade, a imobilização é geralmente feita com uma bandagem coberta com gesso que vem em tiras ou rolos. A bandagem é mergulhada em água e aplicada na parte do corpo, que estiver lesionada. Ela se molda ao formato e endurece a medida que seca.

Também são utilizados materiais sintéticos nas imobilizações. A fibra de vidro é mais freqüentemente utilizada por ortopedistas para cuidar de alguns tipos de ossos quebrados. Imobilizações com fibra de vidro possuem algumas vantagens em relação às imobilizações feitas com gesso. Essas podem ser umedecidas sem sofrer sérios danos, são leves e de uso prolongado. Raios-X podem ser tirados com a imobilização aplicada para medir o processo de cura. Isso se deve ao fato de que os Raios-X penetram mais facilmente o material sintético do que o gesso.

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Como é feita a Imobilização?

Antes da colocação do gesso ou da fibra, uma proteção é colocada sobre a pele para proteger o osso e a pele do contato direto ou da pressão contra o imobilizado. A quantidade de proteção depende do formato da imobilização, de seu propósito e da seriedade da lesão. A imobilização deve ser feita de forma que os ossos lesados sejam mantidos no lugar adequado para que possam curar corretamente. O inchaço diminui e o gesso torna-se folgado, podendo ser substituído se necessário, para que seu ortopedista certifique-se de que os ossos quebrados não se movam.

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Tipos de Imobilização

As imobilizações ocorrem de várias formas, dependendo de seu propósito. Para antebraços quebrados, a imobilização pode estender-se até o cotovelo ou ultrapassá-lo um pouco. Da mesma forma, a imobilização da canela pode estender até o joelho ou ultrapassá-lo. Algumas imobilizações do pé e perna possuem uma aplicação na sola chamada "caliper" ou salto de borracha, para que possa ser possível caminhar sem o uso de muletas, embora o seu médico possa recomendar o uso de uma bengala ou de muletas para ajudá-lo a caminhar enquanto estiver usando o gesso. O seu médico também pode explicar o quanto você pode usar o osso quebrado enquanto ele estiver curando.

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Acostumando-se com a Imobilização

Para que o tratamento de imobilização seja bem sucedido, você deve seguir as instruções de seu médico com cuidado. As seguintes informações são destinadas a prover alguns conselhos mas não devem substituir o seu cirurgião ortopedista.

O inchaço no local da lesão é muito comum, o que gera uma pressão contra a imobilização. Então, nas primeiras 48 horas ou mais após o imobilizado ter sido colocado, você provavelmente sentirá ele apertado. Para que esse inchaço seja reduzido:

Eleve a parte lesada a um nível acima do coração, colocando travesseiros ou algum outro suporte ( você terá que se reclinar se a imobilização for na perna ).

Coloque gelo na imobilização; ele deve ser colocado dentro de um saco plástico seco e envolver metade da imobilização. Sacos plásticos ou recipientes rígidos que toquem a imobilização em somente um ponto não serão suficientes.

Para proteger a imobilização até ela secar - dois a três dias para gesso e, geralmente, menos de um dia para materiais sintéticos:

Manuseie com cuidado a imobilização.Mantenha-a destapada e seca. Uma fina toalha de rosto pode ser usada, se necessário, para manter a umidade do saco de gelo longe da imobilização.

Não caminhe com uma imobilização se essa não estiver completamente seca.

Mantenha a imobilização longe de superfícies duras e pontiagudas para não deformá-la.

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Sinais de Atenção que seguem a Colocação de Imobilizações

Na maioria dos casos, você pode esperar somente por pequenos problemas para se ajustar à imobilização. Algumas vezes, entretanto, problemas sérios ocorrem, e devem ser levados ao conhecimento de seu médico. Se você tiver qualquer um desses sinais a seguir, entre em contato com o seu médico imediatamente:

aumento de dor, a qual pode ser causada por inchamento causado por muita pressão.

Dormência ou formigamento na sua mão ou pé, que pode ser causado por muita pressão nos nervos.

Inchaço excessivo debaixo da imobilização, o que pode indicar que o sangue está sendo obstruído pela imobilização.

Febre que não seja associada com nenhuma outra doença.

Também, se a sua imobilização desenvolver pontos macios ou rachaduras, ou se você sentir a imobilização muito frouxa ou dolorosamente apertada, você deve ter a imobilização inspecionada pelo seu cirurgião ortopedista.

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Cuidando de sua Imobilização

Após você ter tido tempo para se ajustar à imobilização nos primeiros dias, mante-la em boas condições irá ajudar na recuperação.

Mantenha o gesso sempre seco. A umidade irá amolecer a imobilização e evitar que essa exerça o suporte apropriado e a proteção necessária à lesão. Você pode usar proteções plásticas ou comprar proteções à prova de água para manter a imobilização seca enquanto você toma banho ou se lava.

Mantenha o interior de sua imobilização seco. Enquanto uma imobilização de fibra de vidro ou de plástico é mais resistente à água do que gesso, a proteção que é colocada não é resistente. Proteção molhada em contato com a pele pode causar irritação.

Mantenha pó, sujeira e areia longe do interior da imobilização.

Não enfie objetos dentro da imobilização para coçar a pele irritada. Se a coceira continuar, contate seu médico.

Não arranque cantos do sua imobilização ou apare-a antes de perguntar ao seu cirurgião ortopedista.

Inspecione a pele ao redor da borda da imobilização. Se ela se tornar vermelha ou inchada, ou se você sentir um mal cheiro vindo dela, chame o seu doutor.

Inspecione a imobilização regularmente. Se ela possuir rachaduras ou pontos macios, contate o seu médico.

Nunca remova uma imobilização você mesmo. O seu cirurgião ortopedista tem uma ferramenta especial para fazer isso.

Finalmente, use bom senso, conscientize-se de que você tem uma lesão séria, e proteja o sua imobilização de danos para que ela possa proteger a sua lesão enquanto ela cura.

Embora sendo uma invenção antiga, imobilizações ainda são a melhor forma de tratamento para ossos quebrados, bem como muitas outras lesões. Enquanto uma imobilização pareça estranha à primeira vista, ela irá permitir que você continue realizando as suas atividades normais sem muitos inconvenientes. A chave para a eficiência no tratamento com imobilização é cuidar muito bem dela. Caso contrário, ela não cuidará de você.

segunda-feira, 12 de julho de 2010























































Consumo máximo de oxigênio em iniciantes do atletismo: comparação entre dois testes indiretos

Consumo máximo de oxigênio em iniciantes do atletismo: comparação entre dois testes indiretos


Noeme Maria PereiraA
Carlos Augusto V. SantosA
Fábio Lera OrsattiB
Edmar Lacerda MendesB
Bernardo Neme IdeC
Charles Ricardo LopesC,D
Octávio Barbosa NetoB
Gustavo Ribeiro da MotaB


AEducação Física, Universidade Paulista, Araraquara,SP, Brasil
BInstituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba,MG, Brasil
CLaboratório de Bioquímica do Exercício, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas,SP, Brasil.
DFaculdade Adventista de Hortolândia, Hortolândia, SP, Brasil.


Autor para contato:
Prof. Dr. Gustavo Ribeiro da Mota – Universidade Federal do Triângulo Mineiro
E-mail: grmotta@gmail.com



Resumo

O objetivo deste estudo foi comparar o VO2max obtido em iniciantes de atletismo a partir dos testes indiretos de 1000-m (T1000m) e Vai-e-vem 20-m (TVV20m). Quinze indivíduos da categoria “menores” (12,8±1,1 anos; 52±3,2-kg; 1,56±0,05-m) do atletismo realizaram os testes em dias diferentes, separados por uma semana, após familiarização. Os resultados mostraram que o VO2max foi superior (P < 0,05) para o T1000m (55,6±4,7 mL.kg.min-1) quando comparado ao TVV20m (48,2±4,1 mL.kg.min-1). Assim, concluímos que o VO2max é maior para o T1000m quando comparado ao TVV20m em iniciantes do atletismo devido provavelmente à especificidade do treinamento deles.
Unitermos: menores, atletismo, VO2max, potência aeróbia.

Abstract

The aim of this study was to compare the VO2max obtained in beginners of athletics from indirect tests of 1000-m (T1000m) and 20-m shuttle run test (TVV20m). Fifteen individuals of the athletics category "minors" (12.8±1.1 years, 52±3.2-kg, 1.56±0.05-m) performed the tests on different days, apart one week, after familiarization. The results showed that VO2max was superior T1000m (55.6±4.7 mL.kg.min-1) compared to TVV20m (48.2±4.1 mL.kg.min-1). Thus, we conclude that VO2max is higher for the T1000m when compared with TVV20m in beginners of athletics, due the specificity of training of them.
Keywords: children, athletics, VO2max, aerobic power. Introdução
O consumo máximo de oxigênio (VO2max) é definido como o volume máximo de oxigênio que pode ser captado, transportado e utilizado pelas células, sendo comumente empregado como medida padrão de potência aeróbia e desempenho físico em atletas de endurance (Wilder, Greene et al. 2006). A quantificação do VO2max permite avaliar a integração entre os sistemas nervoso, cardiopulmonar e neuromuscular (Mollard, Woorons et al. 2007).
O grande interesse científico pelo VO2max advém de sua importante influência em diversas modalidades esportivas (Alvarez, D'Ottavio et al. 2009; Murias, Kowalchuk et al. 2010; Rankovic, Mutavdzic et al. 2010) e também de sua boa correlação com indicadores de saúde (Nybo, Sundstrup et al. 2010), no caso de não atletas que treinam fisicamente. Dessa maneira, altos valores de VO2max estão associados ao elevado rendimento em esportes de endurance (Murias, Kowalchuk et al. 2010) e também à prevenção de algumas doenças crônicas (Leite, Monk et al. 2009). De maneira oposta, VO2max baixo está relacionado com morbidade e mortalidade prematura (Laukkanen, Laaksonen et al. 2009; Laukkanen, Pukkala et al. 2010).
Como a mensuração direta do VO2max requer equipe especializada para coleta de dados, equipamentos caros e inacessíveis, a criação e validação de testes indiretos tem sido uma busca constante dos cientistas do exercício.
Diversos protocolos indiretos foram validados para populações específicas (Cao, Miyatake et al. 2010; Flouris, Metsios et al. 2010) como, por exemplo, obesos, crianças, atletas de corrida. No entanto, comparações entre protocolos indiretos de VO2max diferentes para o mesmo grupo específico de indivíduos não existem na literatura.
A iniciação no atletismo, além de ser importante ferramenta educacional e cultural, é interessante porque possibilita aos jovens ricas vivências motoras que estimulam o desenvolvimento pleno do ser humano. Nas categorias pré-mirim (11 e 12 anos) e mirim (13 e 14 anos), o objetivo principal é ensinar as diferentes habilidades motoras das modalidades do esporte, bem como as regras e agregar outros valores educacionais e culturais.
Dentre os índices fisiológicos determinantes das diferentes provas do atletismo, o VO2max se destaca porque é importante direta ou indiretamente para a prescrição do treinamento e o desempenho em competições. Como a maioria das categorias de base não tem equipamentos para a medida direta do VO2max, alguns testes indiretos de campo são amplamente utilizados na prática por permitirem aplicação em grande quantidade de indivíduos ao mesmo tempo.
Dos testes recomendados para iniciantes, o teste de 1000 metros (T1000m) (Klissouras 1973) e o teste de Vai-e-vem 20m (TVV20m) (Leger and Lambert 1982) têm se destacado por requisitarem pouco espaço físico, ser de fácil execução e terem boa correlação com medidas diretas, inclusive em crianças e adolescentes (Leger and Rouillard 1983; van Mechelen, Hlobil et al. 1986; Leger, Mercier et al. 1988; Liu, Plowman et al. 1992). Apesar disso, até onde sabemos, nenhum estudo comparou os valores de VO2max obtidos por esses dois protocolos em iniciantes do atletismo. Assim, o objetivo deste estudo foi comparar o VO2max em iniciantes de atletismo nos testes indiretos T1000m e o TVV20m. Como a maioria das provas de pista do atletismo apresenta movimentação cíclica, não tem mudança de direção constante, nem ciclos intermitentes de aceleração e desaceleração, nossa hipótese foi que o VO2max obtido seria maior no T1000m do que no TVV20m, devido à especificidade do treinamento.


Metodologia

Critérios de inclusão/exclusão

Para participar do presente trabalho, os voluntários deveriam ter idade mínima de 11 e máxima de 15 anos no momento do estudo, participar regularmente (mínimo 3 vezes por semana) da escola de atletismo municipal de Araraquara, SP (por pelo menos 6 meses), ter autorização médica para a prática do atletismo e dos testes propostos e levar o termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos pais.

Participantes

Vinte e dois atletas se candidataram a participar da pesquisa, porém, apenas 15 (9 meninas e 6 meninos) obedeceram aos critérios acima e foram selecionados. A Tabela 1 apresenta a caracterização da amostra.

Tabela 1 – Características gerais dos voluntários (N = 15).

Idade (anos) Massa corporal (kg) Estatura (m) Tempo de treinamento (meses)
12,8±1,1 52±3,2 1,56±0,05 12±1,2
Os valores estão expressos em média ± desvio padrão.

Familiarização e procedimentos

Tanto na familiarização quanto na execução dos testes, os voluntários chegavam à pista de atletismo por volta das 16h e os testes iniciavam em torno das 16h30 para minimizar efeitos da variação biológica diurna. Os mesmos foram instruídos a não realizar qualquer atividade física intensa nas últimas 48 horas que antecederam os testes, a manterem-se hidratados e permanecerem em jejum de 4 horas antes das coletas.

Com a intenção de tornar os resultados coletados mais confiáveis e sem influência de “aprendizagem”, os voluntários receberam instruções teóricas sobre todos os procedimentos. Além disso, realizaram uma vez cada teste em dias diferentes, com intervalo de 48 horas para permitir familiarização.
Com a intenção de minimizar potenciais efeitos psicológicos, a sequência de execução dos testes T1000m e TVV20m foi randomicamente determinada. Mais ainda, os resultados de VO2max não foram calculados de imediato para evitar possíveis comparações entre os participantes.
Além desses cuidados, os testes foram aplicados ao mesmo tempo, porém, em locais diferentes. O T1000m ocorreu na pista de atletismo e o TVV20m no ginásio coberto com piso antiderrapante. Os mesmos avaliadores acompanharam os respectivos atletas, como forma de evitar potenciais diferenças quanto ao estímulo a realização dos testes. Dessa maneira, enquanto oito atletas faziam o TVV20m com os avaliadores “X” no ginásio, os outros 07 realizavam o T1000m na pista de atletismo com os avaliadores “Y”. Após uma semana, o procedimento foi invertido tanto para os atletas como para os seus respectivos avaliadores (07 atletas no TVV20m com avaliadores “Y” e 08 atletas no T1000m com avaliadores “X”).

Teste de 1000 metros (T1000m)

Após exercícios de alongamento geral, os avaliados se posicionaram atrás linha de largada e, por meio de sinal sonoro, iniciaram o teste. O objetivo foi correr em ritmo relativamente constante, a distância de mil metros no menor tempo possível. Os avaliadores registraram os tempos dos participantes (cronômetro Timex) em planilhas específicas ao final da distância. O VO2max foi determinado pela seguinte equação (Klissouras 1973): X = 652,17 – Y / 6,762 (onde X = VO2max expresso em mL.kg.min-1; Y = tempo de corrida em segundos e os outros números são constantes da fórmula).

Teste de Vai-e-vem 20 metros (TVV20m)

O TVV20m foi realizado no ginásio local supra mencionado, com área demarcada de 20 metros separada por duas linhas paralelas. Conforme o protocolo, a velocidade inicial foi de 8,0 km/h e a cada estágio de um minuto a mesma era incrementada em 0,5 km/h. O teste foi interrompido no momento em que o avaliado não conseguia mais acompanhar o ritmo imposto. Os avaliadores observaram e orientaram um de cada lado dos 20 metros para manter o ritmo por meio do sinal sonoro (“bips” gravados em CD). Dessa maneira, o último estágio atingido foi anotado e utilizado para calcular o VO2max expresso em mL.kg.min-1. conforme a seguinte equação (Leger, Mercier et al. 1988): Y = 31,025 + 3,238 X - 3,248 A + 0,1536 AX (onde Y = VO2max em mL.kg.min-1; X = velocidade em km/h do último estágio atingido e A = idade em anos).

Em ambos os testes (T1000m e TVV20m) os avaliadores foram instruídos a incentivar constantemente os participantes.

Análise estatística

Foi obtido o coeficiente de concordância entre os testes (T1000m e TVV20m) que inclui medidas de acurácia e precisão (Lin 1989). Também foi utilizado o modelo de Bland & Altman (Bland and Altman 1999) para a representação gráfica de concordância. Para comparação entre as médias foi empregado o teste t de Student e o nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados

O valor estimado de VO2max relativo ao peso corporal (mL.kg.min-1) foi maior (P < 0,05) para o T1000m quando comparado ao TVV20m (Figura 1).
O coeficiente de concordância foi considerado baixo (0,32 com intervalo de confiança de 0,10 - 0,51). Já o procedimento descrito por Bland & Altman resultou na diferença percentual de 14,2 ± 5,3 (IC95%: 11,3-17,1) e os limites de concordância de 3,8-24,6 (Figura 2).
G0

Figura 1 – VO2max a partir do teste de 1000m (T1000m) é maior que o mesmo obtido pelo teste de vai-e-vem de 20m (TVV20m).
Os valores estão expressos em média ± desvio-padrão. (N = 15.)
* indica diferença estatisticamente significante (P < 0,05).


Figura 2 – Limites de concordância entre T1000m (teste de 1000 metros) e TVV20m (teste de vai-e-vem de 20 metros) usando a técnica de Bland and Altman.





Discussão

O maior achado do presente estudo foi que o VO2max indireto é maior para o T1000m quando comparado ao TVV20m, para atletas da categoria menor do atletismo que treinam regularmente.
A especificidade pode ter sido decisiva para tal resultado. Como o treinamento regular para menores no atletismo é realizado com grande volume de trabalhos cíclicos, em detrimento a poucos momentos de aceleração e desaceleração, bem como mudanças de direção, provavelmente o padrão de recrutamento motor no TVV20m é inespecífico para nossos voluntários o que fatalmente provocou menor rendimento.
Os métodos aqui utilizados são amplamente aceitos na literatura científica internacional. O TVV20m foi validado em relação ao método direto para determinação do VO2max em vários trabalhos (Leger and Lambert 1982; Leger and Rouillard 1983; van Mechelen, Hlobil et al. 1986; Leger, Mercier et al. 1988; Liu, Plowman et al. 1992), inclusive em sujeitos com faixa etária semelhante ao presente trabalho. O mesmo ocorre com o método do T1000m (Klissouras 1973) o que confere credibilidade a nossa metodologia.
Além disso, o fato dos indivíduos participarem de sessões de familiarização com os procedimentos dos testes fortalece ainda mais nossos resultados. Adicionalmente, a forma como foram coletados por avaliadores treinados para não influenciarem os desempenhos dos diferentes testes também conferem imparcialidade e confiabilidade ao experimento.
Nossos resultados de VO2max estão em consonância com aqueles relatados por outros em testes semelhantes. Em estudo (van Mechelen, Hlobil et al. 1986) que objetivou validar o TVV20m como estimativa da potência aeróbia (VO2max) 82 indivíduos de 12 a 14 anos (41 meninos e 41 meninas) apresentaram VO2max médio de 48,6±5,1 mL.kg.min-1. Tais resultados se assemelham com os nossos de 48,2±4,1 mL.kg.min-1.
Liu et al. (Liu, Plowman et al. 1992) também encontraram valores de VO2max muito similar ao atual estudo. Entretanto, a amostra utilizada por eles foi composta de 20 estudantes americanos de 12 a 15 anos (12 homens e 8 mulheres). Quando esses autores mensuraram diretamente o VO2pico a média era de 49,9±7,6 mL.kg.min-1. Já no TVV20m a estimativa era de 48,7±5,7 mL.kg.min-1. Ou seja, o VO2max determinado diretamente não diferia do estimado pelo TVV20m e, além disso, os resultados encontrados por eles se parecem muito com os reportados neste trabalho.
Embora os valores de VO2max dos dois protocolos indiretos testados em nosso estudo foram diferentes, é fundamental lembrar que nem sempre a precisão do valor por si é necessária na prática cotidiana da metodologia do treinamento. Porém, a variação desse parâmetro (VO2max) ao longo do tempo de treinamento pode ser importante. Dessa maneira, é vital destacar que o uso de testes específicos e padronizados deve ser preferido aos menos específicos. Além disso, os valores absolutos de VO2max por si só podem não significar muito para a prescrição do treinamento, já que a mesma é realizada em termos percentuais relativos a cada indivíduo como, por exemplo, 70% do VO2max. Por outro lado, a modificação ou não do VO2max (melhora, manutenção ou diminuição) durante o processo de treinamento fornece informações sobre a metodologia do treinamento e, por isso, deve ser mais focada pelo treinador do que simplesmente o valor em si desse parâmetro (VO2max).

Conclusão

Considerando nossos resultados, podemos concluir que existe diferença entre VO2max obtido no teste de 1000 metros quando comparado ao teste de Vai-e-vem de 20 metros. Provavelmente a especificidade do treinamento dos participantes proporciona maior magnitude de VO2max. Dessa maneira, nossa hipótese inicial foi corroborada. Entretanto, outros estudos comparando modalidades diferentes em relação aos protocolos aqui utilizados e medidas diretas poderão fortalecer ou não tais descobertas.

Referências

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Cao, Z. B., N. Miyatake, et al. (2010). "Predicting VO2max with an objectively measured physical activity in Japanese women." Med Sci Sports Exerc 42(1): 179-86.

Flouris, A. D., G. S. Metsios, et al. (2010). "Prediction of VO2max from a new field test based on portable indirect calorimetry." J Sci Med Sport 13(1): 70-3.

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Leger, L. A., D. Mercier, et al. (1988). "The multistage 20 metre shuttle run test for aerobic fitness." J Sports Sci 6(2): 93-101.

Leger, L. A. and M. Rouillard (1983). "Speed reliability of cassette and tape players." Can J Appl Sport Sci 8(1): 47-8.

Leite, S. A., A. M. Monk, et al. (2009). "Low cardiorespiratory fitness in people at risk for type 2 diabetes: early marker for insulin resistance." Diabetol Metab Syndr 1(1): 8.

Lin, L. I. (1989). "A concordance correlation coefficient to evaluate reproducibility." Biometrics 45(1): 255-68.

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Mollard, P., X. Woorons, et al. (2007). "Determinants of maximal oxygen uptake in moderate acute hypoxia in endurance athletes." Eur J Appl Physiol 100(6): 663-73.

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Prevenindo e minimizando lesões nos joelhos

Clodoaldo Dechichi: Prevenindo e minimizando lesões
Campinas, SP, 03 (AFI) - As incidências de lesões de joelhos em jogadores tem sido cada vez maiores no ambiente do futebol. A mais recente vítima foi anunciada no último dia 31 de março. O jogador Leandrinho, da Ponte Preta, deverá ser submetido a uma intervenção cirúrgica no joelho, devido ao rompimento do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho direito, constatado após uma ressonância magnética. A referida lesão ocorreu no primeiro tempo da partida do dia 29, contra o Guaratinguetá, na cidade de Campinas.



Além de Leandrinho, outros jogadores da Ponte Preta também foram vítimas de lesões nos joelhos nos últimos tempos: o lateral Eduardo Arroz (ruptura do ligamento cruzado anterior – LCA do joelho esquerdo, em treinamento ocorrido em 20/11/2008); o zagueiro André Gaúcho (rompimento do ligamento do joelho direito, na partida contra o Paulista em 30/08/2007).

Níveis de lesões do joelho

Em todos os casos citados acima as lesões foram do tipo III – grave, perda completa da integridade do ligamento, havendo rompimento completo das fibras ligamentares, promovendo-se a necessidade de intervenção cirúrgica cujo afastamento das atividades gira em torno de 6 a 8 meses, dependendo do grau de recuperação e resposta recuperativa do jogador .


Outros níveis de lesões podem ocorrer no joelho: tipo I – leve: presença de edema, sensibilidade local, com rompimento de alguns ligamentos sem perda funcional; tipo II – moderada: grande parte dos ligamentos encontra-se rompidos, seguido de instabilidade na articulação, não demonstrando perda completa da integridade do ligamento.


Ligamentos do joelho e funções

O ligamento cruzado anterior – LCA é um restritor primário do joelho e sua principal função é impedir a translação anterior da tíbia em relação ao fêmur. É o elemento primário que impede o deslocamento anterior da tíbia e, juntamente com o ligamento cruzado posterior – LCP determina a rotação e o deslocamento entre a tíbia e o fêmur, o que caracteriza a cinemática normal do joelho.


A insuficiência do ligamento cruzado anterior - LCA, além de produzir episódios de instabilidade, altera a mecânica articular.


O ligamento cruzado anterior - LCA faz parte da articulação do joelho, estando localizado na parte central da cápsula articular, fora da cavidade sinovial.


Portanto, os ligamentos do joelho tem como funções a estabilização, o controle da cinemática e a prevenção dos deslocamentos e das rotações anormais que podem causar lesões da superfície articular.


O mecanismo de lesão do ligamento cruzado anterior – LCA é ocasionado por uma hiper-extensão, rotações com o pé fixo no chão, salto, chute no vazio,etc.


Contribuição da fisiologia

Entrando mais propriamente na área da fisiologia do futebol, uma forma de minimizar e prevenir o jogador das lesões musculares e das lesões articulares (ligamentos do joelho) é o equilíbrio e simetria dos músculos agonistas e antagonistas.


As propriedades mecânicas dos ligamentos cruzados do joelho aumentam com a prática de exercícios e postura de reequilíbrio muscular, gerando um aumento no seu limite de resistência e no seu limite de elasticidade.


Sabe-se que o desequilíbrio muscular, a assimetria de forças e o desequilíbrio entre músculos agonistas e antagonistas são reconhecidamente fatores de risco para lesão de joelho.


A relação de equilíbrio muscular entre flexores e extensores do joelho proporciona maior estabilidade articular, melhor controle da cinemática do movimento e amplitude, bem como


deslocamentos e ciclo de rotações mais seguras, contribuindo de maneira significativa na prevenção e minimização das lesões do joelho e das lesões musculares (contratura, estiramento e distensão muscular) no complexo osteomioarticular e muscular.


A simetria articular do movimento pode ser caracterizado pelo equilíbrio entre os músculos agonistas e antagonistas, do equilíbrio dos músculos flexores (ísquio-tibiais) e dos músculos extensores (quadríceps).


Dinamômetro Isocinético Cybex

Para avaliar este equilíbrio as equipes de futebol mais estruturadas, que possuem o departamento de fisiologia avançado, utilizam-se do equipamento chamado Dinamômetro Isocinético Cybex, que quantifica os valores absolutos e relativos de torque, do trabalho e da potência dos grupos musculares mencionados. Uma vez detectado o desequilíbrio entre os músculos extensores e flexores dos joelhos de um jogador de futebol, prescrevem-se exercícios de correção e de fortalecimento pela utilização dos trabalhos de musculação e trabalhos proprioceptivos, tornando-se possível o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia muscular entre flexores e extensores, minimizando significativamente as possíveis incidências de lesões osteomioarticulares e musculares.


Desta forma, o fisiologista do futebol, através de seus conhecimentos pós- acadêmicos e da utilização da ciência desportiva, pode e deve contribuir na preservação da integridade atlética e minimização das ocorrências de lesões de joelho dos futebolistas em seus respectivos clubes.

Fonte: http://www.futebolinterior.com.br/news.php?id_news=76691

Chance de lesão no joelho é maior entre as mulheres

Chance de lesão no joelho é maior entre as mulheres
CONSTANÇA TATSCH



As mulheres são, cada vez mais, vítimas de lesões nos joelhos. Embora o número de homens lesionados ainda seja maior, proporcionalmente a chance de machucar o joelho é maior entre as mulheres. Características do corpo feminino, somadas à prática cada vez mais freqüente de atividades físicas, estão aumentando o número de casos.

Especialistas acreditam que as mulheres possam ter até três vezes mais chances de sofrer uma lesão no joelho em comparação com o sexo oposto. Nos Estados Unidos, acontecem quase 200 mil lesões por ano, em ambos os sexos. Os dados no Brasil estariam quase lá. “As pessoas hoje já não se contentam em andar. Querem correr a maratona. A busca por performance e um corpo perfeito acaba expondo mais as pessoas”, afirma André Pedrinelli, diretor do Comitê de Traumatologia do Esporte da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia).

A sobrecarga, o esforço repetitivo, excesso de impacto e exercício físico sem orientação adequada seriam algumas das causas para um aumento geral no problema. Até mesmo crianças e idosos já estariam se tornando vítimas.

A prática de exercícios como step, spinning, body combat, corrida e até a musculação pode oferecer certo risco, se realizada sem acompanhamento. O fato de as mulheres estarem praticando mais futebol contribui para o aumento.

Outro esporte no qual as lesões de joelho são comuns é o esqui, quando o pé pode ficar preso e o corpo se torcer.

Existem diversas causas anatômicas que tornam o joelho da mulher mais frágil. De acordo com o ortopedista Ricardo Cury, a principal é que a bacia é mais larga e, por causa disso, os membros inferiores formam um “x”, um ângulo mais acentuado do que nos homens, provocando alterações rotacionais.

Um outro fator que poderia influenciar nas lesões é que uma parte do fêmur também pode ser mais estreita.

Os hormônios também influenciam. Alguns femininos como o estrogênio e a relaxina, que a mulher tem em quantidade maior, deixariam os ligamentos um pouco mais frouxos. Além disso, por ter menos testosterona, elas têm mais dificuldade em ganhar força do que os homens.

Segundo Edgard dos Santos Pereira Junior, especialista em medicina esportiva e cirurgia do joelho da Unifesp, as principais lesões são: no ligamento cruzado anterior - geralmente exige cirurgia e é a mais comum; no ligamento colateral medial - pode se resolver com imobilização e fisioterapia e no cruzado posterior - provocada por trauma forte. Também é comum lesionar o menisco, muitas vezes por torção, o que pede operação.

Quando uma cirurgia é necessária, uma opção constante é a artroscopia, método no qual três pequenas incisões no joelho permitem visualizar e resolver o problema.

A reabilitação pode demorar pelo menos seis meses, no caso dos ligamentos, ou de dois a três meses, se o menisco é que foi lesionado. Nessa fase a parte fisioterápica é fundamental.

O joelho feminino tem outro inimigo além das atividades físicas descuidadas: o salto alto. Quando a mulher usa o sapato, seu corpo vai para frente. Inconscientemente, em busca do equilíbrio, os joelhos se flexionam um pouco.

Essa situação inevitavelmente sobrecarrega o joelho. Quando ele fica dobrado, a patela e o fêmur ficam em contato maior. Quanto mais alto, mais esse atrito acontece.

Se isso pode fazer mal, depende da altura do sapato, de quanto tempo a pessoa fica com ele e das outras atividades que envolvem essa articulação.

“O salto alto não é para ser usado 24 horas. Se a pessoa já faz muita atividade, tem que compensar de alguma maneira, evitando esse tipo de sapato. Tem que ter bom senso para equilibrar bem as coisas”, afirma André Pedrinelli, diretor do Comitê de Traumatologia do Esporte da SBOT. Quem já tem problema ou sente dor deve, portanto, evitar esse tipo de sapato e procurar um ortopedista

Calçados do tipo anabela ou plataforma são melhor opção do que o salto agulha. Por outro lado, as sandálias rasteirinhas e os tênis com solado muito fino não absorvem nenhum impacto. É como se a pessoa estivesse descalça.



Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/2007/4/30/Pagina55235.htm

Tutores (“braces”) de joelho: i

Tutores (“braces”) de joelho: indicações e
contra-indicações na prática esportiva*
MÁRCIA UCHÔA DE REZENDE1, VÍTOR KEIHAN RODRIGUES MATSUDO2
RESUMO
Os tutores (braces) para joelho são classificados em:
profiláticos, reabilitativos e funcionais, conforme o objetivo
a que se destinam. Fatores biomecânicos, como o projeto
da órtese (seu comprimento, rigidez e encaixe), o tipo
e o número de dobradiça e hastes, os materiais usados na
confecção de manguitos e das estruturas laterais, devem
ser considerados juntamente com o conhecimento do local
de aplicação de forças sobre as partes moles, da suspensão
da órtese e da deformação das partes moles pela
gravidade e pela concentração muscular. Os estudos clínicos
somente agora encontram alguma efícácia para o
tutor profilático, sendo as órteses funcionais as mais indicadas
para pacientes portadores de instabilidade do joelho
que se recusam a se submeter a tratamento cirúrgico
ou na sua recuperação pós-operatória. As indicações das
órteses reabilitativas estão restritas ao período precoce
de reabilitação da lesão ligamentar do joelho (pós-operatório
ou não), quando o paciente está fazendo uso de muletas
(sem carga). Os tutores são somente um aspecto do
programa de reabilitação das lesões ligamentares do joelho
e não se deve esperar que controlem ou previnam lesões
do joelho. Cabe ao médico conhecer suas limitações
e capacidade para tirar deles o melhor proveito.
Unitermos – “Brace”; órtese; joelho; lesão ligamentar
*
1.
2.
Trab. realiz. no Centro de Estudos do Lab. de Aptidão Física de São Caetano
do Sul (CELAFISCS).
“Research Fellow” do CELAFISCS; Médica Assist. do Inst. de Ortop. e
Traumatol. do Hosp. das Clín. da Fac. Med. da Univ. de São Paulo.
Presid. do Centro de Estudos do Lab. de Aptidão Física de São Caetano
SUMMARY
Knee braces: indications and contraindications in sports
practice
Knee braces are categorized in: prophylactic, rehabilitative
and functional, according to their prime objective. Biomechanical
factors, such as the brace’s intrinsic design (it’s
length, rigidity and fit), the number and type of hinges, side
bars components and the materials used for both the cuff
and side members must be considered with the knowledge of
the location of force application in the brace, gravitational
deformity of soft tissues and muscle contraction. Clinical studies
only now found some uselfulness to the prophylactic brace.
Functional braces are the best choice for patients with an
unstable knee who refuses undergoing surgical treatment or
for those who are in the postoperative rehabilitation program.
Rehabilitative braces are restrict to the early rehabilitation
phase of knee ligament injury (postoperative or not)
of non-weight bearing. Bracing is only one aspect of the rehabilitation
program of knee ligament injury and should not
be expected to control or prevent injury to the knee. It depends
on the physicians knowledge of the brace’s limitations
and capabilities to effectively use them.
Key words – Brace; knee ligament injury
INTRODUÇÃO
O objetivo de se usar um tutor, órtese ou brace é o de
assistir, restringir, alinhar ou simular a função de uma parte
do corpo(38,54) .
Inicialmente, nos anos 60, as órteses eram destinadas a
pacientes com artrite reumatóide, membro paralítico ou frouxidão
ligamentar após um trauma, com o inconveniente de
do Sul (CELAFISCS).
700
serem pesadas e grandes.
Rev Bras Ortop - Vol. 29, N° 10 - Outubro, 1994
TUTORES (“BRACES”) DE JOELHO: lNDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES NA PRÁTICA ESPORTIVA
Em 1972, foi desenvolvida a Lenox Hill brace para o
paciente atleta jovem(11) com lesão ligamentar do joelho, acreditando-
se que a mesma controlaria instabilidades rotacionais
do joelho(46). Como esclarecimento dos fenômenos que
ocorrem no joelho, nas instabilidades ântero-laterais, por
Galway & col.(21), as órteses foram sofrendo modificações,
com o objetivo de construir uma órtese cujo eixo coincida
com o do movimento do joelho, impedindo-lhe movimentos
anormais (7,45) .
Essas órteses eram indicadas para: 1) restringir a instabilidade
anterior e lateral; 2) permitir movimento à articulação
enquanto limitassem deslocamentos e rotações excessivas;
3) reabilitação pós-operatória; 4) proteção do joelho no
1º ano pós-operatório, para permitir a remodelação dos ligamentos.
Em 1979, Anderson & col.(2) descreveram a primeira órtese
dita profilática, cujo objetivo inicial era o de proteger
um joelho com lesão prévia do ligamento colateral medial
(LCM) de novos traumas. Surgiram novas órteses profiláticas,
que apresentavam em comum haste com dobradiça lateral
que pode estar incorporada a um molde plástico, a faixas
de velcro ou a uma polaina de neopreno. Algumas têm hastes
medial e lateral(22,68). O uso de tais órteses foi amplamente
difundido nos EUA, pelo fato dos traumas de joelho serem
a lesão mais comum no futebol americano universitário(2,19,
22,43,59) . As órteses profiláticas para joelho foram introduzidas
como fator que poderia reduzir o número e o grau das lesões
(26) .
Inicialmente, técnicos e atletas hesitavam quanto ao seu
uso pela idéia de serem quentes, pesadas, causarem pistonagem,
escorregarem, restringirem os movimentos, causarem
câimbras, enfraquecerem músculos de suporte e ligamentos
e talvez aumentando os traumas pelos novos vetores de forç
a( 1 7 , 4 3 ) .
Seu uso se difundiu em outros esportes além do futebol
americano (futebol, esqui, hóquei no gelo e grama, rúgbi)
pelas pressões socioeconômicas, a despeito da falta de documentação
científica que comprovasse sua eficácia(5,17,l8,43)
e do custo (equipar um único jogador por temporada nos EUA
custa cerca de US$ 400.00)(27) .
Em 1984, a American Academy of Orthopaedic Surgeons
(AAOS) classificou as órteses de joelho em três tipos: l) profiláticas
- feitas para prevenir ou diminuir um lesão do joelho;
2) reabilitativas – indicadas para períodos de recuperação
pós-trauma ou cirurgia; 3) funcionais – para uso prolongado
em joelhos com instabilidade permanente.
Rev Bras Ortop – Vol. 29, Nº 10 – Outubro, 1994
Algumas das órteses atuais combinam dois ou mais destes
atributos.
BIOMECÂNICA
Órteses simulam a função de uma parte do corpo pelo
seu modelo intrínseco e construção(54,67) .
As órteses podem apresentar-se com ou sem dobradiça
e esta pode ser simples (monocêntrica, uniaxial), biaxial, policêntrica
ou multiaxial. Elas podem ser uni ou bilaterais,
além de poderem ser equipadas de bloqueios de extensão e
flexão, ajustando-as a qualquer amplitude de movimento.
O tutor ideal deveria permitir os movimentos de rotação
e translação normais do joelho durante o ciclo da marcha.
No entanto, esse tutor ideal não existe. As órteses que se denominam
anatômicas são multiaxiais e quase não fazem resistência
à translação anterior a 20° de flexão(54).
A eficiência mecânica das órteses feitas sob medida (Lenox-
Hill, Iowa, etc.), com dobradiças laterais, dependem de
uma série de fatores: 1) matérias utilizados para a confecção
do manguito e dos componentes laterais; 2) planejamento
(modelo) de uma órtese individual; 3) aplicação de forças
sobre partes moles; 4) suspensão da órtese; 5) o processo de
molde e acabamento.
Destaque-se que, na aplicação de forças numa órtese,
deve-se lembrar: 1) localização das forças; 2) deformação
gravitacional das partes moles; 3) contração muscular.
Qualquer desencontro entre o movimento das dobradiças
e da articulação do joelho causará deformação das partes
moles e escorregamento da órtese(71).
As variáveis primárias do modelo que determinam o controle
do valgismo são comprimento, rigidez e encaixe da órtese
(13). Carlson(13) defende que as órteses devem apresentar:
1) encaixe justo e materiais resistentes, para evitar a existência
e/ou desenvolvimento de angulação; 2) materiais com
módulo de elasticidade alto, especialmente para as hastes
laterais; 3) partes medial e lateral bem casadas estruturalmente
acima e abaixo do joelho, para fazer resistência contra
varo/valgo; 4) estrutura rígida de extremo a extremo.
Quando se usa uma única haste lateral rígida, não se
deve manter contato da dobradiça com a articulação, por diminuir
a eficiência das óteses. Porém, quando se usa hastes
medial e lateral, o afastamento deve ser mínimo, para melhor
proteção do LCM(13,20,50,52) .
A localização da dobradiça em relação ao joelho se mostrou
mais importante do que seu modelo, nas mudanças de
força e momento através do joelho. A colocação posterior
resultou na menor força e a anterior, na maior(57,71) .
701
M.U. REZENDE & V.K.R. MATSUDO
ÓRTESES PROFILÁTICAS
O comitê da AAOS de medicina desportiva determinou
que a órtese profilática ideal seria aquela que: 1) suplementasse
a resistência do joelho ao trauma, reduzindo a carga de
estresses com ou sem contato; 2) não interferisse com a função
normal do joelho; 3) não aumentasse o risco de lesões
em outras localidades do membro inferior; 4) fosse adaptável
a várias configurações anatômicas; 5) não fosse prejudicial
a outros indivíduos; 6) fosse durável e de custo acessível;
7) tivesse eficácia documentada na prevenção de lesões
do joelho(1).
Não há órtese que preencha esses requisitos. Atualmente
há dois tipos de órtese profilática: 1) com hastes laterais
com dobradiças uni, bi ou multiaxiais. Com ou sem bloqueio
da hiperextensão e suspensão feita por faixas ou fitas adesivas;
2) composta de uma armação de plástico com hastes
mediais e laterais e dobradiça policêntrica. Este tipo é suspenso
por malhas elásticas e tiras(54) .
Biomecanicamente, encontrou-se que, em relação às órteses
profiláticas (cronologicamente): 1) não reduzem o ângulo
de abdução e mostram efeito pré-estressante em cadáveres
(4); 2) deslocamento do eixo central do joelho, contato
prematuro com a articulação e escorregamento do brace em
cadáver submetido a carga em valgo (braces: McDavid e Omni),
sendo que nenhuma órtese protegeu significativamente o
LCM(52); 3) os fatores mecânicos que determinam seu funcionamento
sob carga dinâmica em valgo são absorção, distribuição
e transmissão de forças pela órtese(20,50); 4) não aumentam
a propriocepção do membro(20); 5) a órtese unilateral
uniaxial oferece menor resistência a impacto em valgo,
enquanto a unilateral biaxial apresenta maior resistência (ex.:
Don Joy) (20); 6) capacidade limitada para proteger, em cadáver,
o LCM em extensão e nenhuma capacidade em outras
situações (5); 7) órteses que aumentam a duração do impacto
parecem proteger mais o ligamento cruzado anterior (LCA)
do que o LCM, a maioria das órteses testadas (cinco em seis)
dá algum grau de proteção ao LCA sob impacto lateral direto
(50) a associação de bandagem à Lenox Hill brace reduz
significativamente a translação e a rotação ao nível do joelho
de cadáver, comparada à associação com a Anderson knee
stabler ou a cada um isolado(3).
Clinicamente, os estudos relacionados à efetividade da
órtese profilática em controlar lesões do LCM no futebol
americano (25,26,59,62,68) e um não publicado, por Taft & col.,
mostraram problemas nos projetos de pesquisa e tamanhos
702
das amostras, não permitindo tirar conclusões contra ou a
favor do seu uso(22) .
Em 1989, Sforzo(63) concluiu que as órteses podem inibir
o desempenho em atletas assintomáticos e que o aprendizado
não alterou a performance.
Assim, entre os estudos clínicos, encontramos autores
que defendiam o uso das órteses tanto em nível universitário
e profissional(2,25,56) , quanto em nível colegial(55,62), enquanto
outros se mostravam mais cautelosos chamando a atenção
para efeitos adversos(18,24,26,59,68) .
Em 1990, a American Academy of Pediatrics Committee
on Sports Medicine recomendou que as órteses unilaterais
unidirecionais não fossem consideradas equipamento padrão,
em virtude de sua inefetividade e potencial de lesão.
Sittler & col.(65) mostraram que a órtese unilateral biaxial
reduziu significativamente a freqüência de lesão do joelho
tanto no número total de indivíduos quanto no número de
lesões do LCM. Porém, a redução de lesões do LCM depende
da posição do jogador (mostrou-se efetiva na defesa) e a
órtese não interferiu na gravidade da lesão. Este estudo foi
conduzido na Academia Militar de West Point, onde as características
dos jogadores mostram-se compatíveis com o
nível colegial americano.
Neste trabalho, não foram encontradas diferenças em lesões
do tornozelo, como as achadas por Grace & col.(24) .
ÓRTESES REABILITATIVAS
Estes tipos de brace foram projetados para permitirem
mobilização precoce do joelho traumatizado tratado cirurgicamente
ou não, trazendo benefícios para o tecido cartilaginoso
e para a orientação do colágeno na cicatrização e remodelação
ligamentar (12,44,48,59,69,70) .
O uso de tutores (braces) reabilitativos, permitindo amplitude
de movimento controlado logo após o trauma ou cirurgia
ligamentar do joelho, é baseado em publicações desde
a década de 60, prescrevendo contra imobilização articular
(principalmente do joelho) devido a efeitos adversos, como:
1) alterações ultra-estruturais e biomecânicas da cartilagem
articular pela imobilização(44); 2) redução rápida das propriedades
osteoligamentares (elasticidade e força tênsil do LCA,
em coelhos, que eram influenciados pelo exercício(70); 3) redução
da rigidez ligamentar e alterações na capacidade funcional
em resistir à carga e alongamento; reabsorção do osso
cortical abaixo da inserção ligamentar e alteração na força
do osso cortical(47); 4) “falsa idéia de segurança com alto risco
de ruptura’’(39) .
Rev Bras Ortop – Vol. 29, Nº 10 - Outubro, 1994
TUTORES (“BRACES”) DE JOELHO: lNDICAÇÕES E CONTRA-lNDICAÇÕES NA PRÁTICA ESPORTIVA
Clinicamente, mostrou-se que usando órtese de gesso
(cast brace) em lesões ligamentares graves do joelho há diminuição
do tempo de reabilitação, alta aceitação pelos pacientes,
baixa incidência de complicações, mobilização precoce
bem tolerada, e redução rápida do edema pós-operatório.
Os resultados ruins não foram relacionados à mobilização
precoce e não houve perda da estabilidade do joelho operado
ao longo do tempo(6).
Na década de 80, expandiu-se o uso de CPM (continuous
passive motion) pela sua ação na cicatrização da cartilagem
articular, dissolução da hemartrose e prevenção de adesão
intra-articular (48,60) , corroborando com a idéia do uso de braces
para mobilização precoce.
Hoffmann & col.(29), estudando seis órteses (funcionais
e reabilitativas) diferentes, mostraram que todas melhoraram
a estabilidade anterior, em valgo e rotatória em joelhos
com ligamentos seccionados, mas a maioria delas não reproduziu
a estabilidade normal.
Cawley & col.(14) defendem que o objetivo principal de
tal órtese é prover controle da amplitude de movimento, quer
pela imobilização rígida do membro, quer pela flexão e extensão
controladas pela amplitude predeterminada.
Deve-se lembrar que os dados biomecânicos dos estudos
feitos com cargas abaixo do que o indivíduo realmente
se submete durante o exercício se aplicam aos pacientes em
tratamento com órteses reabilitativas, visto que estes, em geral,
fazem uso de muletas. Assim sendo, a integração dos
componentes da órtese vai se mostrar o principal fator na
eficiência da órtese em controlar os movimentos e a distribuição
de cargas ao nível do joelho.
Outro ponto a ser lembrado é que a circulação normal
do membro esta comprometida pela falta de atividade muscular;
assim, braces que distribuam melhor a carga diminuem
a possibilidade da formação de pontos de pressão.
Na conclusão do trabalho(l4), os autores mostram que a
maioria das braces testadas diminui significativamente a
translação e rotação relativas ao membro sem brace sob condições
estatícas, lembrando que quando a reabilitação se torna
mais dinâmica, com cargas progressivas, esta capacidade
de controle reduz consideravelmente.
Agora já existem órteses reabilitativas que podem ser
convertidas em funcionais, ou mesmo órteses (braces) que
agem como intermediário reabilitativo/funcional até que haja
desenvolvimento muscular adequado para instalação de órtese
funcional definitiva(54) .
Rev Bras Ortop – Vol. 29, Nº 10- Outubro, 1994
INDICAÇÕES
Podestà & Sherman(54) têm usado estas órteses nas primeiras
seis semanas pós-cirúrgicas do LCA ou LCP, nas primeiras
semanas de tratamento não cirúrgico da ruptura do
LCM, após reparo do mecanismo extensor do joelho e após
realinhamento patelofemoral.
Pieper & col.(53) indicam somente o uso de órteses funcionais/
reabilitativas para atletas em reabilitação após cirurgia
ligamentar do joelho ou que recusam a se submeterem
ao tratamento cirúrgico.
ÓRTESES FUNCIONAIS
Projetadas para assistir ou promover estabilidade ao joelho
instável. Há basicamente dois modelos: 1) haste, dobradiça
e um “cartucho” (shell), para englobar a coxa e a panturrilha
(CTi, Generation II, RKS); 2) dobradiça, haste e faixas
(straps) (ex.: Lenox-Hill, Don Joy 4-point braces).
Estudos experimentais mostraram que, dependendo do
modelo, as órteses funcionais podem: 1) prover estabilidade
anterior, em valgo e rotacionais(29); 2) podem proteger o LCM
em situações de abdução e rotação externa do joelho (ex.:
esquiador)(4); 3) diminuir o deslocamento anterior no joelho
sem LCA com ligamentos colaterais intactos ou não (Lenox-
Hill brace) (73); 4) diminuir o deslocamento ântero-posterior,
rotações interna e externa, em cadáver, quando associada a
bandagem (Lenox-Hill brace) (73); 5) limitar estresses em abdução
e rotação sobre o LCM em flexão e extensão(5).
No estudo de 11 modelos diferentes, com análise relativa
entre comprimento e rigidez das órteses, Carlson &
French (13) mostraram que as órteses mais efetivas eram as
funcionais (ex.: Lenox-Hill brace).
Duas órteses funcionais estudadas durante a corrida mostraram
diminuição significativa da flexão do joelho durante
as fases de balanço e apoio; da rotação; e dos movimentos
de valgo/varo num joelho experimental. Também alteraram
o membro experimental criando impulsos maiores nas direções
verticais e anterior na fase inicial de contato(37) .
Estes estudos devem ser encarados com prudência, visto
que as forças e momentos usados nos experimentos são
muito inferiores aos enfrentados pelos atletas.
Estudos clínicos com braces funcionais mostraram que:
1) Diminui o desempenho atlético e aumenta o gasto
energético medido pelo lactato sérico(30);
2) Em joelhos instáveis, resulta num aumento de 4,58%.
do VO2 máximo durante corrida horizontal a 16lm/min(74);
3) Aumenta o consumo de O2 e custo metabólico de 3 a
6% em indivíduos assintomáticos(28);
703
M.U. REZENDE & V.K.R. MATSUDO
brace têm aumento da resistência ao deslocamento ante-
4) Aumenta a pressão intramuscular no compartimento
anterior da perna, podendo induzir fadiga muscular prematura
por perfusão insuficiente do músculo exercitado(66);
5) Pacientes com lesão do LCA usando a Lenox-Hill
brace mostraram tendência a reduzir a rotação interna e o
torque durante a fase de apoio da corrida, porém não uma
diferença significativa(36);
6) Ao exame físico do joelho, a instabilidade rotatória
ântero-medial (AMRI) e o teste de Lachman melhoram com
o uso da órtese, o que não ocorre com a instabilidade rotatória
ântero-lateral (ALRI) e com as combinadas AM-ALRI,
em que 70% continuam com episódios de falseio, apesar do
aparelhamento(7,15) ;
7) Revisando a eficácia das órteses no controle das ALRI
usando duas órteses diferentes em 85 pacientes, achou-se que
o modelo da AC brace (Canadá) oferece maior estabilidade
(71%), comparada aos 50% oferecidos pela brace anti-rotacional
(17) ;
8) Pacientes com lesão do LCA usando a Lenox-Hill
r i o r( 7 , 8 , 1 5 ) .
9) O uso de braces efetivamente diminui a flexão do
joelho e a rotação total da tíbia durante corrida em reta(37);
10) Inconsistência entre a aprovação subjetiva da órtese
pelo paciente e os dados objetivos mostrando sua eficácia(11,
15);o uso de brace não controla efetivamente a instabilidade,
mas reduziu os sintomas de instabilidade no atleta (não de
elite), possivelmente através do aumento relativo da resistência
à subluxação;
11) Testando-se três órteses funcionais em indivíduos
com deficiência do LCA, encontrou-se diminuição dos sintomas
de instabilidade e no deslocamento anterior da tíbia
em todos os pacientes (e esta diminuição não aumenta com o
aumento da força do KT- 1000)(58);
12) CTi brace (marca feita sob medida) permite desempenhos
significativamente melhores na corrida e na mudança
de direção em atletas com ruptura do LCA. Atletas que
não alcançaram 90% da força do quadrícepes, medida pela
Cybex, mostraram ainda melhor resposta ao uso de brace (16);
13) Considerando quatro modelos (RKS, Lenox-Hill,
Don Joy 4-point e CTi), a migração da órtese foi a queixa
principal. Todas diminuem os episódios de falseio, grau do
pivot shift e teste da gaveta anterior. Ao teste funcional, salto
unipodálico e tiro de 40 jardas, os valores médios não se
alteram significativamente pelo uso da órtese(41);
14) Na fase de apoio, membros com deficiência de LCA
mostraram diminuição da atividade do quadrícepes e gas-
704
trocnêmio e aumento dos isquiotibiais, comparados com
controles normais. Esta alteração do padrão de ativação muscular
pode ter efeito protetor do membro lesado devido ao
aumento da atividade muscular sirérgica ao LCA. A atividade
reduzida da musculatura antagonista pode ainda melhorar
esse efeito. O uso de brace não altera o padrão eletromiográfico,
comparado ao membro sem brace. Todos os músculos
mostraram redução semelhante na atividade, sugerindo
que o brace não tem influência proprioceptiva significat
i v a( l l ) .
Tradicionalmente, a instalação de brace representa somente
uma faceta do tratamento da instabilidade do joelho,
devendo ser combinada com reabilitação adequada, para retornar
ao esporte após tratamento cirúrgico ou não (6,9,15,17,23,31-
33,35,40-42,46,49,51,53,54,61,64) e, em alguns casos, mudança de atividade
esportiva(7,10,46,58) .
INDICAÇÕES
Nicholas (45) indica braces funcionais para: 1) joelho instável
com lesão do LCA (em pacientes que não serão submetidos
a cirurgia; ou em paciente após um programa de reabilitação
para retomar aos esportes); 2) joelho vulnerável, previamente
lesado; 3) entorse grau II ou III do LCM com instabilidade
anterior clinicamente mínima e o médico/paciente
não deseja uma cirurgia recontrutiva 4) bloqueios periódicos
com pivot shift; 5) após cirurgia reconstrutiva.
Braces funcionais também podem ser indicados para lesões
do LCP, LCM, LCL isoladas ou associadas. A escolha
de órtese para controlar uma ou mais destas instabilidades
vai depender da capacidade da órtese em controlar os deslocamentos
ântero-posterior, varo-valgo e/ou rotacionais do joelho.
A capacidade individual de cada órtese em controlar um
ou mais destes movimentos do joelho difere e deve-se tomar
cuidado na prescrição da órtese correta para cada situação
específica (54) .
Autores como Pieper & col. e Wirth & Kohn restringem
as indicações de braces funcionais para as primeiras 12 semanas
pós-operatórias, para programa de reabilitação precoce
objetivando flexão ativa de 100-110º (53,72) . Em atletas, suas
indicações aumentam como mencionado previamente(53).
“A prescição de uma órtese deve ser considerada como
um aspecto de um programa de reabilitação e da órtese sozinha
não se deve esperar que controle ou previna uma lesão
do joelho(53) .
O médico pode minimizar o risco e assegurar a complascência,
certificando-se de que o paciente entende a limitação
inerente à órtese.
Rev Bras Ortop - Vol. 29, Nº 10 – Outubro, 1994
TUTORES (“BRACES”) DE JOELHO: lNDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES NA PRÁTICA ESPORTIVA
CONCLUSÃO
O uso de braces ainda é um assunto controverso. Tutores
(braces) para joelho podem ser classificados em três grupos
básicos: 1) profiláticos; 2) reabilitativos; e 3) funcionais.
A órtese profilática é de pequena eficácia, não justificando
os custos de seu uso.
Os principais fatores afetando a escolha da órtese reabilitativa/
funcional são: 1) o número, arranjo e média de faixas
na interface com a órtese; 2) o modelo e alinhamento das
barras com dobradiça, incluindo a presença ou ausência de
contato com a interlinha articular; 3) a maneira de colocação
das barras articuladas em contato com o membro, incluindo
a presença e área dos cartuchos (shells), o arranjo e a área
para materiais de fixação no cartucho (shell), bem como as
propriedades dos materiais das shells; 4) modelo da dobradiça
(ou articulação).
O uso efetivo destas órteses depende do conhecimento
do médico sobre suas limitações e capacidades.
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