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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Avaliação fisioterapêutica dos sistemas mastigatório e respiratório ...

Avaliação fisioterapêutica dos sistemas mastigatório e respiratório ...
Síndrome Otodental1, também chamada Otodentodisplasia2, Displasia Otodental3 e Globodontia4, foi citada como um tipo de displasia ectodérmica, com uma herança autossômica dominante de expressividade variável2.


Alguns autores1,5,6 descrevem as coroas dos caninos e dentes posteriores alargadas, bulbosas e malformadas, com múltiplos lóbulos proeminentes. A relação entre cúspides e as principais fissuras entre os dentes são eliminadas (por isso, o uso do termo globodontia)1. Os dentes pré-molares são freqüentemente ausentes ou pequenos e ocorre, freqüentemente, erupção tardia com má-formação dos dentes posteriores decíduos e permanentes, além da perda da audição a altas freqüências1,2,3,4,6,7.

As alterações na dentição decídua são mais intensas, acarretando alterações faciais como anteversão das narinas, face alongada, um longo filtrum, bochechas protuberantes, mordida aberta anterior e contração dos músculos orbiculares e mentoniano na tentativa de fechar a boca, esta dificuldade muitas vezes leva o indivíduo a adotar uma mudança no padrão respiratório, a fim de facilitar as trocas gasosas, passando a utilizar assim, a respiração bucal4,6,8. Para facilitar a passagem do ar pela cavidade oral é necessário o aumento do espaço funcional interoclusal. Para isto o indivíduo respirador bucal realiza o abaixamento mandibular e a extensão da cabeça prejudicando seu campo visual e, como compensação, ocorre a flexão cervical9. Estas sucessivas mudanças provocam desequilíbrios em todo sistema estomatognático, alterando a postura de repouso e as funções mastigação, fala e deglutição9.

Os respiradores bucais apresentam alterações no sistema estomatognático, que se manifestam na conformação e estrutura dos órgãos, fazendo com que o corpo saia de seu eixo, se estas alterações não forem detectadas a tempo, poderão transformar-se em deformidades esqueléticas degenerativas, provocando graves conseqüências10. Este estudo tem por objetivo detectar possíveis alterações nos sistemas mastigatório, respiratório e na postura de um portador da Síndrome Otodental, e desta forma contribuir para o conhecimento científico sobre esta patologia.

METODOLOGIA

A metodologia a seguir foi submetida à avaliação e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário de Araraquara (protocolo nº 252/2004). Foi realizada, na Clínica de Fisioterapia do Centro Universitário de Araraquara, a avaliação fisioterapêutica de uma criança, 10 anos de idade, sexo feminino, portadora da Síndrome Otodental. A avaliação foi realizada por um único examinador, previamente treinado.

A ficha de avaliação elaborada para este estudo foi dividida em anamnese e exame físico. Na anamnese foram colhidas informações sobre problemas respiratórios e alterações do sistema mastigatório como dor na articulação temporomandibular ou músculos mastigatórios, dores de cabeça e dificuldades na mastigação. No exame físico foram realizadas inspeção geral da face, pescoço e tórax, avaliação postural, investigação do tônus dos músculos mastigatórios e respiratórios, avaliação da amplitude da articulação temporomandibular e cirtometria toracoabdominal. Todas as medidas foram realizadas três vezes, sendo considerada a média aritmética dos valores obtidos.

Na avaliação postural foram investigados a postura da cabeça e coluna cervical, posição de ombros e pelve e alterações das curvaturas da coluna. Na inspeção das características faciais foram observados a fisionomia, formato e altura da face, tônus muscular e assimetrias, e ainda, o padrão respiratório e o tipo de tórax12. A palpação dos músculos acessórios da respiração12 e dos músculos masseter e temporal11 foi realizada com o objetivo de determinar o tônus e a presença de dor muscular, e foi mensurada a amplitude dos movimentos da articulação temporomandibular com o auxílio de um paquímetro da marca Vonder11. A determinação do tônus dos músculos intercostais e diafragma foram realizados e graduados segundo parâmetros e escala pré-determinada12.

A cirtometria toracoabdominal foi realizada utilizando-se uma fita métrica nos níveis axilar, xifoideano e abdominal (cicatriz umbilical), sendo o diâmetro da caixa torácica mensurado no repouso respiratório e ao final da inspiração e expiração máximas12. Para garantir a confiabilidade dos valores obtidos, todas as medidas foram realizadas duas vezes, utilizando-se a média dos valores obtidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através dos dados colhidos na anamnese foi relatada perda gradual da audição detectada em avaliação otorrinolaringológica, o que representa um achado comum já descrito em outros estudos1,2,3,4,6,7, além doatraso na erupção dentária primária e secundária2,4,6. A voluntária relatou ainda ser portadora de alterações respiratórias como rinite alérgica e dificuldade na respiração nasal noturna. Sobre presença de hábitos parafuncionais do sistema mastigatório foram relatados roer unhas, morder tampas de caneta e apoiar o queixo na mão. À inspeção e nos registros fotográficos foi observada fisionomia inexpressiva, face alongada, anteversão das narinas, longo filtrum, lábio superior hipotônico, bochechas flácidas e hiperatividade do músculo mentoniano ao cerramento labial, características estas, encontradas em outros indivíduos portadores da Síndrome Otodental4 como também em respiradores bucais8,9,13.

Foram encontradas ainda características posturais coincidentes com as encontradas em respiradores bucais, já citadas na literatura10,13 como a anteriorização da cabeça com retificação de coluna cervical, protrusão dos ombros, protrusão abdominal e hiperlordose lombar com anteversão pélvica. A cirtometria tóraco-abdominal evidenciou uma maior mobilidade da região axilar, o que infere o padrão apical da respiração, não sendo, no entanto, encontradas alteração do tórax, anormalidades à palpação dos músculos acessórios da respiração, nem dos músculos intercostais e diafragma que foram classificados como "bons"12. Não foram encontradas alterações do tônus dos músculos masseter e temporal à palpação, o que contradiz alguns achados da literatura sobre respiradores bucais13, nem restrição da amplitude mandibular.

Foi encontrado apenas aumento da sensibilidade dolorosa bilateral do músculo masseter, possivelmente devido à presença dos hábitos parafuncionais10. Apesar de não terem sido encontrados sinais ou sintomas de desordens temporomandibulares, os hábitos parafuncionais são importantes fatores etiológicos de tais condições, podendo colaborar para o desenvolvimento das mesmas. Os achados das características faciais e postura da voluntária são comuns aos de portadores de respiração bucal 8,10, sugerindo um desenvolvimento de alterações respiratórias secundárias à Síndrome Otodental. A relação encontrada entre as alterações dentárias associada a desvios posturais e respiração bucal requerem diagnóstico e intervenção precoce, objetivando minimizar suas conseqüências. Contudo, maiores estudos deverão ser realizados para garantir a confiabilidade dos achados em portadores de síndrome Otodental.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Gorlin RJ, Cohen MMJr, Hennekan RCM. Syndromes of Head and Neck. 3ª ed. Ed. New York: Oxford University Press; 2001 p. 859-77.

2. Levin LS, Jorgenson RJ. Familial otodentodysplasia: A "new" syndrome. Am. J. Human Genetic 1972 Philadelphia p. 61 a.

3. Jorgenson RJ, Marsh SJ, Farrigton FH. Otodental dysplasia. Birth Defects 1975; 11: 115-9.

4. Witkop CJJr. Globodontia in the otodental syndrome. Oral Path 1976; 41: 472-83.

5. Toledo AO, Bausells HII, Vono RMG, Rocca RA. Anomalia dental múltipla em três irmãos: Caso clínico. Rev. Fac. Farm. Odont. Araraquara 1971; 5: 207-14.

6. Santos-Pinto L, Oviedo MDO, Santos-Pinto A, Iost HI, Seale NS, Reddy AK. Otodental syndrome: three familial case reports. Pediat. Dent 1998; 20(3): 208-11.

7. Cook RA, Cox JR, Jorgenson RJ. Otodental dysplasia: a five year study. Ear Hear 1981; 2: 90-94.

8. Aragão W. Respirador bucal. J. Ped. Boston 1998; 64(8): 349-52.

9. Felício CM.Fonoaudiologia Aplicada a Casos Odontológicos. Ed. Pancast; 1999. p. 40-46.

10. Marins RS. Síndrome do respirador bucal e modificação posturais em crianças e adolescentes: a importância da fisioterápica na equipe multidisciplinar.Fisio. em mov 2001; 14(1): p. 45-52.

11. Okeson JP. Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusão. 4ºed. São Paulo: Artes médicas; 2000. p. 190-200.

12. Costa D. Fisioterapia Respiratória Básica. São Paulo. Ed. Manole; 1999 p. 28-35.

13. Bianchini EMG. A cefalometria nas alterações miofuncionais orais: diagnóstico e tratamento fonoaudiológico. Pró-Fono São Paulo 1993; p. 27-28.



escrito por:Silva FB; Sampaio LMM; Carrascosa AC

fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552006000100018&lng=es&nrm=&tlng=pt



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