FASCIÍTE PLANTAR
Os pés geralmente sustentam dezenas de toneladas por kilômetro durante uma corrida, mas às vezes os limites de resistência podem ser superados durante um estresse repetitivo. Durante a corrida, são comuns as sensações de desconforto passageiras nos pés. Alguns destes sintomas podem persistir e até mesmo levar a modificações importantes na forma de correr. Na corrida, a biomecânica é fundamental e aliada às características do treino, podem ser geradas cargas que excedem a capacidade de adaptação e remodelação dos tecidos.
A sobrecarga sobre os tecidos moles de nosso corpo como os tendões e fáscias, pode provocar lesão das fibras estruturais, mesmo sem que haja uma inflamação acompanhada, o que de fato acontece após longos períodos de sobrecarga. Nem sempre o que chamamos de sobrecarga para um indivíduo pode ser percebido por ele mesmo como uma intensidade perigosa.
Uma das regiões dos pés que mais sofrem pela sobrecarga é a planta do pé e o retropé (região do calcanhar). As dores no calcanhar podem ter muitas causas, dentre elas a inflamação da gordura plantar, a fasciíte plantar e o esporão do calcâneo.
A fáscia plantar é uma estrutura fibrosa localizada na planta dos pés que conecta o osso do calcâneo às bases dos dedos. As condições de sobrecarga podem causar inflamações da fáscia, formar áreas de calcificação, sofrer roturas parciais e até totais no decorrer do tempo.
Na fase aguda de uma inflamação da fáscia, é comum a dor ser intensa logo ao acordar, quando o indivíduo apóia o pé no chão e dá os primeiros passos.
Podemos verificar inchaço na região interna da planta do pé (arco plantar medial) e dor intensa ao toque próximo ao osso do calcâneo. A evolução da inflamação, principalmente na persistência do treinamento, é caracterizada por dor durante e após a corrida.
O diagnóstico clínico das lesões da fáscia plantar é facilitado pela localização anatômica, região que pode ser facilmente identificável ao toque, principalmente próximo ao osso do calcâneo. Há outros diagnósticos clínicos que podem simular o mesmo sintoma que a fasciite plantar, como a compressão do nervo para o músculo abdutor do 5º dedo do pé. O diagnóstico por imagem, especificamente o exame de ressonância magnética permite uma identificação anatômica mais precisa do pé, embora também possa ser utilizado o exame de ultrasom.
O tratamento pode ser prolongado, com a utilização de medicamentos antiinflamatórios, infiltrações de corticosteróides na fase aguda sob prescrição médica, fisioterapia e repouso relativo com modificações das atividades. São também empregadas como tratamento as palmilhas sob molde, procurando-se distribuir melhor a carga sobre o pé ou atenuar as regiões de sobrecarga. A prescrição das palmilhas depende das características anatômicas individuais.
Outros métodos de tratamento, como a terapia por ondas de choque, tem sido empregados com resultados ainda controversos nas fasciites plantares. O tratamento cirúrgico nas fasciites crônicas está indicado nos casos de persistência dos sintomas mesmo após 3 a 6 meses de tratamento clínico.
A gravidade das lesões depende de alguns fatores, como a manutenção do treinamento mesmo na presença de dor, a demora no diagnóstico e o reinício precoce das atividades, sem respeitar o tempo ideal de reparação da lesão.
Devemos ter atenção a todos os fatores que possam propiciar uma condição de sobrecarga, por exemplo, o grau de dureza da superfície em que se corre, como pisos de cimento e concreto que proporcionam impactos superiores a outros tipos de superfícies. O tênis e suas condições de conservação também são responsáveis pela atenuação de forças sobre a superfície dos pés.
Portanto fique atento e respeite os seus sintomas, pois eles são seus aliados na busca de uma corrida melhor. Boa corrida!
Dr.Lucas Nogueira Mendes Ft. Dip Chiro. Fisioterapeuta Quiropraxista pela Anafiq/Coffito. Especialista em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva.
- Dr. Lucas Nogueira Mendes FT,Dip.Quiro
- Araraquara, São Paulo, Brazil
- Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592
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Carissimo Dr. Lucas Mendes.
ResponderExcluirNao sou esportista mas tenho facite plantar e a dor vai e volta.
Ja fiz varios tipos de procedimentos fisioterapicos inclusive crochetagem onde tive uma piora substancial.
O q tem melhorado meu problema é a bolinha cheia de gomos q os cachorros mordem onde passo a sola do pe na mesma e fica massageando.
Outra coisa q tbem tem ajudado sao as compressas de gelo, mas coloco uma garrafa pet p congelar e vou rolando o pe nas regioes doloridas e tem melhorado.
Desculpa a intromissao mas esta doença eh horrorosa e ainda tenho um neuroma de morton no outro pe.
Sucesso.
Denise