Handebol
História no Brasil
Em nosso país, o handebol como modalidade de campo, foi introduzido em São Paulo por imigrantes, principalmente da colônia alemã, no início da década de 30, tendo a Federação Paulista sido fundada em 1940 realizando competições desde então. Atualmente só os campeonatos da modalidade de salão vem sendo disputada.
O handebol ficou restrito à São Paulo até a década de 60, quando o Professor Augusto Listello (francês) no curso internacional de Santos o mostrou a professores de outros estados em forma didática. Esses professores então o introduziram em seus colégios e assim começou a ser praticado em outros estados. Em 1971, o MEC, em face ao seu crescimento nas escolas inclui o handebol de sete entre as modalidades dos Jogos Estudantis e Jogos Universitários Brasileiros (JEB’s e JUB’s). Com isso o handebol disseminou-se em todo o território nacional, com vários estados dividindo à partir daí os títulos nacionais.
Em 1973 a antiga CBD fez disputar em Niterói o 1º Campeonato Brasileiro Juvenil para ambos os sexos. No ano seguinte em Fortaleza iniciou-se a competição para adultos. Como também outros estados além de São Paulo passaram a disputar as competições de handebol, em 1980, um ano após a criação da Confederação Brasileira de Handebol, foi disputada a 1ª Taça Brasil de Clubes, na cidade de São Paulo, então sede da entidade. Nos Jogos Pan-Americanos de 1999, realizados em Winnipeg, Canadá, o Brasil conquistou a medalha de ouro no feminino, e de prata, no masculino.
Em São Paulo, o Handebol é uma das modalidades mais praticadas, principalmente no meio estudantil. Os campeonatos promovidos pela Federação Paulista de Handebol, com excelente organização e índice técnico, têm levado grande público aos ginásios, com jogos transmitidos pela ESPN-Brasil para todo o Brasil. (F.P.H, 2005)
Regras
Quadra
1 - A quadra de jogo é um retângulo com 40 metros de comprimento e 20 metros de largura e consiste de duas áreas de gol e uma área de jogo. Os lados maiores são chamados de linhas laterais e os lados menores são chamados linhas de gol (entre os postes da baliza) ou linhas de fundo (em ambos lados da baliza).
Deveria haver uma zona de segurança rodeando a quadra de jogo, com a largura de no mínimo 1 metro ao longo das linhas laterais e 2 metros atrás das linhas de fundo.
As características da quadra de jogo não devem ser alteradas durante o jogo, de tal forma que traga vantagem só para uma equipe.
2 - A baliza é colocada no centro de cada linha de fundo. As balizas devem estar firmemente fixadas ao solo ou nas paredes atrás delas. Elas medem 2 metros de altura e 3 metros de largura no seu interior.
Os postes das balizas são unidos por uma barra horizontal. As faces posteriores dos postes devem estar alinhadas com o lado posterior da linha de gol. Os postes e a barra transversal devem ter uma secção quadrada de 8 cm. Nas três faces que são visíveis da quadra, elas devem ser pintadas com faixas de duas cores contrastantes que por sua vez contrastem claramente com o fundo.
As balizas devem ter uma rede, fixada de tal jeito, que a bola arremessada dentro da baliza normalmente fique dentro dela.
3 - Todas as linhas da quadra fazem parte da superfície que elas delimitam. As linhas de gol devem ter 8 cm de largura entre os postes enquanto todas as outras linhas devem ter 5 cm de largura.
As linhas entre duas áreas adjacentes podem ser trocadas por uma pintura completa com cores diferentes entre essas áreas adjacentes no piso da quadra de jogo.
4 - Em frente a cada baliza, há uma área de gol. Esta área de gol é definida por uma linha de área de gol (linha de 6 metros), que é marcada como segue: (i) uma linha de 3 metros diretamente em frente da baliza; esta linha é paralela à linha de gol e a 6 metros de distância (medidos desde a face posterior da linha de gol até a face anterior da linha da área de gol); e (ii) por 2 quartos de círculo cada qual com raio de 6 metros (medidos desde o ângulo interno posterior de cada poste da baliza), conectando aquela linha de três metros com a linha de fundo.
5 - A linha de tiro livre (linha de 9 metros) é uma linha tracejada a 3 metros de distância da linha da área de gol. Ambos os segmentos da linha e os espaços entre eles medem 15 cm
6 - A linha de 7 metros é uma linha com 1 metro de comprimento, marcado diretamente em frente de cada baliza. Ela é paralela à linha de gol, a uma distância de 7 metros (medidos desde a face posterior da linha de gol até a face anterior da linha de 7 metros);
7 - A linha de limitação do goleiro (linha de 4 metros) é uma linha de 15 cm de comprimento marcada diretamente em frente de cada baliza. Ela é paralela à linha de gol, a uma distância de 4 metros (medidos desde a face posterior da linha de gol até a face anterior da linha de 4 metros);
8 - A linha central une os pontos centrais das duas linhas laterais
9 - A zona de substituição (um segmento da linha lateral) se estende a uma distância de 4,5 metros da linha central para cada equipe. Este ponto final da zona de substituição é prolongado por uma linha que é paralela a linha central, se estende 15 cm dentro da quadra e 15 cm fora da quadra.(F.P.H., 2005)
Bola
1 - A bola é feita de couro ou material sintético. Ela deve ser esférica. Sua superfície não pode ser brilhante nem escorregadia
2 - As medidas da bola, ou seja, a circunferência e o peso, que serão usadas pelas diferentes categorias de equipes são as seguintes: (Foto 5). (F.P.H.., 2005)
58-60 cm e 425-475 g (tamanho 3 da IHF) para homens e equipes masculinas jovens (acima de 16 anos);
54-56 cm e 325-375 g (tamanho 2 da IHF) para mulheres, equipes femininas jovens (acima de 14 anos) e equipes masculinas jovens (entre 12 e 16 anos);
50-52 cm e 290-330 g (tamanho 1 da IHF) para equipes femininas jovens (entre 8 e 14 anos) e equipes masculinas jovens (entre 8 e 12 anos).
Duração da Partida
1 - A duração normal da partida para todas as equipes com jogadores de idade igual ou acima de 16 anos, é de 2 tempos de 30 minutos. O intervalo de jogo é normalmente de 10 minutos.
A duração normal da partida para equipes de jovens é 2 X 25 minutos no grupo de idade entre 12-16 anos e 2 X 20 minutos no grupo de idade entre 8-12 anos, em ambos os casos o intervalo de meio tempo é normalmente de 10 minutos.
2 - Uma prorrogação é jogada, após 5 minutos de intervalo, se uma partida acaba empatada no final da duração da partida e um vencedor tem de ser determinado. A prorrogação consiste de 2 períodos de 5 minutos, com um intervalo de 1 minuto.
Se o jogo continuar empatado depois do primeiro tempo extra, um segundo tempo extra é jogado após um intervalo de 5 minutos. Este segundo tempo extra também tem 2 períodos de 5 minutos com um intervalo de 1 minuto.
Se o jogo ainda estiver empatado, o vencedor será determinado de acordo com o regulamento particular da competição. (F.P.H., 2005)
Equipe, Substituições e Equipamentos
1 - Uma equipe consiste de 12 jogadores. Não mais de 7 jogadores podem estar presentes na quadra de jogo ao mesmo tempo. Os demais jogadores são substitutos.
Durante todo o tempo do jogo, a equipe deve ter um dos jogadores na quadra designado como um goleiro. Um jogador que está jogando na posição de goleiro pode se tornar um jogador de quadra a qualquer momento. Do mesmo modo, um jogador de quadra pode se tornar um goleiro a qualquer momento.
Uma equipe deve ter pelo menos 5 jogadores na quadra no começo do jogo.
O número de jogadores da equipe pode ser aumentado até 12, a qualquer momento durante o jogo, incluindo o período-extra.(Para eventos da IHF e Continentais, esta regra será manejada de acordo com o regulamento em questão).
O jogo pode continuar, mesmo se uma equipe ficar reduzida a menos de 5 jogadores na quadra. Depende dos árbitros julgar se e quando o jogo deve ser dado por encerrado.
2 - À uma equipe é permitido usar um máximo de 4 oficiais de equipe durante o jogo. Estes oficiais de equipe não podem ser substituídos durante o curso do jogo. Um deles deve ser designado como "oficial responsável pela equipe". Somente a este oficial é permitido se dirigir ao secretário/cronometrista e, possivelmente, aos árbitros A um oficial de equipe normalmente não é permitido entrar na quadra durante o jogo. Uma violação a esta regra será penalizada como conduta anti-desportiva O jogo é reiniciado com um tiro livre para o adversário.
3 - Um jogador ou oficial de equipe está autorizado a participar se ele está presente no início do jogo e está incluído na súmula do jogo.
Os jogadores e oficiais de equipe que chegarem depois do jogo ter iniciado, devem obter a sua autorização para participar, do secretário/cronometrista e devem estar inscritos na súmula.
Um jogador que está autorizado a participar pode, em princípio, entrar na quadra através da zona de substituição da sua própria equipe a qualquer momento.
Um jogador que não está autorizado a participar deverá ser desqualificado se ele entrar na quadra. O jogo é reiniciado com um tiro livre para o adversário.
Substituições de Jogadores
1 - Os reservas podem entrar no jogo, a qualquer momento e repetidamente, sem notificar o secretário/cronometrista, desde que, os jogadores que eles vão substituir já tenham deixado a quadra.
Os jogadores devem sempre sair e entrar na quadra através da sua própria zona de substituição. Estas prerrogativas também se aplicam para a substituição dos goleiros.
As regras de substituições também se aplicam durante um time-out (exceto durante um tempo-técnico).
2 - Uma falta de substituição deverá ser penalizada com uma exclusão de 2-minutos para o jogador faltoso. Se mais de um jogador da mesma equipe comete falta de substituição na mesma situação, somente o primeiro jogador que cometeu a infração será penalizado.
3 - Se um jogador adicional entra na quadra sem uma substituição, ou um reserva interfere ilegalmente no jogo a partir da área de substituição, deverá haver uma exclusão de 2-minutos para este jogador. Assim, a equipe deve ser reduzida em um jogador na quadra pelos próximos 2 minutos (além do fato de que o jogador adicional que entrou deve sair da quadra).
Se um jogador entra na quadra enquanto está cumprindo uma exclusão de 2-minutos, à ele deverá ser dado uma exclusão de 2-minutos adicionais. Esta exclusão deverá começar imediatamente, e a equipe deve além do mais ser reduzida na quadra durante o sobre-período entre a primeira e a segunda exclusão.
O jogo em ambos os casos é reiniciado com um tiro livre para os adversários.
Faltas
1. É permitido:
a) usar braços e mãos para bloquear ou ganhar posse da bola;b)usar uma mão aberta para tirar a bola do adversário de qualquer direção;c) usar o corpo para obstruir um adversário, mesmo quando o adversário não está em posse da bola;d) fazer contato corporal com um adversário, quando de frente à ele e com os braços flexionados, e manter este contato de modo a controlar e acompanhar o adversário.
2. Não é permitido:
a) arrancar ou bater na bola que está na mão do adversário;b) bloquear ou empurrar o adversário com braços, mãos ou pernas;c)deter, segurar, empurrar, bater ou pular sobre um adversário;d) impedir, obstruir ou colocar em perigo um adversário (com ou sem a bola) em contradição às regras.
3. Violações da regra:
Onde a ação é principalmente ou exclusivamente direcionada ao adversário e não à bola, serão punidas progressivamente. Punição progressiva significa que não é suficiente penalizar unicamente uma falta particular com um tiro livre ou tiro de 7 metros, porque a falta vai além do tipo de infração que normalmente ocorre na disputa pela bola.
Cada infração que preenche a definição para punição progressiva, requer uma punição pessoal, começando com uma advertência, e com uma tendência de aumento para punições mais severas.
As advertências e as exclusões dadas por outras violações também levarão em conta a progressividade.
4. Expressões físicas e expressões verbais: que são incompatíveis com o bom espírito desportivo dizem respeito à conduta anti-desportiva. Isto se aplica aos jogadores e oficiais de equipe de ambas as equipes, dentro ou fora da quadra de jogo. A punição progressiva também se aplica em caso de conduta anti-desportiva.
5. Um jogador que coloca em perigo a saúde do adversário enquanto o ataca, deverá ser desqualificado, particularmente se:
a) pelo lado ou por trás, ou golpeia ou puxa para trás o braço de arremesso do jogador que está em processo de arremesso ou passando a bola;b) executa qualquer ação que resulte num golpe na cabeça ou pescoço do adversário;c) bate deliberadamente no corpo do adversário com seu pé ou joelho ou de outro jeito qualquer; inclusive ocasionar tropeços;d) empurrar o adversário que está correndo ou pulando, ou atacá-lo de tal jeito que o adversário perde controle do corpo dele; isto também se aplica quando o goleiro sai da área de gol dele em virtude de um contra-ataque dos adversários;e) atingir um jogador de defesa na cabeça em um tiro livre arremessado diretamente à baliza, desde que o jogador de defesa não estava se movendo; ou do mesmo modo, atingir o goleiro na cabeça num tiro de 7 metros, desde que o goleiro não estava se movendo.
6. Conduta anti-desportiva grave feita por um jogador ou oficial de equipe, dentro ou fora da quadra de jogo, deverá ser punida com desqualificação.
7. Um jogador que é culpado de "agressão" durante o tempo de jogo deve ser expulso. A Agressão fora do tempo de jogo conduz a uma desqualificação. Um oficial de equipe que é culpado de agressão deve ser desqualificado. (F.P.H., 2005).
Equipamentos
Uniformes
Todos os jogadores de quadra de uma equipe devem usar uniformes idênticos. As combinações de cores e desenhos para as duas equipes devem ser claramente distinguíveis uma da outra. Um jogador que está sendo usado como goleiro deve usar cores que o difira dos jogadores de quadra de ambas as equipes bem como do goleiro da equipe adversária
Numeração
Os jogadores devem usar números que tenham pelo menos 20 cm de altura nas costa da camisa e pelo menos 10 cm na frente. Os números usados devem ser de 1 até 20.
As cores dos números devem contrastar claramente com as cores e desenhos da camisa.
O capitão de cada equipe deve usar uma braçadeira ao redor do braço. Ela deve ter cerca de 4 cm de largura e sua cor deve contrastar com aquelas da camisa.
Calçados e Acessórios
Os jogadores devem usar calçados esportivos. Não é permitido usar objetos que poderiam ser perigosos para os jogadores. Isto inclui, por exemplo, proteção para a cabeça, máscaras no rosto, braceletes, relógios, anéis, colares ou gargantilhas, brincos, óculos sem tiras de sustentação ou com aros sólidos, ou qualquer outro objeto que poderia ser perigoso. Fitas de cabeça são permitidas, desde que elas sejam feitas de material macio ou material elástico. Os jogadores que não preencherem estes requisitos não estarão autorizados a tomar parte do jogo até que eles tenham corrigido o problema.
Lesões x Uniforme
Se um jogador está sangrando ou tem sangue no corpo ou uniforme, deve sair da quadra imediatamente e voluntariamente (através de uma substituição normal), de modo a ter o sangramento parado, a ferida coberta, e o corpo e uniforme limpado. O jogador não deve retornar para a quadra até que isto tenha sido feito. Um jogador que não segue as instruções dos árbitros de acordo com esta medida é julgado faltoso de conduta anti-desportiva.
No caso de um machucado, os árbitros devem dar permissão para duas das pessoas que estão "autorizadas a participar" para entrar na quadra durante um time-out, com o específico propósito de atender o jogador machucado da equipe deles.
Biomecânica e Fundamentos
1. Biomecânica
O handebol é um esporte que tem a predominância dos gestos esportivos, a utilização dos membros superiores, sendo a articulação do ombro a mais solicitada.
O ombro participa desses gestos com cinco articulações: glenoumeral, esternoclavicular, acromioclavicular, coracoclavicular e escapulotorácica.
Articulação Esternoclavicular: esta articulação proporcional a o eixo principal de rotação para os movimentos da clavícula e da escápula.
Articulação Acromioclavicular: é classificada como uma articulação irregular, apesar de a estrutura articular permitir sempre a movimentação em todos os três planos, a rotação ocorre durante a elevação do braço.
Articulação Glenoumeral: é aquela dotada de uma movimentação mais livre do corpo, permite flexão, extensão, hiperflexão, abdução, adução, adução e abdução horizontais e rotação medial e lateral do úmero.
Articulação Escapulotorácica: a escápula pode movimentar-se tanto no plano sagital quanto no frontal em relação ao tronco, sendo de grande importância o ritmo escápulo – úmero, pois o pinçamento dos tendões do manguito rotador não ocorre em pequenas amplitudes.
Articulação Coracoclavicular: é a de menor movimentação no complexo do ombro. (Susan)
2. Fundamentos
Passe
É a ação de enviar e dirigir a bola ao companheiro, de forma correta, o passe e a recepção são técnicas utilizadas pelos jogadores na preparação da finalização (Zamberlan, 1999) (Vídeo 001).
Esse fundamento administrado corretamente durante o jogo, se traduz em aumento na posse de bola, gerando assim maiores chances de finalizações (Santos, 2001).
Arremesso
É a ação de enviar a bola em direção ao gol adversário, aplicando um forte impulso na mesma, para dificultar a ação do goleiro (Vídeo 002).
Progressão
É a ação de deslocar-se na quadra, movimentando-se de um lugar a outro (Vídeo 003).
Drible
É a ação de impulsionar e dirigir a bola em direção ao solo, sem perder o controle da mesma.
Finta
O jogador realiza de posse de bola, para dirigir os movimentos do defensor numa direção falsa, desviando sua atenção, causando-lhe um desequilíbrio (Zamberlan, 1999) (Vídeo 004).
Principais Lesões
A alta incidência e severidade das lesões segundo Lindqvist K. (1996) estão diretamente relacionadas a fatores pessoais (idade, sexo, coordenação, flexibilidade, composição muscular, lesões pregressas, técnica, personalidade), fatores relacionados à modalidade (capacidade do treinador, contato com outros atletas, gestos esportivos específicos, regras, equipamentos, características do evento) e fatores ambientais (tipo de piso, temperatura) - Cohen 2003.
Segundo Whiting e Zernicke (1998) a maioria dos estudos considera uma lesão no esporte qualquer ato traumático contra o corpo, suficiente para requerer primeiros socorros, tratamento médico e afastamento do treinamento, sendo as lesões ligamentares, contusões, distensões e lesões por sobrecarga as mais freqüentes (Sandberg 1982).
No handebol as lesões em forma de torções e luxações principalmente das articulações do joelho e tornozelo são muito freqüentes, acometendo ligamentos.
As lesões ligamentares são associadas com o contato entre os atletas, o tênis em atrito com a quadra, as paradas bruscas e mudanças de direção repentinas (Moller 2000).
A articulação do joelho é das mais constantemente lesadas em todo corpo em especial nos indivíduos que participam de atividades atléticas. A incidência de instabilidade permanece e progressivamente residual é mais freqüente no joelho do que em qualquer outra articulação após lesão traumática sofrida em atividades esportivas. O joelho é essencialmente instável, devido a sua localização entre os dois ossos mais longos do corpo. A estabilidade do joelho é mantida através de contenções estáticas e dinâmicas (Andrews, et al 2000).
À partir dos anos mais recentes notou-se uma maior incidência de lesões dos ligamentos cruzados, sendo a lesão do LCA – Ligamento Cruzado Anterior mais comum que a do LCP – Ligamento Cruzado Posterior (Apley 1998).
O primeiro mecanismo ocorre tipicamente nas tentativas de manobras com cortes rápidos com o pé em contato com o solo e o joelho em flexão. Isso é comum nos desportos de contato, sendo que o valgo do joelho combinado com a rotação tibial externa cria um estresse significativo para o LCA.
O segundo com mecanismo envolve a hiperextensão do joelho com rotação tibial interna, sendo predominante quando as lesões ocorrem na decida após um salto (Whiting e Zernicke 1998).
A lesões meniscais estão freqüentemente associadas a outras patologias intraarticulares, geralmente rupturas do LCA (Andrews, et al 2000).
A entorse de tornozelo é talvez a lesão isolada mais comum na população de atletas. As entorses do tornozelo são causadas em geral por inversão ou eversão bruscas, a maioria das vezes em combinação com flexão plantar ou dorsiflexão.
As lesões podem ser classificadas de acordo com a localização ou o mecanismo de lesão.
As entorses em inversão são mais comuns e resultam em lesões do ligamentos laterais: talofibular anterior, calcaneofibular e talofibular posterior. As entorses em eversão ocorrem com menos freqüência, devido a anatomia óssea e ligamentar (Arnhein e Pretencie 2000).
As lesões ósseas devem ser excluídas antes de poder ser tomada as decisões acerca do tratamento apropriado da lesão (Andrews, et al 2000).
As lesões tendinosas dos músculos da perna ocorrem com freqüência em atletas que participam de atividades de natureza repetitiva.
O dano microtraumático causado por uso excessivo, fadiga ou anormalidades biomecânicas pode manifestar-se por uma reação inflamatória dos tendões (Andrews, et al 2000).
Os atletas muitas vezes executam gestos esportivos que excedem os padrões dos limites fisiológicos dos mecanismos estáticos e dinâmicos do ombro, podendo acarretar uma variedade de lesões decorrentes da fadiga osteomusculares e ligamentares. Além disso, existem os traumas diretos e indiretos na cintura escapular, principalmente nos esportes que priorizam o contato físico (Cohen 2003).
Segundo Cohen (2003) a instabilidade do ombro está relacionada aos esportes com movimentos de arremesso superior.
Existe um risco de desenvolvimento de uma variedade de desordens no ombro devido aos movimentos repetitivos e de estresses da articulação glenoumeral, predispondo às tendinites e patologias do manguito rotador.
Os atletas podem apresentar a síndrome do impacto subacromial, devido ao contato do tendão do manguito rotador com a borda anterior do acrômio e síndrome do impacto póstero-superior da glenóide, devido ao contato da porção intra-articular do supra-espinhal contra a borda póstero-superior da glenóide. A principal causa desse tipo de lesão ocorre devido aos movimentos repetitivos associados às causas intrínsecas e extrínsecas do ombro do atleta (Cohen 2003).
Nas patologias do manguito rotador, inicialmente a dor aparece após a atividade, tornando-se contínua com o decorrer dos treinos, com dor e desconforto durante e após a atividade, alterando o desempenho do atleta (Cohen 2003).
Com freqüência, lesões de punho, mão e dedos, são minimizados e não recebem toda a atenção que merecem, pois na maioria das vezes os atletas são capazes de continuar participando do jogo depois de cuidados mínimos (Andrews, et al 2000).
A entorse em hiperextensão da falange distal que ocorre nos esportes nos quais as bolas estão sendo agarradas, são as mais freqüentes. A falange distal é golpeada por uma bola ou algum outro objeto, forçando a flexão ou a hiperextensão da falange distal, enquanto o mecanismo extensor apresenta-se ativo. Por ocorrer lesão da cápsula, do ligamento retinacular transverso ou ligamento colateral, a deformidade do tipo dedo em martelo é observada prontamente, e o atleta é incapaz de realizar a extensão ativa da falange distal (Andrews, et al 2000, Apley 1998).
As luxações da articulação IFD – Interfalangianas Distais, são raras, mas podem ocorrer por hiperextensão ou em virtude de uma força lateral. A luxação dorsal da falange distal sobre a falange média é a mais comum. A luxação palmar ocorre menos freqüentemente. Essas luxações são redutíveis por ocasião da lesão e, em geral, são estáveis. Entretanto, devem ser levados em conta os ligamentos colaterais e a lâmina palmar, e essas estruturas devem ser examinadas com extremo cuidado quando não existe luxação óbvia, como nas entorses da IFD (Andrews, et al 2000).
No ano de 2004, foi realizado um estudo com a Seleção Brasileira Olímpica de Handebol Masculina, nas fases de treinamento para as Olimpíadas de Atenas. Os seguintes dados foram encontrados:
Incidência de lesão: o estudo mostrou que em 23 atletas profissionais, encontramos 4,6 lesões por atleta.
Lesões e queixas: a dor muscular foi a principal queixa encontrada no estudo, tendo 41,5% dos relatos dos atletas, lombalgia em segundo com 10,37%, trauma de membros inferiores e trauma de punho-mão-dedos com 9,43%, trauma de membros superiores com 4,71%, entorse de tornozelo com 3,77%, tendinite patelar com 2,83%, torcicolo 1,88%, tendinite de ombro com 0,94% e outros diagnósticos com 8,49% (Rossi, 2004).
Como Eu Trato
O handebol é um esporte de muito contato, rápido e explosivo, por esses e outros motivos, realizamos trabalhos preventivos com os atletas, onde são promovidos gestos esportivos e situações de jogo, que melhoram a capacidade reflexa dos alteltas.
Os trabalhos proprioceptivos são de extrema importância, e apresenta bons resultados com os atletas, reproduzir situações de jogo, na qual o atleta irá se identificar melhora o controle motor, reflexos e performance.
As utilizações de exercícios pliométricos ajudam no controle motor, no recrutamento muscular e na manutenção da força, que é utilizada para realizar a maioria dos gestos esportivos.
Para não se tornar um tópico repetitivo, colocaremos aqui algumas condutas que realizamos em quadra com os atletas, como as principais bandagens, e exercícios proprioceptivos.
1. Bandagens
a) Tornozelo: a realização de botas que limitam a inversão e eversão, auxiliam os atletas que já tiveram um entorse, deixando a articulação com boa estabilidade, lhe proporcionando maior confiança na hora de realizar um finta ou deslocamento lateral.
b) Mão e Punho: as bandagens nos dedos, que limitam principalmente flexão e extensão são as mais utilizadas,
elas ajudam os atletas que tiveram traumas nos dedos com bolas ou com adversários. As bandagens do polegar limitam principalmente a oponência. As bandagens de punho limitam principalmente a flexão e extensão, sendo realizadas principalmente em goleiros.
c) Joelho: a principal bandagem realizada nessa articulação é a infrapatelar, que auxilia na estabilização patelar
2. Exercícios Proprioceptivos
a) Membros Inferiores:
Deslocamento entre cones: (lateral + anterior e posterior) (vídeo 005)
Balancim: bipodal, unipodal, com arremesso (vídeo 006)
Minitrampe: equilíbrio, corrida, saltos (vídeo 007 e vídeo 008)
Saltos: em V, laterais (vídeo 009)
b) Membros Superiores:
Arremessos: na trave (vídeo 010)
Arremesso no gol: ângulos (vídeo 011)
Andando em 4 apoios: anterior e lateral (vídeo 012)
Medicine ball: na parede e livre (vídeo 013)
Dr.Lucas Nogueira Mendes Ft. Dip Chiro. Fisioterapeuta Quiropraxista pela Anafiq/Coffito. Especialista em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva.
- Dr. Lucas Nogueira Mendes FT,Dip.Quiro
- Araraquara, São Paulo, Brazil
- Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592
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