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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Entendendo as Lesões

ENTENDENDO AS LESÕES

Antes de falar especificamente sobre as lesões vamos pensar nas estruturas afetadas pelas lesões. Ou seja, você já parou pra pensar em como você é por dentro? Do que seu corpo é constituído? Como são formados os tecidos do seu corpo? Qual a função dos seus órgãos, ossos, músculos, tendões, ligamentos e várias outras estruturas do seu corpo? O que acontece no seu corpo quando você pratica atividades físicas? O que acontece no seu interior que gera um desequilíbrio, e acaba por provocar lesões?

Seu corpo é formado por células dos mais variados tipos, e cada uma delas, conforme se desenvolve, vai assumindo características próprias e desempenhando determinadas funções, própria de cada uma.

FISIOPATOLOGIA DA LESÃO EM VÁRIOS TECIDOS DO CORPO HUMANO.

Neste momento abordaremos de forma superficial alguns tipos de células, tecidos e suas respectivas funções.

Quando nascemos temos uma célula responsável pelo desenvolvimento de todas as outras células do nosso corpo. A está é dado o nome de célula mensequimal, que se diferencia e especializa formando os mais variados tipos de células e os subseqüentes tecidos corporais.

Existem quatro tipos de tecidos fundamentais no corpo humano: epitelial, conectivo, muscular e nervoso. Segundo Guyton, todos os tecidos do corpo, exceto os ossos, podem ser definidos como tecidos moles. Cailliet, entretanto, define mais tecnicamente o tecido mole como a matriz do corpo humano, formada por componentes celulares dentro de uma substância básica. Ele também acredita que o tecido mole é a causa mais comum de incapacidade funcional do sistema musculoesquelético. A maioria das lesões relacionadas ao esporte ocorre nos tecidos moles.

TECIDO EPITELIAL

O primeiro tecido fundamental é o epitelial. Esse tecido específico reveste todas as superfícies internas e externas do corpo, abrangendo estruturas como a pele, a camada externa dos órgãos internos e o revestimento interno dos vasos sangüíneos e das glândulas. A finalidade básica do tecido epitelial, de acordo com Fahey, é proteger e formar estrutura para os outros tecidos e órgãos. Além disso, esse tecido atua na absorção (como no trato digestivo) e na secreção (como nas glândulas). Uma das principais características fisiológicas do tecido epitelial é não possuir suprimento sangüíneo, e, portanto, depender do processo de difusão para ser nutrido, oxigenado e para eliminar produtos excretáveis. Grande parte das lesões relacionadas ao esporte nesse tipo de tecido é traumática, incluindo abrasões, lacerações, perfurações e avulsões. Entre outras lesões a esses tecidos estão a infecção, a inflamação ou a doença.

TECIDO CONECTIVO

As funções do tecido conectivo no corpo são fornecer suporte e revestimento, preencher espaços, armazenar gorduras, auxiliar no reparo dos tecidos, produzir células sangüíneas e proteger contra infecções. O tecido conectivo é constituído de vários tipos de células, separadas umas das outras por alguma espécie de matriz extracelular. Essa matriz consiste em fibras e uma substância fundamental amorfa, que pode ser sólida, semi-sólida ou líquida. Os tipos primários de células de tecido conectivo são os macrófagos, que funcionam como fagócitos para eliminar os detritos; os mastócitos, que liberam produtos químicos (histamina e heparina) associados à inflamação; e os fibroblastos, que são as principais células do tecido conectivo.

Colágeno

Os fibroblastos produzem colágeno e elastina, encontrados em várias proporções em diferentes tecidos conectivos. O colágeno é uma das principais proteínas estruturais que formam as estruturas fortes, flexíveis e inelásticas, que mantêm o tecido conectivo unido. Ele possibilita ao tecido resistir a forças mecânicas e deformações. A elastina, porém, produz tecidos altamente elásticos que auxiliam na recuperação da deformação. As fibras de colágeno são os elementos de sustentação de carga do tecido conectivo. Elas são dispostas para acomodar os estresses tênseis, mas não são igualmente capazes de resistir ao estresse de cisalhamento ou ao estresse compressivo. Conseqüentemente, as fibras de colágeno percorrem as linhas de força tênsil.

O colágeno tem diversas propriedades físicas e mecânicas, que lhe possibilitam responder à carga e à deformação, permitindo que suporte altas cargas tênseis. As propriedades mecânicas do colágeno incluem elasticidade, que é a habilidade de recuperar o comprimento inicial após o alongamento; viscoelasticidade, que permitem um lento retorno ao comprimento e à forma normais após a deformação; e plasticidade, que possibilita a mudança permanente ou a deformação. As propriedades físicas incluem relaxamento ao estresse, que indica a diminuição da força necessária para manter um tecido em uma determinada quantidade de alongamento ou deformação ao longo do tempo; creep, que é a capacidade de um tecido deformar-se ao longo do tempo enquanto uma carga constante é imposta; e histerese, que é a quantidade de relaxamento que ocorre em um tecido durante a deformação e o alongamento. Caso as limitações mecânicas e físicas do tecido conectivo sejam ultrapassadas, o resultado será a lesão.

Tipos de tecido conectivo

Há vários tipos de tecido conectivo. O tecido conectivo fibroso é composto de fibras fortes de colágeno, que unem os tecidos. Há dois tipos de tecido conectivo fibroso. O tecido conectivo denso, que é composto basicamente por colágeno e é encontrado nos tendões, nas fáscias, nas aponeuroses, nos ligamentos e nas cápsulas articulares. Os tendões conectam os músculos ao osso. A aponeurose é um tendão fino como uma folha de papel. A fáscia é uma fina membrana de tecido conectivo que circundo músculos e tendões específicos ou grupos musculares. Os ligamentos ligam os ossos entre si. Todas as articulações sinoviais são circundadas por uma cápsula articular, que é um tipo de tecido conectivo semelhante a um ligamento. A direção das fibras colágenas nos ligamentos e nas cápsulas articulares é menos paralela do que nos tendões.

O tecido conectivo frouxo forma vários tipos de membranas finas presentes embaixo da pele, entre os músculos e entre os órgãos. O tecido adiposo é uma forma especializada de tecido conectivo frouxo, que armazena gordura, separa e atua de forma a absorver impactos. O suprimento sangüíneo para o tecido conectivo fibroso é relativamente baixo, portanto, a recuperação e o reparo da lesão são processos lentos.

A cartilagem é um tipo de tecido conectivo rígido que oferece apoio e reveste várias estruturas. É composta de células denominadas condrócitos localizadas em pequenas câmaras denominadas lacunas, completamente circundadas por uma matriz intracelular. A matriz é composta de diversas proporções de colágeno e elastina e de uma substância fundamental amorfa composta por proteoglicanos e glicosaminoglicanos, que são moléculas de proteína não-fibrosa. Os proteoglicanos atuam como esponjas e retêm grandes quantidades de água, o que permite que a cartilagem retorne à forma inicial após ter sido comprimida. A cartilagem recebe pouco suprimento sangüíneo; desse modo, a recuperação após a lesão é muito lenta.

O osso é um tipo de tecido conectivo composto de células vivas e de minerais depositados em uma matriz. Cada osso é constituído por três componentes principais. A epífise que é uma porção mais larga em cada extremidade do osso que se articula como outro osso adjacente. Cada uma das superfícies articulares é coberta por cartilagem articular e hialina. A diáfise é o eixo do osso. A placa epifisária ou placa de crescimento é o principal sítio de crescimento e alongamento ósseo. Depois que o crescimento ósseo cessa, a placa ossifica-se e forma a linha epifisária. Com exceção das superfícies articulares, o osso é totalmente confinado pelo periósteo, um tecido fibroso rígido, altamente vascularizado e inervado. O osso é rico em suprimento sangüíneo, o que certamente facilita o processo de recuperação após a lesão. Ele desempenha as funções de suporte, movimento e proteção. Além disso, armazena e libera cálcio no fluxo sangüíneo e produz glóbulos vermelhos.


O QUE É LESÃO

A lesão é caracterizada por uma alteração ou deformidade tecidual diferente do estado normal do tecido, que pode atingir vários níveis de tecidos, assim como os mais variados tipos de células. As lesões ocorrem em função de um desequilíbrio fisiológico ou mecânico, por trauma direto ou indireto, por uso excessivo de um determinado gesto motor, ou até por gestual motor realizado de forma incorreta.

No caso da população atlética, as lesões envolvem mais comumente o sistema musculoesquelético e, mais raramente o sistema nervoso. As lesões primárias são quase sempre descritas na medicina esportiva como sendo de natureza crônica ou aguda, resultantes de forças macrotraumáticas ou microtraumáticas. As lesões classificadas como microtraumáticas ocorrem em decorrência do trauma agudo e produzem dor e incapacidade imediatas. As lesões macrotraumáticas incluem fraturas, luxações, subluxações, entorses, distensões e contusões. As lesões microtraumáticas são geralmente denominadas lesões por excesso de uso (overuse) e são resultantes da sobrecarga repetitiva ou de uma mecânica gestual motora incorreta, relacionada ao treinamento contínuo ou à competição. As lesões microtraumáticas incluem tendinite, tenossinovite, bursite, etc. A lesão secundária é, essencialmente, a resposta inflamatória ou hipóxia secundária que ocorre em razão da lesão primária.


TIPOS DE LESÕES E OS TECIDOS MAIS LESIONADOS

As lesões podem ser ósseas, musculares, ligamentares ou articulares. As lesões podem ser internas e/ou externas; causadas por trauma direto ou indireto. Vejamos a seguir algumas das lesões mais comuns no esporte e os tecidos mais afetados por essas determinadas lesões.

As lesões ligamentares são comumente relacionadas ao entorse ligamentar. Um entorse envolve dano a um ligamento que fornece suporte a uma articulação. O ligamento é uma faixa de tecido rígido, relativamente inelástico, que liga um osso a outro. Os ligamentos podem ser espessamentos da cápsula articular como também podem ser faixas totalmente separadas da cápsula. Os ligamentos são formados por tecido conectivo denso, disposto em feixes paralelos de colágeno compostos por fileiras de fibroblastos. Embora os feixes estejam dispostos em paralelo, isso não ocorre a todas as fibras colágenas.

Sua função primária é tripla: proporcionar estabilidade a uma articulação, controlar a posição de um osso em relação a outro durante o movimento articular normal e fornecer informação proprioceptiva ou o senso posicional articular das terminações nervosas livres ou dos mecanoreceptores localizados no ligamento.

Os ligamentos e os tendões são muito semelhantes em sua estrutura. Porém, os ligamentos são geralmente mais achatados do que os tendões; e as fibras colágenas no ligamento são mais compactas. O posicionamento anatômico dos ligamentos determina, parcialmente, os movimentos que podem ser feitos por uma articulação.

Se estresses forem aplicados a uma articulação que forcem o movimento além de seus limites ou planos de movimento normais, é provável que ocorra lesão ao ligamento. A gravidade do dano ao ligamento é classificada de diferentes maneiras; entretanto, o sistema mais comumente usado envolve três classes (graus) de entorse ligamentares:

Entorse de 1º Grau: Existe algum estiramento ou talvez ruptura das fibras ligamentares, com pouca ou nenhuma instabilidade articular. Dor branda, pouco edema e rigidez articular podem ser observados.
Entorse de 2º Grau: Existe certa ruptura e separação das fibras ligamentares e instabilidade moderada da articulação. Dor de moderada a aguda; edema e rigidez articular devem ser esperados.
Entorse de 3º Grau: Existe ruptura total do ligamento, manifestada primariamente por grande instabilidade articular. Pode haver dor aguda no início, seguida por pouca ou nenhuma dor, devido à ruptura total das fibras nervosas. O edema pode ser volumoso e, desse modo, a articulação tende a tornar-se muito rígida algumas horas após a lesão. Um entorse de terceiro grau com instabilidade acentuada geralmente requer alguma forma de imobilização durante várias semanas. A força que produz a lesão ligamentar costuma ser tão grande que outras estruturas ligamentares ao redor da articulação também podem ser lesadas. Em casos nos quais ocorre lesão em múltiplas estruturas articulares o reparo cirúrgico ou a reconstrução podem ser necessários para corrigir a instabilidade.

As lesões ósseas são caracterizadas geralmente por fraturas, que são lesões extremamente comuns entre a população atlética. Podem ser classificadas, de modo geral, como aberta ou fechadas. A fratura fechada envolve pouco ou nenhum deslocamento dos ossos e, portanto, pouca ou nenhuma ruptura do tecido mole. A fratura aberta, por outro lado, envolve deslocamento suficiente das extremidades fraturadas para que o osso rompa de fato as camadas cutâneas e abra caminho para a pele. Ambas as fraturas podem ser relativamente graves se não forem tratadas adequadamente. No entanto existe maior possibilidade de infecção em uma fratura aberta. As fraturas são consideradas completas quando o osso é quebrado em no mínimo dois fragmentos; são denominadas incompletas, quando não se estendem completamente pelo osso.

Dentre as diferentes fraturas que podem ocorrer estão as em galho verde, transversas, oblíquas, espirais, cominutivas, por compressão, por avulsão e por estresse.

As lesões articulares são muito relacionadas a danos à cartilagem. A osteoartrose é um distúrbio degenerativo do osso é da cartilagem na articulação e em torna dela. A artrite deve ser definida basicamente como um distúrbio inflamatório com possível destruição secundária. A artrose é um processo degenerativo com destruição da cartilagem, remodelação do osso e possíveis componentes inflamatórios secundários.

A osteofitose ocorre quando um osso procura aumentar sua área de superfície para diminuir as forças de contato. Normalmente, as pessoas descrevem esse crescimento como “esporões ósseos” ou “bico de papagaio”. A condromalacia é a transformação não progressiva da cartilagem, com superfícies irregulares e de áreas de amolecimento.

Outros tipos de lesões que envolvem as articulações são a luxação e a subluxação, que são, respectivamente, o afastamento de duas superfícies articulares, mantendo-se afastadas no primeiro caso, e voltando a posição inicial no segundo.

Em atletas e praticantes de atividades físicas regulares, algumas articulações podem ser mais suscetíveis a uma resposta parecida com a osteoartrose. A proporção do peso corporal em repouso sobre a articulação, a distensão da unidade musculotendinosa e qualquer força externa importante aplicada sobre a articulação são fatores de predisposição. Uma mecânica articular alterada, causada por frouxidão ou por traumas anteriores, são também fatores a serem considerados.

As lesões musculares são classificadas: quanto à ação, que pode ser direta (mais comum em esportes de contato), ou indireta (comuns em esportes individuais); quanto à funcionalidade, que podem ser parciais, onde o músculo perde força mais ainda consegue se contrair, ou podem ser totais, quando a mobilidade articular e força muscular, podem ser nulas, ou seja, o músculo não se contrai mais; e, quanto ao agente agressor, que pode ser traumática, exemplos, estiramento ou distensão (quando uma unidade musculotendinea é excessivamente estirada ou forçada a se contrair contra uma resistência excessiva, excedendo seus limites de extensibilidade ou capacidade tênsil); contusão (é uma lesão por compressão, causada por trauma direto que resulta em ruptura capilar, sangramento e resposta inflamatória); e laceração (onde há perda do tecido muscular); ou podem ser não-traumáticas, tipo cãibra (dor gerada por motivos ainda não esclarecidos cientificamente, que diminui a capacidade funcional da musculatura gerando dor, espasmo e perda de força) e dor muscular tardia (dor resultante de um exercício intenso ou realizado pela primeira vez, que gera um ruptura tecidual, gerando microlesões nas fibras musculares e desencadeia um processo inflamatório, causando a dor muscular).

As causas mais comuns das lesões musculares são: excesso de treinamento; falta de controle nas tensões de exercícios e alongamentos; gestual motor (técnica) indevido nos exercícios e alongamentos; carência de exercícios de alongamento compensatórios após os exercícios físicos; excesso de força e insuficiência de flexibilidade, ou fraqueza com muita flexibilidade; excesso de exercícios, tanto de força quanto de alongamento, em músculos fracos, particularmente naqueles que suportam estruturas de apoio; excesso de exercícios de força isoladamente em grupos musculares com encurtamento; dispensa de aquecimento antes do treinamento e retorno ao treinamento antes da cura total de uma lesão.

Conseqüência das lesões Musculares

As lesões danificam a estrutura do retículo sarcoplasmático (endomísio, perimísio e epimísio), fáscias e tendões; são estas estruturas que compõem o interior dos músculos, assim como seus revestimentos e suas junções com os ossos. As lesões rompem o retículo sarcoplasmático interferindo no metabolismo do cálcio, que é responsável pela contração muscular.

As lesões diminuem a capacidade de contração muscular devido à degradação de proteína. Assim como também diminuem a capacidade de relaxamento e alongamento das fibras musculares por ocasionar espasmos dos músculos tônicos.

As lesões provocam dor muscular tardia, rigidez e desconforto. As lesões do sistema muscular podem afetar a propriocepção neuromuscular de uma área produzindo danos funcionais ao invés de danos estruturais. A estrutura pode estar intacta numa avaliação estática, mas com disfunção nos movimentos.


OVERTRAINING E AS LESÕES (OVERUSE)

A síndrome de supertreinamento (overtraining) representa muito mais que a simples incapacidade a curto prazo de treinar com a mesma intensidade habitual ou uma ligeira queda no desempenho em nível de competição. Pelo contrário, envolve fadiga crônica experimentada durante as sessões de exercícios e nos períodos subseqüentes de recuperação.

Entre os diversos sintomas que o excesso de treinamento apresenta, estão as infecções freqüentes, taxações de fadiga persistentemente altas, funções imunes alteradas (deficientes), alterações agudas e crônicas nas respostas dos processos inflamatórios. Ou seja, vários fatores que predispõe um indivíduo a lesões, principalmente as lesões funcionais.

As lesões corporais (musculares, ósseas, articulares e ligamentares) ocorrem com mais freqüência no estado de supertreinamento, devido a um estresse maior destas regiões por uso excessivo. E talvez, também, por períodos de recuperação inadequados. A participação em treinamentos adequados e eficientes, a alimentação e o repouso apropriados podem minimizar os efeitos potencialmente negativos do excesso de treinamento.

Entre todos os problemas causados por overuse (excesso de uso) e relacionados à atividade física, a tendinite é o mais comum. Tendinite é um termo abrangente que pode descrever muitos distúrbios patológicos diferentes de um tendão. Trata-se, essencialmente, de qualquer resposta inflamatória dentro do tendão, sem inflamação do paratendão. Durante a atividade muscular, o tendão deve mover-se ou deslizar sobre outras estruturas ao seu redor sempre que o músculo se contrair. Caso um movimento específico seja realizado repetidamente, o tendão fica irritado e inflamado. Essa inflamação manifesta-se pela dor durante o movimento, por edema, possivelmente algum aquecimento e geralmente crepitação (estalido semelhante ao som produzido por esfregar o cabelo sobre os dedos próximos à orelha).

O segredo para tratar a tendinite, assim como qualquer processo de overuse, é o repouso. Caso o movimento repetitivo que causa irritação ao tendão seja eliminado, as chances são de que o processo inflamatório permita que o tendão se recupere. Medicamentos antiinflamatórios e modalidades terapêuticas também ajudam na recuperação da resposta inflamatória.


TIPOS DE LESÕES MAIS COMUNS RELACIONADAS AOS SEGMENTOS CORPORAIS


OMBRO

Qualquer estudo relacionado ao ombro deve fundamentar-se no fato de que se está tratando de duas estruturas anatômicas distintas: a cintura escapular e a articulação do ombro. A cintura escapular consiste dos ossos da clavícula e da escápula, e a articulação do ombro é formado pelos ossos da escapulo e do úmero.

A articulação do ombro é uma região muito suscetível a lesões por esporte, isto acontece devido a sua organização anatômica e a quantidade de movimentos realizados sobre essa articulação. Entre as lesões mais comuns nesta articulação destacamos as:

- entorses da articulação esternoclavicular
- entorses da articulação acromioclavicular
- luxações/ instabilidades glenoumerais
- síndrome do impacto do ombro
- tendinite e rupturas do manguito rotador

COTOVELO E ANTEBRAÇO

O cotovelo e o antebraço são compostos por três ossos: o úmero, a ulna e o rádio. Juntos , eles formam quatro articulações, três na extremidade proximal do antebraço (umeroradial, umeroulnar e radiulnar proximal) e uma na extremidade distal do antebraço (radiulnar distal). O úmero, a ulna e o rádio se encontram para formar a estrutura comumente conhecida como cotovelo; a ulna e o rádio formam o antebraço. A extremidade distal do úmero fornece os encaixes ósseos para os tecido moles que ligam o braço ao antebraço, formando a articulação do cotovelo.

Dentre as lesões mais comuns nestas estruturas podemos citar:

- fraturas do cotovelo
- lesões no ligamento colateral ulnar
- compressão nervosa
- luxações do cotovelo
- epicondilite medial e lateral

PUNHO E MÃO

O punho e a mão são estruturas complexas formadas por vários ossos, ligamentos, articulações e músculos. E entre as lesões que mais acometem estas estruturas devido a treinamento físico e os desportos estão:

- síndrome do túnel do carpo
- luxação das articulações dos dedos

QUADRIL, VIRILHA E COXA

Qualquer discussão a respeito do quadril deve incluir os ossos da pelve e da coxa e os músculos da coxa, bem como os ligamentos e os músculos do quadril. Lembrando que vários dos músculos que atravessam a articulação do quadril também atravessam a articulação do joelho. Assim as várias lesões que acometem estas estruturas devem ser analisadas minuciosamente a fim de descobrir o real local da lesão. E entre as lesões mais comuns estão:

- contusão da crista ilíaca
- síndrome do piriforme (ciática)
- bursite trocantérica
- bursite isquiática
- bursite iliopectínea
- síndrome de estalido do quadril
- distensões do flexor da virilha e do quadril
- luxação do quadril
- distensão dos isquiotibiais
- fraturas por estresse do fêmur
- distensão do quadríceps
- contusão do quadríceps
- miosite ossificante

JOELHO

A articulação do joelho é a maior do corpo. Uniaxial e sinovial, geralmente chamada de articulação dobradiça. Na realidade, a articulação do joelho não é uma verdadeira articulação dobradiça e sim uma articulação modificada, pelo fato da a tíbia (osso distal) deslizar ao redor da extremidade distal do fêmur (osso proximal). O movimento se desenvolve em um único plano (sagital), sobre um eixo mutante. Em cada grau de movimento, no plano sagital, o eixo látero-lateral é alterado.

Ainda que a articulação do joelho pareça ser bem construída estruturalmente, ela não foi feita para suportar muita sobrecarga imposta por certas atividades atléticas. Ao examinarmos a sua anatomia, evidenciamos casos comuns de sobrecarga excessiva, que predispõem os praticantes de atividades físicas a lesões. Dentre elas as mais comuns, são:

- entorse do ligamento colateral medial
- entorse do ligamento colateral lateral
- entorse do ligamento cruzado anterior
- entorse do ligamento cruzado posterior
- lesões de menisco
- síndrome do estresse femoropatelar
- condromalacia patelar
- subluxação ou luxação patelar aguda
- tendinite patelar (joelho de saltador)
- bursite
- plica patelar

PERNA, TORNOZELO E PÉ

Podemos comparar esta tríade à do complexo superior (antebraço, punho e mão), porém neste caso devemos levar em consideração que o complexo inferior é responsável pela sustentação de carga (o peso corporal) e absorve a força aplicada a cada passo, sendo esta altamente elevada quando em situações de atividades físicas, principalmente as que envolvem a corrida.

Entre as lesões mais comuns nestas estruturas podemos citar:

- fraturas tibiais e fibulares
- distensões musculares
- síndrome do estresse tibial medial
- tendinite do tendão de Aquiles
- ruptura do tendão de Aquiles
- bursite retrocalcaneal
- entorses do tornozelo (entorse em inversão e entorse em eversão)
- fraturas e luxações no tornozelo
- subluxação e luxação dos tendões dos fibulares
- tendinite
- Excesso de pronação e/ou supinação
- fraturas por estresse no pé
- fascite plantar
- hálux valgo (joanete)
- síndrome do túnel do tarso

COLUNA

A coluna vertebral consiste de um empilhamento de 33 ossos, chamados vértebras. Os ossos são mantidos juntos por ligamentos e músculos, com discos cartilaginosos. Ao longo da coluna vertebral podemos verificar que as vértebras são divididas em 5 grupos distintos, cada grupo possuindo um curvatura e funções especificas. A coluna esta relacionada com a função de sustentação do nosso corpo em posição ortoestática (em pé) e esta sujeita a sofrer muitos distúrbios e lesões, como:

- lombalgia
- distensões musculares
- distensão do piriforme
- distensão do quadrado lombar
- dor miofascial e pontos-gatilho
- síndrome de hipermobilidade (espondilólise/ espondilolistese)
- disfunção na articulação sacroilíaca
- entorse cervical
- entre outras.


COMO PREVINIR AS LESÕES

As lesões podem ocorrer por fatores intrínsecos ou extrínsecos, por microlesões musculares cumulativas, por uso excessivo de um mesmo movimento, por má postura ao longo dos anos, e outros fatores predisponentes, como:

- fatores intrínsecos: desvios posturais; desequilíbrio na força muscular; falta ou excesso de arco de movimento articular; déficit no equilíbrio estático, semidinâmico ou dinâmico; morfologia constitucional (características ósseas individuais); gestual motor com mecânica incorreta; e idade.
- fatores extrínsecos: superfície de treinamento; calçados; equipamentos; métodos de treinamento. Sobrecarga excessiva no volume e/ou na intensidade.

Existem cinco campos de atuação quando o assunto é lesão, e cada campo pode ser ocupado por diferentes profissionais. O profissional de educação física atua no campo da prevenção, que é o primeiro; o fisioterapeuta desportivo, e o professor de educação física que tenha conhecimentos da fisioterapia, assim como o médico ortopedista, que atuam no segundo campo, que é a intervenção imediata após a lesão; o fisioterapeuta atua no terceiro e quarto campo, o de ação curativa e a reintegração do atleta as atividades físicas, respectivamente; e o fisioterapeuta e o professor de educação física irão atuar no ultimo campo, que é o retorno às atividades físicas diárias e as competições.

Para evitar as lesões, deve-se adotar medidas preventivas durante o treinamento. Tais medidas incluem treinar visando aumentar a força muscular, assim como a resistência e a potência muscular; o equilíbrio, tanto estático, quanto o semidinâmico e o dinâmico; o controle neuromuscular; o a flexibilidade, que ainda é um assunto muito controverso, pois a maioria dos profissionais (professores de Educação Física e fisioterapeutas esportivos) concordam que a boa flexibilidade é essencial para o sucesso no desempenho físico, embora suas idéias baseiem-se primariamente na observação, em vez de pesquisas cientificas. Do mesmo modo, esses profissionais acreditam que a manutenção da boa flexibilidade é importante na prevenção da lesão na unidade músculotendinosa e, geralmente, insistem em incluir os exercícios de alongamento como parte do aquecimento, antes de atividades extenuantes, o que pode aumentar o risco de lesão. No entanto, não existem evidências cientificas que comprovem essa hipótese.

A flexibilidade é específica para determinada articulação ou movimento. Uma pessoa pode ter boa amplitude de movimento nos tornozelos, joelhos, quadris e coluna lombar, e em uma outra articulação não ter o movimento normal, o que poderia acarretar riscos de lesões, se esse individuo praticar exercícios que envolvam essa articulação. Esse é um problema que precisa ser corrigido para que a pessoa possa apresentar uma função normal da articulação no que diz respeito à flexibilidade.

Outro fato que deve ser observado é quanto à forma de treinamento, para que este não aconteça de maneira inadequada, tanto quanto ao seu volume, quanto a sua intensidade, devendo haver uma periodização do treinamento para que não haja problemas do tipo: overtraining ou a síndrome de overuse. Assim como também devemos atentar muito para a forma de execução das atividades, para que o uso abusivo de um gestual motor incorreto não gere lesões.


COMPREENDENDO O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

Os programas de reabilitação devem basear-se na duração do processo de recuperação. O fisioterapeuta deve conhecer profundamente a seqüência das várias fases desse processo. As respostas fisiológicas dos tecidos ao trauma seguem uma seqüência e ocorrem em um período de tempo previsível. Decisões sobre quando e como alterar o processo do programa de reabilitação devem basear-se no reconhecimento dos sinais e sintomas, assim como na fase em que o processo de recuperação se encontra.

O processo de recuperação é constituído pelas fases de resposta inflamatória, reparo fibroblástico e maturação-remodelação. Deve-se salientar que, embora essas fases sejam apresentadas como três entidades distintas, o processo de recuperação é uma série contínua. Elas sobrepõem-se umas às outras e não apresentam pontos definidos de início e conclusão.

Depois que o tecido é lesado, inicia-se imediatamente o processo de recuperação. A destruição do tecido produz lesão direta nas células de vários tecidos moles. A lesão celular leva a uma alteração metabólica e à liberação de matérias que iniciam a resposta inflamatória. Caracteriza-se sintomaticamente por vermelhidão, edema, dor à palpação e aumento de temperatura. Essa fase inflamatória inicial é critica para todo o processo de recuperação. Caso essa resposta não realize o que se espera dela ou, caso não ceda, a recuperação normal não ocorre.

A inflamação é o processo pelo qual leucócitos e outras células fagocitárias e exudatos são levados ao tecido lesado. Essa reação celular é geralmente protetora e tende a localizar ou desfazer-se dos subprodutos da lesão (por exemplo, sangue e células danificadas) através da fagocitose, estabelecendo assim um cenário para o reparo. Nessa fase, ocorrem efeitos vasculares locais, distúrbios na troca de fluídos e migração de leucócitos do sangue para os tecidos.

Deve-se diferenciar a resposta inflamatória aguda, conforme descrito acima, e a inflamação crônica. A inflamação crônica ocorre quando a resposta inflamatória aguda não elimina o agente causador da lesão e não restaura o tecido à sua condição fisiológica normal. A inflamação crônica envolve a substituição de leucócitos por macrófagos, linfócitos e células de plasma. Essas células acumulam-se em uma matriz de tecido conectivo frouxo, altamente vascularizado e inervado na área da lesão.

Os mecanismos específicos que convertem uma resposta inflamatória aguda em uma resposta inflamatória crônica são até hoje desconhecidos. Entretanto, parecem estar relacionados com situações que envolvem o overuse ou sobrecarga em virtude de microtraumas cumulativos em uma estrutura específica. Do mesmo modo, não existe um prazo de tempo específico no qual a inflamação deixa de ser aguda para se tornar crônica. Parece que a inflamação crônica é resistente tanto ao tratamento físico como ao farmacológico.


QUAL O TRATAMENTO PARA LESÕES E A QUEM DEVEMOS PROCURAR

A abordagem da reabilitação é consideravelmente diferente no cenário da medicina esportiva se comparada à maioria dos outros cenários de reabilitação. A natureza dos praticantes de atividades físicas traz a necessidade de uma abordagem agressiva na reabilitação. O objetivo é retornar à atividade, com segurança, o mais cedo possível.

Felizmente, poucas são as lesões no cenário esportivo que oferecem risco de vida. A maioria das lesões não é grave e permite uma reabilitação rápida. Quando ocorrem lesões, atenção do fisioterapeuta esportivo transfere-se da prevenção para o tratamento e a reabilitação. No cenário da medicina esportiva o fisioterapeuta assume, geralmente, a responsabilidade primária pela criação, implementação e supervisão do programa de reabilitação para o individuo lesado. Uma vez que este individuo tenha passado por um médico, na maioria dos casos, um ortopedista, e este tenha diagnosticado com precisão o tipo de lesão a qual deve ser tratada.

As decisões sobre quando e como alterar ou avançar no programa de reabilitação devem basear-se no processo de recuperação da lesão. O fisioterapeuta, responsável pela supervisão do programa de tratamento e reabilitação, precisa ter a mais completa compreensão da lesão, inclusive como ela ocorreu, quais as principais estruturas anatômicas afetadas, o grau ou classificação do trauma e o estágio ou fase de recuperação da lesão. Assim como também deve ter compreensão profunda da seqüência e da duração das diversas fases da recuperação e deve saber que determinados eventos fisiológicos precisam ocorrer durante cada uma delas.

O objetivo principal do fisioterapeuta é possibilitar que o individuo possa retornar as atividades normais, com segurança e rapidez. E para que isso aconteça é necessário passar por vários componentes básicos do programa de reabilitação. Esses componentes também podem ser considerados como objetivos a curto prazo, e devem incluir: prestar os primeiros socorros adequados e imediatamente após a lesão para limitar ou controlar o edema; reduzir ou minimizar a dor; restaurar a amplitude total de movimento; restaurar e aumentar a força, resistência e potencia muscular; restabelecer o controle neuromuscular; melhorar o equilíbrio; manter a capacidade cardiorespiratória; e incorporar progressões funcionais adequadas.

Quando uma articulação ou outra estrutura anatômica são prejudicadas por uma lesão, a biomecânica normal é comprometida. Ocorrem mudanças adaptativas que alteram a maneira pela qual várias forças atuam coletivamente sobre aquela articulação para produzir o movimento. Portanto, a biomecânica do movimento articular é modificada como resultado da lesão.


A melhora, ou a restauração, da amplitude de movimento é um objetivo importante em qualquer programa de reabilitação. Algumas atividades esportivas requerem níveis relativamente “normais” de flexibilidade, porém, algumas outras atividades exigem flexibilidade acima da média. O atleta com amplitude de movimento restrita tem, provavelmente, suas capacidades de desempenho diminuídas. A falta de flexibilidade também pode resultar em padrões de movimento descoordenados ou inadequados.

O desenvolvimento da força, resistência e potencia muscular é um componente essencial de qualquer programa de treinamento e condicionamento físico para atletas e praticantes de atividades físicas. Do ponto de vista do fisioterapeuta esportivo que supervisiona o programa de reabilitação, recuperar e, em muitos casos, melhorar os níveis de força, resistência e potência é primordial não só para conquistar um nível de condicionamento ótimo, mas também para fazer com que o indivíduo volte a um nível funcional após a lesão.

O restabelecimento do controle neuromuscular é um componente primordial para a reabilitação de articulação patológicas. O objetivo das atividades que envolvem controle neuromuscular é integrar as sensações periféricas com relação às cargas sobre as articulações e processar esses sinais em respostas motoras coordenadas. Essa atividade muscular serve para proteger as estruturas articulares das tensões excessivas e para fornecer um mecanismo profilático à reincidência da lesão. As atividades que envolvem o controle neuromuscular destinam-se a complementar os protocolos tradicionais de reabilitação, que abrangem a modulação da dor e da inflamação, além de recuperar a flexibilidade, a força e a resistência.

O equilíbrio conclui mais uma das bases de atenção ao qual o processo de tratamento e reabilitação envolvem. Embora a manutenção do equilíbrio na posição em pé possa parecer uma habilidade motora bastante simples para atletas sadios, essa façanha não pode ser menosprezada em um atleta com disfunção musculoesquelética. Fraqueza muscular, alterações na acuidade proprioceptiva e na amplitude de movimento (ADM) podem desafiar a capacidade do atleta em manter seu centro de gravidade dentro da base de sustentação corporal, ou seja, podem fazer com que o individuo perca o equilíbrio.

O equilíbrio é o componente mais importante para seleção de estratégias de movimento em cadeia cinética fechada (posição na qual pelo menos um dos pés ou uma das mãos estão em contato com alguma superfície). A adoção de estratégias eficazes para a manutenção do equilíbrio é, portanto, essencial para o desempenho esportivo. Embora o equilíbrio seja freqüentemente considerado um processo estático, é, na verdade, um processo dinâmico que envolve vias neurológicas múltiplas. O termo equilíbrio postural refere-se ao alinhamento dos segmentos articulares necessário para manter o centro de gravidade dentro dos limites máximos da estabilidade.

Apesar de estar no fim da lista de objetivos relacionados com os exercícios terapêuticos, a manutenção do equilíbrio é um componente vital para a reabilitação de lesões articulares e não deve ser negligenciada. A reabilitação ortopédica sempre enfocou a mecânica articular isolada, como a melhora da ADM e da flexibilidade e o aumento da força e resistência muscular, e não as informações aferentes, obtidas pelas articulações, e que devem ser processadas pelo sistema de controle postural. Porém, mais recentemente, as pesquisas na área da propriocepção e sinestesia têm destacado a necessidade de treinar o sistema nervoso articular. O senso posicional articular, a propriocepção e a sinestesia são vitais para todas as atividades esportivas, mas especialmente para aquelas que requerem equilíbrio. Assim, os protocolos de reabilitação atuais concentram-se mais nos exercícios em cadeia cinética fechada, e o treinamento de equilíbrio está recebendo mais atenção na comunidade de medicina desportiva.


CONCLUSÃO

Ao final deste estudo concluímos que ao realizar atividades físicas, devemos nos preocupar com uma série de fatores que vai desde o nosso condicionamento físico atual até o mínimo detalhe na execução do gestual motor correto para a pratica de um determinado exercício. Que é importante respeitar os princípios do treinamento desportivo para evitar lesões por excesso de uso ou uso inadequado do nosso corpo, e que devemos procurar sempre um professor de educação física para nos orientar em relação à atividade física, assim como devemos escutar o nosso corpo a qualquer sintoma de dor ou desconforto, e procurar um médico ou fisioterapeuta, ou até o próprio professor, e comunicar, através de um relato sincero o sinais e sintomas que estamos sentindo. Desta forma estaremos nos precavendo do risco de ser acometido por uma lesão, e poderemos atuar de forma preventiva para fortalecer ainda mais o nosso corpo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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GANN, Nancy. Ortopedia: guia de consulta rápida para fisioterapeutas: distúrbios, testes e estratégias de reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

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SAFRAN, Marc R. et al. Manual de Medicina Esportiva. São Paulo: Manole, 2002.

PRENTICE, Willian E. Técnicas de Reabilitação em Medicina Esportiva. 3.ed. São Paulo: Manole, 2002.



Por
Raphael Lorete
CREF 9576-G/RJ
Graduado em Educação Física
Pós-Graduado em Musculação e Personal Trainner

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