UMA REVISÃO DA LITERATURA
Paulo de Tarso Veras FARINATTI *
RESUMO
A flexibilidade é um componente importante da aptidão física, podendo ser definida como a
maior amplitude fisiológica de movimento para a execução de um gesto qualquer. Contudo, falta consenso
científico quanto à sua importância relativa para a prática esportiva. O objetivo do estudo foi efetuar uma
revisão da literatura especializada sobre as relações entre flexibilidade e esporte. Foram abordados os
seguintes pontos: perfis de flexibilidade nas modalidades esportivas, influência na aprendizagem do esporte e
relação com as lesões esportivas. Os resultados das pesquisas revelaram-se conflitantes para diferentes
amostras em modalidades diversas. Em suma, o exame dos dados disponíveis indica que: a) parecem ser
necessários níveis mínimos de flexibilidade para o desempenho esportivo, ainda que seja extremamente
difícil determiná-los; b) padrões específicos de movimento acarretam manifestações particulares de
flexibilidade, que são coerentes com as demandas da atividade. A associação da flexibilidade com o
desempenho depende do esporte praticado. Assim, níveis altos de flexibilidade não são, necessariamente, os
mais favoráveis em todas as modalidades esportivas; c) não é possível estabelecer com clareza a influência da
flexibilidade na incidência de lesões no esporte. As lesões decorrem de fatores múltiplos, o que limita as
possibilidades de isolamento do efeito independente da flexibilidade. Logo, a despeito do senso comum de
que o treinamento da flexibilidade previne lesões, não se podem fazer afirmativas conclusivas neste sentido.
UNITERMOS: Flexibilidade; Mobilidade articular; Treinamento; Antropometria; Lesão.
INTRODUÇÃO
* Instituto de Educação Física e Desportos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Flexibilidade pode ser definida, de
forma operacional, como uma “... qualidade motriz
que depende da elasticidade muscular e da
mobilidade articular, expressa pela máxima
amplitude de movimentos necessária para a
perfeita execução de qualquer atividade física
eletiva, sem que ocorram lesões anátomopatológicas”
(Pavel & Araújo, 1980 citado por
Araújo, 1983, p.7).
Sua identificação com aspectos da
aptidão física é antiga, e até certo ponto popular
(Holland, 1968). Durante muito tempo, porém, o
interesse científico no assunto permaneceu
praticamente restrito à descrição de algumas
síndromes clínicas (Corbin & Noble, 1980;
Araújo, 1987). Apenas a partir da segunda
metade do século XX passou-se a estudar a
flexibilidade de forma sistemática, como um
componente importante da aptidão física
referenciada à saúde e ao desempenho
(Farinatti & Monteiro, 1992). Hoje é bem aceita
a idéia de que níveis mínimos de amplitude
articular são necessários para uma boa
qualidade de vida.
Dessa forma, a flexibilidade vem
sendo incorporada cada vez mais às discussões
sobre atividade física de maneira geral.
Dificilmente é encontrada alguma proposta de
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prescrição de atividades físicas que não a envolva
em algum momento do trabalho, sejam quais forem
seus objetivos (Clarke, 1975; American College of
Sports Medicine, 1998; Coelho, Teixeira, Pereira
& Araújo, 1998). No que diz respeito ao esporte,
não precisamos de evidências estatísticas e
científicas para imaginarmos que certos tipos de
atividades físicas demandam graus adequados de
flexibilidade para uma boa execução. Há mais que
intuição, todavia, a sustentar o valor de uma boa
amplitude de movimentos para a prática de
atividades esportivas (Holland, 1968; Araújo,
1987, 1999). Uma vez a flexibilidade sendo uma
característica específica para a articulação e o
movimento realizado, cada atividade impõe
exigências particulares ao praticante.
Apesar do consenso em torno desta
afirmativa, os pontos de vista quanto à importância
relativa da flexibilidade para o esporte são muito
divergentes. Em parte, os debates em torno do
assunto resultam da falta de definições e técnicas
de medida universalmente aceitas, das dúvidas que
ainda existem sobre a forma pela qual a
flexibilidade responde à exercitação a longo prazo
e às limitações de ordem metodológica de muitos
dos estudos que vêm sendo publicados (Gleim &
McHugh, 1997).
Isto posto, o presente texto tem por
objetivo realizar uma breve revisão da literatura no
que se refere às relações recíprocas entre
flexibilidade e a atividade esportiva, apontando as
concordâncias e realçando os pontos sobre os quais
as pesquisas não oferecem respostas conclusivas.
PERFIS DE FLEXIBILIDADE NO ESPORTE
Cureton (1941) foi um dos
pesquisadores pioneiros no estabelecimento das
relações entre flexibilidade e aptidão física no
esporte, alertando para o fato de que atletas em
geral seriam mais flexíveis que a média da
população de não atletas. Desde então, buscam-se
estabelecer a natureza dessas relações, com
resultados controversos. Duas razões contribuem
para a diversidade e, podemos afirmar, uma certa
carência de dados neste tópico: a) disponibilidade
limitada de atletas de elite para os estudos; b)
métodos de avaliação não padronizados na
determinação da flexibilidade.
Outra complicação é o fato de que o
esporte de competição é muito abrangente,
englobando modalidades associadas a perfis muito
diferentes nos aspectos da aptidão referenciada ao
desempenho. Enquanto o desempenho de
corredores de longa distância e nadadores pode
depender significativamente de sua potência
aeróbia máxima, em modalidades como o judô ou
luta greco-romana a força e potência muscular
seriam mais importantes, enquanto na ginástica e
nado sincronizado a flexibilidade é destacada.
Além disso, a expressão ´atleta´ é imprecisa, sendo
utilizada para designar tanto indivíduos com altos
níveis de aptidão física (por exemplo, corredores
de maratona), como sedentários (por exemplo,
praticantes de tiro ao alvo).
Em que pesem estes problemas, a
especificidade das manifestações da flexibilidade
no esporte é apontada por vários estudos isolados.
Talvez um dos estudiosos mais citados seja
Leighton, autor de estudos clássicos sobre a
flexibilidade em diversos contextos. Em dois
destes estudos (Leighton, 1957a, 1957b), o autor
investigou os perfis de flexibilidade de praticantes
de alto nível em setes modalidades esportivas
diferentes (natação, baseball, luta greco-romana,
basquetebol, atletismo, levantamento de peso e
ginástica). Seus resultados demonstraram de forma
inequívoca a especificidade da flexibilidade para a
prática esportiva. Travers & Evans (1976)
chegaram a conclusões similares ao avaliar a
flexibilidade passiva de 29 movimentos em 231
atletas do sexo masculino. Os resultados do estudo
indicaram limitações importantes e específicas para
cada uma das modalidades esportivas testadas.
Recentemente, Araújo (1999)
comparou a flexibilidade (usando o Flexiteste) de
211 atletas de elite (162 homens e 49 mulheres),
com idade entre 15 e 35 anos, praticantes de 11
modalidades masculinas e 7 femininas, com a
flexibilidade de um grupo controle de idade
similar, composto de indivíduos não atletas (286
homens e 284 mulheres). Os resultados indicaram
que, nas modalidades masculinas, atletas de
basquetebol, futebol e judô eram menos flexíveis
que os indivíduos não atletas. Atletas de tênis de
mesa, iatismo e remo tinham flexibilidade
equivalente ao grupo controle, enquanto praticantes
de voleibol de praia, natação, ciclismo e tênis
apresentavam escores superiores. Nas modalidades
femininas, os resultados entre atletas e não atletas
foram similares para o judô, o voleibol e o voleibol
de praia, enquanto atletas de natação, nado
sincronizado e squash exibiram resultados
significativamente superiores. O autor concluiu que
desempenhos de alto nível podem ser alcançados,
em diversas modalidades esportivas, mesmo que o
Flexibilidade e esporte
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perfil de flexibilidade não ultrapasse o da média da
população.
Alguns estudos dedicaram-se à
investigação de esportes específicos, tentando
caracterizar perfis de flexibilidade e o efeito de sua
prática continuada. Gleim (1984) e Oberg,
Ekstrand, Möller & Gillquist (1984) examinaram,
respectivamente, jogadores de futebol americano e
de futebol. No primeiro estudo, demonstrou-se que
os jogadores de linha (responsáveis por romper o
bloqueio da defesa adversária) possuíam menor
flexibilidade de membros superiores (ombro) que
os demais. No segundo estudo, revelou-se que os
goleiros tendem a exibir melhores perfis de
flexibilidade geral que os jogadores de outras
posições. Magnusson, Gleim & Nicholas (1994)
observaram que jogadores de baseball
experimentariam um aumento progressivo da
flexibilidade para a rotação interna e redução para
a rotação externa no ombro do braço de
lançamento, em comparação com o próprio braço
não dominante e o braço dominante de uma
amostra controle.
Möller, Oberg & Gillquist (1985)
investigaram o efeito de uma única sessão de
treinamento de futebol sobre a flexibilidade das
articulações do quadril, joelho e tornozelo,
acusando uma redução significativa que perdurou
até 24 horas. Numa outra perspectiva, Ekstrand &
Gillquist (1982) e Oberg et alii. (1984)
compararam a mobilidade articular de jogadores de
diversas posições, chegando à conclusão de que
não havia associação significativa. Em todos os
casos, porém, a comparação com grupos controle
revelou que existiria um declínio progressivo da
flexibilidade com a prática continuada do futebol.
Esses resultados foram confirmados mais
recentemente por McHugh, Magnusson, Gleim &
Nicholas (1993), propondo que jogadores de
futebol de mais de 30 anos exibiriam perfis
inferiores de flexibilidade estática de tronco,
quadril e membros inferiores, quando comparados
com jogadores mais jovens.
Há, com isso, uma tendência a
considerar-se que a prática do futebol tenda a
reduzir a flexibilidade. Ainda que isso não seja
consensual, estudos comparativos sugerem que a
prática continuada do futebol é, freqüentemente,
associada com níveis de mobilidade articular
abaixo da média de populações não-atléticas em
vários grupos articulares (Travers & Evans, 1976;
Oberg et alii, 1984; Mangine, Noyes & Mullen,
1990; Gleim & McHugh, 1997; Araújo, 1999). De
qualquer forma, tudo indica que a flexibilidade não
seja um componente importante do desempenho no
futebol.
O atletismo é uma esporte com
grande número de estudos relacionados à
flexibilidade. Muitos técnicos indicam a
necessidade de incluí-la nos programas de
treinamento com a finalidade de prevenção de
lesões e melhora do rendimento, ainda que os
resultados publicados sejam algo polêmicos
(McFarlane, 1976). Corbin (1984), por exemplo,
sugere que tipos específicos de flexibilidade podem
melhorar o desempenho no salto em distância,
velocidade de corrida e arremessos. Esclarece
ainda que, entre os fundistas, os estudos tendem a
não apontarem variações de desempenho entre
atletas com diferentes graus de flexibilidade,
apesar disso poder assumir importância maior em
modalidades que exijam transposição de
obstáculos, como no ´steeplechase´. Nelson (1960)
estudou a relação da flexibilidade balística antes do
tiro de 50 jardas (aproximadamente 45 metros), nas
articulações do quadril e tornozelo, não obtendo
efeitos significativos. Dintiman (1964), por outro
lado, usando como aquecimento uma combinação
de trabalho estático de flexibilidade e levantamento
de pesos, relata resultados diametralmente opostos.
Numa outra abordagem, De Vries
(1963) comparou tempo e consumo de oxigênio
nas 100 jardas (cerca de 90 metros), precedidas de
cinco séries de exercícios passivos de flexibilidade.
Não obteve diferenças em relação ao tempo
marcado sem aquecimento. Cummings, Wilson &
Bird (1984) utilizaram a técnica do relaxamento
aliado ao ´feedback´ por eletromiografia, para
determinar seu efeito no desempenho em corridas
de 50 metros em velocidade. Obtiveram tempos
melhores para todos os grupos analisados,
observando, porém, não haver diferenças entre o
método de treinamento da flexibilidade utilizado e
os tradicionais.
Os resultados de De Vries (1963)
foram contestados por dois estudos mais recentes.
Gleim, Stachenfeld & Nicholas (1990) examinaram
a relação entre flexibilidade e o consumo de
oxigênio na marcha e na corrida. Uma vez que a
velocidade ultrapassava os 4,8 km/h, os indivíduos
com piores resultados em 11 medidas de
flexibilidade estática revelaram-se os mais
eficientes, numa taxa de até 12% (r = 0,43, p <
0,001). Craib, Mitchell, Fields, Cooper, Hopewell
& Morgan. (1996), em uma amostra homogênea de
corredores, encontraram resultados semelhantes (r
= 0,53 a 0,65 p<0,05). Os autores tentaram explicar
esses resultados através da menor ativação da
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musculatura auxiliar em indivíduos menos
flexíveis (músculos posturais, por exemplo) e por
uma reação elástica mais efetiva à passada prévia.
Se essa hipótese é correta, esportes que dependem
extensivamente de velocidade e potência (corridas
de velocidade, saltos etc.) teriam seu desempenho
facilitado por menores níveis de flexibilidade em
articulações específicas. Os autores realçam,
contudo, que isso é meramente especulativo.
Existem poucos estudos
comparativos sobre a flexibilidade de atletas de
basquetebol e voleibol. Encontrou-se apenas um
estudo sobre basquetebol (Grana & Moretz, 1978),
demonstrando não haver diferença significativa nos
escores de flexibilidade entre um grupo de atletas
de um grupo controle masculino. Em mulheres, a
flexibilidade das atletas foi superior que em atletas
masculinos, mas menor que para uma população
não-atlética feminina. No que diz respeito ao
voleibol, há uma certa discordância nos dados
disponíveis. Por exemplo, Marey, Boleach,
Mayhew & Mcdole (1991) valeram-se de técnicas
estatísticas multivariadas para discriminarem
membros de equipes vencedoras e perdedoras,
selecionando a flexibilidade de ombros e de tronco,
agilidade e potência na cortada como as variáveis
mais determinantes. A correlação canônica entre
estas variáveis considerando-se a dicotomia
´ganhadores-perdedores´ foi de 0,74, respondendo
pela classificação correta de 85% dos jogadores.
Lee, Etnyre, Poindexter, Sokol & Toon (1989)
compararam a flexibilidade de ombros e de quadril
com a impulsão vertical de membros das equipes
masculinas e femininas participantes do United
States Olympic Festival. Uma correlação
significativa foi identificada entre a flexão de
quadril e a impulsão vertical no movimento da
cortada (r = 0,42,;p < 0,03). Nas mulheres,
encontraram-se associações negativas entre a
flexão do quadril e impulsão vertical sem
aproximação (r= -0,54; p < 0,01), bem como com a
impulsão vertical no movimento da cortada (r = -
0,47; p < 0,05).
Em que pesem alguns destes
resultados, o fato é que os dados disponíveis não
autorizam considerar que a flexibilidade seja uma
característica fundamental para o desempenho no
basquetebol ou voleibol. No entanto, é difícil
estabelecer conclusões sobre a influência de uma
maior ou menor mobilidade articular para estes
esportes, uma vez que são muitas as variáveis que
concorrem para atividades com alto grau de
especialização motora.
É na natação, sem dúvida, que se
pode encontrar a maior quantidade de trabalhos
demonstrando evidências de como a flexibilidade
pode influenciar no desempenho de uma
modalidade esportiva. Cureton (1941), já na década
de 30, documentava a grande associação entre
flexibilidade e nadadores de uma forma geral. Em
1932, realizou diversas medidas nas equipes
olímpicas do Japão e Estados Unidos, observando
nítida vantagem para os primeiros, donos dos
melhores resultados na competição realizada
naquela ocasião. Comparando, ainda, nadadores
olímpicos com universitários, constatou que estes
últimos eram, em média, 11,4% menos flexíveis na
articulação do tornozelo e 7,7% menos flexíveis
nos ombros. Corroborando essas observações,
Araújo (1999) comparou atletas de diversas
modalidades entre si e com não atletas,
evidenciando que os praticantes de natação
encontravam-se entre os mais flexíveis.
Em 1976, com os Jogos Olímpicos
de Montreal, a atenção dos pesquisadores foi
despertada novamente pela natação, devido aos
resultados alcançados pelas nadadoras da então
República Democrática Alemã. Métodos
sofisticados de medida e avaliação de nadadores
foram desenvolvidos, objetivando discriminar
potencialidades e orientar o praticante segundo
suas características fisiológicas e antropométricas
(Marino, 1984). A flexibilidade, invariavelmente,
toma parte nesses instrumentos (Colman, Desmet,
Daly & Persyn, 1989a).
Um bom exemplo pode ser
encontrado no sistema de avaliação do Leuven
Evaluation Center (Bélgica) para predizer o
sucesso do nadador, com base em parâmetros como
somatotipo e condição atual, aliada ao treinamento
de qualidades como a força, a resistência e a
flexibilidade (Persyn, 1984; Persyn, Tilborgh,
Daly, Colman, Vijfvinkel & Verhetsel, 1988; Daly,
Persyn, Van Tilborgh & Riemaker, 1988). Esta
última e os tipos de treinamento que se propõem a
melhorá-la têm um peso ponderado de quase 30%
no valor de predição. Assim, a flexibilidade
aparece como fundamental para o bom rendimento
do nadador, desejável por permitir um melhor
aproveitamento de sua força, velocidade e
coordenação.
O tipo específico de mobilidade vai
depender do estilo do nado. Geralmente,
encontramos maiores graus nos tornozelos e
ombros (Sprague, 1976; Rodeo, 1985). Tornozelos
flexíveis significam uma maior possibilidade de
aplicação efetiva de força na fase propulsiva da
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pernada em todos os estilos. Nos nados ‘crawl’,
borboleta e costas, a boa flexão plantar permitirá
que os pés do nadador fiquem em boa posição para
impelir a água para trás e para baixo (‘crawl’ e
borboleta) ou para cima (costas), em uma
angulação mais favorável à propulsão. Já no estilo
de peito, o movimento do tornozelo é mais
importante na flexão dorsal, uma vez permitindo
um posicionamento mais precoce e eficiente dos
pés para a aplicação da força (Marino, 1984).
No nado de peito isso ainda é mais
crítico, pelo fato da pernada ser a fase mais
importante da propulsão. Vervaecke & Persyn
(1979) sugerem que, entre os melhores nadadores,
a capacidade de execução do gesto de forma
tecnicamente eficiente parece resultar de uma
flexibilidade particularmente desenvolvida nas
articulações de tornozelos, aliada ao tamanho da
superfície dos pés. Ainda com relação a esse estilo,
Colman, Daly, Desmet & Persyn (1989b) propõem
ser a flexibilidade a principal determinante da
ondulação característica que lhe é característica.
Hay (1978) acrescenta que a
flexibilidade dos tornozelos, em muitos aspectos,
pode ser mais importante para a propulsão na
natação que a própria força muscular. O autor
justifica essa proposição pelo fato de que a
potência da pernada seria muito mais definida pela
técnica de execução e pela boa angulação de
aplicação da força, do que pela potência muscular
em si. A vantagem de uma boa técnica de execução
de movimento de pernas, aliada a uma boa
flexibilidade poderia equivaler a mais de 50% da
propulsão obtida. No uso de braços, ombros e
tronco, a maior mobilidade articular auxiliaria
porque os movimentos poderiam ser realizados
mais facilmente, sem perturbar a posição do corpo
na água. Como exemplo, temos a fase de
recuperação da braçada no nado ‘crawl’ – para
recuperar o braço e passá-lo por cima da água, sem
tocá-la, um nadador com pouca flexibilidade seria
obrigado a realizar uma rotação maior de seu
corpo, efetuando um percurso de braço mais longo
do que faria um nadador maior flexibilidade de
ombros. Isso resultaria em uma maior reação –
empuxo lateral – de suas pernas, dificultando sua
progressão e diminuindo a eficiência da pernada.
Uma boa flexibilidade de ombros também facilita a
recuperação da braçada no nado borboleta, além de
ser crucial no nado de costas durante a fase de
puxada (Marino, 1984).
O valor da flexibilidade para a
natação de forma geral pode ser percebido em
vários outros estudos. Vervaecke & Persyn (1981),
por exemplo, compararam homens e mulheres em
relação a variáveis que consideraram importantes
para o bom desempenho. A comparação partiu da
premissa de que as mulheres seriam relativamente
mais eficientes do que os homens na natação, uma
vez que as diferenças de rendimento entre os dois
sexos são menores do que em outras atividades
esportivas. Os autores concluíram que, se os
homens revelam-se mais fortes e com maiores
superfícies de mãos e pés, teriam flutuabilidade
equivalente, enquanto seriam menos flexíveis do
que as mulheres, especialmente na articulação do
tornozelo.
Pode-se, ainda, citar os estudos de
Persyn, Daly & Vervaecke (1983), sobre a
influência dos padrões de flexibilidade nas
variações de execução do nado ‘crawl’ em
nadadores de elite ou de Chatard, Lavoie & Lacour
(1990), examinando a economia de gestos na
execução dos diversos estilos, ou de Skipka, Rader
& Wilke (1986), propondo que problemas de
simetria na execução das técnicas de natação
poderiam, na maior parte dos casos, ser creditados
a perfis de flexibilidade igualmente assimétricos.
A flexibilidade tem um papel
decisivo quando se tratam de modalidades
esportivas cujo componente estético é marcante,
caso das danças e ginásticas ou o nado
sincronizado, o que explica a incidência maior de
hipermobilidade nestas modalidades esportivas que
em outras (Corbin, 1984; Araújo, 1999). Apesar
dos achados indicarem que o desempenho não
poderia ser predito pura e simplesmente por
medidas de mobilidade articular, é claro que
determinados gestos não conseguiriam ser
realizados adequadamente na ausência de
amplitudes elevadas de movimento. Resultados
relatados por Brodie, Bird & Wrigth (1982)
reforçam esta hipótese: os autores compararam
populações atléticas específicas (nadadores de elite
e acrobatas), estudantes de educação física e um
grupo controle. Os acrobatas exibiram os maiores
níveis de mobilidade, com maior freqüência de
casos de hipermobilidade.
Dois aspectos devem ser aqui
considerados: se por um lado Teitz (1982) e
Nelson, Johnson & Smith (1983) consideram que a
hipermobilidade encontrada em praticantes dessas
atividades seja fruto de supertreinamento, Araújo
(1987) lembra que o fator genético não pode ser
negligenciado, no que concordam autores como
Corbin & Noble (1980) ou Walker (1981). É pouco
provável que se possa, um dia, determinar a
verdadeira contribuição de cada um desses
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aspectos para o potencial de desempenho em
atividades dessa natureza.
Alguns estudos publicaram dados
interessantes relativos a tenistas. Parece haver uma
aumento da amplitude do movimento de rotação
externa do ombro com a prática continuada do
tênis, paralela a uma redução da pronação e
supinação radio-ulnar (Chinn, Priest & Kent,
1974). O desenvolvimento da flexibilidade de
ombro em tenistas de elite pode ser explicada pelo
gesto do serviço, executado velozmente a partir de
uma posição de extensão acima da cabeça - durante
a fase preparatória do saque, o movimento envolve
uma abdução com rotação externa da articulação,
os músculos peitoral e deltóide anterior sendo
fortemente estendidos. Na fase de produção da
força, há uma rotação interna do braço, o cotovelo
é estendido, ocorre uma pronação do ante-braço e
flexão do punho, o que poderia acarretar limitação
progressiva da mobilidade destas estruturas. O fato
de o tênis ser uma atividade eminentemente
unilateral também pode trazer conseqüências sobre
a flexibilidade dos esportistas. Chinn et alii (1974)
observaram mais de 80 tenistas de ambos os sexos
entre os 14 e os 18 anos de idade. Através de
goniometria bilateral, medidas de força e de
circunferência dos membros superiores,
constataram uma relação significativamente
desvantajosa no tocante à flexibilidade do membro
dominante, especialmente a extensão do cotovelo e
rotação medial do ombro.
Em suma, comparando dados em
populações atléticas e não-atléticas, torna-se claro
que a flexibilidade é importante para alguns, mas
não para todos os esportes de competição e que, em
certas circunstâncias, a excelência de desempenho
pode ser alcançada com níveis de mobilidade
semelhantes ou inferiores aos encontrados em nãoatletas.
Assim, uma flexibilidade elevada pode ser
uma vantagem em atividades como a ginástica ou o
nado sincronizado, mas uma desvantagem em
outras, como o futebol americano (Nicholas, 1970;
Grahame & Jenkins, 1972; Teitz, 1982; Ekstrand,
Gillquist, 1982; Gleim, 1984; Magnusson, Gleim,
Nicholas, 1994).
FLEXIBILIDADE E APRENDIZAGEM
ESPORTIVA
Dada a importância que a
flexibilidade pode assumir para a execução dos
gestos particulares às modalidades esportivas, a
determinação da associação da mobilidade articular
não com o desempenho, mas com a aprendizagem
do esporte, poderia constituir uma linha de
pesquisa interessante. Paradoxalmente, é curiosa a
falta de estudos propondo-se a relacionar a
flexibilidade com a aprendizagem de tarefas
motoras específicas.
Estudos como o trabalho clássico de
Smith (1956) parecem constituir uma exceção.
Nele, o autor buscou relacionar alguns testes
físicos com a aprendizagem de habilidades
predeterminadas simples, de forma a verificar suas
possíveis influências mútuas. Concluiu que a força
de preensão manual seria a variável que melhor
diferenciaria os grupos de aprendizagem para os
meninos, e o equilíbrio dinâmico para as meninas.
A flexibilidade de tronco, ombros e tornozelos foi
medida por técnicas lineares, sem grande
influência, o que poderia ser explicado pelo fato
das habilidades escolhidas (arremessar e rebater)
não dependerem fundamentalmente da mobilidade
articular. Essas limitações são reconhecidas no
estudo, com a recomendação de que outros estudos
fossem conduzidos para melhor estabelecer as
influências dos elementos da aptidão física sobre o
aprendizado de habilidades motoras.
Na ótica da proficiência motora,
Davies (1957) correlacionou medidas de
flexibilidade em movimentos de joelho e tronco
com marcas obtidas em testes de proficiência
motora, como o teste de Scott, sem contudo
encontrar resultados estatisticamente significativos.
Já Burley, Dobell & Farrel (1961) observaram
correlações significativas, ainda que baixas (r @
0,30), quando compararam medidas de
flexibilidade de membros inferiores com o
desempenho em tarefas como corridas de
velocidade (50 metros) ou arremessos tipo ´jump´
no basquetebol, em meninos com idade próxima
dos 15 anos.
Seguindo linha diferente, Farinatti
(1991), Farinatti, Santos & Menezes (1992) e
Farinatti, Araújo & Vanfraechem (1997)
observaram a influência da flexibilidade em
crianças pré-púberes e pós-púberes na facilidade de
aprendizagem de atividades para as quais a
mobilidade articular fosse reconhecidamente
importante, e não especificamente o desempenho
em tarefas previamente aprendidas. Foram
escolhidas para observação a ginástica olímpica e a
natação. Por meio de técnicas de análise fatorial e
de correlação linear, evidenciou-se que a
mobilidade articular em crianças antes da
puberdade tem uma relação positiva com a
facilidade de aprendizagem de gestos específicos.
Flexibilidade e esporte
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Tal associação revelou-se mais forte e significativa
nos grupos articulares importantes para a
movimentação, ombros e tornozelos para a
natação, tronco e ombros para a ginástica olímpica.
Em crianças pós-púberes, não se pode mais
identificar associações significativas. Um
explicação para isso poderia estar na maior
bagagem motora destas crianças, cuja influência
tenderia a sobrepor-se àquela do perfil de
qualidades físicas inerentes. A confirmação dos
resultados destes estudos em outras situações de
ensino e aprendizagem do esporte poderia vir a ser
de valor para os que trabalham com faixas etárias
pré-púberes.
As relações da flexibilidade com a
aprendizagem de gestos esportivos parecem, então,
ser mais evidentes em crianças novas, antes da
puberdade. Deve-se lembrar, porém, que o número
de estudos examinando essa possibilidade é
irrisório. É difícil extrair conclusões definitivas de
uma quantidade tão pequena de pesquisas. Os
resultados dos estudos realizados por nosso grupo,
por outro lado, indicam que essa via pode
constituir uma linha de pesquisa interessante, que
mereceria um pouco mais de investimento daqueles
que lidam com esse campo do conhecimento.
FLEXIBILIDADE E LESÕES NO EESPORTE
Há muitos estudos sobre a
epidemiologia das lesões no esporte. Muitos
especialistas em medicina esportiva acreditam que
a flexibilidade possa desempenhar um papel
importante na prevenção de problemas como
distensões, estiramentos ou lesões de 'over -
training' (Corbin & Noble, 1980; Ciullo, 1986;
Araújo, 1987; Worrel & Perrin, 1992). Saal (1988),
por exemplo, estudando o futebol americano,
propôs o trabalho de flexibilidade como forma de
minorar e reabilitar lesões lombares advindas de
sua prática. Na mesma linha, temos Watson (1981),
que desenvolveu um estudo com jogadores de
´rugby´ partindo da premissa de que a reduzida
mobilidade de tronco e quadril facilitaria o
surgimento de lesões. A alta prevalência de
acidentes envolvendo essas articulações e o baixo
nível de flexibilidade nelas encontrado, apontaria
para a necessidade de uma maior preocupação com
o aspecto preventivo do trabalho da mobilidade
articular no esporte.
No entanto, é difícil discernir relações de
causa e efeito com base nos dados disponíveis. O
problema é que a representatividade dos resultados
obtidos é complicada por vários fatores. Um deles
é o componente do acaso, sempre presente na
prática esportiva. Em segundo lugar, as exigências
em termos de flexibilidade variam de esporte para
esporte. É bem possível que perfis de flexibilidade
que representam risco para uma atividade, não o
representem para uma outra.. Finalmente,
considera-se invariavelmente nas pesquisas a
flexibilidade passiva, não a dinâmica, essa sim
mais afeita à atividade esportiva (Gleim &
McHugh, 1997).
Um outro problema para que se
possam estabelecer verdadeiras relações causais
reside na carência de pesquisas experimentais.
Foram localizados apenas dois estudos desse tipo,
que chegaram a conclusões opostas. Ekstrand,
Gillquist & Liljedahl (1983) observaram 180
jogadores de futebol submetidos a diversas
intervenções para prevenção de lesões (força,
flexibilidade etc.), com resultados positivos. Já
Van Mechelen, Hlobil, Kemper, Voorn & de Jongh
(1993) investigaram 326 corredores adotaram
apenas o trabalho de flexibilidade como estratégia
preventiva, sem que pudessem observar diferenças
entre os grupos experimental e controle.
A maior parte dos desenhos de
pesquisa é de natureza retrospectiva e transversal,
mas seus métodos divergem tanto em relação às
lesões observadas, quanto nas estratégias para
quantificar a flexibilidade. Além disso, é comum à
quase totalidade dos estudos a falta de precisão
com respeito à exposição em termos de sobrecarga
no exercício de flexibilidade e dos estresses que
conduziram às lesões. São mencionados, a seguir,
alguns dos estudos revisados, de forma a
evidenciar a divergência entre seus resultados:
a) Nicholas (1970), com 139 jogadores de
futebol americano, observando relação
positiva entre lesões ligamentares de joelho e
perfis reduzidos de flexibilidade, mas sem
apresentar significância estatística, nem
detalhar a casuística do estudo;
b) Liemohn (1978), com 27 atletas
universitários de atletismo do sexo masculino,
observando influência da flexibilidade de
quadril sobre lesões da musculatura posterior
da coxa, mas sem apresentar resultados
estatísticos nem definir qual a exposição aos
riscos;
c) Kirby, Simms, Symington & Garner (1981),
com 60 ginastas do sexo feminino,
identificando que dores lombares estavam
mais presentes em atletas com maior
flexibilidade de tronco;
FARINATTI, P.T.V.
Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 14(1):85-96, jan./jun. 2000
92
d) Ekstrand & Gillquist (1982) e Weber &
Bauman (1988), respectivamente com 180 e
95 jogadores de futebol, nenhum dos dois
identificando relações estatisticamente
significativas entre flexibilidade estática e
lesões de todos os tipos;
e) Clement, Taunton & Smart (1984), com 109
corredores de ambos os sexos, determinando
de que flexibilidade e força 'insuficientes´
estariam associadas a uma maior incidência
de tendinite no tendão de Aquiles, mas sem
apresentar resultados estatísticos;
f) Jacobs & Berson (1986), 451 corredores de
ambos os sexos, sugerindo que os corredores
habituados a 'alongar -se´ seriam mais
propensos a lesões de todos os tipos (p <
0,025);
g) Reid, Burnham, Saboe & Kushner (1987),
com 30 bailarinas de alto nível, indicando que
níveis reduzidos de flexibilidade de quadril
estariam relacionados com sintomas de dor no
quadril e nos joelhos (p < 0,05);
h) Hennessy & Watson (1993), com 34
jogadores de rugby, sem identificarem relação
entre lesões da massa muscular posterior de
coxa com a flexibilidade;
i) Krivickas & Feinberg (1996) demonstraram
que, em atletas, para cada ponto adicionado
ao escore do teste de Beighton-Horan
(flexibilidade de dedos, cotovelos, joelhos e
tronco), havia uma redução de 16% no risco
de lesões esportivas nos membros inferiores
em jovens, sem contudo explicitar a casuística
ou o grau de exposição;
j) Wiesler, Hunter, Martin, Curl & Hoen
(1996), com 170 dançarinos de ambos os
sexos, não observando relação entre
flexibilidade de membros inferiores com
lesões musculares e articulares.
Mesmo as revisões de literatura
revelam-se conflitantes, como demonstram quatro
textos publicados em épocas diferentes. Enquanto
Holland (1968) e Smith (1994) estabelecem que o
treinamento da flexibilidade pode ajudar a prevenir
lesões, Sutton (1984) e Gleim & McHugh (1997)
sugerem que não se pode afirmar que existam
relações claras entre as duas variáveis.
Em suma, não há evidências
suficientes estabelecendo que a flexibilidade esteja
associada com a incidência de lesões de quaisquer
tipos, em todos os níveis competitivos da atividade
esportiva. Isso não quer dizer, contudo, que não
contribua nesse sentido. Apenas, deve-se
reconhecer que as lesões esportivas decorrem de
fatores múltiplos, que ainda por cima interagem
com o acaso. É praticamente impossível isolá-los
todos, ajustar os resultados dos estudos sobre
flexibilidade para a influência de cada um deles.
Como bem dito por Gleim & McHugh (1997), sem
que se efetuem esforços de pesquisa com grandes
amostras, com controle sobre boa parte das
variáveis intervenientes, talvez nunca possa-se
conhecer as reais relações entre flexibilidade e
lesões no esporte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO
De uma forma geral as pesquisas
relacionando flexibilidade e atividade esportiva
apontam para três abordagens predominantes. Em
primeiro lugar, parece evidente que, para a maior
parte das atividades, há um mínimo necessário de
mobilidade articular para um bom desempenho. A
importância da flexibilidade aumenta quando
lidamos com esportes em que há movimentos
executados nos extremos da mobilidade articular. É
muito difícil, porém, determinar qual o perfil
mínimo de amplitude de movimento para cada
modalidade esportiva.
A segunda abordagem destaca que
padrões específicos de movimento estão associados
a manifestações específicas de flexibilidade,
mesmo que não se possam determinar a natureza
das relações de causa-efeito. Não se pode afirmar,
com certeza, se as pessoas desenvolvem boas
amplitudes de movimento em virtude do esporte,
ou evoluem dentro dele por possuírem
características de mobilidade favoráveis ao
desempenho. Uma síntese das pesquisas na área,
então, apontaria para a noção de que atletas teriam
padrões de mobilidade estreitamente associados ao
ato motor habitualmente executado. Isso quer dizer
que nem sempre a flexibilidade elevada é favorável
ao melhor desempenho. Padrões de mobilidade
reduzidos podem, às vezes, ser coerentes com as
necessidades das atividades que se executam. Essa
opinião é reforçada por estudos demonstrando que
a flexibilidade não é fundamental para
desempenhos de alto nível em várias modalidades
esportivas, ou associando-a negativamente à
economia de movimentos durante a corrida.
A terceira ênfase identificada
concerne às relações entre a flexibilidade e a
incidência de lesões no esporte. Apesar do
reconhecimento quase unânime entre técnicos,
preparadores físicos e médicos de que uma maior
flexibilidade estática contribua com a prevenção de
Flexibilidade e esporte
Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 14(1):85-96, jan./jun. 2000
lesões, os dados de estudos retrospectivos e
experimentais são conflitantes sobre essa relação.
No estágio atual do conhecimento, não é possível
estabelecer com clareza qual a medida desta
contribuição, bem como sua validade nas várias
modalidades esportivas e níveis de competição.
Estudos futuros devem controlar um número
máximo de variáveis intervenientes, definir melhor
o que se considera por lesão, bem como descrever
mais precisamente a exposição aos riscos e aos
estímulos de desenvolvimento da flexibilidade.
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