Escalada e Montanhismo
A Cordilheira dos Alpes é considerada o berço do montanhismo. A primeira ascensão a um dos seus picos foi o Monte Aiguille, em território francês, por Antoine de Ville, que realizou uma verdadeira escalada sobre rocha. Esse fato ocorreu em 1492 e causou enorme furor na época, pois acreditava-se que as altas montanhas eram habitadas por dragões e seres alienígenas. Tão intenso era esse temor, que as próximas conquistas alpinas importantes só se deram em 1744 (Monte Titlis), 1770 (Monte Buet) e 1779 (Monte Velan).
Em agosto de 1786, o médico Michel Gabriel Paccard e o montanhês, caçador e garimpeiro de cristais Jacques Balmat conseguiram atingir o teto da Europa Ocidental: o Monte Branco (4.807 m), situado nos Alpes franco-italianos. Tal aventura foi motivada por um prêmio oferecido por um cientista e naturalista suíço Horace Bénédict de Saussure, que pensava fazer naquele cume alguns ensaios científicos. De fato, um ano depois, o próprio Saussure chegou ao topo do monte, integrando uma expedição com Balmat e outros 17 guias, e ali realizou diversas experiências.
Em 1856 quando um grupo de montanhistas conseguiu ascender ao cume do Monte Branco sem auxílio de um guia experiente, é que o esporte começou a apresentar um surto de popularidade na Europa. Encerrava-se, dessa forma, o período do montanhismo puramente exploratório e de caráter científico.
O final dos anos 20 e o início da Segunda Grande Guerra (1940) constituiu a época do montanhismo esportivo. Com o aparecimento das técnicas, foram vencidos grandes desafios nos Alpes.
A partir do término da década de 50, apareceu o período do montanhismo esportivo moderno, que se estende até nossos dias.
Nas últimas duas décadas, o montanhismo difundiu-se por vários países em um constante progresso evolutivo. Sua organização, em âmbito mundial, encontra-se a cargo da Union Internationale des Associations des Alpinisme - UIAA, com sede em Genebra (Suíça), congregando federações do mundo inteiro.
A história do montanhismo no Brasil
As primeiras ascensões às nossas culminâncias certamente ocorreram durante o período das explorações territoriais empreendidas pelos bandeirantes, cujo começo se deu no século 17. Entretanto, foi somente no século 19 que se iniciaram os primeiros registros de subidas em montanhas.Tais empreendimentos eram motivados por interesses vários, entre eles o pioneirismo, a pesquisa e os levantamentos topográficos. Na primeira metade do século 19 já se registravam subidas à Pedra da Gávea e às elevações da Serra da Carioca e Maciço da Tijuca, realizadas principalmente por ruralistas do ciclo do café.
A seguir, mas ainda de maneira incipiente, ocorreram ascensões importantes, como a de parte das Agulhas Negras em 1856, por José Franklin Massena, e a do Pão de Açúcar em 1817, esta última, ao que se sabe, feita por cidadãos estrangeiros. Conta-se inclusive que a presença de uma bandeira de outro país tremulando no cume do penhasco teria ferido os brios dos alunos da antiga Escola Militar da Praia Vermelha, que, em sinal de protesto, repetiram a façanha, hasteando no local o pavilhão nacional.
Em agosto de 1879, um grupo de paranaenses realizou uma das escaladas pioneiras em nosso país, fruto da atração que tinham pelos prazeres da aventura e belezas naturais da região onde moravam. O responsável pela excursão chamava-se Joaquim Olímpio de Miranda, que, liderando o grupo, ascendeu ao pico mais elevado do conjunto da Serra do Marumbi. Formaram, com certeza, a primeira equipe de montanhistas do Brasil, com uma escalada bem planejada e em moldes esportivos.
Antes do término do século, as Agulhas Negras (2.787 metros) - que ainda eram consideradas como o ponto de maior altitude do Brasil - continuavam sendo palco de algumas investidas. A mais significativa ocorreu em abril de 1898, e teve como protagonistas os cidadãos Horácio de Carvalho e José Frederico Borba. Mas, segundo se deduz dos registros da crônica jornalística, essas primeiras escaladas às Agulhas não chegaram a atingir o bloco de maior elevação do conjunto. O topo propriamente dito - local onde hoje existe uma urna com o livro de cume - só foi alcançado alguns anos mais tarde.
O verdadeiro desafio que se apresentava na virada do século só foi vencido no início da sua segunda década: o Pico do Dedo de Deus (1.675 metros), situado na Serra dos Órgãos, próximo a Teresópolis. Há muito considerado como inatingível, pois derrotara várias levas de veteranos montanhistas estrangeiros, acabou sendo conquistado por alguns teresopolitanos que, embora aficcionados das atividades ligadas à natureza, não tinham grande experiência em escalada.
Em 1° de novembro de 1919, fundava-se na cidade do Rio de Janeiro o primeiro clube de montanhismo do nosso país: o Centro Excursionista Brasileiro, fruto da iniciativa de uns poucos pioneiros.
A partir do início dos anos 60, centenas de vias de escalada e caminhada foram - e continuam sendo - sucessivamente colocadas à disposição dos montanhistas para a ascensão de montanhas novas ou já conquistadas.
Modalidades de escalada e montanhismo
A palavra alpinismo tem como origem histórica as escaladas nos Alpes europeus. Porém, é muito utilizada no Brasil para se referir a escaladas em geral. Até mesmo o conhecido Aurélio ao definir montanhismo, coloca alpinismo como sinônimo.
Assim como no atletismo, podemos dividir o montanhismo em diversas modalidades, muito diferentes entre si. As diferenças não estão somente no relevo, clima e equipamentos necessários, mas também no espírito aventureiro e no preparo físico e psicológico do montanhista. Cada um deve procurar a modalidade e o nível de atividade que melhor se adapte as suas vontades e possibilidades.
Escalada em Livre Tradicional
Escalada esportiva
Escalada esportiva de Competição
Escalada esportiva em Estruturas Artificiais
Boulder
Progressão Artificial em Rocha
Big Wall
Escalada Alpina
Alta Montanha
Cascatas de Gelo
As principais realizadas no Brasil:
Escalada livre Tradicional
Progredir por uma parede de rocha utilizando somente os apoios naturais (agarras) da pedra é chamado de escalada em livre. Todo e qualquer equipamento utilizado durante uma escalada em livre tem a função de proteger os escaladores no caso de uma queda
Escalada Esportiva
Condições gerais mais simples e seguras, permitindo ao escalador preocupar-se puramente com seu desempenho físico sobre a via, caracteriza o que chamamos de escalada esportiva. O aspecto psicológico é minimizado pelo alto grau de segurança da escalada.
Trata-se de uma versão mais moderna e esportiva de escalada em livre. Por exemplo: proteções fixas, próximas e de boa qualidade, fácil acesso, boa ancoragem para o segurador, vias curtas e normalmente de alta dificuldade.
Em uma boa via de escalada esportiva, o escalador se concentra na dificuldade dos movimentos, sem se preocupar tanto com as conseqüências de uma possível queda, pois esta será sempre segura.
A qualidade e simplicidade das proteções permitiram aos escaladores desenvolverem movimentos muito difíceis e atléticos, sem receios de repetidas quedas.
Escalada Esportiva de Competição
As primeiras competições de escalada aconteceram na Ucrânia, na década de 60. Eram competições de velocidade realizadas em paredes rochosas naturais. Outros países também realizaram competições em rocha, mas lentamente, com o advento dos muros artificiais, as competições passaram a acontecer em ginásios ou praças públicas.
Escalada Esportiva em Estruturas Artificiais
Derivado da escalada em rocha, esta modalidade nasceu na Europa como forma de treinamento urbano, principalmente no inverno, para as escaladas em montanha.
Hoje esta modalidade esta amplamente difundida através de ginásios de escalada esportiva, onde não somente escaladores de rocha procuram melhorar suas capacidades técnicas e físicas, mas surgem os escaladores de ginásio, que raramente escalam em rocha, no entanto tornam-se verdadeiros viciados no esporte.
A escalada em muros artificiais sofreu um "boom" nos últimos 15 anos inclusive no Brasil. Fácil acesso, baixo custo dos equipamentos e o trabalho físico e mental parecem ser o atrativo.
B oulder
Por tratar-se de movimentos fortes e seqüências curtas; bouldering desenvolve muito a explosão muscular e a força bruta.
Assim como na escalada esportiva, o boulder em estruturas artificiais ganhou espaço rapidamente e está presente em praticamente todo ginásio de escalada esportiva, a ponto de existirem muitos ginásios apenas de boulder, onde a escalada esportiva com cordas não existe mais.
Big Wall
Uma grande escalada passa a ser um big wall, se uma equipe é obrigada a pernoitar ao menos uma noite no meio da parede, ou seja, uma escalada de vários dias.
Normalmente um misto de escalada livre e artificial, um big wall exige muita experiência dos participantes, sendo obrigados a içar dezenas ou até centenas de quilos de equipamentos, inclusive comida, água, fogareiro, sacos de dormir, barracas especiais, e tudo mais parede acima!
Devido à grande quantidade de equipamentos e complexidade da atividade, passar vários dias em uma parede envolve muito planejamento logístico, entrosamento e organização.
Regras
- Após recepção e inscrição o atleta será encaminhado para local de aquecimento e isolamento e lá permanecerá até sua vez de escalada por no mínimo 30 minutos.
- Quando chamado o atleta tem um minuto para iniciar a escalada, sendo avaliado tempo, nível de dificuldade da via.
- Após a escalada o atleta deve deixar o ginásio, levando todos seus pertences. Não é permitido o reingresso no ginásio bem como a comunicação com outros atletas em trânsito ou isolamento.
- O tempo limite de escalada para cada via será determinado pelos route-setters e comunicado aos (as) atletas antes de cada etapa.
- A escalada será considerada completada se for feita de acordo com as regras, o atleta dominar a última agarra e se a última proteção for costurada de uma posição legítima, ou seja, NÃO É PERMITIDO SEGURAR NA BORDA SUPERIOR DO MURO E/OU NA ÚLTIMA PROTEÇÃO ANTES DE COSTURÁ-LA!!
- Em caso de queda ou interrupção da escalada, a agarra mais longe tocada/dominada/usada será considerada para pontuação.
- O Júri utilizará um sistema de pontuação decimal, onde cada agarra poderá ter até 10 diferentes valores. Para tal serão considerados todos os movimentos executados por cada atleta.
O Júri poderá inclusive, com ajuda dos route-setters, usar critérios subjetivos para pontuar e diferenciar a atuação de cada alteta, ou seja, a consideração das agarras fica por conta da interpretação do Júri.
0,1 Agarra tocada em parte não útil0,2 Agarra tocada na parte útil0,3 Agarra segurada por tempo breve (não dominada).0,4 Agarra dominada.0,5 Agarra dominada por tempo longo, sem movimento.0,6 Agarra dominada com movimento não útil.0,7 Agarra dominada com movimento útil.0,8 Agarra utilizada no desespero (bote).0,9 Agarra utilizada sem desespero.
“É extremamente importante que o atleta tenha conhecimento da pontuação acima”
- O(a) atleta poderá desescalar a qualquer momento, porém não deverá retornar ao solo (ao retirar o segundo pé do chão, a escalada será considerada iniciada e o(a) atleta não poderá mais tocar o solo).
- Quando o(a) atleta completar a fase, ou terminar a sua tentativa, ele(a) deverá ser baixado(a) ao chão pelo segurador. O(a) atleta deverá imediatamente desencordar-se e deixar a área de competição.
INCIDENTE TÉCNICO
São incidentes técnicos:
- Erro do segurador (corda retesada que ajude ou prejudique a escalada)- Agarra girando ou quebrando.- Partes do muro se quebrando.- Mosquetões de corda das proteções de ponta cabeça.- Qualquer incidente que obstrua a escalada do(a) atleta que não seja por sua própria falta.
FALTAS
- O(a) atleta deverá ser interrompido na via se ocorrer um ou mais dos seguintes eventos:
- Queda.- Exceder o tempo limite de escalada da via.- Ultrapassar os limites da via.- Usar apoios não permitidos.- Não costurar as proteções na seqüência correta, ou passar o corpo do mosquetão de corda de uma proteção, sem ter realizado a costura.- Retornar ao solo.
Nestes casos, será considerada a pontuação da melhor posição legítima antes da falta.
DESCLASSIFICAÇÃO
O(a) atleta será desclassificado se ocorrer um ou mais dos seguintes eventos:
- Não chegar à Zona de Isolamento dentro do horário estipulado. - Adquirir mais informações sobre as vias do que as permitidas.- Observar as vias ou outro escalador antes de sua vez.- Não deixar as academias após a escalada.- Não estar devidamente equipado ao iniciar a escalada.- Qualquer infração disciplinar.
Fundamentos técnicos
O uso das mãos, o uso dos pés, posicionamentos estáticos e movimentos dinâmicos fazem parte dos princípios técnicos.
1 - Uso das mãos e os nomes das pegadas:
Pegada Fechada:
Este tipo de pegada é uma das mais comuns em escalada, onde as ponta dos dedos ficam quase encostadas na palma da mão. Seu uso é muito comum em agarras pequenas ou “regletes”.
Pegada aberta
Essa pegada também é muito comum na escalda. É parecida com a fechada, mas os dedos formam um arco maior. É usada na pegada de agarras grandes, lacas e abaulados que tem espaço para as pontas dos dedos.
Pinça
É uma das pegadas mais odiadas pelo escaladores. Use as pontas dos dedos ou a mão inteira para “pinçar” a agarra. Se aplicam normalmente nas agarras que se projetam da pedra, ou em alguns tipos de fendas.
Estendida ou Primata
Também é uma das pegadas “malditas”. A mão toda forma um arco (principalmente os dedos). Se usa principalmente em abaulados. A aderência da mão na rocha é fundamental.
Invertida
Como o nome indica, se usa com a palma da mão voltada para cima, pode ser com as pontas dos dedos ou com a mão inteira (como uma pegada aberta). As agarras são normalmente lacas de cabeça para baixo.
Monodedo, bidedo e tridedo
Pegadas feitas com um (monodedo), dois (bidedo) ou três dedos (tridedo), usando as falanges. São usadas normalmente em buracos pequenos (os famosos “heucos” ou “pockets” americanos)
Entalamento das mãos
O entalamento das mãos se dá com os dedos, com a mão inteira aberta ou com a mão fechada (de punho). Se usa tanto em fendas verticais, como em fendas horizontais. A mão colocada dentro da fenda deve ser “torcida” para gerar forças opostas e garantir a pegada. É comum a proteção das mãos com esparadrapo, para evitar ferimentos.
2 - Uso dos pés na escalada esportiva.
Interno: o mais usado na escalada, usa a parte da solado onde se encontra o dedão, na parte interna do pé. Usado na maioria das agarras.
Externo: usa a parte do solado onde se encontra os dedinhos, na parte externa do pé. Usado também na maioria das agarras, sendo mais solicitado devido a algum tipo de posicionamento.
Bico: como o nome já diz usa-se o bico do solado, bem onde se encontra o dedão. Muito usado em agarras muito pequenas e em buracos.
Aderência: utiliza-se a maior parte do solado possível da parte anterior do pé, de preferência com o pé voltado de frente para a rocha (pé chapado), mas há exceções. Utilizado em lugares sem agarras ou com abaulados.
“Foot Hook” (Pé em gancho): muito usado na escalada esportiva, se usa o calcanhar ou a parte superior do pé, podendo ser o bico ou o peito do pé. Muito usado em saídas de teto, em tetos e arestas.
Entalamento de pé: O entalamento de pé se dá de bico, de pé inteiro longitudinal (usando as laterais do pé), e de pé inteiro transversal (usando o bico e o calcanhar), e é usado normalmente em fendas.
3 - Posicionamentos estáticos na escalada esportiva
Posicionamentos estáticos são sempre movimentos feitos com um dos braços “travado” (o braço flexionado e imóvel). Agora vamos dar nomes aos posicionamentos estáticos mais comuns:
Pé Alto: como o nome já diz, trata-se do lado interno de um pé numa agarra na altura da coxa e praticamente o escalador fica sentado nesse pé. O lado do pé é sempre o oposto do lado do mão. Serve para um melhor equilíbrio, para se ganhar altura e ajudar na travada do braço.
Flagging (Embandeirar): esse posicionamento é para evitar o efeito “porta aberta” aquela rodada desagradável do corpo. O "flagging" se dá de duas maneiras, a primeira com o lado interno do pé na agarra e com a mão do mesmo lado do pé segurando em outra, coloca-se então o lado externo do outro pé apoiado na parede entre a perna que está na agarra e a parede ou somente cruzando por trás da perna que está na agarra.
E a segunda com o externo de um pé em uma agarra e a mão do lado oposto do pé usado em outra agarra, estica-se então a outra perna apoiando o lado interno do pé na parede, chegando-se ao equilíbrio.
Drop knee (Joelho dobrado): é um dos posicionamentos mais técnicos, possibilita o escalador a alcançar uma agarra bem alta com um dos braços bem travado. Consiste em o lado interno do pé em uma agarra, o mesmo lado da mão em outra agarra e o outro pé, com o lado externo na agarra e o joelho dobrado para baixo.
Figura 4: outro posicionamento muito técnico, que requer flexibilidade e boa pegada para as mãos. Uma perna fica apoiada em cima do braço oposto ao lado da perna e o pé da perna que está sobre o braço se engancha na outra perna, que está sobre uma agarra ou com o pé chapado ou ainda, no caso do teto apenas apoiado com o peito do pé no teto.
Este posicionamento foi criado para evitar um movimento dinâmico, em particular o bote (este movimento será explicado em outra parte).
4 - Movimentos dinâmicos na escalada esportiva Movimentos dinâmicos são aqueles que têm como característica sempre um deslocamento ou um impulso de uma agarra para outra.
Body tension (Corpo esticado): este movimento parece com um bote, mas a diferença é que neste movimento o pé não sai da agarra e seu corpo fica praticamente todo esticado.
Bote: nesse movimento o escalador praticamente salta de uma agarra para outra, seu corpo fica todo no ar, podendo estar durante o movimento com uma mão na agarra ou não.
"Dyno" ou crucifixo: neste movimento o escalador usa praticamente todo a sua envergadura, é um movimento com os braços esticados horizontalmente ou diagonalmente. Nas competições, os escaladores tentam evitá-lo ao máximo, pois é um movimento que se gasta muita energia.
Dead point (ponto morto): é um movimento difícil, mas que era uma característica do famoso escalador Wolfgang Güllich. Consiste em se movimentar lentamente para cima para a próxima agarra, somente com os apoios de um pé e de uma mão, até perder o equilíbrio para trás, mas nesse momento de perda de equilíbrio você domina a agarra.
Principais Lesões
Escalar traduz o desafio do homem contra a rocha, uma coreografia do corpo se impondo à parede, se libertando das limitações impostas pela gravidade. Uma bela e leve coreografia de pernas, braços, e tronco sobre a parede apesar da intensa atividade muscular.
Escalada esportiva é a modalidade do montanhismo mais praticada no Brasil, nasceu da curiosidade de saber a possibilidade de se conquistar uma parede de menor altura, já que montanhas só existem em determinadas localidades e em um número bastante reduzido, o que dificultava para o escalador em relação ao deslocamento e principalmente o treinamento. Compõe-se de regras, sendo a principal, não escalar as paredes de menor porte com estilo Big Wall (vias longas), vantagem que assegura um sucesso fácil, mas sem mérito dentro do contexto desafio. A prática desta modalidade não deve roubar o desafio natural, evitando-se a utilização excessiva de equipamentos que facilitem a subida, como muitas ancoragens com costuras, móveis, estribos, etc. O mais comum é escalar em duplas ou mais escaladores, podendo-se também escalar sozinho, porém o risco se torna grande. Os equipamentos básicos são: cadeirinha (cinto), capacete, sapatilhas, cordas, mosquetões, costuras, etc.
A escalada desenvolve uma atividade muscular em esforço extremo, movimentos perfeitamente coordenados, descargas musculares sincronizadas, tudo muitas vezes associada à velocidade angular rápida. Com a evolução do esporte, o profissionalismo dos atletas, competições e conquistas de vias ou montanhas de alto nível de dificuldade, fez com que as solicitações do corpo durante o treinamento predominavam no limite físico, produzindo um grupo de lesões específicas associadas ao gesto desportivo do escalador na via.
A COMPLEXIDADE DAS VIAS IMPÕEM SOBERBA FORMA FÍSICA E TÉCNICA.
LESÕES
No Brasil não existem estudos epidemiológicos neste esporte, somente no exterior e ainda escassos.
As lesões associadas à prática da escalada, são mais freqüentes nos MMSS, predominando em mãos, ombros e cotovelos, sendo pouco evidenciadas nos MMII. Segundo PETERS (2001), aproximadamente 75% dos escaladores sofrem eventualmente lesões, destes 60% envolvendo dedos e punhos, e 40% ombros e cotovelos.
Os profissionais envolvidos no diagnóstico e tratamento destas lesões devem associar ao overuse (sobrecarga) das estruturas músculo-esqueléticas durante treinos geralmente em escalada indoor em academias, ginásios de escalada, ou na rocha.
Em vias de alto grau de dificuldade ou em paredes negativas os MMII perdem a função de sustentação corporal, auxiliando mais no equilíbrio do corpo junto à parede, com isso resta aos MMSS o aumento do trabalho muscular para a sustentação e deslocamento do corpo na via de forma precisa.
As lesões histopatológicas são causadas pelo esforço mecânico e vascular imposto as estruturas, ocorrendo microrupturas nos tecidos antes de se tornarem sintomáticas, muitas vezes ocasionadas nos dedos por fricção, abrasão, pegada em agarras com cantos vivos ou afiados. Existem evidências de calcificações intracitoplasmáticas, rupturas longitudinais, aderências de fibras colágenas ou de ligações cruzadas anormais. (KANNUS & JOZSA, 1991; ROHRBOUGH, 2000).
As cargas contínuas podem agravar o dano microscópio e formar uma Tendinose, primeiramente sem sinais evidentes de resposta inflamatória, mas apresentando alterações degenerativas, inflexibilidade e fragilidade destes tecidos, e após resultarem em um acometimento tecidual sintomático na forma de inflamação que seria a Tendinite (NORDIN & FRANKEL, 2003).
LESÕES NOS MEMBROS SUPERIORES
“Os dedos e punhos são os pontos mais frágeis de todo o escalador.”
Nas MÃOS o overuse somado a um movimento realizado num padrão não fisiológico, traumatiza o sistema cápsulo-ligamentar e tendíneo, provocando aumento da pressão intrarticular, com aumento do atrito das superfícies cartilaginosas, resultando em desgaste articular, atingindo principalmente a Articulação Interfalangeana Proximal (AIP), e menos frequentemente a Articulação Interfalangeana Distal (AID). Radiografias de rotina observam pequenos osteófitos marginais às articulações (BOLEN, 1994).
O posicionamento de maior sobrecarga nestas articulações é a hiperextensão da AID e hiperflexão da AIP, mais conhecida como pegada do “cabide” (QUAINE, 2003).
No decorrer das escaladas a sintomatologia inicial do overuse é a rigidez matinal, diminuição da motricidade fina, e edema cápsulo-ligamentar, assim como dor à palpação e ao movimento mais na fase crônica. Os dedos anelar e médio são os mais acometidos (BOLLEN, 1988; BOLLEN 1990).
As forças impostas aos dedos gerando cargas com desvios angulares e rotacionais das articulações traumatizam muito mais tendões do que cápsula e ligamentos, isto porque os tendões possuem uma disposição paralela das suas fibras suportando mais cargas unidirecionais, o que difere do tecido ligamentar, onde as fibras se dispõem paralelas e oblíquas seguindo o sentido de sua origem e inserção, assim os ligamentos suportam mais cargas multidirecionais (NORDIN & FRANKEL, 2003).
A RNM evidencia hipertrofia dos ligamentos colaterais, edema articular crônico por sinovites recorrentes.
A ruptura parcial ou completa da polia digital A2, gera uma sobrecarga na inserção do tendão Flexor Superficial do dedo, pois a força de tração do tendão sobre o osso não é distribuída efetivamente no túnel osteofibroso, o que faz com que esta força se direcione diretamente para a inserção deste tendão. Após instalada esta condição de perda efetiva de tração do tendão sobre o osso, inicia-se um quadro de tendinite da inserção do Tendão Flexor Superficial, traduzida por dor na falange média (BOLLEN, 1990).
A lesão mais comum é a TENDINITE DOS FLEXORES DOS DEDOS, como estes passam através do túnel do carpo a dor pode imitar a Síndrome do Túnel do Carpo, existindo uma mobilidade limitada dos dedos. A tração repetida sobre estes tendões no nível do túnel, provoca microrupturas com edema nas bainhas sinoviais e nos próprios tendões, deste modo ainda pode haver uma compressão no Nervo Mediano com parestesia palmar distal do punho e dois dedos e meio radiais, diminuição da força do polegar e diminuição da motricidade fina (PETERS, 2001; LOGAN, 2004).
A ruptura do tendão flexor profundo gera incapacidade de se fletir a falange distal sobre a média, e a ruptura do Tendão Flexor Superficial gera a incapacidade de flexão da falange média sobre a proximal. Os sintomas descritos são dor e aumento da sensibilidade em qualquer ponto do dedo ou palma da mão (GROSS, 2000). É muito importante identificar o nível da retração do tendão para a realização do reparo. Os dedos mais acometidos são o médio e anular.
Treinamentos muito elaborados para fortalecer os dedos chegaram a um ponto de serem considerados grandes causas de lesões por sobrecarga. As tábuas de treinamento ou “Campus Board” dividem muito a opinião dos escaladores, podem ser usadas, mas com muito cuidado, com indicação e momento correto. O ideal é que se realize um número reduzido de repetições.
Um desempenho adequado da musculatura que envolve o COTOVELO é um fator determinante para uma boa função motora das mãos e ombros, pois além de flexionar o cotovelo na aplicação de trações e bloqueios para a sustentação e movimentação corporal, imprimem por irradiação um aumento de tônus muscular nestes outros segmentos.
O escalador pode apresentar dor na região anterior do cotovelo, esta lesão é conhecida como cotovelo do escalador, nada mais que uma Tendinite do Braquial, que ocorre por sobrecarga deste músculo quando existe uma insuficiência do Bíceps em manter o membro superior em flexão do cotovelo e pronação do antebraço (PETERS, 2001).
O OMBRO por ser uma articulação de grande mobilidade, torna-se suscetível às lesões quando se faz presente certo grau de instabilidade gleno-umeral ou escápulo-torácica. O deslocamento ascendente do escalador, que gera muitas vezes um padrão de movimento com elevação de ombro em rotação interna e pronação do antebraço, provoca um impacto precoce na porção ântero-inferior da articulação Acrômio-clavicular com a tuberosidade maior do Úmero.
A disfunção escápulo-torácica por deficiência de força do Trapézio Médio e Rombóides que realizam a adução da escápula, Trapézio Inferior que deprime e aduz, e o Peitoral Menor que também deprime, gera um excesso de mobilidade escapular de báscula lateral, que faz com que haja uma abertura da fossa glenoidal, levando a um deslocamento da cabeça umeral para superior e anterior, assim se instalando uma síndrome do impacto do ombro, com um quadro de tendinite ou tendinose, e lacerações degenerativas parciais ou totais do Manguito Rotador (LECH, 2004)
O BOTE é um movimento agressivo sendo considerado um fator etiológico importante nas lesões do membro superior. O escalador se lança (salta) buscando uma agarra mais acima que não está ao alcance com a realização de um movimento usual. Ao agarrar a agarra o escalador deve estar com a musculatura da cintura escapular em um estado contrátil vigoroso e eficiente para promover a estabilidade da Articulação Escápulo-torácica, permitindo conseqüente estabilidade da articulação Gleno-umeral, evitando um impacto subacromial.
Os BOTES mal dados desenvolvem também um torque em valgo e extensão do cotovelo, produzindo uma tração no compartimento medial, podendo haver ruptura parcial ou total do ligamento colateral medial e das fibras musculares que se inserem no epicôndilo medial (Flexores Superficias dos dedos, Flexores do Punho e Pronador Redondo), dano no nervo ulnar (Neuralgia do N. Ulnar), fratura por avulsão do epicôndilo medial, ficando assim na maioria das vezes instalado um quadro de epicondilite medial.
A TENDINITE DA CABEÇA LONGA DO BÍCEPS reproduz dor na palpação do tendão sobre o sulco bicipital e região anterior do braço. O tratamento consiste em reforço muscular. A ruptura do tendão revela deformidade tipo “popeye” com aumento do volume do ventre muscular na região distal do braço, e geralmente está associada uma equimose local.
A SLAP lesion(Lesão da porção superior anterior e posterior do labrum) é outra lesão encontrada nos escaladores, os fatores causais mais comuns são contrações vigorosas do bíceps, compressão sobre o ombro em queda com cotovelo extendido, tração sobre o membro superior quando elevado e mão fixada a agarra, ou em rotação externa do corpo suspenso com a mão fixada a agarra.
O lábio glenoidal promove a estabilidade da articulação Gleno-umeral, aumentando em quase 50% a profundidade da glenóide.
Também ocorre uma lesão complexa do bíceps além da lesão da porção antero-superior do lábio glenoidal. O tratamento consiste em reforço muscular do Bíceps e Manguito Rotador para desenvolver uma estabilidade na articulação Gleno-umeral.
Tipos de SLAP
Lesão do lábio glenoidal, o arco do bíceps se mantém intacto.
Deslocamento do lábio superior e arco do Bíceps do rebordo da glenóide.
Lesão vertical do lábio produzindo uma lesão em alça de balde.
Lesão com extensão ao tendão do Bíceps.
(SNYDER, 1990)
LESÕES NOS MEMBROS INFERIORES
Entorses de tornozelo e joelho geralmente ocorrem nos terrenos irregulares onde o escalador pode sofrer uma queda, ou quando se encontra caminhando em trilhas com declives carregando mochilas com equipamentos pesados. Estar atento e observar platôs nas vias a serem escaladas e pedras soltas nas trilhas, são meios para se prevenir estes tipos de lesões.
A hiperflexão do joelho, rotação externa da Tíbia, e rotação interna do Fêmur somado a um esforço de extensão do joelho quando o escalador se desloca ascendentemente buscando uma agarra acima, provocam um estresse rotacional sobre esta articulação, podendo resultar em uma lesão do corno posterior do menisco medial e até mesmo a ruptura do Ligamento Cruzado Anterior.
As lesões nos pés são pouco freqüentes. A neuropraxia dos ramos do Nervo Fibular Supreficial ocorre quando existe a compressão deste pela sapatilha de escalada, pois esta é muito justa ao pé. Os sintomas são alterações de sensibilidade como hipoestesia ou parestesia temporária na região dorsal e média do Hálux. São fabricadas desta forma para que haja uma estabilidade do arco plantar favorecendo uma contração eficaz dos flexores dos dedos do pé durante o posicionamento do escalador em um pequeno apoio. Geralmente ocorre em vias longas, ou por um uso prolongado deste equipamento (PETERS, 2001).
FRATURAS DE COSTELAS, VÉRTEBRAS, PELVE E CRÂNIO
Ao sofrer uma queda, procurar se afastar da parede com os braços e pernas afastadas, tentar se manter posicionado de frente para a rocha, logo que a corda se tensionar abaixo no primeiro ponto de segurança, o escalador tenderá a se chocar contra a rocha, assim com reflexos rápidos deve suavizar o contato utilizando todos os membros para apoio e equilíbrio. Havendo um choque em que o escalador não consegue amortecer sua queda, ao tocar a rocha com extensão do punho pode ocorrer a fratura do 1/3 distal do antebraço ou do escafóide. Chocando-se de forma desajeitada, mais precisamente de lado, a fissura ou fratura de costela pode se tornar presente. As fraturas de crânio podem acontecer por choque direto deste com a rocha ou por queda de uma pedra solta do alto da via que está se escalando (PETERS, 20021).
Segurar a corda com as mãos, evita hiperextensão da coluna, impedindo a fratura do muro posterior da coluna lombar. As cargas axiais podem desenvolver fraturas na pelve, e sobre a coluna lombar podem ocasionar lesões discais.
As fraturas e luxações dos dedos da mão ocorrem em quedas com os dedos presos em fendas ou fissuras na rocha. Além do trauma ósseo, o sistema cápsulo-ligamentar também é afetado, necessitando muitas vezes de intervenção cirúrgica e reabilitação por profissionais experientes (YOUNG, 1994).
Como eu trato
OBSERVAR SINAIS E SINTOMAS:
- Dor com início horas ou dias após a escalada, com duração de uma até duas semanas. Procurar avaliar: erro da técnica, nível técnico da via superior ao nível do escalador, ou metodologia de treinamento. Prováveis causas: fadiga muscular, microtraumas em tendões, ligamentos e cápsula.
- Dor com início após a escalada, com duração de até duas semanas. Avaliar: erro da técnica ou metodologia de treinamento. Prováveis causas: microtraumas em tendões, ligamentos e cápsula.
- Dor com início durante a escalada. Interromper treinos e escalada, para avaliação clínica, físico-funcional, técnica ou metodologia de treinamento. Prováveis causas: macrotraumas em tendões, ligamentos e cápsula.
TREINAMENTO
Para minimizar o dano tecidual, devem-se utilizar conceitos modernos de treinamento, respeitando fase de aquecimento e alongamento prévios, evolução gradual dos níveis de dificuldade das vias com sua movimentação específica, trabalhos de força, resistência e potência bem demarcados, treinos próprios para competições, sempre observando e avaliando as respostas corporais de acordo com o tempo de treinamento.
ERROS DE TÉCNICA
Mal posicionamento dos dedos (desalinhamento dos dedos)
Má distribuição das cargas (sobre os dedos)
Posicionamento do corpo na parede
Pouca variação de estilo
Utilização de técnicas extremas (Botes)
“Puxada extra” (tentar se manter na parede quando já não existe mais possibilidade técnica ou condição física)
Ausência de supervisão técnica
ERROS DE TREINAMENTO
Treinamento irregular (número de vezes por semana)
Falta de força, potência, resistência, flexibilidade (falha dos objetivos do programa)
Aquecimento deficiente
Evolução brusca do nível da via
Mudança brusca do tamanho das agarras
Equipamento inadequado
SOLUÇÕES TÉCNICAS
Estabilização articular – Agonista / Antagonista
Variação de Estilo
Melhora do posicionamento corporal na parede (utilizar variação da flexão e extensão do cotovelo para aproximação e afastamento da parede, para se obter economia energética, descansando e alongando as estruturas)
Melhora do posicionamento dos dedos nas microagarras
Priorizar: agilidade, eqüilíbrio, fluidez dos movimentos
SOLUÇÕES DE TREINAMENTO
Treino a LONGO PRAZO
Traçar objetivos específicos
Flexibilidade, Resistência muscular local, Aeróbico
Principais músculos: Abdominais; Fl. Dedos da mão, Bíceps, Tríceps, MR, Estab. Escápula; Tríceps Sural, Quadríceps, IQT, Fl. Dedos do pé;
TRATAMENTO
A observação do controle sobre o edema tecidual que retarda o processo de reparação dos mesmos é essencial no tratamento das lesões do montanhismo. Este promove o afastamento das fibras dos tecidos dificultando as ligações das tramas que formam o tecido conjuntivo, inibe o controle neuromuscular, produz alterações neurológicas reflexas e impede a nutrição da parte lesada. È mais bem controlado e tratado durante o início do atendimento primário. (WHITING, 2001)
Todas estas alterações são motivos para suspender a escalada, e dar condições a Fisioterapia agir de forma eficaz, permitindo tão logo haja a melhora, o retorno normal da performance do atleta.
RETORNO À ESCALADA - LESÃO GRAVE DE TENDÕES (*)
Tratamento prévio realizado em Clínica – Patologia Tendínea
Resistência Muscular localizada (1ª a 5ª sem)
Força (6ª a 10ª sem)
Treinamento:
-Força naparede de escalada: - agarras médias/grandes (11ª a 16ª sem)- agarras pequenas em vias curtas 4 a 6 movimentos- Resistência: subida e descida agarras grandes/médias em teto negativo, mesmo ritmo 6 movimentos (16ª sem)-Potência: alta intensidade (1 a 2 sem), média/baixa intensidade (3 a 4 sem), teto negativo, agarras grandes, sem apoio de pés.
RETORNO À ESCALADA - LESÃO LEVE/MODERADA DE TENDÔES (*)
Tratamento prévio realizado em Clínica – Patologia Tendínea ou Cápsulo-ligamentar
2 a 3 semanas sem DOR
Treino com agarras grandes por 2 a 4 sem, movimentos pouco sofisticados
Paredes negativas e tetos com agarras grandes após 8 sem
Microagarras e movimentos sofisticados após 12 sem
(*) PROGRAMA ELABORADO PELA EXPERIÊNCIA DO AUTOR DESTE ARTIGO, SOMADO AO CONHECIMENTO DOS PROCESSOS DE CICATRIZAÇÃO HISTOLÓGICA, BIOMECÂNICA DO ESPORTE E FISIOPATOLOGIA DO GESTO ESPORTIVO CITADO POR OUTROS AUTORES(GARRET, 2003; GROSS, 2000; LOUNDON, 1999; MCGINNIS, 2002; ENOKA, 1988; NORDIN, 2003; BOLLEN, 1997).
Muitos escaladores utilizam a técnica de Taping ou esparadrapo sobre a região da polia A2, assim buscam a proteção e auxílio na estabilização funcional desta estrutura durante a preensão dos dedos junto a agarra, procurando evitar uma ruptura deste tecido. Porém evidenciou-se que não existe diferença estatisticamente significativa utilizando ou não está técnica. Acredita-se que o taping protege os tecidos moles dos dedos da abrasão contra a agarra e não na tração do tendão sobre a polia (WINSTON, 2000).
Durante o tratamento Fisioterápico observar a evolução dos sinais e sintomas, e a personalidade do escalador, um escalador obsessivo tem a necessidade fisiológica e psicológica de estar na parede, com isso pode negar algum desconforto ou dor para antecipar o seu retorno à prática esportiva, não permitindo uma maturação cicatricial adequada, ou a resolução completa do processo inflamatório do tecido lesado.
“A escalada é um ótimo esporte para se canalizar a energia ou a agressividade”.
Dr.Lucas Nogueira Mendes Ft. Dip Chiro. Fisioterapeuta Quiropraxista pela Anafiq/Coffito. Especialista em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva.
- Dr. Lucas Nogueira Mendes FT,Dip.Quiro
- Araraquara, São Paulo, Brazil
- Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592
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Achei a esplanação do texto muito boa. É uma pena que não se encontra muitas matérias como essa tão facilmente.
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