Minha foto
Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

REGRAS DO SITE

OS ARTIGOS CONTIDOS NESTE SITE TEM APENAS O INTUITO DE INFORMAR , POR ISSO NÃO FAZEMOS DIAGNÓSTICOS OU TRATAMENTO PELO SITE E EM HIPOTESE ALGUMA QUEREMOS SUBSTITUIR UMA CONSULTA PARA MAIS DETALHES ENTRE EM CONTATO E MARQUE UMA CONSULTA COMIGO (FISIOTERAPEUTA)OU COM SEU MÉDICO DE CONFIANÇA.

ME RESERVO O DIREITO DE RESPONDER APENAS COMENTÁRIOS COM IDENTIFICAÇÃO E E-MAIL E QUE SEJA PERTINENTE AO CONTEUDO DO SITE( NÃO FAÇO DIAGNÓSTICO OU TRATAMENTO PELA INTERNET).

AS PERGUNTAS SEM E-MAIL EM ANEXO NÃO SERÃO RESPONDIDAS.

AS RESPOSTAS NORMALMENTE NÃO SÃO PUBLICADAS POIS RESPEITAMOS A INDIVIDUALIADE DOS PACIENTES ,CADA CASO É ÚNICO.

Translate

Visualizações

Pesquisar este blog

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Lesões na ginastica de trampolim

Ginástica de Trampolim
História da Ginástica de Trampolim no Brasil
No Brasil, a Ginástica de Trampolim começou a ganhar espaço em 1974, quando o campeão mundial desta modalidade na época, o alemão Hartmut Richle, aqui esteve para ensinar técnicas acrobáticas. Acabou despertando o interesse de um professor brasileiro, o paulista José Oliveira Martins, que foi para a Alemanha aprender os princípios do trampolim. A partir de então, a prática desta atividade se difundiu em diferentes estados no Brasil, ganhando cada vez mais popularidade, principalmente após se tornar um esporte olímpico em Sidney/2000. (ARAÚJO, 2003).

Até 1998, o esporte tinha a FIT como entidade máxima e órgão responsável pela promoção de eventos da modalidade em todo mundo. No Brasil, estava filiado à CBTEA (Confederação Brasileira de Trampolim e Esportes Acrobáticos), sendo sua sede localizada no Rio de Janeiro. A partir de 1999, o Trampolim foi anexado à Federação Internacional de Ginástica (FIG), a qual engloba a Ginástica Rítmica Desportiva, Ginástica Artística, Ginástica Aeróbica de Competição, entre outros. Este foi um dos motivos pelo qual ocorreu a mudança do nome do esporte de Trampolim Acrobático para Ginástica de Trampolim, visto que todos os esportes integrantes desta entidade tem o nome iniciado com “Ginástica”. Além disso, tal denominação gerava confusão com as disciplinas de Saltos Ornamentais (modalidade aquática). Acredita- se que esta nova denominação irá proporcionar um melhor reconhecimento do esporte em questão (www.ginasticas.com.br).

O Brasil tem diversos atletas de expressão e medalhistas mundiais, sendo o Rio de Janeiro a maior potência. São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul também merecem destaque, com excelentes resultados em campeonatos nacionais e progressiva ascensão do nível técnico (ARAÚJO, 2003).

Apesar da ausência de apoio governamental, o Brasil possui a oitava posição no ranking mundial (www.ginasticas.com.br).

Regras e Modalidades
Modalidades

A Ginástica de Trampolim e popularmente conhecido como cama elástica, apresenta muitas semelhanças com a Ginástica Artística em seus movimentos acrobáticos, apesar de serem atividades distintas. O esporte em questão engloba 4 modalidades: o duplo mini trampolim, o tumbling e o trampolim individual e sincronizado. O mini-trampolim também é considerado parte integrante da Ginástica de Trampolim, mas não é oficialmente um aparelho competitivo de nível internacional (ARAÚJO, 2003).

Tais modalidades são relativamente recentes no contexto esportivo, mas nos últimos dez anos houve um considerável processo de ascensão (ESPOSITO, 2003; www.ginasticas.com.br).

O esporte combina harmonia, destreza, equilíbrio e coordenação e, apesar de ser considerado por muitos um esporte lúdico, exige dedicação e muito treinamento (www.ginasticas.com.br).

Trampolim

A série de trampolim é caracterizada por uma seqüência de elementos com ritmo contínuo, sem hesitações e sem saltos verticais intermediários. A mesma deve ser planejada para haver uma variedade de saltos com rotação para frente e para trás, com ou sem piruetas, demonstrando um bom controle, forma, execução e manutenção da altura. Normalmente as competições classificatórias para as finais, são compreendidas de duas séries com dez elementos cada uma, sendo que a primeira inclui elementos obrigatórios e livres e a segunda é totalmente livre. As provas finais constam de apenas uma série livre. Cinco árbitros de execução fornecem uma nota cada um, desconsiderando-se a maior e a menor. A nota final é obtida através das três notas remanescentes, que são adicionadas ao valor de dificuldade dada por outros dois árbitros (Código de Pontuação – 2001/2004 no site www.fig-gymnastics.com).

A nota de execução é obtida de acordo com a técnica, consistência de altura e controle de cada elemento. A dedução pode ser de 0,0 a 0,5 pontos de cada elemento, a qual inclui: posição dos braços e pernas, posições do corpo, perda de altura, abertura dos mortais e deslocamento horizontal (Código de Pontuação – 2001/2004 no site www.fig-gymnastics.com).

O atleta utiliza da elasticidade da cama elástica para alcançar alturas incríveis. Na atualidade, os trampolins de competição são maiores e mais poderosos que os utilizados antigamente, podendo propulsar até 8 metros de altura. Os atletas de alto nível podem facilmente demonstrar uma bela seqüência de saltos duplos, triplos, quádruplos e piruetas. (DUARTE, 1996).

Trampolim Sincronizado

O Trampolim Sincronizado exige a mesma habilidade técnica que o trampolim individual, porém soma-se a isso, uma maior precisão de tempo na execução dos exercícios pela necessidade de um sincronismo perfeito entre os dois saltadores (DUARTE, 1996).

Pra tanto, utiliza-se dois trampolins paralelos, sendo que ambos os atletas devem executar uma série com os mesmos 10 elementos e ao mesmo tempo. Assim, artisticamente cada um executa como se fosse uma imagem de espelho do outro, dobrando a beleza visual da competição de Trampolim (www.igce.unesp.br).

Tumbling

O Tumbling é uma pista composta de molas e/ou fibras de vidro que impulsiona os acrobatas, os quais devem demonstrar velocidade, força e habilidade enquanto executam uma série acrobática de oito elementos (www.igce.unesp.br).

Uma série de tumbling é caracterizada por uma velocidade contínua dos elementos técnicos rotacionais, sem hesitações ou passos intermediários. A mesma deve ser planejada para demonstrar uma variação de elementos com um bom controle, postura, técnica e execução com um ritmo constante (Código de Pontuação – 2001/2004 no site www.fig-gymnastics.com).

Duplo-Mini Trampolim

O Duplo-Mini Trampolim é um aparelho relativamente novo no qual, após correr em uma pista de comprimento mínimo de vinte metros, o atleta salta sobre um trampolim pequeno duplamente nivelado e executa um salto (“mount” ou “spoter”) seguido imediatamente por outro elemento que irá finalizar sobre o colchão de aterrissagem (“dismount”) (www.igce.unesp.br).

A competição qualificatória e final inclui duas passadas, com dois saltos cada uma (“mount/spoter” e “dismount”) (Código de Pontuação – 2001/2004 no site www.fig-gymnastics.com).

Equipamentos da Ginástica de Trampolim
Uso do aparelho: treinamento, recreação e/ou utilizações secundárias
De acordo com Yeadon & Johnson (1992), para a utilização segura e eficaz do aparelho, deve-se:

Identificar os benefícios e limitações do uso do Trampolim como uma atividade de recreação, como complemento para outros esportes e como um legítimo esporte de nível competitivo;

Instruir um efetivo aquecimento para a aula;

Saber montar e desmontar o equipamento;

Saber os riscos e identificar e prevenir os acidentes típicos;

Utilizar os colchões de proteção quando necessário; e

Entender a mecânica e a física do esporte

Medidas

De acordo com o Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica-Trampolim (2001/2004), as medidas preconizadas para um evento competitivo são:

Estrutura:

Comprimento: 5,050m / ± 6cm

Largura: 2,910m / ± 5cm

Altura: 1,155m / ± 0,5cm


Rede:

Comprimento: 4,280 m / ± 6 cm

Largura: 2,140 m / ± 5 cm

Em competições, as redes construídas com tiras devem ter sob tensão 5,5 mm de largura (± 1,5 mm), sendo a distância entre duas tiras de 16 mm no máximo. As redes construídas com fios, devem ter sob tensão 3,0 mm (± 1 mm), sendo a distância entre os dois fios não maior que 10 mm.

Medidas de segurança

De acordo com o Código de Pontuação da FIG (2001-2004), algumas medidas de segurança podem e devem ser seguidas:

O ginasta pode ter um ou dois auxiliares próprios que substituirão o mesmo número de auxiliares providenciados pela organização.

O colchão de segurança (lançamento) apenas pode ser usado pelo próprio auxiliar do ginasta.

Todo o cabelo deve estar seguramente preso.

A altura interior do recinto onde ocorrem as competições deve ter no mínimo 8m (oito metros).

Colchões devem cobrir o solo em volta do trampolim (pelo menos 1800 mm de cada lado).

A organização da competição deve providenciar pelo menos oito auxiliares experientes para o período de aquecimento e competição. Em cada extremidade do aparelho deve haver um segurança.

Treinamento
De acordo com Yeadon & Johnson (1992), o treinamento de tal modalidade deve seguir alguns princípios básicos:

Proporcionar um ambiente seguro para a prática esportiva, como a checagem dos equipamentos, realizar o treinamento cumprindo as progressões de dificuldade corretas, entre outros;

Proporcionar atividades de diversão e de ensino, principalmente nas fases iniciais;

Expor claramente as metas definidas; e

Atender as necessidades individuais de cada atleta.

Efeitos fisiológicos e funcionais

De acordo com Yeadon & Johnson (1992), o trampolim promove:
Desenvolvimento da força muscular: principalmente da musculatura postural;

Aptidão Cardiovascular: embora seja uma atividade anaeróbia, a repetição dos exercícios proporciona benefícios para o Sistema Cardiovascular;

Percepção cinestésica: os saltos no trampolim aperfeiçoam a percepção que o indivíduo tem do seu corpo em relação ao espaço. Esse benefício é obtido por outros esportes que utilizam o trampolim como um método auxiliar de treinamento;

Motivação: o trampolim facilita a execução dos movimentos, proporcionando motivação, autoconfiança e estímulo global.

De acordo com Hondzinski & Darling (2001), a visão é relevante para a realização das acrobacias mas não determinante para a execução de bons saltos. Tais autores relatam que a propriocepção individual ou aprimorada pela prática esportiva é a habilidade mais preponderante para o esporte.
Benefícios e Utilizações Secundárias

A prática desta atividade, além de lúdica, promove inúmeros benefícios ao sistema cárdio respiratório e muscular e aprimora a coordenação e o equilíbrio. Além desses, o trabalho proprioceptivo que este esporte proporciona merece destaque especial. (Araújo, 2003)

Sucintamente, propriocepção pode ser definida como a sensação que o indivíduo tem do próprio corpo em relação ao espaço, a sua postura e aos seus movimentos. Para tanto, utiliza um conjunto de sistemas funcionais de regulação que fornece ao indivíduo condições de controle do esquema corporal.

Por trabalhar com a percepção, o trampolim é largamente utilizado no meio fisioterapêutico para tratamento final de diversas lesões ortopédicas, como por exemplo um pós operatório de reconstrução ligamentar. Isso se justifica porque após uma lesão, receptores periféricos que informam o Sistema Nervoso sobre a angulação e velocidade de movimento são danificados, prejudicando a percepção do segmento lesado em relação ao espaço e a ele mesmo. Para se prevenir a movimentação anormal da articulação e o risco de reagudização do quadro, é necessário realizar um trabalho proprioceptivo. Neste momento entra o trampolim, fornecendo o feedback necessário para o paciente perceber novamente a posição da articulação, aprender a sequência correta dos movimentos e a ter reações rápidas de proteção para não haver uma recidiva da lesão. (Araújo, 2003)
Além disso, atualmente o trampolim tem sido utilizado em programas de condicionamento físico visando o aprimoramento das capacidades cárdio-respiratórias e musculares, principalmente por ser um método eficaz e uma atividade de baixo impacto, o que beneficia o aparelho locomotor.

A prática desse esporte independe dos aspectos físicos do indivíduo e pode ser iniciada com qualquer idade desde que supervisionada, usufruindo como forma de treinamento e/ou recreação.

Mais informações acesse a página Trampolim Terapêutico – Método Mederdrut no nosso próprio site.

Muitos esportes utilizam os benefícios que o trampolim pode oferecer. A Ginástica Artística, os Saltos Ornamentais e Saltos Livres com Esqui são os principais. Isso porque o trampolim fornece um intervalo de tempo no ar necessário para muitos esportistas aprenderem seguramente saltos de risco. Esse aparelho é eficiente para se efetuar os exercícios de dificuldade porque fornece a propriocepção necessária para a execução dos mesmos. A facilidade que o trampolim proporciona para se realizar os saltos e a disponibilidade do aparelho, fazem com que o trampolim seja uma ótima forma de treinamento de movimentos de outros esportes. Além disso, especialmente na Rússia, o trampolim é utilizado para treinar lutadores e jogadores de futebol como uma forma de desenvolver o sistema neuro-muscular e como condicionamento físico. (Yeadon & Johnson, 1992).

Exercícios básicos do Trampolim

Grupado
Afastado
Carpado
Senta
Senta com piruetas
Costas
Frontal
½ Pirueta
1 Pirueta
¾ front (para frente)
¾ back (para trás)
Back (mortal para trás)
Front (mortal para frente)
Barani (mortal para frente com meio giro)
Full (mortal com um giro)
Rudy (mortal para frente com uma pirueta e meia)
Double-back (mortal duplo para trás)
Barani Out (mortal duplo para frente com meio giro no último mortal)


Lesões na Ginástica de Trampolim
Lesões Traumáticas

Qualquer atividade envolvendo movimentos de altura cria a possibilidade de acidentes. Danos físicos podem ocorrer com a prática desse esporte como qualquer outro. Esse aparelho deve ser utilizado somente com uma supervisão e por participantes devidamente treinados, instruídos e qualificados. Os saltos mortais são a principal causa de acidentes, devendo-se portanto, evitá-los em atividades não competitivas. As aterrissagens incorretas advindas principalmente de exercícios de maior dificuldade e que provocam uma hiperflexão ou hiperextensão da coluna, podem causar lesões sérias como fraturas vertebrais (YEADON & JOHNSON, 1992).

Krahl & Steinnbrück (1980) relatam que o risco de acidentes no trampolim, tem relação direta com a possibilidade que o esporte proporciona em movimentar o corpo livremente no ar.

Riehle (1979), através de um estudo desenvolvido com cem saltadores, constatou que 68% deles apresentavam um quadro álgico em diversas regiões da coluna vertebral. Apenas 6% dos mesmos, haviam tais problemas antes de iniciarem a prática do esporte. Steinbrück & Peaslack (1978), determinaram que as lesões mais comuns nos saltadores, estão situadas no membros inferiores em 44 % e na coluna vertebral em 28 %.

Krahl & Steinnbrück (1980), o quadro álgico, lesões e deformidades na coluna são decorrentes de um excesso de uso das estruturas músculo-esqueléticas.
De acordo com Esposito (2003), o crescimento do número de lesões em tal esporte é diretamente proporcional ao seu desenvolvimento na última década.

O trampolim circular, utilizado largamente como forma de recreação infantil, é uma atividade associada a um grande número de lesões ortopédicas, especialmente em crianças com idade ente cinco e quinze anos. Em um estudo retrospectivo efetuado no Hospital Pediátrico de Winnipeg, analisou-se oitenta prontuários de crianças com idade inferior a dezesseis anos. Nestes observou-se cerca de 70% de lesões ocorridas dentro do trampolim e 30% de lesões ocasionadas pela ejeção dos indivíduos para o exterior do aparelho. Cerca de 75% dos danos foram ocasionados por fratura ou fratura-luxação, sendo 80% das lesões ocorrendo nos membros superiores (BLACK & AMADEO, 2003).

Wechsler et al (2001), relatam que acidentes graves podem ocorrer com tal esporte devido à possibilidade de ocorrerem quedas com o pescoço, sendo a conseqüência disso o rompimento de artérias cerebrais com a possibilidade de formação de trombos e até mesmo morte cerebral.

De acordo com Yeadon & Johnson (1992), os acidentes podem ser decorrentes da pouca iluminação do ambiente; de aparelhos inadequados, com pouca proteção, obsoletos ou montados erroneamente; da lona danificada; ambientes ao ar livre devido à luz solar e vento; e flash de máquinas fotográficas.

O mesmo autor refere que os acidentes podem ocorrer:

Dentro do trampolim (aterrissagem incorreta: trampolim impulsiona quando o atleta cai na tela e só cessa com uma reação adequada do corpo que force tal impulso das molas pararem; lesões de pele: abrasão pelo deslocamento sobre a tela ou pelo uso de roupas inadequadas).

Fora do trampolim (ao descer do trampolim / sair do trampolim saltando; cair nas molas; cair sobre a armação; cair fora do trampolim)

Lesões de pele

As abrasões são freqüentes durante esta prática esportiva (YEADON & JOHNSON, 1992).

Lesões Por Sobrecarga

De acordo com Yeadon & Johnson (1992), um estudo realizado na Alemanha em 1975 com atletas de elite, mostrou um aumento na incidência de artropatias na coluna vertebral quando comparado com um grupo controle de não atletas. A região lombar foi a mais afetada. Este estudo demonstra que altas forças presentes na tela quando o atleta salta alto, podem ter efeitos prejudiciais na coluna mesmo quando a aterrissagem é correta. Os atletas mais pesados suportam uma grande carga nas articulações.

Outras Alterações

De acordo com Eliasson et al (2002), durante os saltos no trampolim, o assoalho pélvico está exposto a altas forças, o que pode provocar efeitos indesejáveis como o escape urinário devido a não sustentação da bexiga por tal musculatura. Em um estudo efetuado pelos mesmos autores com ginastas de elite nulíparas (idade média de 15 anos), relatou-se que cerca de 80% de tal população apresenta tal alteração durante os treinos.

Prevenção

De acordo com Yeadon & Johnson (1992), a prevenção de acidentes e lesões de diferentes magnitudes incluem:
Proporcionar um ambiente seguro para a prática esportiva
Atender as necessidades individuais de cada atleta
Preparação adequada tanto do atleta quanto do técnico
Progressão: ensinamento progressivo e seqüencial
Aquecimento e alongamento dos principais grupos musculares
Educação do atleta em relação aos perigos do esporte
Saber as limitações de si próprio e do aparelho
Utilização das proteções adequadas
Utilização de roupas adequadas, assim como não utilizar brincos, relógios, cintos ou qualquer outro utensílio que possa machucar o praticante
Utilização de sapatilhas ou meias que evitem o escorregamento e previnem a entrada dos dedos nos buracos da tela ou o atrito causado pelo suor dos pés
Auxiliares/seguranças ao redor do trampolim


Krahl & Steinnbrück (1980), referem que a prevenção de lesões no trampolim, está fundamentada na disciplina do atleta e no controle da freqüência da prática esportiva.

Yeadon & Johnson (1992), referem que a musculatura ao redor da coluna bem desenvolvida é creditada como protetora da coluna lombar. Praticantes em qualquer nível de treinamento devem fazer aquecimento com exercícios de flexibilidade para a coluna lombar e para a musculatura posterior da coxa, assim como exercícios de condicionamento ao final da sessão de treinamento para aumentar a força da musculatura lombar.

Eliasson e seus colaboradores (2002), relatam que um treino regular da musculatura do assoalho pélvico com o seu conseqüente fortalecimento, previne a incontinência urinária na população feminina.

Como Eu Trato
Lesões da Articulação Esternoclavicular

1. Aspectos gerais e tratamento fisioterapêutico
Entorses da articulação esternoclavicular não se enquadram dentre as lesões mais comuns no meio esportivo. Entretanto, a complexidade de tal articulação e sua relevante interação com outras articulações do complexo do ombro, justificam sua discussão.

A articulação esternoclavicular possui diversos eixos de rotação e se articula com o manúbrio através de um disco fibrocartilaginoso. Patologias dessa articulação podem incluir danos à fibrocartilagem e lesões dos ligamentos esternoclaviculares e/ou costoclaviculares.

É uma articulação frágil em virtude de sua disposição óssea, mas é mantida estável por seus ligamentos que tendem a puxar a extremidade esternal da clavícula para baixo e em direção ao esterno. Uma lesão desses ligamentos pode resultar em uma subluxação ou luxação da articulação esternoclavicular. Isso pode ser relevante, visto que essa articulação desempenha um importante papel no movimento escapular, através da articulação da clavícula com a escápula.

A clavícula liga a extremidade superior ao tronco, funcionando como uma “estaca”. A mesma deve elevar-se cerca de 40º (quarenta graus) para permitir a rotação superior da escápula. A articulação esternoclavicular atua como única inserção passiva do complexo do ombro no esqueleto axial. Alguns autores referem que os movimentos combinados nas articulações acromiocalvicular e esternoclavicular, são responsáveis por 60º (sessenta graus) de rotação superior da escápula na abdução glenoumeral.

Quando a articulação em questão é lesionada, ocorre um processo inflamatório que propicia um aumento na pressão da cápsula articular, assim como um aumento da rigidez articular pela produção de colágeno decorrente da reparação tecidual. A patogênese da inflamação pode alterar a mecânica articular, agravar o quadro álgico e, inevitavelmente, afetar negativamente a articulação em pauta e demais estruturas circunvizinhas.
2. Mecanismo de lesão:

Depois dos acidentes com veículos automotivos, a forma mais comum de lesões na articulação esternoclavicular é a prática esportiva. Dependendo do esporte praticado, pode ser um mecanismo direto ou indireto, resultando em lesões de diferentes magnitudes.

Nos mecanismos diretos, a lesão é resultado de uma força ântero-medial na clavícula, produzindo uma luxação posterior. Já as lesões por imposição indireta podem ocorrer em diversos eventos esportivos, geralmente quando o atleta aterrissa com o cotovelo estendido e com o ombro aduzido e flexionado ou aduzido e estendido. A posição de flexão produz uma compressão ântero-lateral sobre o braço em adução, provocando uma luxação posterior. Já a extensão provoca uma compressão póstero-lateral, podendo causar uma luxação anterior.

Forças de menor intensidade também podem ocasionar danos. Além disso, os microtraumas repetitivos em esportes como golfe, ginástica olímpica e remo também têm sido reportados. Embora relatos na literatura sobre tais lesões dentro da ginástica de trampolim não tenham sido evidenciados, a utilização do complexo do ombro e a semelhança em diversos aspectos com a ginástica artística, sugere uma maior probabilidade da ocorrência de traumas na articulação esternoclavicular neste esporte. A prática clínica também reforça isso.

Microtrauma repetitivo > irritação articular hipermobilidade articular com o tempo > degeneração de tecidos moles e disco fibrocartilaginoso > Síndrome dolorosa > mecânica articular e controle muscular do complexo do ombro comprometidos

3. Reabilitação

a) Considerações:
Entender o papel da articulação esternoclavicular para o movimento da articulação do ombro.

Realizar uma avaliação completa do complexo do ombro.

Durante a reabilitação, abordar a função e movimentos do complexo do ombro, assim como questões associadas à elevação escapular.

Controle da dor e do processo inflamatório. O ultra-som é útil neste estágio para aumentar o fluxo sanguíneo e facilitar o processo de recuperação. Eventualmente uma bandagem pode ser aplicada para minimizar a tensão articular.

Fortalecimento de músculos com inserções claviculares (estabilização dinâmica).

Identificar as necessidades esportivas específicas do atleta, a fim de se adaptar às fases posteriores da reabilitação que deverá incluir o treino dos gestos esportivos.

Realizar exercícios que mantenham o condicionamento cardiorespiratório.

A reabilitação deverá progredir de acordo com os estágios de reparação tecidual. No início, os exercícios devem ser realizados em uma amplitude média.

Identificar a causa da dor, visto que o problema primário relatado pelo atleta, geralmente é um desconforto nos movimentos em amplitudes extremas (instabilidade ligamentar, degeneração do disco, trauma ligamentar, entre outros).

Nos casos de instabilidade e de degeneração do disco, a reabilitação deve enfocar o fortalecimento dos músculos que se inserem na clavícula, dentro de uma amplitude que não estresse a articulação. Tais músculos auxiliam o controle da clavícula durante o movimento do ombro e incluem: peitoral menor, fibras esternais do peitoral maior e trapézio fibras superiores.

Nos casos em que tenha ocorrido uma subluxação ou luxação, considerar as estruturas adjacentes à articulação esternoclavicular.

Em uma luxação posterior, os sinais de comprometimento vascular, de danos ao tecido nervoso e de dificuldade para deglutição podem ser encontrados. Nestes casos, deve-se tratar a causa desse quadro clínico e informar ao médico a presença dos mesmos.

b) Progressão:

Com o controle da dor e do processo inflamatório, os tecidos deverão receber estresses de maneira controlada, que serão aumentados gradativamente.

Mobilizações articulares Grau 1 e 2.

Exercícios resistidos para os músculos com inserção clavicular.

Resistência e amplitude devem ser aumentadas de acordo com a tolerância do atleta.

Enfatizar a restauração da mecânica normal do ombro durante sua movimentação.

Incluir, de acordo com a demanda do esporte, exercícios de cadeia cinética fechada.

Trabalho proprioceptivo.

Quando os sinais dolorosos estiverem controlados, incorporar gradativamente a demandas específicas do esporte.

c) Critérios para o retorno ao esporte:
Tempo mínimo necessário para recuperação tecidual.

Atendimento às demandas específicas do esporte do atleta.

Boa função muscular necessária para proteger a articulação esternoclavicular.

Ausência de dor nos movimentos do complexo ombro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mensagens só serão respondidas com Nome e E-Mail