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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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segunda-feira, 6 de junho de 2011

A formação esportiva e a educação motora:

A formação esportiva e a educação motora:


1) Introdução:

(...) "Nas suas origens, o esporte tem um caráter lúdico, estando, em seu cerne, o prazer do homem em brincar"(...) (Gonçalves, 1997, p.161).

Este caráter lúdico do esporte descrito na citação acima passou a inexistir nos dias atuais, tendo o rendimento esportivo ocupado este lugar pertencente ao lúdico. Este fato pode provocar conseqüências prejudiciais ao processo de desenvolvimento motor do homem em si e, principalmente, à fase de infância pela qual todos passam, devido a fatores tais como uma formação esportiva inadequada a educação motora da criança e uma conseqüente especialização precoce desta, o que pode acarretar a mesma alguns inconvenientes físicos, psíquicos e sociais. O presente artigo propõe-se a mostrar como a formação esportiva pode ser realizada respeitando a educação motora da criança e com isso evitar conseqüências que possam vir a prejudicá-la, pois assim entendemos que a realização do mesmo trará grande contribuição para profissionais de educação física que estejam pré-dispostos a trabalhar com crianças e, particularmente, com o processo de formação esportiva.

2) O INÍCIO DA ATIVIDADE ESPORTIVA:

A idade de início na atividade esportiva por parte da criança envolve problemas de ordem orgânica da mesma, sendo que a maior preocupação na determinação dessa idade reside no fato de que ela deve corresponder a uma boa adaptação orgânica da criança como resposta às exigências impostas pelo esforço físico competitivo, ou seja, não existe uma determinada idade específica para a criança começar a praticar esportes; tudo depende do seu grau de desenvolvimento e sua adaptação orgânica ao esforço físico.
Normalmente existem dois períodos que abrangem o processo de formação esportiva: o primeiro deles trabalha os movimentos básicos e fundamentais de variados esportes, enquanto que o segundo consiste em uma especialização esportiva com trabalhos direcionados ao desenvolvimento de atos técnicos e táticos.
Este primeiro período normalmente abrange crianças com idades entre 2 e 12 anos sendo que esta abrangência não é rígida e pode variar de acordo com o nível de desenvolvimento de cada criança. Neste período percebe-se um crescimento em peso e altura e uma visível evolução na psicomotricidade do indivíduo, o que permite ao mesmo participar e progredir rapidamente em todas as atividades físicas naturais como andar, correr e saltar, e com isso já apresentar possibilidades de realizar algumas modalidades esportivas tais como as corridas longas (em campos e bosques), jogos motores de equipes (jogos cooperativos - ex. gincanas) etc., visando sempre ao aprendizado esportivo (fundamentos das várias modalidades esportivas), uma boa eficiência das grandes funções orgânicas e o gosto e o prazer pela vida ao ar livre em contato com a natureza, o que nos leva a adquirir e a manter um perfeito equilíbrio orgânico e psíquico. É válido frisar que nesta fase, ao realizar uma tarefa motora que lhe é solicitada, a criança apresenta algumas deficiências na realização de tal ato, sendo que isto não significa necessariamente que esta atividade esteja acima do grau de desenvolvimento motor da criança, pois em muitos casos a disposição e motivação para aprender o esporte, e principalmente a forma de atuação do professor, também exercem significativa influência na realização da atividade por parte da mesma. Outro ponto que merece destaque é que o esporte, quando adequadamente ministrado nesta fase, contribui significativamente para determinar um conveniente desenvolvimento orgânico e funcional além de um favorecimento ao desenvolvimento psíquico e intelectual por parte da criança, proporcionando-lhe maior desembaraço mental e de comunicação.
Portanto, concluimos que neste período de iniciação esportiva a criança deve desenvolver suas qualidades físicas básicas, recebendo também os fundamentos das várias modalidades esportivas adequadas ao seu desenvolvimento morfofuncional. Outra importante conclusão é de que nesta fase não deve haver uma preocupação determinante pela competição esportiva, cabendo apenas a aplicação de pequenos jogos motores.

3. ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA:

Ao atravessar adequadamente o primeiro período de sua formação esportiva, um período caracteristicamente preparatório, a criança agora estará apta a iniciar o processo de especialização esportiva com todas as decorrências e implicações a ele inerentes. Esta iniciação especializada normalmente abrange crianças com idades entre 12 e 14 anos e, às vezes, esta abrangência baixa um pouco, dependendo da aptidão demonstrada pelo indivíduo para a prática esportiva, seu grau de desenvolvimento físico e sua maturação psicológica. Nesta fase de iniciação especializada há um rápido crescimento em peso e altura com um relativo aumento da força muscular, sem contar que ocorrem também alterações psicológicas com a instalação de pequenos conflitos emocionais, o que torna esta fase bastante conturbada emocionalmente, sendo este um dos principais momentos onde percebe-se a importância de profissionais graduados em educação física que trabalhem nesta área e que, dependendo do seu empenho em orientar suas aulas de treinamento voltadas para objetivos como a autoconfiança, a cooperação e a sociabilidade, tornem tais aulas prazerosas para as crianças que estão sendo submetidas a determinados treinamentos e assim elimine o caráter penoso e adestrador que a formação esportiva possui na atualidade. É importante frisar também que devido ao seu adequado desenvolvimento orgânico a criança já possui capacidades motoras suficientemente desenvolvidas para realizar variados atos técnicos com satisfatória eficiência tais como o arremesso tipo jumping no basquetebol, a passagem de bastão no atletismo etc., sendo que a melhor ou pior execução de tal ato técnico dependerá de fatores como o grau de especialização e a intensidade de treinamento a qual a criança está sendo submetida, ressaltando que este treinamento deve ser aumentado gradativamente a medida que a criança for atingindo resultados técnicos significantes.

4. INCONVENIENTES CAUSADOS PELA ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE:

Apenas como aspecto adicional, entendemos ser válido destacar alguns inconvenientes causados pela especialização esportiva precoce, pois como profissionais de educação física temos a obrigação de saber respeitar os limites físicos e psicológicos que cada indivíduo possui, já que somente assim poderemos proporcionar experiências motoras realizadas de modo a não ultrapassar tais limites e com isso não prejudicar o desenvolvimento orgânico-motor da população que estará sendo submetida a determinadas atividades.
Sabe-se perfeitamente que a atividade esportiva deve estar presente desde a infância, porém orientada criteriosamente de tal maneira que possa agir como estímulo propício ao perfeito desenvolvimento físico e psicológico do organismo. Quando isto não ocorre, ou seja, a prática esportiva é realizada mal orientada ou até mesmo sem orientação alguma, surgem conseqüências negativas ao indivíduo tanto no aspecto físico como também no aspecto psicológico. Segundo Pini (1978):

(...) " O trabalho muscular intenso e excessivo, associado à sobrecarga emocional que a competição provoca, pode ocasionar perturbações no desenvolvimento normal da criança, principalmente no ritmo do crescimento em altura e no desenvolvimento somático, funcional e intelectual" (...) (p.230)

Assim percebemos que quando o treinamento esportivo é realizado precocemente de forma intensa e sistemática podem instalar-se perturbações no aparelho locomotor representadas pela resistência desproporcional entre a parte óssea e a hipertrofia muscular instalada; surgem também conseqüências psicossomáticas relacionadas à dificuldades no aprendizado, dificuldades de memorização e o conseqüente desinteresse pela vida escolar. Além destes danos físicos e psicológicos a especialização esportiva precoce pode causar uma patologia conhecida como "síndrome da saturação esportiva", sendo esta caracterizada, principalmente, por apatia, indiferença ou até aversão pela prática esportiva ou pelos fatos a ela relacionados exatamente no momento em que deveriam ser intensamente praticadas.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Dentre as principais conclusões que podemos tirar do presente artigo destaca-se o fato de sabermos que é muito importante realizar um processo de formação esportiva respeitando as diferentes fases que a criança atravessa em seu desenvolvimento orgânico morfofuncional já que, como visto anteriormente, se estas fases não forem respeitadas será instalado um processo conhecido como "especialização esportiva precoce" o qual pode acarretar problemas de ordem física e psíquica na criança.
Assim sendo, podemos sugerir aos profissionais militantes na área que não se limitem apenas ao ensino de gestos técnicos e táticos de esportes para as crianças em período escolar, pois o esporte ensinado aos adultos não pode ser o mesmo esporte ensinado para as crianças e adolescentes, visto que muitos elementos motores contidos na prática esportiva adulta não se encaixam no nível orgânico funcional que, crianças de 5 anos por exemplo, apresentam.

Autor: Allan José Silva da Costa
2002


6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

• GONÇALVES, Maria Augusta. SENTIR, PENSAR E AGIR: Corporeidade e educação. 2 ed. Campinas: papirus, 1997.

• MEINEL, Kurt. MOTRICIDADE 1: Teoria da motricidade esportiva sob o aspecto pedagógico. Rio de janeiro: ao livro técnico, 1987.

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