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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Lesão Muscular dos Flexores da Coxa

Lesão Muscular dos Flexores da Coxa
Escrito por Dr. Luciano Ramires

Os estiramentos musculares do membro inferior estão entre as lesões mais comuns no esporte, podendo chegar até um terço das lesões. Os músculos isquiotibiais (atrás da coxa – que são: bíceps femoral, semitendinoso e semimembranoso) são os principais músculos afetados em atletas de elite. Essas lesões estão associadas a esportes que envolvem aceleração e desaceleração, saltos, mudanças de direção e chutes. Resultam em um grande tempo afastado dos esportes.
Normalmente resultam de um alongamento durante a fase de contração muscular (contração excêntrica).

Fatores predisponentes da lesão

Muitos fatores têm sido associados com essas lesões, porém não têm uma evidência científica muito forte.

1. Lesão prévia: Orchard em um estudo no futebol australiano, mostrou que a lesão prévia dos isquiotibiais foi o principal fator de risco para uma nova lesão.

2. Fadiga: músculo fadigado predispõe à lesão. Estudos em coelhos mostraram que o músculo fadigado absorve menos energia antes de romper-se. Está também associado a alterações biomecânicas.

3. Flexibilidade: diminuída: músculos que são alongados ciclicamente apresentam uma característica de suportarem um maior alongamento antes da lesão. Witvrouw mostrou uma forte correlação entre retração da musculatura dos isquiotibiais durante avaliação na pré-temporada e subseqüente lesão durante a temporada em jogadores de futebol.

4. Fraqueza: muitos estudos associam a falta de força muscular com as lesões posteriores da coxa. Atletas que não sofreram lesões mostraram maior força na contração excêntrica.

Recorrência

Esta lesão comum tem uma alta taxa de reincidência o que faz os atletas, treinadores, médicos e fisioterapeutas ficarem frustrados. Pode chegar até 30% de reincidência. O tecido cicatricial não tem a mesma elasticidade do tecido normal, podendo sofrer novo estiramento. Também ocorre uma diminuição da força muscular nos demais músculos devido ao desuso (repouso). Normalmente o tempo de recuperação é maior do que se imagina inicialmente.

Local anatômico e patofisiologia

O local mais comum é na junção miotendinosa (entre o músculo e o tendão) do bíceps femoral. Apesar de muita investigação, a etiologia e a patofisiologia permanecem obscuras. Estudos histológicos mostraram que a lesão é caracterizada por inflamação e edema e sangramento. A resposta inflamatória aguda é responsável pela proliferação de fibroblastos. Após a resolução do processo inflamatório, um processo fibrótico segue e leva à formação da cicatriz. Este tecido cicatricial é menos flexível e mais fraco que o tecido normal.

Apresentação clínica

Geralmente há uma história de dor súbita posterior na coxa associada à perda da função do músculo. No exame, pode-se perceber inchaço localizado, dor e possivelmente um defeito no músculo. Equimose (roxo) é indicativo de lesão maior, porém pode levar até dois dias para aparecer. Há dor e diminuição da força de contração durante a flexão forçada do joelho. Também há uma diminuição na capacidade de alongar a perna afetada.

Classificação

A mais conhecida é a de O’Donoghue:

Grau 1 - não há ruptura de fibras, sem perda de função ou força e há apenas um processo inflamatório de baixo grau. Normalmente o retorno pode ocorrer dentro de uma semana até 10 dias.

Grau 2 - ocorre lesão tecidual que reduz a força do músculo. Diminuição da função muscular. Retorno em duas a quatro semanas.

Grau 3 - caracterizado por completa ruptura da unidade músculo-tendínea com perda completa da função muscular. Retorno entre seis a oito semanas.

Exames de imagem

A ultrassonografia (ecografia) é útil, porém o exame padrão é a ressonância magnética.

Tratamento

O manejo destas lesões é essencialmente a modificação das atividades somado a um programa de reabilitação. Outras medidas são o uso de medicamentos, assim como estimulação elétrica e ultrassom. Cirurgia é muito rara quando ocorre uma avulsão completa.

1. Medicamentos antiinflamatórios não esteróides: São frequentemente usados, porém seu uso tem sido questionado. Mais de cinco a sete dias pode diminuir a velocidade de cicatrização.

2. Corticosteróides: também controverso. Deve ser reservado quando há um aumento do processo inflamatório durante a reabilitação (quando o processo inflamatório não se resolve em poucos dias).

3. Ultrassom: embora usado frequentemente, não há uma evidência científica forte que seja útil. Tem o objetivo de aumentar a síntese protéica e a permeabilidade das membranas e a atividade fibroblástica.

4. Cirurgia: Raramente indicada, apenas para lesões de avulsão (arrancamento) da musculatura junto ao osso, que pode ocorrer na sua origem junto ao osso do ísquio (no quadril).

Reabilitação

Fase 1: O manejo inicial consiste em repouso, gelo, compressão e elevação para minimizar um dano tecidual maior, diminuir o sangramento, diminuir a resposta inflamatória e diminuir a dor.

Fase 2: Mobilidade precoce controlada e alongamentos passivos (assistidos), sempre dentro de uma área de conforto. O paciente não pode sentir dor. Natação e exercícios para os membros superiores são estimulados para manter o condicionamento.

Fase 3: exercícios isocinéticos são iniciados. Estimula-se o uso de bicicleta e de esteira.

Fase 4: após realizar exercícios isocinéticos sem dor, o atleta inicia corridas em linha reta. Permite-se o uso de exercícios de contração excêntrica. A intensidade do treinamento é gradualmente aumentada e o atleta inicia exercícios de agilidade e arranques.

Fase 5: fase final é o retorno ao esporte. Não há consenso de quando o atleta pode voltar. Todo esforço é feito para realizar os exercícios específicos do esporte sem dor, com a força normal, com a agilidade normal, sem dor, e então, o retorno ao esporte é permitido. Apesar disso, o risco de reincidência permanece alto por um período significativo.



Fonte: http://tenisshow.clicrbs.com.br/colunistas_det.php?colunista=75

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