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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Prevenção e Reabilitação de Lesões Esportivas em Atletas do

Fisioterapia Esportiva: Prevenção e Reabilitação de Lesões Esportivas em Atletas do
América Futebol Clube”
SIEXBRASIL: 17813


Área Temática Principal: Saúde
Linha Programática: Esporte, Lazer e Saúde.



Equipe de Trabalho: Anderson Aurélio da Silva (Coordenador do Projeto e Professor do
Departamento de Fisioterapia), Dalila Dumont Dória, Guiherme Almada Morais, Rodrigo
Vieira Machado Prota, Vinicius Batista Mendes (alunos bolsistas do curso de Fisioterapia),
Aline Cäsar de Lacerda, Bárbara Lyrio Ursine, Celina Gomes do Val, Cristiane Magela de
Freitas Santos, Felipe Faria Mortimer Cunha, Pedro Henrique Salomé do Amaral (alunos
voluntários do curso de Fisioterapia).
Departamento do Coordenador: Departamento de Fisioterapia – Escola de Educação Física,
Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Palavra Chave: Fisioterapia esportiva.
Introdução e objetivos
O futebol é a modalidade esportiva mais praticada no mundo, com participantes em todas as
faixas etárias e diferentes níveis, e aproximadamente 400 milhões de adeptos no mundo,
sendo que desses 30 milhões se encontram no Brasil. De acordo com a Federação
Internacional de Futebol (FIFA) existem aproximadamente mais de 200 milhões de atletas
licenciados pela federação em todo o mundo.
Esse esporte caracteriza-se por apresentar grande contato físico, movimentos curtos, rápidos e
não contínuos, tais como aceleração, desaceleração, mudanças de direção, saltos e
pivoteamento. Por esses motivos, apresenta um alto número de lesões. Frank e Keller et al
afirmam que o futebol é responsável pelo maior número de lesões desportivas do mundo.
Estima-se que essas lesões são responsáveis por 50 a 60% das lesões esportivas na Europa e
que 3,5 a 10% dos traumas físicos tratados em hospitais europeus são causados pelo futebol.
É importante ressaltar a influência do ponto de vista socioeconômico, uma vez que muitas
dessas lesões necessitam de cuidados médicos intensos, algumas vezes com períodos
variáveis de internação. Isso pode resultar na falta desses pacientes às suas atividades e ter
como conseqüência altos custos para esses, assim como para seus clubes ou empresas.
A fisioterapia aplicada à área esportiva dedica-se não somente ao tratamento do atleta lesado,
mas, também, à adoção de medidas preventivas, a fim de reduzir a ocorrência de lesões. O
trabalho preventivo é delineado e realizado de maneira eficaz, com base no levantamento dos
fatores de risco das lesões referentes à modalidade da área esportiva específica.
Através de um convênio firmado entre o Departamento de Fisioterapia da UFMG e o América
Futebol Clube vem sendo desenvolvido, desde 1996, o projeto de extensão: “Fisioterapia
Esportiva, Prevenção e Reabilitação de Lesões Esportivas em Atletas do América Futebol
Clube”.
O projeto tem como objetivo prestar atendimento fisioterapêutico (prevenção e tratamento) a
atletas amadores e profissionais do América Futebol Clube, além de proporcionar aos alunos
da fisioterapia, a vivência na área de fisioterapia esportiva, bem como integrá-los em uma
equipe interdisciplinar. Dessa forma, a vivência do estágio permite aos estagiários a
aplicabilidade das disciplinas teóricas cursadas, em área de grande relevância clínica e distinta
daquelas ofertadas pelo Departamento de Fisioterapia da UFMG.
O projeto conta com a participação de quatro estagiários bolsistas e quatro a seis estagiários
voluntários, sob a coordenação do Professor Anderson Aurélio da Silva. Já passaram pelo
projeto aproximadamente 90 estagiários, muitos desses atualmente integrando grandes
equipes do cenário nacional, como o Cruzeiro Esporte Clube e Minas Tênis Clube.
Os alunos ainda têm a oportunidade de desenvolver pesquisas e confeccionar artigos para
publicação, tendo como princípio a prática baseada em evidencias.
Metodologia
O América Futebol Clube foi fundando em 1912 e é hoje o terceiro maior clube de Minas
Gerais. Atualmente, seu time profissional disputa três grandes campeonatos – o Campeonato
Brasileiro Série C, Copa do Brasil e Campeonato Mineiro – e participa, em média, de 90
jogos por ano. O América conta com aproximadamente 30 jogadores profissionais e cerca de
200 amadores, além de uma equipe interdisciplinar de suporte composta pelos técnicos,
supervisores, preparadores físicos, preparadores de goleiros, dentista, fisioterapeuta, médicos,
massagistas e equipe administrativa.
O serviço de Fisioterapia é realizado no Centro de Treinamento Lanna Drumond e no Clube
de Lazer do América. Os horários de atendimento são de segunda a sexta-feira no período da
manhã, 08-12h, e tarde, 15-19h, e sábado apenas pela manhã. Sendo que em cada turno há, no
mínimo, dois estagiários.
O Centro de Treinamento Lanna Drumond, localizado no bairro Tijuca, município de
Contagem/MG, tem 62.000 m2 e é considerado um dos melhores do país. Possui quatro
gramados, vestiário para jogadores e comissão técnica, auditório, departamento médicofisioterápico,
consultório odontológico, enfermaria, sala de musculação, lavanderia, refeitório
e sala de imprensa. A preparação física, treinos, coletivos, assim como o tratamento e
reabilitação dos atletas são realizados nesse espaço.
Outra instalação em que são desenvolvidas as atividades do projeto, no caso a hidroterapia e
atividades de fortalecimento muscular, é o Clube de Lazer do América (CLAM). O CLAM
conta com duas piscinas para adultos e duas para crianças, banheiros, vestiários, quadras de
futebol de salão, de tênis, peteca, vôlei, ginásio poli esportivo e sala de musculação.
Além da estrutura do clube, o convênio firmado com a UFMG disponibiliza a utilização de
sua piscina terapêutica e equipamentos de última geração, como a dinamometria isocinética,
para detecção de desequilíbrios musculares, a fim de prevenir lesões e guiar o tratamento.
No período que antecede as competições, os atletas profissionais e juniores são avaliados
visando detectar possíveis alterações biomecânicas que podem predispor a lesões. A partir
dessa avaliação, o fisioterapeuta, juntamente com os estagiários, elabora um plano de
treinamento de caráter preventivo.
Já os atendimentos secundário e terciário – tratamento e reabilitação – dos jogadores
lesionados, condição inerente ao esporte e freqüente durante todo o ano, segue o seguinte
protocolo:
- O jogador é encaminhado ao Departamento Médico-Fisioterápico para avaliação médica e
fisioterapêutica e, a partir desta, é elaborada uma ficha com o respectivo diagnóstico médico,
diagnóstico cinesiofuncional, assim como o tratamento a ser realizado, prescrito pelo
fisioterapeuta e estagiários. Quando necessário, é solicitado exames complementares tais
como ultra-som, ressonância magnética, tomografia computadorizada, radiografia entre
outros.
O tratamento é desenvolvido e aplicado, sob a supervisão do fisioterapeuta, pelos estagiários.
O retorno do jogador à atividade é progressivo e gradual, o qual deve respeitar o equilíbrio
entre capacidade do atleta e a demanda de suas atividades. O processo de veto e liberação do
atleta para a prática esportiva, treino e jogos, é uma decisão conjunta entre médico,
fisioterapeuta e jogador, com os estagiários tendo uma boa vivência neste processo.
A avaliação, assim como toda a conduta adotada no Departamento Médico-Fisioterápico, é
anotada em um livro de registro. Ao final do ano, é feito um levantamento de dados referentes
às lesões dos jogadores (pré-temporada e temporada), utilizando fichas de evolução dos
atletas.
A definição de lesão que nos usamos foi adaptada do Conselho da Europa como proposto por
Schmidt-olsen et al. (1991). As lesões foram definidas da seguinte forma: qualquer
acontecimento ocorrido durante jogos ou treinos do clube, com redução completo da
participação dos atletas nas atividades esportivas.
Todas as lesões foram classificadas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças
(CID) e eram descritas em relação à natureza, localização, circunstancia e gravidade
(calculada pelo tempo de afastamento de jogos ou treinos).
A incidência das lesões foi expressa em número de lesões por 1000 horas de jogo/treino por
atleta. O total de horas de jogo por atleta foi calculado conforme a equação: 11 jogadores x 90
minutos = 16,5 horas de jogo por atleta. Tempo extra e a redução do número de atletas em
campo durante as partidas não foram computados, pois, os tempos extras e as exclusões dos
atletas eram raros e durava pouco tempo. As horas de treinos foram calculadas pelo volume
semanal de treino de cada categoria conforme a equação: número de jogadores x volume de
treino (dado em horas) = horas de treino por atleta.
Resultado e Discussões
Como relatado acima, são feitos levantamentos das lesões nas equipes de profissionais e
juniores (até 20 anos), durante toda a temporada. Os referidos dados nortearam a política
preventiva das equipes.
Durante o ano de 2003 foram registradas 49 lesões em atletas profissionais e 20 na equipe de
juniores, com severidade variando entre média e grave. Essa classificação foi feita de acordo
com o tempo de afastamento da prática esportiva em três categorias: leve, ausência de
atividade por menos de uma semana; moderada, ausência da prática por mais de uma semana
e menos de um mês; e grave, com afastamento por mais de um mês.
Para a identificação de alguns dos fatores de risco, foram considerados os dados relativos ao
numero de lesões e o período em que ocorreram, bem como o tipo de lesão mais freqüente, a
categoria (idade), a posição do jogador e o evento incitante.
Na pré-temporada, período de atividade de preparação dos atletas em que não são realizados
jogos oficiais de competição tanto no nível local, regional ou nacional, foram detectadas 15
lesões dos atletas profissionais e 4 dos juniores, respectivamente nos meses de janeiro e
março.
O período de temporada, quando ocorrem os jogos oficiais e torneios, foi registrado 34 lesões
na categoria profissional e 16 na equipe dos juniores. (Tabela 1 e Gráfico 1)
Tabela 1 – Distribuição mensal das lesões
Meses Profissional Junior
Janeiro 15 0
Fevereiro 5 0
Março 3 4
Abril 5 4
Maio 3 0
Junho 4 2
Julho 4 2
Agosto 5 3
Setembro 3 4
Outubro 0 1
Novembro 1 0
Dezembro 1 0
Total 49 20
Discussão: Em relação ao período de treinamento, a pré-temporada apresentou um maior
numero de lesões. Acredita-se que o maior número de lesões na pré-temporada possa ser
explicado pelo excesso de treinamento visando uma boa campanha nas competições de alto
nível, o que gera maior desgaste estrutural. Além disso, o fator psicológico corrobora muito
com a queda no número de lesões na temporada, como a motivação do jogador, maior
proteção contra lesões e mesmo com a possibilidade dos atletas estarem omitindo dores,
visando sua permanência na equipe.
A lesão mais comum detectada nos profissionais foi distensão, seguida de mialgias e
contusões. Já nos juniores, as lesões mais comuns foram entorses, distensões e contusões.
(Tabela 2).
Tabela 2 - Distribuição absoluta e percentual dos tipos de lesões.
Tipo de lesão Profissional Juniores
nº de lesões % do nº de lesões nº de lesões % do nº de lesões
Contusão 8 16,33% 3 15,00%
Entorse 7 14,29% 4 20,00%
Distensão 10 20,41% 2 10,00%
Mialgias 9 18,37% 1 5,00%
Gráfico 1 - Distribuição mensal das lesões ocasionadas
0 2 4 6 8
10
12
14
16
janeiro
fevereiro
abril
maio
junho
julho
agosto
setembro
outubro
novembro
dezembro
Tempo (meses)
Número de Lesões
Profissionais Juniores
Fratura 3 6,12% 0 0,00%
Lca 2 4,08% 0 0,00%
Lombalgia 2 4,08% 3 15,00%
Menisco 1 2,04% 0 0,00%
Pubalgia 2 4,08% 1 5,00%
Tendinopatias 2 4,08% 2 10,00%
Outros 3 6,12% 4 20,00%
Total 49 - 20 -
Discussão: Com relação à prevalência de lesões de acordo com diagnóstico, foi encontrado na
literatura, como lesões mais comuns, entorses de tornozelo e joelho, contusão e distensão. A
explicação para a distensão ser maior no grupo de profissionais é devido à diminuição da
flexibilidade muscular, a qual está relacionada com o aumento da idade, assim como pela alta
intensidade da carga de treinamento ou mesmo por erros de condicionamento que não
valorizam muito o trabalho de flexibilidade. Supõe-se, que esse número elevado se deve ao
grande número de jogos realizados durante a temporada e ao pequeno intervalo de tempo
disponível para recuperação durante os jogos.
Observando, pois, os dados acima descritos, fica nítido que as intervenções, visando
abordagem preventiva, devem ser direcionadas para as categorias e, consequentemente, para
as lesões mais presentes em cada faixa etária. No caso da equipe de juniores, por exemplo, as
lesões mais freqüentes podem ser explicadas por uma fragilidade técnica e tática, assim como
pela menor força muscular, resistência, coordenação e experiência dos atletas jovens.
Modificações no sistema de treinamento de jovens atletas, focando a técnica e habilidade
além da parte física, podem minimizar a incidência de lesões esportivas.
Em relação à posição do jogador, os atacantes sofreram o maior número de lesões
correspondendo a 31,88% do total, seguido da posição de goleiro (21,74%) e meio-campo
(17,39%). (Tabela 3).
Tabela 3 - Distribuição posição do jogador x lesão
Posição nº de lesões % do nº de lesões
Goleiro 15 21,74%
Zagueiro 11 15,94%
Lateral 9 13,04%
Meio-Campo 12 17,39%
Atacante 22 31,88%
Total 69 100%
Discussão: Considerando-se a posição do jogador, os atacantes sofreram maior número
absoluto de lesões, sendo que os goleiros sofreram maior numero de lesão por atleta. O alto
numero de lesões em goleiros (21,74%), justifica-se por sua função durante a partida. É
exigida desse atleta a realização de movimentos rápidos e com grandes amplitudes, quedas,
colisões, o que acarreta maior exposição do seu corpo a lesões. Isso torna necessário o
desenvolvimento de uma política de prevenção especial para atletas dessa posição.
Discussão geral - A fisioterapia atua diretamente na prevenção de lesões no futebol na medida
em que identifica os fatores de risco que revelam a predisposição e/ou a susceptibilidade do
atleta às lesões.
Como o futebol é um esporte que exige do atleta um grande condicionamento
cardiorrespiratório, força muscular e flexibilidade, temos que atletas bem treinados sofrem um
menor número de lesões.
Para um treinamento ideal de cada jogador é necessário conhecer os aspectos e fatores de
risco envolvidos nos danos teciduais. Esses fatores podem ser classificados em intrínsecos ou
extrínsecos ao atleta e ambos são importantes no mecanismo de lesão.
Os aspectos intrínsecos são características da pessoa como o biótipo, história de lesões
prévias, capacidades físicas desenvolvidas, presença de alterações biomecânicas. Já os
aspectos extrínsecos são aqueles originados externamente, mas que agem sobre o corpo
humano, como os acessórios esportivos utilizados, condição do gramado e outros aspectos
ambientais, regras do jogo, quantidade e tipo de treinamento e outros.
Dentre os fatores analisados, pode-se perceber que tanto a categoria (idade), período do ano
(temporada e pré-temporada) e a função do jogador em campo influenciaram na freqüência e
tipo de lesão. Torna-se necessária maior investigação para concluir sobre os mecanismos
envolvidos nesses casos.
Os erros de treinamento são os maiores responsáveis pelas lesões esportivas, cerca de 60%.
Geralmente, esses são causados por: alta intensidade de treinamento, técnica inadequada de
execução e avaliação inadequada das capacidades e das demandas.
O uso correto destes dados visa prevenir perigos potenciais a surgirem e reduzir a severidade
daqueles que irão ocorrer. A investigação adicional inclui a prevenção e reabilitação de
tensões osteo-musculares e ligamentares, deslocamentos, ativação proprioceptiva e
treinamento.􀀂A repetição de determinados tipos de atividade com posições e movimentos
habituais e o período e a sobrecarga de treinamento (overtraining/overuse) provocam um
processo de adaptação orgânica que resulta em efeitos deletérios para a postura, com alto
potencial de desequilíbrio muscular. Adicionalmente, os gestos específicos do esporte e os
erros na técnica de execução dos movimentos podem aumentar a chance de ocorrência de
lesões.
O retorno da reabilitação precoce tem sido relatado como fator de risco de lesões esportivas.
Uma porcentagem alta de lesões recorrentes tem sido encontrada em diversos estudos,
conseqüência de um dano prévio cuja recuperação foi incompleta e que pode ter resultado em
maior fragilidade tecidual.
Conclusão
A partir do trabalho realizado em parceria com o América, conclui-se que a fisioterapia
esportiva, mais especificamente relacionada ao futebol, possui importante papel não só no
processo de tratamento e reabilitação do atleta, mas também na implementação de medidas de
caráter preventivo, a fim de minimizar a ocorrência de lesões.
O trabalho preventivo é delineado e realizado de maneira eficaz, com base no levantamento
dos fatores de risco das lesões. O processo de prevenção pode ser dividido em fases.
Primeiramente, a extensão do problema de dano de esporte deve ser identificada e descrita.
Secundariamente, os fatores e mecanismos que influenciam na ocorrência dos danos também
são explicitados. Isto é seguido pela introdução de estratégias preventivas, e então, retornando
para a primeira fase, o ciclo é completado.
É, portanto, interessante a implementação de um projeto preventivo mais concreto dentro do
clube, o qual tenha um melhor planejamento e individualidade em sua implementação. Para
isso, os fatores de risco para danos específicos com prevalência alta estão sendo estudados, a
fim de orientar as práticas preventivas, além da pesquisa de dados epidemiológicos. É
esperado que os dados obtidos no estudo auxiliem na perspicácia clinica para a identificação
das causas de lesões no futebol profissional.
Dessa forma, seria possível mensurar e estabelecer parâmetros para identificar qual é a
eficácia do trabalho preventivo em termos de redução da ocorrência de lesões.
Algumas medidas preventivas, já levantadas em estudos prévios, deverão ser adotadas e
testadas e, para isso, tornará-se necessário o acompanhamento dos jogos e treinos por
fisioterapeutas e/ou estagiários para certificar sua boa execução. Dentre essas medidas
encontra-se: a inclusão de aquecimento adequado, com exercícios aeróbicos e de
flexibilidade; relaxamento e manutenção após o treinamento; enfaixamento profilático do
tornozelo para jogadores com história prévia de entorse ou com certa instabilidade dessa
articulação; revisão dos parâmetros utilizados na liberação de um atleta; orientação quanto ao
grau de violência durante os jogos e treinos; prescrição de órteses biomecânicas (palmilhas).
A realização de GD’s (Grupos de discussão) é outra idéia que permeia os objetivos do estágio.
Assim sendo, tais discussões promoveriam maior aperfeiçoamento do conhecimento acerca
das disfunções osteo-musculares dos atletas, a constante atualização da prática, além do
consenso sobre formas de tratamento e prevenção mais adequadas e da conduta fisioterápica
em geral.
Finalizando, o presente artigo visou demonstrar o projeto de fisioterapia esportiva no Clube
América Mineiro de Futebol, abordando tópicos como o tratamento e a prevenção, com base
em dados epidemiológicos que guiam essa intervenção terapêutica no âmbito do esporte. É
importante ressaltar que as lesões mais comuns no cotidiano dos jogadores são estabelecidas
de acordo com as demandas a que os mesmos estão sujeitos, assim como as formas de
intervenção são realizadas, com base nos recursos disponibilizados pelo clube.
Referências Bibliográficas:
SILVA, A. A. Estudo epidemiológico das lesões no futebol profissional e propostas de
medidas preventivas. In: I Premio INDESP de literatura desportiva. Brasília, 1999. v. 2, p. 47-
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PASTRE, C. M. et al, Lesões desportivas na elite do atletismo brasileiro: estudo a partir de
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Jan/Fev,2005
HAWKINS, R.D. et al. The association football medical research programme: an audit of
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DVORAK, J. et al. Risk Factor Analysis for Injuries in Football Players. Possibilities for a
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CHOMIAK, J. et al. Severe Injuries in Football Players. American Journal of Sports Medicine
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