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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Lesões no Surf

Lesões no Surf
O surf é um esporte misto (aeróbio – membros superiores e anaeróbio – membros inferiores) praticado nas ondas do mar, rios e piscinas com ondas artificiais. Existem duas fases distintas no surf: a passagem da arrebentação, onde o atleta rema deitado na prancha e o surfar a onda. [12]
O mesmo traz diversos benefícios à saúde, com melhora da capacidade cardiorespiratória, da força, da resistência e explosão musculares do tronco, dos membros superiores e dos membros inferiores. Aprimora a concentração, o tempo de reação, os reflexos, a noção espaço-temporal, o equilíbrio e a agilidade. Porém, ainda se faz necessária uma abordagem mais específica do esporte, principalmente no que se refere a preparação física direcionada não só na melhora da performance, mas também em relação a prevenção de lesões.
A remada é o principal movimento para o deslocamento do surfista no mar. Seja para entrar em uma onda ou ultrapassar a arrebentação, o surfista está sempre exigindo bastante de seus membros superiores. Consiste o surfista, em decúbito ventral, sobre a prancha, com a extensão da coluna vertebral, principalmente no segmento cervical e lombar. Durante horas o surfista fica nesta posição, onde é associado aos movimentos explosivos de rotação da coluna (batida, aéreo, snep, etc), colocando a sua coluna em constante estresse. [12]
A propulsão da remada se dá através dos movimentos de cintura escapular e membro superior, isso acontece principalmente na fase de entrada da mão na água e na primeira metade da fase de puxada, na qual o ombro está em flexão, abduzido e rodado internamente.[7]
Posicionamento do surfista
Os surfistas ao subir na prancha durante o drop (podendo ser sua base regular foot – pé direito atrás da prancha ou goofy foot – pé direito na frente da prancha). O atleta fica em apoio bipodal com predomínio de padrão flexor, principalmente de tronco, joelho e quadril. Em função deste apoio bipodal, pode-se
afirmar que os membros inferiores trabalham em cadeia cinética fechada bem como os membros superiores durante o atleta ficar em pé sobre a prancha.
A evolução das manobras
O surfista está cada vez mais surfando ondas maiores e aumentando a radicalidade das manobras. A manobra de maior incidência é o floater [2], que é uma manobra de grande impacto, onde o surfista usa seus membros inferiores e tronco para absorver o impacto. Outra manobra com grande incidência de lesão foi a batida, a qual exige do surfista muita flexibilidade, utilizando muito os membros inferiores, superiores e tronco.
Para maior eficiência das manobras é importante a participação dos membros superiores, principalmente para o equilíbrio dinâmico e recuperado. Os tornozelos e as articulações dos pés, em geral, também são importantes para a adaptação do corpo, durante as manobras. No caso do floater e do aéreo, por exemplo, ocorre a perda momentânea do contato com a água e impacto após a queda, que é absorvido pelo corpo. Portando, há necessidade de contrações musculares excêntricas rápidas e eficientes para estabilização da coluna, tronco e membros inferiores.
No ano de 1999, foi realizado um trabalho visando identificar as lesões mais freqüentes no surf, possibilitando uma melhor compreensão das suas ocorrências para tratamento e prevenção mais eficazes.
Foram realizadas entrevistas em diversas cidades do litoral paulista e na cidade de São Paulo, com atletas praticantes de surf, num total de 56 entrevistas, sendo 4 mulheres e 52 homens, dentre os quais: surfistas profissionais, amadores e praticantes recreacionais de diversas idades, com idade média de 23 anos e 8 meses. O tempo médio da prática do esporte dos entrevistados foi de 10 anos, com surfistas iniciantes há 1 ano e veteranos com 30 anos de surf e muita história para contar.
A maioria dos atletas ( 26% ) pratica o esporte todos os dias, ( 37,5 % ) não realizam qualquer tipo de preparação específica e diante de uma lesão ( 68 % ) não procuram nenhum tipo de tratamento médico ou fisioterapêutico.
Em relação ao aquecimento, verificou-se na pesquisa que 67,24% dos surfistas realizam alongamento antes de surfar e apenas 8,62% realizam alongamento depois do surf, que é de vital importância para o relaxamento da musculatura.
No total, foram identificadas 168 lesões, o que, considerando os 56 surfistas, indicou uma média de 3 lesões por atleta. A pesquisa identificou que as lesões mais freqüentes ( 38,69 % ) são as do tipo corto-contuso (cortes e lacerações) nos membros inferiores , principalmente o pé seguida por cabeça e pescoço, em função de acidentes com as quilhas, bico ou rabeta, corais, pedras ou areia. A seguir ( 31,55 % ) temos as lesões cápsulo-ligamentares (lesões nas articulações) acometendo principalmente o joelho, devido às rotações bruscas associados à flexão durante as manobras, e o ombro, devido ao "over use" das estruturas articulares, principalmente os tendões, durante as repetidas remadas [4]. As mialgias (dores musculares) foram o terceiro tipo de lesão mais freqüente (26,19%) e ocorrem principalmente na região lombar e cervical da coluna vertebral, devido aos movimentos rotacionais e à postura adotada pelo corpo na hora da remada, postura essa que provoca tensão nas estruturas musculares e articulares e que pode ser amenizada no outside com alongamentos feitos sentado na prancha, por exemplo entrelaçar as mãos, atrás da cabeça e puxar a cabeça para baixo, levando o queixo na direção do peito, mantendo por pelo menos 20 segundos. Foram encontradas apenas 4 fraturas (2,38%), sendo uma fratura estável de segmento cervical da coluna vertebral, uma de costela e duas de tíbia. Por fim, temos as distensões musculares (1,19%), acometendo a região anterior da coxa no músculo quadríceps.
No que se refere às manobras, a de maior incidência de lesões foi o floater, que é uma manobra de grande impacto, onde o surfista usa as suas pernas e tronco para absorver o impacto.
Dessa maneira, julgamos importante um trabalho de preparação física específica, além do uso de equipamentos adequados e concentração redobrada, principalmente em ondas grandes, locais rasos, e no crowd, visando não só a melhora da performance do atleta, mas principalmente a diminuição das lesões que ocorrem na prática do surf.
A Fisioterapia, com a realização de exercícios de alongamento, fortalecimento e proprioceptivos, tem como objetivo melhorar a força, a resistência, a flexibilidade e os reflexos musculares. [9]
A maioria das lesões no surf acontece por excesso de uso dos tecidos músculos esqueléticos, sem a devida recuperação. Assim devemos trabalhar os músculos paravertebrais, abdominais (tronco e abdômen), membros inferiores, membros superiores e cabeça e pescoço. [9]
O trabalho procurou demonstrar quais as lesões mais comuns nesse esporte, possibilitando uma melhor compreensão das suas ocorrências para tratamento e prevenção mais eficaz. Além disso, ficou claro que o surf é um esporte com baixo índice de lesões, pois se considerarmos que o tempo médio de prática do esporte foi de 10 anos e que a média de lesões por praticante foi 3 lesões temos, portanto, 1 lesão a cada 3,4 anos por praticante.[2]
A visão moderna da fisioterapia do esporte enfoca a prevenção, ou seja, baseada no estudo biomecânico dos gestos esportivos, no conhecimento do ambiente onde o esporte é praticado, na intensidade dos treinamentos e o material utilizado pode-se avaliar o atleta e o modo com que ele pratica cada modalidade. Nos casos que a lesão já tenha ocorrido a atuação deve ser mais precoce possível para acelerar o retorno do surfista ao esporte.
Eric Beirão Bondiolli
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ANDERSON B. Alongue-se. 21ª edição. ed. Summus Ltda, São Paulo, 1983.
2. BONDIOLLI EB. Lesões no surf. SãoPaulo,1999.
3. BROWN B, KAMPION D. Stoked - Uma História da Cultura do Surf. ed. Evergreen, 1998.
4. CALAIS B, LAMOTTE A. Anatomia para o movimento. ed. Manole, São Paulo, 1991.
5. COLBY LA, KISNER C. Exercícios Terapêuticos - Fundamentos e Técnicas. 2ª edição. ed. Manole Ltda, São Paulo, 1992.
6. GUYTON AM. Tratado de Fisiologia Médica. 8ª edição. ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1992.
7. HALL S. Biomecânica Básica. ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1993.
8. HOPPENFELD S. Propedêutica Ortopédica - Coluna e Extremidades. ed. Atheneu, Rio de Janeiro, 1996.
9. KLOETZEL, K. O que é Medicina Preventiva. ed. Brasiliense, São Paulo, 1985.
10. PETERSON L, RENSTROM P. Traumas no Esporte: 2. 2ª edição. ed. Novartis, 1993.
11. SPENCE AP. Anatomia Humana Básica. 2ª edição. ed. Manole Ltda, São Paulo, 1991.
12. STEINMAN J. Surf & Saúde, 1ª edição, ed. TAOMED, Florianópolis, SC, 2003.

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