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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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quarta-feira, 10 de março de 2010

MÉTODO DAS CADEIAS ÓSTEO ARTICULARES E MÚSCULO-APONEVRÓTICAS GDS

MÉTODO DAS CADEIAS ÓSTEO ARTICULARES E MÚSCULO-APONEVRÓTICAS GDS

A abordagem própria das cadeias Musculares é provavelmente a única que tem o objetivo de individualizar a escolha de técnicas de tratamento mais apropriadas à especificidade de cada paciente. Essa escolha é feita a partir da identificação de certas características psicomotoras que ele possa apresentar.

O corpo é um meio de comunicação extraordinário, que devemos conhecer e estruturar. Para uma abordagem individualizada - seja ela preventiva ou curativa - é importante "olhar" as mensagens gestuais e posturais desse corpo, para decifrá-las e entrar em comunicação, (verbal e não verbal) com ele. É fundamental que ocorra tal diálogo entre terapeuta e o corpo do paciente, sobretudo quando a palavra está ausente, viciada ou "doente".

Características gerais:

1. É primeiramente um método de leitura da postura, dos gestos e formas do corpo que fornece elementos para a compreensão dele e para o diálogo entre terapeuta e paciente, seja ele bebê, criança ou adulto. Tal leitura vai delimitar um tipo de "terreno", psicomotor e fisiológico, com seus pontos fortes e fracos, e sugerir uma abordagem terapêutica apropriada ao terreno e uma estratégia de prevenção.

2. As observações relativas ao modo como o paciente utiliza o corpo irão por sua vez determinar os "modos de emprego" mais adequados a esse específico sistema locomotor. O resultado será um modo funcional e personalizado de equilíbrio, harmonização e utilização corporal mais consciente e adaptado ao paciente e às exigências do seu ambiente.

3. É um método de tratamento que emprega uma diversidade de técnicas: ajustamentos osteoarticulares, modelagens, harmonização das tensões musculares (accordage), manobras que associam contrações isométricas e alongamentos, posturas e massagens. Estas ultimas podem ser profundas ou mecânicas, leves e energéticas e principalmente reflexas.

Os temas principais do Método de Cadeias são o funcionamento harmonioso do corpo e o respeito à sua tipologia, o equilíbrio dos seus vários segmentos, a unidade e organização deles ao redor de um centro.

Corrigir as imagens errôneas que temos do próprio corpo e do seu funcionamento, para depois "construí-se" com imagens justas, é procedimento essencial para funcionarmos com mais facilidade, retardando os efeitos do uso. A "imagem justa" é ainda mais importante quando queremos acelerar uma recuperação, ultrapassar um handicap, ou as seqüelas de um traumatismo ou de cirurgias.

Equilíbrio, unidade do corpo, organização correta ao redor de um centro, não se atingem unicamente com desbloqueios de articulações ou de cadeia de músculos, nem desbloqueio de emoções. Chega-se a esse resultado através de uma construção. Através da estruturação lenta, consciente e precisa de um corpo e de um espírito freqüentemente fragmentados em conseqüência de nossos modos de pensar e de viver. Trata-se de um corpo a construir ou a reconstruir, e que é o "local" onde se localiza o "centro" e a unidade da pessoa.

O momento que atravessamos oferece essencialmente meios de desfazer, diluir e eliminar, porém oferece pouco no sentido de solidificar, refazer, enraizar, de organizar, enfim. Desfazer, desbloquear são somente etapas de passagem. É preciso organizar e consolidar para se chegar ao resultado final.

GDS não acredita que existam técnicas melhores ou piores que outras. Existe sim, a aplicação desastrosa de técnicas que, seguindo a moda ou a rotina, são aplicadas a todos sem discernimento. Ou quando o terapeuta projeta o seu vivido no paciente, buscando através do outro o processo da própria terapia. Quando mais a técnica é eficaz mais ela pode curar. E mais ela pode prejudicar.

Outro ponto dos mais importante no Método GDS é que ele oferece a cada um a possibilidade de assumir o trabalho terapêutico e preventivo sobre si próprio. Estão ao alcance de todos nós algumas chaves para nosso próprio corpo. Podemos aprender a desenvolver uma estratégia psico-corporal de prevenção, adequada ao nosso caso ou contribuir para a cura de nosso organismo "doente".


CLASSIFICAÇÃO SUMÁRIA DE SEIS FAMÍLIAS MUSCULARES (CADEIAS)

Seis formas de equilíbrio na posição ereta, de utilização do corpo, e de comportamento.

No método GDS, como vimos, a linguagem corporal e o comportamento estão associados ao sistema muscular que concretiza a mensagem que o corpo deseja exprimir. Ou, em outras palavras: o Método considera seis formas primárias de expressão corporal ligadas aos grupos musculares que as produzem. São quatro formas principais e duas secundárias.

Comecemos pelas quatro formas de equilíbrio em pé, vistas no plano sagital. Temos aí também quatro formas de dinamismo. Elas podem aparecer isoladamente, como a estruturação dominante do corpo, ou em combinações variáveis.

PM Cadeia Posterior Mediana

Na figura 2a, o corpo está em desequilíbrio para a frente. É a atividade muscular posterior que mantém o corpo em equilíbrio. São grupos musculares principalmente posteriores e medianos. Daí a abreviação PM. O corpo precipita-se para a frente. Ao fazê-lo está respondendo a certas pulsões comportamentais, a certas escolhas.

As escolhas da estrutura PM se dirigem mais facilmente para o agir, ou, no limite, para a simples agitação mental e física. Comportar-se em PM é, por exemplo, preferir projetar-se no futuro, prever, antecipar. Para tanto o indivíduo necessita saber e dominar certos conhecimentos referentes ao mundo exterior. Trata-se de uma estrutura de ideação e de ação.


AM Cadeia Anterior mediana

Na figura 2b, o corpo, principalmente o tronco está em perda de equilíbrio para trás. É a atividade de grupos musculares anteriores que garante o equilíbrio. São eles principalmente os músculos anteriores e medianos do tronco. Daí chamarmos essa forma de equilíbrio de AM. Aqui o corpo parece querer recuar ou apoiar-se contra uma parede, ou sentar-se.

Comportar-se em AM é escolher preferencialmente uma impulsão que busca o apoio atrás. Apoiar-se em baixo e atrás pode significar, por exemplo, que, para avançar, essa tipologia parte das coisas adquiridas do passado, da sua herança cultural e familiar. É uma construção feita em cima de solidez daquilo que já se possui. Trata-se também de uma estrutura inclinada para as esferas afetivas e sensoriais.

PA-AP Cadeia Postero-Anterior e Antero-Posterior

Aqui não há desequilíbrio, nem para frente nem para trás. PA AP está no centro.

Estamos falando aqui de duas estruturas, ou duas formas muito próximas não só pela maneira como organizam o seu equilíbrio como também por numerosos aspectos no plano comportamental. Parecem, entretanto apresentar dinamismos opostos. Impulsão para cima em PA, impulsão para baixo em AP (figura 1c). Ambos, porém alinham os segmentos corporais o mais próximo possível da vertical gravitaria (PA), ou com afastamentos que se equilibram de um lado e de outro dessa vertical (AP). Tanto num como noutro caso, a atividade dos poderosos músculos posturais anteriores e posteriores está bastante diminuída, ou reduzida ao mínimo. As cadeias anterior e posterior ficam em repouso, e o tronco fica assim liberado. Essa situação favorece a atividade muscular de grupos que seguem um trajeto postero-anterior e antero-posterior.(PA-AP). São músculos localizados mais internamente com uma ação mais sutil que aqueles das cadeias PM e AM, e intervêm na atitude ereta da coluna e na respiração.


Quando a estrutura AP se particulariza isolada, ou se sobressai, vemos que também conserva um equilíbrio estável, porém sem a impulsão para cima característica de PA. Isto é, as massas corporais - bacia, tórax e cabeça - se equilibram de um lado e de outro da vertical central. O equilíbrio é estável, porém o corpo apresenta uma atitude indolente. Diríamos que essa estrutura, aparentemente, obedece à lei do mínimo esforço muscular, e se deixa levar para baixo.

Quando associada a PA ela conserva, porém uma potencialidade enorme de impulsão para cima. Física e psiquicamente as duas estruturas reunidas são feitas para o salto, para a impulsão. AP é a mola; reagrupa o corpo, que se relaxa e desce para melhor saltar. As duas estruturas - PA e AP - são orientadas por motivações e escolhas que buscam ultrapassar-se, ir a procura do ideal, do absoluto. São de natureza emocional e impulsiva.

Acabamos de descrever, sumariamente, três dinamismos fundamentais, ou três formas de equilíbrio do corpo relativamente à vertical gravitaria, e que resultam em quatro estruturas. Todos esses dinamismos estão presentes em nós, porém em relações quantitativas e qualitativas diferentes. Para chegar a elas examinamos o corpo no plano sagital. Vamos observar a seguir duas formas de expressão, examinando-as no plano frontal associado ao horizontal. Essas duas outras formas de equilíbrio determinam um complemento de expressão humana, susceptível de associar-se às formas fundamentais descritas antes.

PL Cadeia Postero-Lateral

Corpo "aberto" com base de sustentação larga. Os grupos musculares que intervêm aqui agem principalmente na altura dos quadris e dos ombros. São, sobretudo músculos abdutores e rotadores externos, cuja localização é posterior e lateral nos quadris e nos ombros. Daí a abreviação PL.

As escolhas comportamentais ligadas a essa expansão lateral e a essa abertura anterior do corpo são as de uma pessoa extrovertida, (ao menos na aparência que oferece aos outros), e voltada para a relação com o exterior.

AL Cadeia Antero Lateral

Corpo "enrolado" sobre si próprio, com base de sustentação estreita. Aqui também os grupos musculares estão essencialmente ativos nos quadris e nos ombros. São músculos adutores e rotadores internos localizados anterior e lateralmente na altura dos quadris e dos ombros. Dai a abreviação AL.

As escolhas comportamentais associados a esse estreitamento lateral do corpo e seu fechamento anterior, são os de uma pessoa introvertida, reservada, circunspeta e cautelosa nas suas relações com exterior.

"Se o nosso PL extrovertido corre risco de dispersão, as opções do AL vão ao sentido da redução dos centros de interesse, do aprofundamento e da especialização."

MARCAS DO CORPO

A partir de um comportamento preferencial e repetitivo, o corpo torna-se portador de certas "marcas". Isso acontece com mais intensidade, quando a manifestação de um comportamento é contida por qualquer razão de natureza social. O corpo também mostra, àquele que se dispõe a fazer uma leitura dele, índices reveladores de certas predisposições. A prevenção, e não somente a terapia, torna-se também possível.

A "deformação" não é necessariamente resultado do acaso ou da má sorte. Se estivermos conscientes e vigilantes, a predisposição poderá ser contornada.

A partir de elementos exteriores percebidos e elementos interiores vividos, utilizamos nosso corpo para exprimir através de nossas posturas, gestos e mímicas, (ou seja, através de nossos músculos) aquilo que pensamos e sentimos. Mesmo quando a expressão é inibida, o sistema neuro-muscular é ativado da cabeça até as mãos e os pés. Pensamentos e emoções põem em atividade grupos musculares que colocam todos os segmentos do corpo em estado de prontidão, tanto para a expressão como para a ação.

A tensão aumenta nesses grupos musculares. Por sua vez o sistema muscular mobiliza, ou fica pronto a mobilizar, a estrutura óssea, tracionando as aponevroses e instalando - sobretudo quando a ação é inibida - linhas de tensão ao longo do corpo. Essas linhas de tensão são definidas pelo termo Cadeias Músculo-Aponevróticas. A repetição da mesma "atitude" neuro-muscular acaba deixando no corpo certas "marcas". Enquanto essas "marcas" não forem excessivas ou rígidas estaremos falando de tipologias, de tipos psico-corporais. Quando elas se tornam excessivas e fixadas, o organismo para a correr perigo.

A identificação das "marcas" excessivas ou prejudiciais e a identificação da mecânica que é entravada por essas "marcas" tornam-se reflexão essencial para definir uma ESTRATÉGIA DE TRATAMENTO. Esse é, portanto o primeiro problema a ser enfrentado pelo terapeuta "cadeista": definição de uma forma de equilíbrio própria de cada corpo, localização e interpretação das marcas características desse corpo, comparando-as a certos tipos de referência.

Marcas que determinam algumas patologias articulares:

Obs: quando se usa o termo "cadeia em excesso", significa que está muito encurtada, provocando assim as "marcas".

GDS, assim também como outros teóricos, acredita que aquilo que ela chama de "marcas excessivas" - e que outros chamam de deformações - são resultados de nossa própria força muscular mal distribuída, excessiva em certos pontos e quase ausente em outros. Essa força ou tensão desloca-se de um músculo para outro da mesma família muscular, ou Cadeia, marcando assim um outro segmento dela.

Uma pesquisadora pioneira na área dos problemas posturais, MMe. FRANÇOISE MÉZIÈRES, foi levada a pensar que bastava "contrariar" ao mesmo tempo todos os componentes da cadeia articular e muscular, com a ajuda de um alinhamento total de todos os segmentos do corpo, para obrigar a tensão a abandonar essa cadeia.

Na pratica isso não é sempre possível. É imperativo levar em conta a necessidade de dosar adequadamente, de respeitar mecanismos de defesa e considerar as possibilidade práticas desse tensionamento global do corpo.

Quando, como, para quem? GDS considera que somente com certos pacientes e em certos momentos é que se deve recorrer a estiramentos globais. Necessário se faz recorrer a outras estratégias. Conhecendo o princípio do deslocamento das tensões que nos aprisionam e que determinam também o deslocamento dos sintomas, temos que trabalhar usando as mais deferentes estratégias. O "cadeista" estudará outras maneiras de adaptar-se ao paciente, para evitar o deslocamento dos sintomas musculares para as esferas orgânicas e psíquicas, para evitar o abandono prematuro das defesas, para reconstruir, depois de regularizar as tensões.

Repetindo o que dissemos anteriormente, para GDS todas as técnicas podem ser boas desde que aplicadas criteriosamente, segundo as características do paciente.

As técnicas reflexas trabalhadas sobre a pele, por exemplo, tem grande importância no arsenal de recursos do Método GDS.

Trata-se de tornar a pele permeável, capaz de realizar sua função de eliminação para o exterior, com vistas a impedir que os sintomas se desloquem para o interior. Busca-se devolver à pele sua função reguladora, que não são unicamente de ordem química, mas também de ordem mecânica. Convém lembrar que as técnicas de massagem reflexa têm repercussões mecânicas também, além das orgânicas.

GDS faz uso da pele para enviar mensagem estruturantes aos os nervos, à musculatura subjacente, e também às estruturas profundas, ossos e órgãos.


RESUMINDO

"O método GDS fornece instrumentos de pesquisa, indicações para saber como olhar o corpo que temos diante dos olhos, como analisar uma situação, comparar, seguir uma evolução e compreendê-la."

Para a fase terapêutica propriamente, faz uso de múltiplas estratégias e combinações de técnicas: técnicas de pele, percussão nos ossos, alongamentos específicos, modelagens, manobras de "reafinação" entre as direções de tensão de músculos próximos (accordage), contrações isométricas, exercícios de ativação, mobilizações espiróides, conscientização e ginástica mental, etc.

Fazendo uso do conjunto de leituras do corpo, de leituras do ambiente físico e mental que cerca o paciente, dos princípios de equilíbrio cada terapeuta encontra suas próprias estratégias, que ele refinará com a experiência em função de cada um dos seus pacientes.

REFERÊNCIAS

Cadeias Musculares e Articulares - O Método GDS - Godelieve Denys-Struyf

Centro Brasileiro de Cadeias Musculares e Técnicas GDS

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