A Ozonioterapia na Osteoartrite/Artrose (OA)
- Poderia o ozônio ser usado como tratamento complementar viável na osteoartrite/Artrose do joelho, mãos, ombros, coxofemurais e coluna?
▪ Entendendo o que é Osteoartrite:
A osteoartrite (OA) é uma das doenças mais incapacitantes da autonomia dos idosos, afetando sua qualidade de vida. Popularmente conhecida como artrose, a osteoartrite é uma doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens, acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas.
A (OA), produz grande impacto na dor, função e uso de recursos, sendo considerado um importante problema de Saúde Pública. É uma doença degenerativa e progressiva com tratamento atualmente, com os objetivos na melhorar dos sintomas e diminuir o dano articular.
A (OA), do joelho é multifatorial, e há destruição da cartilagem e do osso subcondral, com consequente estreitamento do espaço articular. Além dos fatores biomecânicos; trauma e obesidade, acredita-se que a inflamação desempenha um papel importante.
As articulações mais acometidas são:
1) Mãos: afeta principalmente as juntas entre a segunda e a terceira falange, provocando abaulamentos (nódulos de Heberden). Mais raramente, esses nódulos surgem na articulação da primeira com a segunda falange (nódulos de Bouchard). Vermelhidão local, dor e inchaço instalam-se ocasionalmente;
2) Joelhos: pode haver derrame articular, dor e alargamento das estruturas ósseas vizinhas, com ou sem crepitação (como se houvesse areia na junta). Nas fases mais avançadas as deformidades desalinham os ossos;
3) Coxofemurais: a dor é sentida na virilha ou na região lateral da junta, com eventual irrradiação para as nádegas ou para os joelhos. Como defesa, os pacientes rodam a coxa para fora e dobram a perna, dando a impressão de que o membro encurtou;
4) Coluna: quando o comprometimento do disco entre as vértebras e as alterações ósseas vizinhas comprimem as raízes nervosas que emergem da coluna, surgem dor, espasmos, atrofias musculares e limitação de movimentos. Os locais mais acometidos são a coluna cervical baixa e as últimas vértebras lombares. A radiografia pode mostrar osteófitos (bicos de papagaio), cuja presença não guarda relação direta com a dor.
• A Terapia de Ozônio na Osteoartrite/Artrose
Estudos científicos publicados (PubMed), relatam à ozonioterapia atuando na regulação da inflamação para diminuir a progressão da (OA). Há evidências em vários estudos e anos de experiência que afirmam que o ozônio atua na modulação da inflamação.
Estudos revisados demonstram a ozonioterapia como objetivo nos mecanismos fisiopatológicos envolvidos na (OA) do joelho e postular o ozônio como um tratamento conservador promissor e ideal, uma vez que pode atuar em vários alvos terapêuticos, além da inflamação, e por se tratar de molécula natural, O3, sem efeitos colaterais ao organismo.
O ozônio é a forma alotrópica ou instável de oxigênio (Iliakis 2001, Paolini 2009, Seyman 2012). É usado para tratar várias doenças infecciosas, autoimunes, degenerativas e ortopédicas (Mawsouf 2011). É postulado que o ozônio tem propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, imunomoduladoras e tróficas (Paoloni 2009).
• Siemsen (1995) relatou que a aplicação de ozônio medicinal em doenças articulares dolorosas agudas e crônicas é um método complementar de tratamento para obter alívio rápido da dor, descongestionamento, desaparecimento do edema, redução da temperatura local e aumento da mobilidade.
Se realizado por um ozonioterapeuta experiente, o tratamento não é arriscado e causa apenas uma dor local transitória que desaparece em 5-10 minutos, sem qualquer outro efeito adverso (Siemsen, 1995).
- A técnica de infiltração do ozônio.
Eficácia na Osteoartrite do Joelho (OA) nas doenças osteoarticulares produz:
a) Melhor vascularização nos ossos e cartilagem, acelerando o anabolismo e a recuperação;
b) Efeito anti-inflamatório pela ativação do ozônio sobre PGs (prostaglandinas);
c) efeito imunomodulador nas doenças autoimunes e inflamatórias (como artrite reumatóide e osteoartrite);
d) efeitos tróficos no osso e cartilagem (Madrigal 2007). Na OA do joelho existe uma grande variabilidade em termos de lado de injeção, volume e concentração de gás da terapia de ozônio (Borreli 2015).
O tratamento com ozono na articulação do joelho pode ser intra articular, periarticular e subcutâneo, O3 e pode ser aplicado duas vezes / semana durante 5-6 semanas.
• Ozonioterapia aplicações em doenças crônicas degenerativas articulares
Após o primeiro tratamento com ozonioterapia, alguns outros tratamentos podem ser aplicados posteriormente (1-2 por ano) para manutenção. Tudo depende do efeito sobre a fisiologia articular do joelho. É aceito que o ozônio melhora a amplitude de movimento (ADM) na osteoartrite do joelho (Madrigal 2007). Na OA do joelho, o ozônio retarda o processo degenerativo e melhora a ADM.
Além disso, o ozônio melhora a permeabilidade celular e diminui o derrame articular (Madrigal 2007). Riva-Sanseverino tratou 83 pacientes com OA do joelho com melhora da dor (Riva Sanseverino, 2002). Milanés em 321 pacientes diminuiu a dor e melhorou a função articular (81% de sucesso) (Milanés 2009). Baeza-Noci relatou 80% de sucesso em OA de joelho e quadril, enquanto Lucas publicou 74% em OA de joelho (de Lucas 2005, Baeza-Noci 2011).
• Como fica a qualidade de vida do portador de (OA)?
》Na (OA) grave não existe contra-indicação para usar a ozonioterapia constantemente. Os pacientes melhoram as atividades de vida diária, com maior tempo livre de sintomas, as dores são significativamente menores (Baeza-Noci 2011).
A experiência dos autores anteriores e a literatura atual demonstram a eficácia do ozônio contra a dor articular, inflamação e edema. Os pacientes são capazes de recuperar a função de caminhar, subir e descer escadas, lavar, vestir e alimentar (Benvenuti 2012).
O ozônio é um bom tratamento com alta taxa de sucesso e fácil execução, reprodutibilidade e resultados sustentáveis (Benvenuti 2006). É tão seguro e barato que a abordagem de custo / eficácia pode provar que o Ozônio é ainda melhor do que os tratamentos sistêmicos com medicamentos (Alexandre, 2014).
O Joelho com OA é uma condição progressiva e o tratamento é focado na melhora dos sintomas. Ela está relacionada a fatores genéticos, biológicos e biomecânicos e, recentemente, à inflamação crônica. Há uma evidência de longo tempo (quatro décadas de uso clínico) do uso do Ozônio em muitas doenças e especialmente no tratamento de distúrbios musculo esqueléticos como a OA do joelho. O ozônio é capaz de inibir citocinas inflamatórias, MMP (metaloproteinases minerais), NO (óxido nítrico), PGs e estimular citocinas anti-inflamatórias, fatores de crescimento, condrócitos e células-tronco.
O ozônio diminui a inflamação e favorece o trofismo, a vascularização e o reparo da cartilagem articular e do osso subcondral. Sua ação sobre diferentes alvos na OA do joelho postula-o como uma arma terapêutica promissora e maravilhosa capaz de diminuir a dor, a destruição articular e recuperar a função com a qualidade de vida.
》Referências Bibliográficas《
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