Novas regras para a relação do médico com a indústria: um bom caminho
Um bom início. Pelo menos assim foi a minha avaliação a respeito das novas normas para tentar regrar a relação entre os médicos e a indústria farmacêutica. Apesar de estar longe uma solução final para o problema, pelo menos o primeiro passo foi dado.
A caneta do médico agora, se for brinde, não pode custar mais do que R$ 207,00 reais para a indústria. Um bom começo, mas que não vai resolver o problema da relação do médico com a indústria e a falta de ética de alguns. O problema é mais complexo, e deveria ser tratado com maior urgência.
Na última 3a feira, dia 14 de fevereiro, em uma reunião realizada na sede do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), integrantes do Conselho Federal de Medicina e da AMB, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Interfarma (que representa o setor farmacêutico) assinaram uma acordo inédito para disciplinar essa relação que sempre foi nebulosa em nosso país.
A novidade acontece somente por aqui, já que em outros locais do mundo (principalmente nos Estados Unidos) as regras já existem há muitos anos. O atraso de chegarem por aqui é típico do nosso país, mas antes tarde do que nunca.
Agora, para viajar sendo patrocinado pela indústria, está claro que os médicos devem fazer isso sozinhos, e não com acompanhantes, como era uma prática conhecida no passado.
Prevaleceu o bom senso, e agora os médicos vão ter que se cuidar um pouco mais para não sofrerem processos éticos. Ainda bem que isso começa agora, mas ainda não é suficiente para coibir outras práticas não éticas.
O tema é espinhoso, mas deve ser tratado com carinho pelas entidades que regem a medicina. Tudo começa pela mal remuneração do médico, pois se isso fosse decente, pode ter certeza de que ninguém ia se importar de ganhar uma ou outra viagem de determinado laboratório.
Como vocês podem ver, it's all about money (é tudo pelo dinheiro), e somente estamos chegando a esse acordo agora porque os laboratórios não andam muito bem das pernas, depois de anos seguidos de crises e quebras de patente. Será que alguém pensou nisso?
Você pode ver o que mudou acessando o link da Interfarma
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