quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

luxação

Foi só uma luxação...será mesmo?
Existem termos em medicina que realmente pegam. O tema do nosso post de hoje é um deles. Com certeza vocês já devem ter ouvido isso em algum canto por aí: "acho que foi só uma luxação, não quebrou nada". Pois bem: saibam que uma luxação em grande parte das vezes é bem pior do que uma fratura, que depois de consolidada provavelmente não trará mais problemas.
RX mostrando uma luxação de cotovelo - essa é uma emergência ortopédica, e deve ser reduzida no hospital, no setor de emergência.
A definição de luxação envolve o conceito de perda total da congruência articular - ou seja, para que uma luxação ocorra, várias estruturas são lesadas, pois a articulação fica destruída em boa parte do seu suporte ligamentar. Quanto maior a articulação, pior é. As luxações de joelho, por exemplo, representa um grave risco a saúde de todo o membro inferior, pois em algumas ocasiões vem acompanhada de lesões nos nervos e nos vasos da região chamada cavo poplíteo (a região de trás do joelho).
Quem não é da área médica provavelmente confunde esse termo com a subluxação, que é a perda parcial da integridade da articulação. A subluxação pode ser explicada de uma forma simples: é quando a articulação "quase" sai do lugar (ou quando sai um pouco do lugar e depois volta). Isso é muito comum no ombro, que é uma articulação onde a parte óssea colabora menos para a integridade e função de mobilidade do local. O ombro é circundado por tecidos moles (músculos, cápsula articular, ligamentos), e em virtude de propiciar um grande arco de movimento ao membro superior fica mais susceptível a sair um pouco do lugar, principalmente em mulheres (que apresentam a cápsula do ombro mais frouxa).
Portanto, quando ouvirem de alguém que "foi só uma luxação" já sabem que não é bem assim. Talvez fosse melhor "não foi uma luxação, ainda bem".

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