Membranas que podem cicatrizar lesões: bem interessante
Uma das novidades que ví no último congresso americano de ortopedia, na semana passada em São Francisco, foi um material biológico processado de membranas amnióticas. Essa membrana nada mais é do que aquela mesma que recobre o feto, na gestação. A idéia de se processar essa estrutura já nasceu há algum tempo, mas agora o que se sabe é que ela apresenta uma grande carga de fatores de crescimento tecidual, e que pode ser usada para recuperar tendões e músculo. Até onde a ciência vai, não é mesmo?
O produto tem a intenção de reduzir a inflamação tecidual e promover uma melhor cicatrização tecidual pela liberação dos fatores de crescimento, e é por isso que vários estudos estão sendo feitos em modelos de lesões ortopédicas crônicas, como a tendinite do cotovelo. A grande vantagem é que esse produto, apesar de ser biológico, não é imunogênico, ou seja, não produz rejeição ao ser injetado.
Esses grânulos foram processados a partir de células da membrana amniótica, e quando misturados com soro fisiológico podem ser infetados em tendinites e lesões musculares, por exemplo, para acelerar o processo de reparo, sem a necessidade de se realizar uma cirurgia para corrigir o defeito (no caso das tendinopatias com rupturas crônicas, por exemplo). Vamos ver se um dia poderemos usar isso no nosso país.
Ainda não sabemos quando poderemos utilizar esse produto no Brasil, mesmo porque nosso país é um dos poucos no mundo onde os aloenxertos (nome genérico dado a qualquer produto processado de doadores mortos) são muito restringidos para uso clínico.
Acho que é uma boa hora para a ANVISA acordar para esses compostos, já que o mundo todo está usando isso com resultados muito interessantes. Sabemos que as restrições são importantes, mas o que devemos lembrar é do grande benefício que a biologia molecular a a medicina regenerativa vêm trazendo aos doentes.
Tomara que em breve alguém entenda isso, facilitando a comercialização desses produtos, que pelo seu benefício não são tão caros assim.
Posted by Rogerio Silva
Labels: fatores de crescimento tendinte biologia celular tratamento cotovelo
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