Músculos Posturais ou Fásicos, e daí?
A relação de estrutura e função é, na fisiologia, quase uma condição sine qua non. É baseado nesta condição que debateremos sobre a função postural ou fásica dos músculos esqueléticos e suas repercussões no equilíbrio estático.
Muito se falou em postagens anteriores desse blog sobre os desequilíbrios musculares e suas repercussões clínicas. De fato, o desequilíbrio muscular é responsável, em muitos casos, pelo aparecimento de disfunções, mas, na sua totalidade, pela permanência e fixações das disfunções musculoesqueléticas.
Existe uma denominação bastante utilizada para se caracterizar as funções dos músculos: postural e fásico. Por definição, músculos posturais possuem metabolismos glicolítico, são fibras do tipo I, que possui capacidade de disparar lenta e sucessivas vezes sem apresentar fadiga. Em contrapartida, músculos fásicos possuem metabolismo oxidativo, fibras do tipo II, de velocidade de disparo rápida e com propensão a fadiga. Alem dessas características, existe outra bastante relevante na realização de um bom plano terapêutico de disfunção muscular. Músculos posturais são mais propensos a encurtar, enquanto músculos fásicos a ficar fraco.
Essas duas ultimas características é que explicam duas síndromes descritas por Janda (1978) e a postura anterior da cabeça. Abaixo estão representadas as disfunções citadas: Síndrome Superior Cruzada (a), Síndorme Inferior Cruzada (b) e Postura Anterior da Cabeça (c).
Essas informações serão cruciais para a elaboração do plano terapêuticos. Se existe um desequilíbrio postural por parte de estruturas ativas, inevitavelmente, estruturas passivas também irão sofrer localmente ou globalmente, depois de instalação do processo compensatório. O diagrama abaixo ilustra bem essa condição. Pensando nisso, é lógico pensar que se deve alongar os músculos encurtados e fortalecer os músculos “fracos”. Esse pensamento é correto, mas, além disso, saber como fazê-lo. Uma das técnicas mais indicadas para restaurar a normalidade de tônus é a Energia Muscular. Segundo Chaitow (2008), essa terapia é capaz de dar normalidade do tônus muscular em ambas as situações (músculos posturais e fásicos). Vale a pena ressaltar que os músculos que encurtam também apresentam diminuição de força, pelo mesmo motivo dos fásicos, a conformação do sarcômero está alterada para aquém e além do ponto de melhor tensão muscular, respectivamente. Isto leva, nos dois casos, a não geração de força “ótima” de contração.
Respondendo a pergunta do título: Daí que não se pode pensar em tratamento de desequilíbrios estático e dinâmico se não tiver conhecimento das características morfofuncionais dos músculos que se deseja trabalhar.
Postado por José Diêgo Sales (Organizador do Blog Portal da Fisioterapia Manual)
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