A saúde do pé no futebol
Cuidados fundamentais para atletas profissionais e principalmente para os de final de semana.
O futebol é o esporte mais popular do mundo. Desta forma, nada mais justo do ponto vista da saúde que se conheça muito bem as peculiaridades e as lesões mais comuns desta tão conhecida atividade esportiva. Mesmo nos países em que o futebol não é tradicional tem-se observado um grande interesse por este esporte nas últimas décadas. Por isto é imprescindível que os profissionais da saúde ligados ao futebol aprendam a lidar com as lesões efetivamente associadas a este esporte, e elas são bastante freqüentes. A incidência das lesões no futebol está bastante relacionada com a idade do jogador. É estimada que ocorram 3,7 lesões por 1.000 horas de jogo (incluindo treino e competição) nos jovem do sexo masculino durante 1 ano, e 16 lesões por 1.000 horas de jogo entre os adultos veteranos durante o mesmo período. As lesões do pé e tornozelo correspondem a 24% de todas as lesões no futebol sendo o entorse do tornozelo (torção do tornozelo) a lesão mais comum. O tipo de calçado utilizado no futebol está fortemente associado à gênese de algumas lesões. As chuteiras (calçados utilizados na prática do futebol) possuem travas que aumentam a aderência dos pés aos gramados. Quanto maior o número de travas, maior a aderência e tração mas, por outro lado, este tipo de calçado aumenta significativo o stress no joelho e tornozelo pois o pé firmemente fixado ao solo. Chuteiras com menor número de travas têm menor aderência ao solo mas diminuem as chances de lesão por entorse do joelho e tornozelo. Nestes calçados habitualmente observamos quatro travas no antepé e duas no retropé, ficando o mediopé sem apoio. Este é um dos principais fatores associados às fraturas de stress ou de fatiga do mediopé tão comuns em jogadores de futebol. O que é uma fratura de stress ou de fadiga? A fratura de stress ou de fatiga ocorre quando as exigências a um determinado osso superam sua resistência. O osso está continuamente sendo remodeladoem resposta ao stress, mas algumas vezes este remodelamento é mais lento do que a exigência do exercicio e então ocorre a fratura de fadiga. Quando um atleta tem uma mudança rápida da sua atividade, como no início da temporada, existe uma grande chance de uma lesão por sobrecarga (incluindo fratura de stress) principalmente se precipitada por um calçado que viabiliza estas lesões, no caso, a chuteira. Outro fator importante na epidemiologia das lesões é a hidratação e a nutrição do atleta. E desidratação e conseqüente desequilibrio hidroeletrolítico particularmente associado a altas temperaturas, diminui significantemente a performance do atleta. Esta, por sua vez, pode levar a dificuldades em manter o controle muscular durante o jogo. Uma boa hidratação durante o jogo são algumas alternativas para minimizar estes problemas. Contudo, as lesões no futebol são ocasionadas na maioria dos casos por fatores extrínsecos, ou seja, pelo contato direto atleta-atleta. É estimado que 43% das lesões ocorram pelo contato com o adversário e que 24% das lesões decorram de traumas isolados. Embora freqüente, o entorse não pode ser banalizado. Um entorse mal tratado leva freqüentemente a sérios prejuízos para o atleta. É importantissimo o adequado tratamento desta lesão para minimizar as suas sequelas. A principal delas, a instabilidade crônica, está fortemente associada ao tratamento mal-instituído. Diante de um entorse do tornozelo, pacientes que têm história de entorse prévio têm 50% de chances de repetir a lesão enquanto nos pacientes que não têm história de entorde prévio estas chances são de 10%, aproximadamente. Segundo José Antônio Veiga Sanhudo, da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé, "o futebol é um esporte extremamente popular e que deve ser abordado profissionalmente para que se diminua o número de lesões. É comum atletas sofrerem lesões que poderiam ser evitadas mas que uma vez ocorridas, retardam a ascensão profissional ou casos mais graves, acabam com a carreira di atleta" Escrito por: Web Master Fonte: Jornal da SBOT (enviado pela SBMCP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Mensagens só serão respondidas com Nome e E-Mail