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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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quinta-feira, 27 de maio de 2010

30 Perguntas mais comuns sobre reumatismo

1) O que é reumatismo?
O reumatismo não é uma doença, mas sim um termo genérico que se refere às doenças que acometem as articulações ("juntas"), i.e., às doenças reumáticas.

2) Quantos tipos de doenças reumáticas existem?
Existem cerca 120 formas de doenças reumáticas ("reumatismos"). As doenças reumáticas podem ser agrupadas em doenças degenerativas, inflamatórias, auto-imunes, infecciosas, metabólicas e pós-traumáticas. É importante que o paciente saiba o nome de sua doença (tendinite, artrite reumatóide, lúpus, osteoartrose, etc).

3) O que é doença reumática degenerativa?
Doença reumática causada pela degeneração (desgaste) das estruturas da articulação. Por exemplo, a osteoartrite (artrose) é decorrente da degeneração da cartilagem articular, que é um dos componentes da articulação.

4) O que é doença reumática infecciosa?
Doença reumática causada pela invasão de microorganismos (bactérias) no interior da articulação. É considerada uma emergência na prática médica do reumatologista. São exemplos de artrite infecciosa, a artrite bacteriana e artrite por tuberculose..

5) O que é doença reumática metabólica?
Doença reumática causada por um distúrbio metabólico. O principal exemplo é a gota, doença em que há formação de depósitos de ácido úrico nas articulações e tendões, em razão de uma alteração do metabolismo dessa substância.

6) O que é doença reumática pós-traumática?
Doença reumática que se caracteriza por uma inflamação das estruturas periarticulares (vizinhas da articulação) como é o caso dos tendões, ligamentos e cápsula. Essa inflamação é causada, em geral, por um esforço muscular excessivo ou movimentos de repetição no trabalho. Um exemplo característico é a tendinite, que pode ocorrer em decorrência da prática esportiva ou do trabalho de digitação de computador.

7) O que é auto imune ?
O sistema imune foi criado pela natureza para nos proteger de infecções sendo formado por uma rede de órgão, tecidos e células especializadas em nossa defesa. Estas células chamadas linfócitos produzem uma proteína chamada anticorpo, um verdadeiro "míssil" que persegue e atinge o agente invasor ligando-se a ele e defendendo a integridade do nosso organismo. Normalmente os anticorpos são produzidos para dar proteção ao nosso corpo, porém nem sempre isto acontece. Algumas vezes ocorre um desequilíbrio, uma perda da regulação dos linfócitos, e o sistema imune ataca o próprio organismo promovendo uma inflamação que pode danificar vários órgãos. As doenças nas quais o sistema imune promove lesões no próprio organismo chamam-se doenças auto-imunes como a artrite reumatóide, o lúpus, a esclerodermia, etc.

8) Somente os idosos têm "reumatismo"?
Não. As doenças reumáticas podem surgir em qualquer idade.

9) Somente as doenças reumáticas dão "dores nas juntas"?
Não. Várias doenças podem causar dores articulares, por exemplo, a gripe, a dengue, o hipotiroidismo...

10) É fácil diagnosticar as doenças reumáticas?
Depende da doença, muitas podem demorar anos até se conseguir um diagnóstico específico. O importante é saber que mesmo essas condições podem ser tratadas.

11) Criança tem reumatismo?
Sim, criança pode ter reumatismo. Reumatismo é um termo genérico que se dá às doenças que provocam inflamação.

12) Quais os reumatismos que as crianças podem apresentar?
Em nosso meio, o reumatismo mais comum é a febre reumática, mas outros como as artrites crônicas, mis raramente o lupus, a dermatomiosite e a esclerodermia podem ocorrer.

13) Quando devo levar meu filho ao médico para saber se ele tem reumatismo?
Sempre que uma criança se queixa com freqüência de dores em membros ou tem algum sintoma que a impeça de brincar como as outras crianças ou seja notado que a criança está mancando, ela deve ser levada ao médico. O pediatra saberá se ela merece a avaliação de um especialista como o reumatologista pediátrico.

14) O que é febre reumática?
É o nome dado ao reumatismo que ocorre como complicação de uma infecção de garganta. Pode causar dores nas juntas, problemas cardíacos e no sistema nervoso.

15) O que se pode fazer para evitar a febre reumática? Qualquer criança pode ter?
A Febre reumática é mais comum na idade compreendida entre 5 e 15 anos e pode ocorrer em qualquer criança que seja sensível a essa bactéria. O tratamento precoce e adequado das amigdalites (infecções de garganta) pode impedir o aparecimento da febre reumática. Por isso é tão importante levar a criança ao médico quando ela apresenta dor de garganta, pois só ele saberá se deve ou não ser dado antibiótico. O não tratamento pode precipitar a doença.

16) A febre reumática é hereditária?
Não, ela não é hereditária, mas as pessoas da família de uma criança com febre reumática têm uma chance maior de apresentarem algum reumatismo. É comum que existam outras pessoas com febre reumática na família de uma criança com a doença.

17) O que são espondiloartropatias seronegativas?
São doenças de causas desconhecidas que afetam a coluna, embora outras articulações (juntas) e outros órgãos possam estar envolvidos. Caracterizam-se pela ausência do Fator Reumatóide, por isso são chamadas seronegativas. Além disso, possuem outros pontos em comum: dor lombar inflamatória (a dor piora com o repouso, melhorando com o movimento), artrite em grandes juntas (tornozelos, joelhos...), dor no tendão de Aquiles, inflamação nos olhos (uveíte), na pele ou mucosas. As principais doenças desse grupo são a Espondilite Anquilosante, a Artrite Psoriásica, a Artrite Reativa (síndrome de Reiter) e as doenças inflamatórias intestinais.

18) O que é síndrome de Reiter?
Atualmente, o termo síndrome de Reiter vem sendo substituído por Artrite Reativa. Caracteriza-se por artrite (inchaço, dor e vermelhidão da junta) em algumas juntas (2 ou3), incluindo a sacro-ilíaca (dor piora ao deitar-se, melhorando durante o movimento), associada a conjuntivite e infecção da urina ou diarréia infecciosa. Pode apresentar lesões na pele/mucosas (glande, vulva e planta dos pés). O tratamento deve ser realizado por um REUMATOLOGISTA e inclui antiinflamatórios e outras drogas, bem como fisioterapia.

19) O que é eritromeralgia?
A ERITROMERALGIA caracteriza-se por dor e/ou formigamento, acompanhadas de vermelhidão nas extremidades (mãos/pés). Podem ocorrer ulcerações e aumento do suor no local. Pode ser de origem genética, sendo, quase sempre simétrica, em geral, em pessoas mais jovens ou associar-se a outras doenças (artrite reumatóide, gota, diabetes...). Aspirina e antagonistas da serotonina podem ser usados nos tratamento.

20) O que é "esporão" do calcâneo?
O termo "esporão" do calcâneo é utilizado de forma popular para descrever a FASCIITE PLANTAR CALCIFICADA (termo correto). É uma inflamação da "sola" (planta) do pé, em geral no calcanhar, mas pode ocorrer em toda a superfície plantar. Quando esse processo torna-se crônico, pode ter depósito de cálcio (calcificação). Assim sendo, não é a calcificação que leva à dor, mas sim, o oposto, a dor crônica (sintoma de inflamação crônica) leva à calcificação. A radiografia simples do calcâneo é o exame usado para sua detecção. O tratamento inclui a mudança do fator causal (excesso de peso, deformidades no pé), bem como o uso de palmilhas anti-impacto ("calcanheira"), antiinflamatórios, infiltrações locais e fisioterapia (gelo local, US)

21) É normal as juntas estalarem?
Os sons produzidos nas juntas podem ser por deslizamento do tendão/ligamento sobre a articulação (estalo), onde não há significado clínico (normal) ou por desgaste da cartilagem (crepitação), como é visto na "artrose" . É importante lembrar que esta não ocorre somente em idosos, podendo ocorrer em individuos mais jovens, principalmente se houver algum traumatismo ou frouxidão ligamentar prévios. É preciso ressaltar que ficar em locais frios (cinema) ou parado na mesma posição por algum tempo pode produzir esses sons, sem estar relacionado com algum distúrbio ligamentar. Entretanto, se isto estiver causando algum transtorno, deve-se procurar um REUMATOLOGISTA para uma melhor avaliação, pois podem ser indicados alguns exercícios para fortalecimento muscular, a fim de obter-se uma maior estabilidade da junta.

22) Quais as principais causas de dores nos joelhos?
As principais causas de dores nos joelhos são: "artrose", distúrbio ligamentar, tendinite, bursite e lesão do menisco. As últimas, em geral, são provocadas por traumas ("rotação do joelho com o pé parado"), caracterizando-se por dor e inchaço que aparecem algumas horas após o trauma. As tendinites/bursites são provocadas por trauma ou por esforço físico e apresentam dor localizada, principalmente após um esforço. A frouxidão ligamentar pode ocorrer desde a infancia e caracteriza-se por dor aos exercícios, podendo ter inchaço ou não. A osteoartrite (artrose) pode ser devido à obesidade, trauma ou outras causas. Caracteriza-se por inchaço, calor e dor, sendo tratada com antiinflamatórios, fisioterapia e outras medicações.

23) O que é síndrome de Tietze?
Caracteriza-se por dor e inchaço (tumefação) no toráx anterior (próximo ao esterno). As causas da síndrome ainda são desconhecidas. Em aproximadamente 80% dos casos a lesão é única, tendo remissão(cura) espontânea (meses ou anos). Pode ser aguda, intermitente ou crônica. Apesar de não serem muito úteis para o diagnóstico, as radiografias de tórax devem ser solicitadas para descartar outras hipóteses diagnósticas. Em geral, os exames laboratoriais (sangue, urina...) são normais. Os pacientes com sintomas persistentes devem ser acompanhados por reumatologistas para uso de antiinflamatórios e/ou infiltrações locais, bem como aplicação de calor ou gelo locais.

24) O que é artrite?
É a inflamação na articulação (junta), sendo caracterizada por dores acompanhadas de calor (aumento da temperatura), rubor (vermelhidão), edema ("inchaço"), rigidez matinal (junta "dura" pela manhã) e impotência funcional (dificuldade de movimentar). Pode ser chamada de monoartrite, quando ocorre em somente uma articulação, e poliartrite, quando em várias articulações.

25) O que significa mialgia?
Significa dor muscular, a qual pode ser generalizada ou localizada.

26) O paciente com doença reumática é um caso perdido?
Não. Os pacientes que têm algum tipo de doença reumática não devem aceitar esse tipo de afirmação, pois a medicina avançou muito sob o ponto de vista dos métodos diagnósticos e terapêuticos. O importante é o paciente procurar o Reumatologista a fim de determinar o diagnóstico correto de sua doença, bem como receber informações sobre a mesma e tratamento eficaz para o seu problema.

27) Qual é o principal exame para o diagnóstico das doenças reumáticas?
Sem dúvida nenhuma, é o exame clínico do paciente (anamnese e exame físico). O exame clínico proporciona o diagnóstico correto das doenças reumáticas em cerca de 80% das ocasiões, deixando os exames complementares (laboratoriais, radiológicos,etc) para a confirmação.

28) O que é antiinflamatório não-hormonal (AINH)?
Determinado grupo de medicamentos que têm a finalidade de combater a inflamação. A sua aplicação na Reumatologia é de fundamental importância, pois alivia a principal queixa do paciente portador de doença reumática que é a artrite. A sua prescrição deve ser orientada pelo reumatologista, pois estas medicações apresentam diversos efeitos colaterais (indesejáveis) tais como, gastrite, úlcera de estômago, hipertensão arterial, hemorragia gástrica, insuficiência no funcionamento dos rins, alergia na pele, etc.

29) O que é cortisona?
Também denominados de corticóide ou corticosteróide é um determinado grupo de medicamentos que tem a ação principal em combater a inflamação de forma mais eficaz que os antiinflamatórios em geral. No entanto, a sua prescrição deve ser feita e supervisionada pelo Reumatologista, pois estas medicações apresentam diversos efeitos colaterais (indesejáveis) tais como, gastrite, úlcera de estômago, hemorragia de estômago, hipertensão arterial, inchação (edema) e obesidade, estrias, diabetes mellitus, catarata, glaucoma, osteoporose, distúrbios psiquiátricos, etc.

30) Os medicamentos utilizados para o tratamento das doenças reumáticas podem ser utilizados durante a gravidez?
A paciente grávida portadora de algum tipo de doença reumática que necessite iniciar ou manter alguma medicação anti-reumática, necessita obrigatoriamente uma avaliação do seu reumatologista com a finalidade de determinar a melhor opção de tratamento sem colocar em risco o desenvolvimento de embrião/feto.

31) Durante a lactação (amamentação), a utilização de medicações anti-reumáticas devem ser suspensas?
A decisão de interromper a medicação anti-reumática depende do tipo da medicação utilizada e a sua dosagem, sendo que a avaliação do reumatologista é de fundamental importância.

32) A dieta alimentar é importante no tratamento das doenças reumáticas?
É aconselhável a todo paciente portador de doença reumática uma dieta racional e balanceada que ofereça energia para a realização das suas atividades diárias (andar, trabalhar, fazer fisioterapia, se vestir, lazer, etc). Deve também ser evitado o ganho de peso com a finalidade de não sobrecarregar as articulações.

Fonte: www.reumatorj.com.br

Reumatismo










Um dos sintomas do reumatimo é a dor

Nos casos de Reumatismo a dor é causada por inflamação

Tradicionalmente, reumatismo é considerado uma doença das articulações, músculos, ligamentos e tendões, de caráter não traumático, que acomete pessoas mais velhas.
Na verdade, a palavra reumatismo serve para designar inúmeras enfermidades, mais de duzentas. Provavelmente, as mais conhecidas são a artrite reumatóide e a artrose, ou osteoartrose, que afetam cartilagens e articulações e provocam dor, deformação e limitação de movimentos. No entanto, as doenças reumáticas acometem não só as articulações e cartilagens, mas também órgãos internos, como coração e rins e, para a grande maioria delas, existem fundamentos imunológicos bem definidos.

Descritos por Hipócrates, séculos antes de Cristo, os diversos tipos podem manifestar-se em pessoas de qualquer idade: crianças, jovens adultos e idosos. Foi só nos últimos anos, entretanto, que surgiram drogas capazes de revolucionar o tratamento clássico do reumatismo feito até então apenas com antiinflamatórios.

A palavra reumatismo vem do grego (rheuma), mas seu significado foi-se modificando com o passar do tempo. Atualmente, quando se fala Reumatismo estamos nos referindo a um grupo bastante extenso de doenças que acometem não só as articulações, músculos, ligamentos e tendões, mas também a doenças em que o sistema imunológico está envolvido e atacam órgãos como cérebro, rins, coração, por exemplo.

Portanto, por englobar grupo tão grande de enfermidades, é muito importante caracterizar o tipo de reumatismo a fim de propor tratamento efetivo e adequado.


Pequenas deformidades nas mãos (nódulos de Heberden) são próprias da artrose

Mais de 250, 300 doenças diferentes estão classificadas como reumatismo. Algumas acometem primeiro os órgãos internos. Um exemplo é o lúpus eritematoso sistêmico que, às vezes, começa pela inflamação do rim. Nesse caso, os primeiros sintomas são alterações na urina (presença de sangue e de proteína). Depois, o quadro vai se completando (as juntas incham, inflamam os músculos) e a doença adquire características reumáticas.

Outro exemplo é a febre reumática, doença que acomete principalmente crianças e pode começar pelo coração e não pelas articulações. Aliás, quanto menor a idade da criança, maior a probabilidade de comprometimento cardíaco.

Portanto, embora não seja fácil fazer o diagnóstico preciso desde o início, atualmente, podemos contar com exames laboratoriais e um conhecimento maior das doenças, o que torna possível caracterizar e tratar corretamente o tipo de reumatismo.

O reumatismo pode acometer articulações, músculos, ligamentos e tendões e um dos sintomas é a dor. Dores articulares, porém, podem ocorrer por diversas razões. Às vezes, a pessoa pisa de mau jeito ou exagera nos exercícios, e as articulações ficam doloridas. O que diferencia a dor reumática da dor ocasional provocada por traumatismos ou pela prática inadequada de exercícios?

Na verdade, nos dois casos, a dor não é muito diferente.

Por isso, é importante levantar a história clínica do paciente para determinar se a origem da dor é mecânica ou inflamatória. Se a pessoa torceu o tornozelo, que inchou e continua inflamado, obviamente a causa é mecânica e a dor é provocada por inflamação, porque líquido se formou dentro das articulações. Em outras palavras: a membrana sinovial que forra o interior da articulação começa a produzir um líquido que determina o processo inflamatório. Nos casos de Reumatismo a dor é causada por inflamação sem história de entorse, traumatismos ou esforço repetitivo. Reumatismo é uma doença que acomete crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, e existem tipos preferenciais de acordo com a idade. A febre reumática, por exemplo, acomete principalmente crianças. O lúpus eritematoso sistêmico, uma doença auto-imune, em geral se manifesta no sexo feminino, durante a puberdade, quando ocorrem alterações hormonais em virtude da transformação do sistema endócrino. Já nas pessoas de mais idade, os tipos predominantes são, sem dúvida, a artrose e a artrite reumatóide.

Qual a diferença entre artrose e artrite reumatóide?
Em geral, a artrose aparece depois dos 50 anos e evolui progressivamente a ponto de, aos 80 anos, todas as pessoas (100%) terem uma alteração da cartilagem que, no decorrer dos anos, vai deformando as articulações. Por que algumas pessoas sentem dor e outras não, não é bem conhecido. Há quem descubra que tem bico-de-papagaio na coluna, quando tira uma radiografia por outro motivo qualquer. Do mesmo modo, pequenas deformidades nas mãos (nódulos de Heberden) próprias da artrose podem provocar muita dor ou dor nenhuma dependendo do paciente.

Já a artrite reumatóide é uma doença auto-imune que se caracteriza por inflamação que pode provocar também pequenas deformidades nas mãos. Como o sistema imunológico está envolvido no aparecimento da doença, de acordo com as características genéticas do indivíduo, sua intensidade varia para mais ou para menos.

Fonte: portalamazonia.locaweb.com.br

o que é reumatismo e o que a fisioterapia tem haver com isso?

Afinal de contas, o que é reumatismo e o que a fisioterapia tem haver com isso?

Reumatismo é o nome popular dado às doenças reumáticas, que são compostas por mais de cem doenças distintas que acometem o sistema músculo-esquelético, ou seja, ossos, articulações (“juntas”), cartilagens, músculos, fáscias, tendões e ligamentos. Além disso, essas doenças também podem comprometer diversos órgãos do corpo humano, como os rins, o coração, os pulmões e o intestino, assim como a pele.

As doenças reumáticas mais conhecidas são: osteoartrose, artrite reumatóide, osteoporose, gota, lúpus, febre reumática, fibromialgia, tendinite, bursite e diversas patologias que acometem a coluna vertebral.

Reumatismo não é uma “doença de velho”, pois pode ocorrer em qualquer idade, acometendo jovens, crianças e, inclusive, recém-nascidos.

Segundo estatísticas, 15 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de doença reumática, o que pode gerar, além do sofrimento pessoal, reflexos na vida sócio-econômica do país, uma vez que estas doenças enquadram-se entre as principais causas de incapacidade física e de afastamento temporário ou definitivo do trabalho.

Quem tem alguma doença reumática pode apresentar dor e calor nas articulações, edema (“inchaço”), rigidez matinal (dificuldade para movimentar as articulações ao acordar de manhã), fraqueza muscular e, conforme a patologia, lesões de pele, dor de cabeça, queda de cabelo, fadiga, emagrecimento e febre.

As doenças reumáticas não são contagiosas e podem ser causadas ou agravadas por fatores genéticos, traumatismos, trabalho intenso, obesidade, sedentarismo, estresse, ansiedade, depressão e alterações climáticas.

Essas doenças devem ser tratadas para que o paciente possa ter uma melhor qualidade de vida, sem dores, sem o agravamento das lesões e sem maiores disfunções e deformidades articulares, que, por vezes, podem ser definitivas.

O tratamento das doenças reumáticas consiste na administração de drogas analgésicas e antiinflamatórias, de injeções locais de corticosteróides (infiltrações), de medicamentos próprios para o controle da doença e fisioterapia.

No tratamento das doenças reumáticas, a fisioterapia proporciona ao paciente uma reeducação física e funcional através do alívio da dor e da rigidez articular, da recuperação dos movimentos, do reforço e do relaxamento muscular, da prevenção ou tratamento das deformidades e, quando o paciente já apresentar seqüelas definitivas, auxilia na reabilitação profissional, desenvolvendo ao máximo o potencial residual existente, adaptando este paciente às novas condições de vida.

Todos esses benefícios podem ser obtidos por um programa de fisioterapia elaborado especificamente para tratar o paciente como um todo, levando-se em conta não somente o que o paciente está apresentando, mas também tentando-se atuar nas causas dos sintomas.

Para o tratamento de pacientes que apresentam essas doenças, o fisioterapeuta dispõe de uma variedade de recursos como, por exemplo, gelo, ultra-som, correntes elétricas, laser, massagens, mobilizações articulares, trações, alongamentos, técnicas para relaxamento e reforço muscular, assim como exercícios específicos para cada paciente.

Os pacientes ainda podem se beneficiar com o tratamento em piscina térmica, que é conhecido como hidroterapia ou fisioterapia aquática, onde são realizadas todas essas técnicas de mobilizações articulares, relaxamento e reforço muscular, com a vantagem de se estar em um meio que possibilita o alívio imediato de dores, proporcionando uma enorme sensação de bem estar e prazer.

Todo o tratamento com fisioterapia deve ser baseado em uma abordagem global, atendendo e assistindo o sujeito integralmente, com o objetivo de propiciar uma reabilitação mais completa e abrangente, em âmbito físico, psíquico, social e emocional, melhorando, significativamente, a qualidade de vida desses pacientes.

Dra. Patricia Martins

Fonte: www.sociedadefisioterapia.com.br

Reumatismo



É uma doença que antigamente se supunha, produziria acúmulo de líquidos nas articulações. O termo é designação geral usada para caracterizar um grupo de doenças cujas manifestações principais são a inflamação ou a degenerescência do tecido conjuntivo das articulações, dos músculos e de outros órgãos.

Existem numerosas doenças pertencentes ao grupo do Reumatismo como a febre reumática, a artrite reumatóide, a artrite comum, a artrose, a gota, e outras.

Ainda não se tem uma classificação bem definida sobre a questão do Reumatismo sendo que os médicos atuais preferem observar isoladamente cada um dos diversos tipos de moléstias reumáticas.

As doenças reumáticas podem afetar somente as articulações - o que é mais comum, ou simultaneamente o tecido conjuntivo de outros órgãos, o tecido nervoso, seja de forma aguda ou crônica, em ciclos ou episódios isolados.

Sintomas
Em geral há muita dor local ou generalizada, com inflamação e incapacitação física, temporária ou progressiva.

Tratamento
O tratamento convencional da medicina moderna é apenas sintomático, sendo incapaz de atingir o processo mórbido causados da doença. Não se sabe oficialmente a causa do reumatismo de modo geral. Sabe-se que é uma doença degenerativa que ocorre numa situação de predisposição herdada, provocada por fatores ambientais desencadeantes, principalmente por alimentos acidificantes, tóxicos e mucogênicos.

Alguns tipos de reumatismo são desencadeados pelo constante contato com a friagem, sendo característicos nas profissões como as de lavadeiras, dos carregadores de gelo e produtos congelados e outras mais em contato constante com a água, câmaras frias, ambiente úmido, etc.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

I° COBRAFIMM 2010

I° COBRAFIMM 2010
Caros colegas,

O ano de 2010 promete ser um marco no desenvolvimento da Fisioterapia Manipulativa e Musculoesquelética Brasileira.

Como parte do processo de criação da ABRAFIMM, grupo de interesse da IFOMT (Federação Internacional de Terapia Manual Ortopédica, parte da WCPT - World Confederation of Physical Therapists) será realizado em outubro de 2010 o primeiro COBRAFIMM ( Congresso Brasileiro de Fisioterapia Manipulativa e Musculoesquelética) (www.cobrafimm.com.br).

O COBRAFIMM promete ser o primeiro congresso a divulgar a Fisioterapia Manipulativa e Musculoesquelética científica no Brasil, contando com a participação de palestrantes de renome nacional e internacional. Dentre os temas abordados, destacamos: raciocínio clínico em fisioterapia musculoesquelética, exercícios terapêuticos, controle motor, técnicas de tratamento, aspectos de qualidade de vida do paciente, etc.

Mais informações: www.cobrafimm.com.br

Tenossinovite

Tenossinovite - Uma Doença Profissional


No final deste século tem sido freqüente o surgimento de novos casos da doença que já está sendo considerada o mal do avanço tecnológico.

A doença atinge a classe de trabalhadores que utilizam movimentos repetitivos das mãos como por exemplo, digitadores, caixas, datilógrafos, pianistas, tricoteiras, jornalistas, trabalhadores de perfuradeiras vibratórias além dos remarcadores de supermercados.

A Tenossinovite surge do atrito excessivo do tendão que liga o músculo ao osso. Este tendão é protegido por uma bainha que é sempre cheia de um líquido. Estes movimentos repetitivos é que provocam a inflamação do tendão, causando a doença. Os trabalhos em locais de baixa temperatura e esforços de peso acima dos seis quilos também podem causar o problema.

Como surge

Os primeiros sintomas da doença são queixas vagas de desconforto na mão mais utilizada. Uns sentem um peso no braço e uma dor localizada e no princípio da doença, sentem um simples repouso e desconforto.

Mas com o passar do tempo as dores vão ficando mais fortes ao lado de uma diminuição da força muscular. Em uma fase mais adiantada, os músculos podem se atrofiar, impedindo que os pacientes não consigam nem escrever ou mesmo segurar um copo.

Muitos especialistas não acreditam na reversão da doença, e sim, em tratamento paliativo. Existem casos de trabalhadores que se aposentam aos 30 ou 40 anos, por causa das fortes dores da doença já avançada.

O diagnóstico da doença é eminentemente clínico e é baseado na história do paciente, no exame físico, nos antecedentes pessoais do paciente e também nos exames complementares como radiografias.

Tratamento

O repouso e uma dosagem de antiinflamatórios é o procedimento que os médicos receitam para os pacientes quando eles manifestam os primeiros sintomas da Tenossinovite. Com o conhecimento da doença mais difundido, são raros os casos de avanço do problema até estágios mais comprometedores.

Mas a prevenção ainda é o melhor remédio para a doença. Dentro destas atitudes que visam evitar o surgimento da Tenossinovite estão alguns aspectos do ambiente de trabalho. Um dos exemplos mais comuns são os digitadores. Para eles já existem normas trabalhistas que os protegem do surgimento da doença.

As cadeiras, mesas e teclados devem ser projetados para darem o conforto necessário aos digitadores. A questão da Tenossinovite nos digitadores é tão grave que já existe uma portaria regulamentando o assunto. As regras prevêem um intervalo de 10 minutos a cada 50 de trabalho, proibição de prêmios de produção, temperaturas entre 20 e 24 graus centígrados, e umidade relativa do ar que não pode ser inferior a 40 por cento.

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Tendinite

Tendinite


"Deixar de fazer o que gosta ou o que lhe dá o sustento por uma simples lesão ou inflamação nos tendões é coisa que pode ser evitada. De um pianista e um digitador até um trapezista de circo, um jogador de futebol ou um atleta de vôlei, todos devem aprender os segredos básicos de como evitar uma interrupção em sua atividade. Vamos aqui descortinar alguns segredos simples, mas que não devem ser perdidos de vista, desde as formas de diagnóstico ao tratamento, que inclui também a alimentação".

Mexa-se!

Há poucos anos, esta frase se transformou em uma espécie de pensamento obrigatório, em todos os pontos do país. A ordem era malhar, fazer exercícios. Todos, independente de profissão, idade ou sexo, foram para as academias, parques e praias. Os exercícios, muitas vezes sem qualquer critério, acabaram se incorporando à vida da população.

Claro que é fator importante exercitar o corpo diariamente, mas antes precisamos rever alguns pontos básicos.

A começar de nossa anatomia. Para fazer um simples movimento, um simples gesto, são muitos os componentes do corpo envolvidos. Os ossos, que são rígidos, precisam, por exemplo, dos músculos e dos tendões para se dobrarem nas extremidades, entre um osso e outro.

Músculos e tendões são formados de fibras. Os tendões são fibras agrupadas em feixes, que se situam entre os músculos e o osso.

Para a obtenção de bons resultados ao mexer-se, portanto, principalmente em nível de competições, a pessoa precisa estar com a musculatura saudável e conhecer a importância de fazer os movimentos adequados, sem forçar demais os músculos e os tendões. Meia hora a mais no parque, ou o excesso de peso pode significar um problema que muitas vezes tira a pessoa de uma competição ou de um trabalho por um longo período.

Atenção aos Movimentos

Para o Dr. M.L. Miszputer, médico desportivo, o aumento dos exercícios, seja por questão de lazer ou de condicionamento físico, tem contribuído para aumentar também o número de lesões do sistema músculo-esquelético entre atletas profissionais e amadores. O médico explica que muitas dessas lesões se originam da falta de orientação ou do excesso de carga nos treinamentos. O atleta profissional lesionado, segundo Dr. Miszputer, fica impedido de treinar e de participar de eventos esportivos e corre o risco de comprometer seu condicionamento e sua carreira. Para o praticante amador, lembra ele, a interrupção forçada dos exercícios em decorrência de uma lesão é frustrante, pois é inegável o bom efeito psicológico que o esporte exerce sobre as pessoas.

O Tendão de Aquiles

Conta a lenda grega que Aquiles, filho do rei Peleu e da rainha Tétis, tinha um único ponto vulnerável no corpo, exatamente na altura do calcanhar, na altura de um tendão. Para tornar o menino imortal, sua mãe passou ambrósia em seu corpo e o manteve por um tempo próximo ao fogo. Depois, mergulhou Aquiles no rio Estige, cujas águas tinham o poder de torná-lo invulnerável. Ao mergulhar o filho nas águas do Estige, a mãe o segurou por um calcanhar e, sendo assim, essa parte de seu corpo não foi tocada pelas águas. Aquiles cresceu e se tornou um dos principais heróis gregos da guerra de Tróia, sendo ao final atingido e morto por Páris, com uma flecha no calcanhar. Daí se falar hoje em tendão de Aquiles, uma denominação vulgar para o tendão que se encontra na parte inferior e posterior da perna.

Isso pode levar a algumas confusões, pois algumas pessoas entendem que só existem tendões nessa região do corpo, quando não é verdade.

As mãos, os pés, o pescoço e todas as partes que se dobram, ou seja, praticamente o corpo inteiro (se imaginarmos um contorcionista de circo em atividade) está repleto de tendões.

O que é a Tendinite?

As palavras terminadas com o sufixo ‘ite’ indicam um processo inflamatório. Tendinite, pois, é a inflamação que acontece nos tendões.

Essa inflamação pode ter duas causas, que são:

1. Mecânica – esforços prolongados e repetitivos, além de sobrecarga.

Algumas pessoas – Como halterofilistas e amadores que se exibem nas ruas, puxando vários carros – podem suportar trações de até 300 kg. Mas as pessoas comuns, que não são treinadas para carregar peso, podem sofrer lesões diante de um movimento errado ou de uma carga de apenas 10kg de peso.

2. Química – A desidratação, quando os músculos e tendões não estão suficientemente drenados, a alimentação incorreta e toxinas no organismo podem conduzir a uma tendinite.

Como ela se Manifesta?

A tendinite se manifesta inicialmente com dores e muitas vezes com a incapacidade da pessoa em realizar certos movimentos.

A pessoa pode sentir dores ao subir ou descer escadas, caminhar, dobrar os joelhos, entre outras posturas ou movimentos.

Ela pode ser confundida inicialmente com artrite reumatóide e, portanto, existe a necessidade de que o médico faça um bom exame no paciente para estabelecer um diagnóstico diferencial. No caso da tendinite crônica, lembra Dr. Miszpunter, o diagnóstico em geral é mais difícil, por não haver aumento no fluido sinovial, o que requer mais cuidado nas investigações.

Exames Necessários

Exame clínico e anamnese (entrevista) são os primeiros procedimentos, em que o paciente relata suas queixas e o médico começa a formular a hipótese diagnóstica.

Os métodos de diagnóstico através de imagem têm papel importante, afirma o doutor Miszputer. Desde o raio-x até a ressonância magnética, cada um atua no diagnóstico de determinadas lesões, entre elas, uma das mais freqüentes é a tendinite. O médico explica que, para o seu diagnóstico, com freqüência se utiliza a ultrassonografia, quase sempre depois de feito um exame de radiografia normal. A ultrassonografia, conforme ele relata, apresenta algumas vantagens tais como boa definição de partes moles, não utiliza radiação ionizante, é um método não invasivo, relativamente de baixo custo e rápido em comparação com outros métodos.

Dr. Miszpunter também alerta para a importância da comunicação entre o médico que examina o paciente e o médico que fará os exames de ultrassonografia, muitas vezes realizados em local diferente daquele da consulta. É fundamental, diz ele, que o médico ultrassonografista tenha conhecimento da história clínica do paciente para poder identificar corretamente o local da lesão, estabelecer prováveis diagnósticos diferenciais e poder sugerir um diagnóstico final da lesão ao médico que solicitou o exame.

Quais as Profissões mais Afetadas?

A tendinite tem sido alvo de preocupação tanto da medicina do esporte quanto da medicina do trabalho. Há uma variedade de tipos de atletismo e de ocupações que podem estar sujeitas ao problema, todas sempre relacionadas com esforços demasiados ou repetitivos (LER: Lesões por Esforço Repetitivo). Jogadores de futebol, handebol, vôlei, feirantes (que carregam pesadas caixas), estivadores e até mesmo dançarinos. Ultimamente, a área de informática tem mostrado esse problema, com o esforço repetido dos digitadores no teclado. Sem contar os pianistas, que por estudo sistemático de suas partituras musicais podem ser acometidos de tendinite.

Formas de Tratamento

Dependendo da natureza e do grau de severidade da lesão, as formas de tratamento vão desde a indicação de antiinflamatórios até a imobilização do membro afetado (por exemplo, tala ou engessamento do braço em tendinite originária de digitação).

Mas, recorda o médico francês, Dr. Marcel Morand, em primeiro lugar é preciso repouso. Após um período, a pessoa é aconselhada a fazer fisioterapia, para acelerar o processo de cura. Uma das técnicas indicadas para a tendinite é a crioterapia, aplicação de bandagens a temperaturas muito baixas ou bolsas de gelo. Massagens também são indicadas como auxiliares no tratamento.

No caso de tendinite de origem química, médicos como o Dr. Morand indicam uma dieta alimentar especial, para prevenir a desidratação que pode resultar, nos tendões, na pouca ou nenhuma lubrificação e conseqüente agravamento da doença. Essa dieta exige a retirada de alimentos ácidos e graxos, incluindo-se a manteiga e o chocolate e as frutas ácidas.

A aplicação local de corticóides é apenas indicada dos casos mais graves.

É Possível Haver Seqüelas?

Sim, diz o médico, se o tratamento não for feito em tempo e de maneira adequada e se a fisioterapia não for feita durante o período necessário.

A pessoa não tratada pode sofrer uma ruptura do tendão após um período de inflamação mal cuidada. Pode continuar com as dores e se tornar incapaz para o trabalho. Por isso, é importante seguir todos os passos indicados pelo médico para um pronto restabelecimento.

Quais são os Métodos de Prevenção?

1. As atividades de risco para tendinite são fáceis de serem reconhecidas. Uma vez reconhecendo o tipo de atividade, é dever de uma empresa ou de um clube, por exemplo, não expor o funcionário ou o atleta a períodos ininterruptos de trabalho ou de exercício. Uma parada, uma pausa na rotina, por alguns minutos, pode significar não um prejuízo para a empresa, mas sim, um ganho em termos de continuidade em médio e longo prazo.

2. Alimentação balanceada é vital não só para o tratamento da tendinite, mas também para sua prevenção.

3. Instruir o digitador, o atleta, o funcionário, o pianista, quem quer que esteja a seu serviço, sobre as causas e os efeitos da doença e como preveni-la é dever de todo empregador. Isso pode ser feito através de pequenos seminários, aulas ou vídeos.

4. Tratamento adequado, consulta ao médico, atenção à fisioterapia e aos medicamentos são um direito e ao mesmo tempo um dever do paciente para a cura da tendinite.

5. Por último, vale lembrar que os casos mal curados podem acabar necessitando de cirurgia. E que a tendinite também é, como qualquer acidente de trabalho, passível de indenização. Vale a pena, portanto, a empresa se preocupar com a prevenção, onde os gastos (e o desgaste emocional de ambas as partes) são muito menores e mais proveitosos.

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Tratamento da Osteoartrite

Tratamento da Osteoartrite


Neste artigo:

- Introdução
- O que define o tratamento
- Tratamento não-medicamentoso
- Tratamento medicamentoso
- Cirurgia

Introdução

Em nosso corpo existem dezenas de articulações ("juntas"), cada uma com sua importância na realização de várias funções. Nessas estruturas, as superfícies dos ossos não poderiam entrar em contato direto, pois o atrito entre as duas levaria a um rápido desgaste dos ossos. Assim, nas articulações, os ossos são revestidos por uma cartilagem que, junto com o líquido presente na articulação, tem a função de reduzir o atrito entre as superfícies dos ossos.

A osteoartrite (OA) é uma doença causada pela destruição dessa cartilagem que recobre os ossos, nas articulações. Ela também é conhecida como "artrite degenerativa". Com isso, os ossos começam a apresentar atrito, e pode ocorrer inflamação e irritação da articulação.

A OA pode acometer qualquer articulação, mas é mais freqüente nas mãos, nos joelhos, no quadril e na coluna.

A doença é crônica, e apresenta piora com o passar do tempo. No entanto, o tratamento é bastante eficaz no controle dos sintomas, permitindo que a pessoa mantenha o exercício das atividades do dia-a-dia. O tratamento geralmente é composto por mais de uma estratégia e é determinado de acordo com cada caso, por isso a consulta com um médico é essencial.

A OA é cerca de 3 vezes mais comum em mulheres e a idade de aparecimento é por volta dos 60 anos. Acredita-se que a causa seja a sobrecarga das articulações. A seguir, comentaremos sobre as opções de tratamento disponíveis para a OA.

O que define o tratamento

O tratamento da OA é individualizado, levando-se em conta diversos fatores, como:

Presença de outras doenças associadas;
Quais articulações estão afetadas;
Gravidade da doença;
Presença ou não de inflamação;
Nível de atividades que o paciente exerce.
O objetivo do tratamento é manter o bom funcionamento da articulação, com a redução da sobrecarga e da dor.

Tratamento não-medicamentoso

As opções de tratamento não-medicamentoso são bastante eficazes na melhora dos sintomas da OA, sendo geralmente indicadas, inicialmente em todos os casos. As opções são:

1) Repouso: como os sintomas de OA pioram com os movimentos, o repouso garante um bom alívio da dor. Porém, deve-se evitar o repouso prolongado, pois pode levar a perda da força dos músculos e da função da articulação.

2) Perda de Peso: esse é um dos fatores mais importantes no tratamento da OA, já que a obesidade está fortemente ligada ao desenvolvimento da doença. Ainda não se sabe se a perda de peso faz com que a doença progrida mais lentamente, mas é certo que ocorre um alívio importante dos sintomas. Além disso, os pacientes que perdem peso conseguem exercer melhor suas atividades do dia-a-dia.

3) Fisioterapia e Prática de Atividade Física: promovem uma melhora da flexibilidade e da força muscular, reduzindo os sintomas e ajudando as pessoas a praticarem suas atividades de uma forma melhor. Os objetivos são: reduzir a dor e evitar que a articulação perca sua função; prevenir os efeitos maléficos da imobilização da articulação; evitar novas lesões na articulação.

4) Órteses: são dispositivos que ajudam a alinhar a articulação e o desempenho da mesma. Existem vários tipos, sendo que o médico e o fisioterapeuta poderão indicar o melhor tipo para cada caso.

5) Vitaminas: o papel das vitaminas no tratamento da OA ainda é incerto. Sabe-se que a progressão da doença é menor nos indivíduos que ingerem maiores quantidades de vitamina C e vitamina D. Entretanto, ainda não se sabe se a suplementação dessas vitaminas tem algum valor nessa doença.

6) Aplicação de Calor: a aplicação de compressas quentes ajuda no alívio da dor e do inchaço. Deve-se tomar cuidado para usar somente água quente e não água fervente, pois o excesso de calor e a aplicação por tempo prolongado podem levar a queimaduras.

7) Aplicação de Frio: compressas frias reduzem a dor e os espasmos musculares.

8) Estimulação elétrica nervosa transcutânea: consiste na aplicação de pequenos estímulos elétricos (como se fosse pequenos choques, indolores), através da pele. Esses estímulos atuam nos nervos e evitam que eles transmitem os impulsos de dor. Porém, seu uso no tratamento da OA ainda é controverso.

Tratamento medicamentoso

Os medicamentos são elementos importantes no tratamento da OA, sendo que vários tipos podem ser utilizados. São eles:

1) Analgésicos: indicados quando o tratamento não medicamentoso falha, ou é insuficiente. Os analgésicos aliviam a dor, mas não reduzem a inflamação. Os mais usados são o paracetamol e a codeína. O paracetamol, usado nos casos de dor leve a moderada, é tóxico para o fígado, quando usado em altas doses, por isso deve-se empregar apenas a dose prescrita pelo médico. A codeína é indicada nos quadros mais graves, pelo menor tempo necessário.

2) Antiinflamatórios não-esteróides: esses medicamentos reduzem a dor e a inflamação, e estão indicados quando a inflamação é um componente importante ou quando os analgésicos isolados não apresentam efeito. A grande limitação ao uso desses antiinflamatórios é a ocorrência de efeitos colaterais relacionados ao tubo digestivo. Os pacientes costumam apresentar desconforto gástrico, formação de úlceras, sangramentos. Esses efeitos ocorrem principalmente em indivíduos idosos, com passado de úlcera, que estão apresentando sangramento atual ou estão em uso de anticoagulantes (medicamentos para "ralear o sangue"). Outro efeito colateral é a alteração dos rins, principalmente em quem já tem comprometimento da função desses órgãos.

Os agentes chamados não-seletivos são: aspirina, ibuprofeno e naproxeno. Eles são associados à ocorrência desses efeitos colaterais digestivos. Já os agentes seletivos não causam esses efeitos, são eles: celecoxib, etoricoxib.

3) Injeção intra-articular: em alguns casos pode ser necessário aplicar injeção de medicamentos no interior da articulação. Podem ser usados antiinflamatórios ou um líquido viscoso que ajuda a lubrificar a articulação. Indicados para os casos que não melhoram com o uso das medicações já descritas.

4) Colchicina e Hidroxicloroquina: indicados nos casos em que existe inflamação da articulação, e que não melhoram com os outros medicamentos.

Cirurgia

A cirurgia é realizada nos indivíduos com quadros muito graves, com limitação dos movimentos da articulação, que não respondem ao tratamento não-cirúrgico. Deve ser realizada antes que complicações como a atrofia muscular e as deformidades da articulação se desenvolvam.

Existem várias técnicas, entre elas: retirada dos tecidos inflamados; realinhamento; fusão ("ligação") permanente dos ossos; troca da articulação, com colocação de prótese; enxerto de cartilagem.

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Fibromialgia e Atividade física

Fibromialgia e Atividade física


Pedro Póvoa
Graduando em Educação Física no Centro Universitário Plínio Leite
Niterói/RJ - 2006



- "Mas Doutor, o senhor me manda fazer exercício físico, eu não agüento nem andar! Quanto mais correr, nadar"...

Qual médico que nunca ouviu essa frase? Qual profissional de educação física ou fisioterapeuta que nunca vivenciou esse drama?

Nos últimos 20 anos fomos capazes de observar novos inventos tecnológicos, descobertas científicas e avanços da medicina, porém, junto com eles vieram novas doenças, doenças ainda desconhecidas por origem, prognóstico, tratamentos e cura. A fibromialgia é uma doença que afeta hoje cerca de 5% da população mundial, acometendo principal-mente mulheres sedentárias, acima de 40 anos e pessoas de cor clara, caracterizando-se por dores agudas e crônicas, fadiga, distúrbios do sono, entre outros sintomas. O termo fibromialgia vem do latim fibro (tecido fibroso, ligamentos, tendões), do grego mia (tecido muscular), algos (dor) e ia (condição), ou seja, condição de dor proveniente de músculos, tendões e ligamentos.

"Não são muito claros os mecanismos de desenvolvimento da Fibromialgia, mas os achados laboratoriais são bem expressivos, pois apontaram atrofia das fibras musculares tipo II, edema focal, alterações mitocôndriais, diminuição das concentrações de glicogênio e hipóxia das fibras musculares causadas por alterações da microcirculação (Yunus e Kalian - Raman, 1989; Bengtsson e Henriksson, 1989)."

Os portadores de tal síndrome normalmente apresentam dificuldade em relacionar a localização da dor, se é muscular, articular, nos ossos, e muitas vezes quando perguntado pelo médico o local da dor, escuta-se "Doutor, dói tudo"! Por vezes essas reclamações são consideradas como distúrbios emocionais por alguns profissionais por dois motivos: 1. desconhecimento da doença e 2. pela doença até o presente momento não obter nenhum exame laboratorial que indicaria tal patologia e justificaria tais sintomas.

A fibromialgia é uma doença real, com dores reais, não possuindo apenas caráter psíquico (apesar de por vezes iniciar-se com um quadro de depressão ou vir a desenvolver tal quadro com a doença) e, se não tratada adequadamente, pode causar uma significativa queda na qualidade de vida de seu portador. Ainda não tem cura e quando diagnosticada por exame clínico, o tratamento é normalmente farmacológico (antidepressivos, analgé-sicos, miorrelaxantes e etc), sono de qualidade e exercícios aeróbios. Os remédios têm o objetivo de amenizar os sintomas e promover o bem estar dos pacientes, permitindo-os que executem atividades físicas regulares que são fundamentais no tratamento da patologia.

Durante a solicitação de trabalho físico podemos perceber que os portadores da doença têm músculos fracos e que fadigam com facilidade, sendo indicados exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e flexibilidade associados a exercícios aeróbios, ambos iniciando gradativamente e se possível numa intensidade que não gere ou gere dor suportável, onde a intensidade do exercício é aumentada progressivamente com o passar da adaptação fisiológica ao treinamento respeitando o limiar de dor da pessoa.

O exercício físico aeróbio é normalmente mais indicado que o anaeróbio em pessoas com fibromialgia, pois o primeiro libera potencialmente mais endorfinas, hormônio este que quando presente em "boas doses" no organismo permite-nos uma sensação de prazer, bem estar, euforia e até mesmo analgesia.

Na fibromialgia não existe uma melhor modalidade esportiva, e respeitando o princípio da individualidade biológica, caracterizando que cada portador é diferente de outro portador e que os mesmos são também diferentes das pessoas não-portadoras, a melhor modalidade de exercício é aquela a qual o indivíduo sente mais prazer durante e após a realização, seja ela caminhada, corrida, natação ou outra. O que importa e tem valor inestimável é ouvir do aluno ou cliente: -"Realmente está funcionando, me sinto muito melhor"!

Referências:

Adamas, N.& Sim, Julius. Rehabilitation approaches in fibromyalgia. Disability and Rehabilitation, June 2005, 27(12): 711-723
Richards, S.C.M., Scott D.L. Prescribed exercice in people with fibromyalgia: parallel group randomised controlled trial. BMJ July 2002; 325: 1-4.
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Crianças e adolescentes podem fazer musculação?

Crianças e adolescentes podem fazer musculação?


Pedro Póvoa
Graduando em Educação Física no Centro Universitário Plínio Leite
Niterói/RJ - 2006

Nos últimos 10 anos, nota-se uma tendência maior a adesão de crianças e adolescentes à sala de musculação. O motivo provável para essa situação talvez seja a busca constante por qualidade de vida e a influência estética que permeia a prática, pois nessa fase da vida (não apenas nessa), os indivíduos sofrem grande influência da mídia e padrões sociais pré-estabelecidos, onde é preconizado o corpo forte ao invés do corpo saudável.

É comum ver adolescentes obcecados por corpos fortes e bonitos, onde os mesmos não medem esforços e nem avaliam as conseqüências para alguns atos, como o uso de anabolizantes e suplementos alimentares não recomendados por médicos ou nutricionistas, e não regulamentados pela ANVISA. É importante frisar também, que uma dieta bem elaborada é essencial para a saúde e principalmente para as demandas energéticas solicitadas na musculação.

Muitos dos benefícios do treinamento de força na fase infanto-juvenil ainda são desconhecidos pela população leiga (principalmente os pais) e muitos dogmas ainda são sustentados por profissionais desatualizados, que afirmam que a musculação interrompe o crescimento, faz mal a saúde nessa faixa etária, entre outros.

Segundo o posicionamento da National Strength and Conditioning Association, da American Orthopedic Society for Sports Medicine, e da American Academy of Pediatrics, os principais benefícios do treinamento de força, em pré-puberes e adolescentes são:

- Aumento da força muscular, potência e resistência muscular localizada (a capacidade de um músculo ou músculos de realizar múltiplas repetições contra uma dada resistência).

- Diminuição de lesões nos esportes e nas atividades recreativas.

- Melhora do desempenho nos esportes e nas atividades recreativas.

Evidências científicas demonstram também, ganhos na densidade mineral óssea de crianças e adolescentes que praticam a musculação, evitando assim o surgimento posterior de doenças ósseas, como exemplo a osteoporose.

Os ganhos com a prática da musculação são muitos, porém o treinamento de força não deve enfatizar o levantamento de cargas máximas ou sub-máximas, e sim salientar a perfeita realização técnica do movimento.

Portanto podemos ver como esse grupo especial pode beneficiar-se do treinamento de força, que por se tratar de crianças e adolescentes, necessitam de um maior acompanhamento de um profissional habilitado, para a orientação e monitoramento das atividades, deixando de fora os possíveis riscos aliados ao treino mal orientado, dando assim ênfase apenas aos benefícios que a prática pode trazer, que não são poucos.

Referência:

Fundamentos do Treinamento de Força Muscular / Steven J. Fleck, William J. Kraemer, - 3. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2006.

National Strength and Conditioning Association, 1996, Naughton et al., 2000

Copyright © 2006 Bibliomed, Inc. 04 de Setembro de 2006

Lesões Entre Adeptos da Musculação

Aumentam as Lesões Entre Adeptos da Musculação


Neste Artigo:

- O Estudo
- Resultados
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"O número de pessoas que querem entrar em forma cresceu rapidamente, mas o efeito negativo da atividade física é que cada vez mais pessoas estão tendo lesões ósseas, nos tendões e nos músculos, sugerem vários estudos científicos".

O Estudo

Pesquisadores estimam que cerca de 1 milhão de pessoas foram tratadas de lesões relacionadas a treinamento ou equipamento de musculação entre 1978 e 1998, apenas nos Estados Unidos.

Para descobrir se as lesões relacionadas à treinamento de musculação aumentaram além da taxa de crescimento populacional dos Estados Unidos, o Dr. Chester Jones e colegas da Universidade de Arkansas, analisou os dados do Sistema Eletrônico de Supervisão de Lesão dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que registra informação de 101 hospitais em todos os Estados Unidos. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista The Physician and Sports Medicine de julho de 2000.

Os pesquisadores descobriram que as lesões relacionadas à prática de musculação que exigiram tratamento de pronto-socorro aumentaram em 35 por cento entre 1978 e 1998. Cerca de 1 em 4 destas lesões ocorreu devido ao mau uso ou abuso de equipamento de musculação.

Resultados

Alguns grupos de idade são de interesse - e preocupação particular, pois foi detectado entre eles um grande aumento de lesões. Homens com mais de 65 anos tiveram um aumento de 303 por cento e mulheres entre 45 e 65 anos tiveram um aumento de 281 por cento no número de lesões relacionadas à musculação.

Muitas pessoas de meia idade têm hoje a consciência dos benefícios à saúde de levantar pesos, como forma de combater a osteoporose; isto tem levado a mais pessoas nesta faixa de idade a praticarem a musculação. "Estes grupos estão participando com altos números. Há 20 anos, não havia tantas pessoas nestes grupos de idade fazendo musculação", afirmou o Dr. Jones.

O número de lesões é maior entre pessoas que fazem exercícios em casa, o que poderia sugerir a necessidade da presença de um treinador ou parceiro, para diminuir a chance de lesão.

O estudo identificou também que crianças pequenas, especificamente meninos com 4 anos ou menos, são um grupo que está muito vulnerável a acidentes traumáticos causados por equipamentos de musculação.

"Muito mais pessoas têm equipamentos em casa e os pais não têm noção do risco de acidentes entre as crianças", acrescentou Jones. "É importante manter os pesos e o equipamento de musculação longe das crianças", acrescentou.

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Antiinflamatório Tópico, Uma Nova Terapia Contra a Dor no Trauma Esportivo

Antiinflamatório Tópico, Uma Nova Terapia Contra a Dor no Trauma Esportivo


A atividade esportiva constante e orientada é fundamental para uma boa saúde, reduzindo substancialmente os fatores de risco para várias doenças, principalmente doenças do aparelho circulatório.

A realização de caminhadas, por exemplo, ajuda a manter o peso, lubrificar as articulações, baixar a glicemia e os níveis de colesterol LDL e triglicérides, elevando os níveis do colesterol HDL, o "bom" colesterol. A natação é um dos melhores exercícios, já que, além de movimentar todo o corpo, estimula a respiração.

Os jogos esportivos, recreativos e programas de exercício têm se difundido amplamente nos últimos anos na busca de uma melhor qualidade de vida e um envelhecimento mais saudável. A diminuição e liberação do estresse acumulado nas atividades diárias e o esclarecimento da importância da atividade contínua é também um fator importante para o gradativo aumento da busca por uma atividade física na atualidade.

Infelizmente, tais exercícios aumentam o risco de traumas podendo provocar lesões nos joelhos, tornozelos, ombros, mãos e pés (tendinites, entorses, dores nos calcanhares, torções, distensões, contusões e luxações). O tratamento com antiinflamatório torna-se imperativo, gerando problemas nos pacientes que apresentam alterações gástricas e muitas vezes não podendo ser utilizado, provocando a persistência da dor e retardando o retorno do paciente a sua atividade esportiva.

Os antiinflamatórios tradicionais (orais) apresentam várias contra-indicações e restrições ao seu uso principalmente em pacientes com problemas gastrointestinais, devido aos seus efeitos colaterais.

Apresentando um tratamento alternativo eficaz, seguro e com menos efeitos colaterais, o Dr. Bradley Galer e colaboradores, do Beth Israel Medical Center em Nova York, desenvolveram um trabalho realizado com 222 pacientes, de ambos os sexos, com idade variando entre os 18 e 78 anos, e que apresentaram traumas esportivos recentes (máximo de 72 horas), recrutados aleatoriamente através de jornais, rádios e propagandas, utilizando um curativo tópico contendo o diclofenaco (antiinflamatório não-esteróide - NSAID), para o tratamento e alívio da dor no trauma esportivo. Os resultados foram publicados no Journal of Pain and Symptom Management.

O estudo

Os pacientes recrutados foram divididos em dois grupos, 50% deles utilizando o curativo de antiinflamatórios NSAID aplicado diretamente sobre a área traumatizada após limpeza da área, e os outros 50% curativo de placebo (sem medicamento). Os curativos eram trocados duas vezes ao dia até o período de 14 dias.

Os pacientes foram avaliados no 3º, 7º e 14º dias e com relatos diários quanto à intensidade da dor e alívio experimentados e também foram monitorados os efeitos colaterais da utilização do medicamento. Foram observadas diferenças importantes no 3º e 14º dias de tratamento entre os grupos quanto ao alívio dos sintomas, não sendo observado diferença significativa em relação aos efeitos colaterais (alterações gastrointestinais) entre o grupo que utilizou o curativo tópico NSAID e o grupo de curativos com placebo.

Segundo o trabalho, o uso do curativo com antiinflamatório tópico apresentou-se eficiente para redução da dor, tendo como vantagens a facilidade do uso e a redução de efeitos colaterais que ocorrem com o uso de antiinflamatório oral (que atua através da circulação sanguínea como a aspirina e o acetaminofen, podendo causar complicações gastrointestinais graves), dobrando o risco de desenvolvimento de ulcera e hemorragias. Estas podem ser, muitas vezes, potencialmente fatais em alguns pacientes.

O desenvolvimento desta opção de tratamento traz otimismo como alternativa importante no alívio dos sintomas do trauma esportivo, pois o curativo é colocado diretamente sobre a área afetada, passando diretamente para a área da pele que se encontra inflamada sem entrar de maneira significativa na circulação sanguínea, agindo diretamente onde a dor está sendo gerada, segundo os autores.

Estes resultados abrem também possibilidades para o tratamento de artrite, podendo no futuro ter um papel importante no tratamento de todos os tipos de dores.

Fonte: Journal of Pain and Symptom Management 2000;19;287-293

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

As Les ões Por Esforços Repetitivos têm inúmeras patologias

Entrevista com o Dr. Osmar de Oliveira - Ortopedista, perito do INSs , ex-Diretor do Centro de Reabilitação Profissional, Diretor da Clínica Osmar de Oliveira, autor do livro Perguntas e respostas em atividades físicas .

P: As Les ões Por Esforços Repetitivos têm inúmeras patologias . Como elas devem ser cuidadas nos primeiros sintomas ? Porque as pessoas deixam evoluir muito o quadro para procurar ajuda, daí o agravamento dos quadros ?

R: De início é bom saber que o surgimento de uma LER ou DORT não é s ó pelo esforço repetitivo em si, mas pelo esforço repetitivo ligado à má postura de trabalho e em alguns casos ao estresse. Seja estresse físico, seja estresse emocional. É por isto que o tratamento acaba sendo multidisciplinar. Mas o grande segredo do tratamento é a pessoa que se imagina com qualquer patologia relacionada a LER ou então que saiba que tem qualquer sintomazinho inicial, antes de ser uma dor de cansaço, que é o que muita gente interpreta, pode ser o sinal de uma LER. Essa pessoa deveria procurar o médico da sua empresa ou o seu médico de confiança o mais rápido poss ível. Geralmente os pacientes que têm este nível de consciência acabam tendo um retorno as condições originais , uma restituição integral daquelas condições dos membros superiores ou s ó da mão, ou do pescoço ou da região dorsal. E aí, com o devido aconselhamento do alongamento, de posturas , mais cuidados com o estresse, elas passam a não ter a volta da patologia. Então o grande segredo é procurar imediatamente o médico.

P: Os tratamentos cada vez mais se aperfeiçoam nas patologias mais conhecidas da LER/DORT: tendinite, tenossinovite, bursite. Para essas patologias existem novos tratamentos ?

R: Primeiro a gente tem que deixar bem claro que os tratamentos convencionais , fisioterapia, RPG, hidroginástica, hidroterapia, etc. estão cada vez mais sendo estudados na aplicação das patologias mais comuns da LER.
Por exemplo, hoje em dia a gente consegue fazer determinadas técnicas de fisioterapia para DORT, que algum tempo atrás a não fazia. A própria tecnologia dos aparelhos está se desenvolvendo cada vez mais no sentido de poder agir de uma maneira mais forte sobre tendinite e tenossinovite. Não s ó a tecnologia dos aparelhos , mas a técnica manual também. Dia-a-dia a gente tem novidades , estudos , infelizmente ás vezes muito longos para uma doença muito nova no mundo todo, principalmente no Brasil. Eu tenho a expectativa de que em breve a gente tenha tecnologia e técnicas fisioterapêuticas um pouco mais bem indicadas e orientadas no tratamento destas les ões .

Uma novidade é o chamado Spiral Tape também conhecida como RMA (Reprogramação Músculo Articular), uma técnica desenvolvida no Japão que usa pequenas tiras de esparadrapo ou material adesivo com uma determinada técnica em cima dos pontos principais de dor, principalmente no membro superior, seja em nível de punho, de antebraço, de ombro, na região da musculatura do trapézio. É uma técnica muito nova, tem muito pouca gente aqui no Brasil fazendo, basicamente s ó em são Paulo. Ela se baseia na identificação de distúrbios de correntes eletromagnéticas em nosso corpo. Principalmente quando se pega o caso mais na sua origem, no seu nascedouro. O resultado disto é extremamente interessante. Eu acredito que com o tempo, mesmo os casos crônicos possam se beneficiar.

A segunda novidade, eu vejo como a grande saída, não s ó para os casos de tendinite, tenossinovite, bursite, mas como para todas as patologias ortopédicas superficiais e em nível de tecidos moles é a Mesoterapia, que é uma técnica que nasceu e foi desenvolvida na França pelo Dr. Michael Pistor. Para que as pessoas entendam, já é conhecida a mesoterapia estética, para tratamento de celulite e gordura localizada. Mas na verdade quando ela nasceu foi dentro da Ortopedia e Traumatologia e não na Medicina Estética. Ela consiste em injetar no subcutâneo da pessoa determinados pontos e aí tem toda uma delineação de onde se faz isto. são micros inoculações no subcutâneo formando pequenas pábulas de melange, de misturas , de composições que variam de tecido lesado, de pessoa para pessoa, de grau inicial ou de grau avançado dessa patologia. Essa já é uma técnica tradicional, uma técnica de resultados indiscutíveis , porque hoje na França você tem milhares de médicos que são mesoterapeutas , aplicadores de Mesoterapia. Essa técnica é muito difundida na Bélgica, na Alemanha, na Itália e chegou aqui no Brasil há mais de uma década. Dentro da Ortopedia os resultados são absolutamente interessantes . Os líquidos que se usam geralmente são antinflamatórios , relaxantes musculares etc., misturados a um analgésico. Normalmente essas aplicações são feitas com intervalo de 7 a 10 dias e os bons resultados são atingidos já entre a primeira e a segunda aplicação. Acho que a Mesoterapia vai ocupar um lugar de destaque no tratamento nas les ões por DORt em muito pouco tempo.

P: Então o senhor vislumbra, a médio e longo prazo, a possibilidade de chegarmos a cura das patologias que englobam o universo da DORT?

R: Eu acho que sim, desde que exista aí o seguinte: primeiro, que haja um aprofundamento dos estudos médicos a respeito disto; segundo, que a fisioterapia, como ciência, estude cada vez mais essa patologia; terceiro, que os trabalhadores , de uma forma geral, tenham uma consciência cada vez maior de como ele pode adquirir LER/DORT. Do perigo que é isto, dos cuidados que ele precisa ter com postura; quarto, que o Governo, do ponto de vista do Ministério da Saúde e do Ministério da Previdência entendam DORt como uma doença importante que machuca muito o trabalhador do ponto de vista físico, emocional e que toda vez que ele se machucar, isto atinge quase sempre a própria família, não s ó pelo lado financeiro, mas pelo lado de uma sensação de incapacidade muito grande; quinto e último, eu acho o fator mais importante, uma responsabilidade cada vez maior da empresa, dos empres ários , que devem ter seus Departamentos Médicos , o seu Departamento de Recursos Humanos , os seus Departamentos Sociais , trabalhando incessantemente em cima da DORT, então, muitas empresas , evidentemente existem exceções , quando um funcionário apresenta a les ão, encosta no INSs , quando voltar manda embora.

P: Há um dado muito cruel sobre a DORT, ela atinge o profissional no auge de sua carreira, a média da faixa etária dos afetados é de 30 a 40 anos . A pessoa nessa época já atingiu experiência, a empresa já investiu nela. Qual a sua opinião?

R: É que nessa estatística que envolve a idade 30 a 40 anos , a gente tem que considerar alguns fatores que me parecem importantes . Primeiro é o tempo de trabalho que a pessoa está, principalmente se for mulher (a mulher ocupa um lugar de destaque em relação ao homem na estatística da patologia). Quando essa estatística bate aos 30 anos , isto significa provavelmente que esta mulher já tem 6/7/8 anos nessa função. Em segundo lugar nessa idade normalmente a mulher tem dupla jornada de trabalho, quando não é tripla, porque às vezes ela tem duas jornadas profissionais e ainda chega em casa para lavar, passar, cozinhar, ser mãe, ser esposa, isto evidentemente piora a DORT. Outro fator é que nós estamos vivendo já há muito tempo uma crise social ou psiquico-social como o resto do mundo, mas nós conhecemos a nossa, isto leva a um desanimo, de acreditar menos no futuro e determinados quadros depressivos , mesmo que leves , são facilitadores do surgimento da DORT.

P: O senhor conhece o Programa de Prevenção à LER da Avon, que inclui terapias complementares , Ginástica Laboral e conseguiu fazer cair os casos de LER/DORT de 35 casos /ano para 2 casos /ano? Eles têm dois programas , um de prevenção à LER e outro para combater o estresse.

R: Funciona muito. A Ginástica Laboral ou Ginástica Laborativa, é hoje uma realidade dentro do País . Eu sei que a Avon faz muito mais do que isto, mas aquelas empresas que fazem a Ginástica Laboral, ou seja, param as máquinas por determinado tempo e todos ficam no corredor da linha de produção comandados por uma fisioterapeuta, tudo orientado em nível de LER, porque quando a gente fala que a LER tem que alongar para prevenir, não é alongar por alongar, é alongar com técnica, com categoria, depende muito até da linha de produção que você está. Há pessoas que trabalham em pé, outros trabalham sentados , outros que mudam de posição a todo o momento. Para cada linha de produção, você tem um tipo de ginástica laboral diferente. Você tem um investimento barato, que para a máquina por poucos minutos , mas o resultado final é incrivelmente compensador.

P: Nos Estados Unidos , agora passou uma Lei no Congresso que obriga todas as empresas a terem condições ergonômicas em seus ambientes de trabalho. Muita gente que tem LER também tem problema de coluna, nem sempre decorrente, mas que complica bastante. O senhor vê algum tipo de programa que se possa adotar no Brasil que englobasse todos os aspectos ?

R: Eu entendo que esses programas não podem ter a rapidez que a gente gostaria que tivesse. Eu vou um pouco mais fundo, eu acho que isto começa em nível da saúde da criança.
Veja hoje, a situação de dó e pena que está, por exemplo a Educação Física Escolar, a situação delicadíssima que está o exame médico na escola. Você pode falar hoje tem vacinação, mas quando você surpreende numa menina de 7 a 8 anos , por exemplo, com uma escoliose, é muito difícil que você tenha a mãe ou o pai, nas condições educacionais precária do povo brasileiro, que possa perceber isto. Isto deveria ser percebido na escola, mas além do exame médico escolar ser insignificante, os médicos são muito mal pagos , geralmente não são bem treinados para esta função e esta é a hora que primeiro pode diagnosticar e corrigir, orientar a criança, orientar a família para corrigir desde cedo. Porque quando você fala no Brasil se sofre muito de coluna e isto é verdade, é porque nós não temos lá para trás , na escola, um programa que vise a identificação destes desvios posturais . Estou falando desde o pé chato, do joelho em x, do pé cavo, da escoliose, se você conseguisse identificar e fazer programa de correção disto na criança, você teria um grupo na hora da força de trabalho a partir dos seus 18 anos de idade, sem os desvios , portanto com menores condições de adquirir les ões por postura, porque ele não tem fator gerador da má postura e junto a isto um programa de atividade física a nível nacional que a beneficiasse.
Hoje nós temos aqui em são Paulo, um programa extremamente interessante feito com a Secretaria de Saúde do Estado junto com várias organizações , chamado Agita são Paulo, que já tem um ano e meio de atividade. Um programa extremamente vitorioso que hoje tem, fazendo alguma forma de atividade física, mais ou menos 4 milhões de pessoas dentro do Estado de são Paulo, ou seja praticamente um quinto da população do estado. E a meta deste programa, em rápido tempo, é de ter 7 milhões de pessoas envolvidos em pelo menos 30 minutos por dia em alguma forma de atividade física ou seja, andando para ir para escola, fazendo supermercado, limpado vidro em casa, lavando carro, cuidando do jardim, o que a gente está chamando de trinta minutos que fazem a diferença. É um programa s ério, um programa que não aceita dinheiro, que não tem subvenção de nada, porque nós não queremos . É um trabalho da coletividade. Estão envolvidos aí o Laboratório de Aptidão Física de são Caetano do Sul, o SESC, o SENAC, o SENAI um número muito grande de organizações não governamentais . É assim: um dá o papel para imprimir o folheto, a outra empresa se incumbe de imprimir. Os médicos e professores que estão no programa, trabalham descompromissadamente, sem ganhar nada, pelo contrário a gente faz aula, vai nas empresas , mostra, explica e hoje é um programa vitorioso. Um programa que começou no final de 97, mas é bem poss ível a gente vai virar o s éculo conseguindo esta nossa meta de 7 milhões de pessoas de todas as faixas etárias envolvidas em alguma atividade física. Você sente isto principalmente no interior do estado, onde pessoas que ficavam em casa de manhã lendo o jornal, iam jogar dominó, hoje essas pessoas estão fazendo caminhadas leves na praça, perto de casa. Programas que andavam vazios em nível da terceira idade, hoje estão super lotados e já com fila. Escolas a nível municipal e particular cedendo. Os seus espaços ociosos são ocupados pela coletividade ir lá praticar uma atividade física. É um caminho animador.

Programa Nacional de Prevenção às LER/DORT
Rua Heitor Penteado, 47, casa 4
são Paulo - SP
Tel: 0** (11) 3824-9224

Lesões no joelho

Medicina Esportiva – Lesões no joelho


O joelho é uma das maiores articulações do corpo humano e também uma das mais afetadas no dia-a-dia. As pessoas usam seus joelhos como pivô para mudança de direção, para pular ou saltar, ajoelhar, correr e apoiar. Independente da prática esportiva, os joelhos são alvos de lesões freqüentes.

Atualmente mais de 4 milhões de pessoas por ano submetem-se a tratamento médico para as patologias do joelho nos Estados Unidos e Canadá. No Brasil estes dados estatísticos não são conhecidos.

O joelho é muito vulnerável ao trauma direto (“pancadas”) ou indireto (torções). Ele apresenta ligamentos que estabilizam a articulação, evitando movimentos anormais, auxiliados pelos meniscos (em número de dois), que além de estabilizarem o joelho, distribuem a carga/impacto e servem como amortecedores das cartilagens. Estas, por sua vez, absorvem os impactos e choques. Existem quatro grandes ligamentos no joelho: (LCA) Ligamento Cruzado Anterior; (LCP) Ligamento Cruzado Posterior; (LCM) Ligamento Colateral Medial; e o (LCL) Ligamento Colateral Lateral. Os mais freqüentemente lesionados são o LCA e o LCM.

As lesões de menisco, cartilagem e ligamentos podem acometer atletas de alto nível, embora sejam mais freqüentes em atletas de finais de semana, devido ao condicionamento físico inadequado. Medidas preventivas podem evitar que estas lesões ocorram ou se agravem com o tempo:
1º) Condicionamento físico (aeróbico e muscular) adequado, respeitando as características do atleta, principalmente idade e presença de patologias prévias.
2º) Atenção ao local onde a prática vai ser realizada - condições do solo, aderência, regularidade do piso (notar a presença de depressões ou elevações).
3º) Equipamento adequado que inclui o uso de calçados próprios para o tipo de piso (grama, salão, sintético, etc.).
4º) Realização de aquecimento prévio, com alongamento global da musculatura, tendo atenção especial para os membros inferiores, parte anterior e posterior da coxa, panturrilha e quadril. Atividades aeróbicas de 3 a 5 minutos e, somente então iniciar a prática desportiva.
5º) Respeito aos limites do condicionamento físico do atleta, já que ele se torna mais vulnerável a lesões quando este limite é extrapolado.
6º) Alongamentos ao final da atividade física funcionam como uma proteção à musculatura e às articulações porque promovem relaxamento e diminuição das tensões.

Atletas que praticam basquetebol, futebol e tênis, sem o uso de calçados adequados, estão susceptíveis às lesões do LCA. Mudanças de direção, arrancadas ou freadas rápidas durante corridas e saltos são também causas de lesões indiretas do LCA.

As lesões do LCM ocorrem mais por trauma na face lateral (externa) do joelho, acometendo mais os praticantes de futebol, judô e karatê.

As lesões do LCP ocorrem preferencialmente por trauma na região anterior da parte superior da perna (futebol), embora possa também ocorrer por torções.

As lesões de LCL ocorrem por trauma na face medial ou mecanismo rotacional do joelho, estando relacionados com futebol, judô e basquete.

O mais importante diante de uma entorse ou de uma lesão do joelho é evitar o agravamento através de procedimentos que podem ser realizados inicialmente . A sigla P.R.I.C.E. serve como uma orientação básica – de fácil execução e memorização: P=Proteção (imobilização com ataduras ou joelheiras), R=Repouso (seja através de muletas, evitando assim o apoio com o membro lesionado, ou através do repouso domiciliar), I=Ice (Gelo, que deve ser usado por 15 a 20 minutos durante 4 a 5 vezes ao dia), C=Compressão (que pode ser feita através de uma bandagem elástica ou joelheira, colocada de tal forma que não obstrua a circulação sangüínea) e E=Elevação (mantendo o membro elevado, evita-se o edema ou inchaço). Estes procedimentos devem ser continuados até que seja feita uma avaliação pelo ortopedista.



Autor: Hugo Santos Vieira

ARTROSE – RECUPERAÇÃO COM AJUDA DA MEDICINA ESPORTIVA

ARTROSE – RECUPERAÇÃO COM AJUDA DA MEDICINA ESPORTIVA
Publicado por admin em 25/8/09 • Categorizado como Atividade Física, Beleza & Saúde, Saúde Pública

A artrose é uma das doenças mais frequentes da humanidade e uma das principais causas de incapacidade física com o avançar dos anos.

De acordo com o Dr. Ari Radu Halpern, Reumatologista do Hospital das Clinicas, a artrose (ou osteoartrite como é atualmente conhecida) é uma doença da cartilagem articular que pode afetar várias articulações do corpo. Embora a artrose possa ocorrer como consequência de outras doenças ou malformações que alterem a arquitetura articular, frequentemente ela surge sem nenhuma causa aparente e nestes casos é chamada de artrose primária afetando principalmente quadril, joelhos, mãos e coluna.


A artrose se manifesta clinicamente por dor articular, eventualmente associada com inchaço e limitação dos movimentos. A causa da artrose primária não é totalmente conhecida, mas, o exercício físico regular e o controle de peso têm um importante papel na prevenção da artrose de membros inferiores. Da mesma forma, o tratamento da artrose já estabelecido em membros inferiores envolve sempre exercícios físicos, como de fortalecimento muscular, propriocepção e equilíbrio, que são, provavelmente, as modalidades terapêuticas não cirúrgicas mais importantes no acompanhamento destes pacientes.
Porém, lesões esportivas causadas por exercícios realizados de maneira incorreta podem favorecer o surgimento ou desenvolvimento de artrose já estabelecida. Desta forma, exercícios físicos em portadores de artrose devem ser realizados sob supervisão especializada.

Muitos pacientes com artrose procuram a B-Active para realizar um programa especifico para fortalecimento muscular. Os especialistas indicam e consideram o treinamento na academia especializada em Medicina Esportiva o procedimento mais adequado e seguro para retardar a cirurgia, facilitar o ato cirúrgico e proporcionar uma recuperação mais rápida pós cirúrgica.

Dr. Benjamin Apter, diretor da B-Active comenta que “é muito comum recebermos alunos com indicação cirúrgica da artrose. Para eles, desenvolvemos um programa especifico para dar um restabelecimento mais rápido nesta situação”. Ainda completa, que “a média do tempo de recuperação pós cirúrgica para clientes que se submeteram a esse programa é de dois meses. Isso significa que após isso, já estão aptos para realizar as AVD’s (Atividades da Vida Diária) e também para retornarem a academia com indicação do próprio cirurgião para realizar um programa especifico de reabilitação.

O processo degenerativo de desgaste da cartilagem está principalmente relacionada ao envelhecimento, a problemas congênitos, traumatismo ou sobrecarga das articulações. Esssa degenaração do tecido provoca dor, limitação do movimento e, em estágio avançado deformação do osso. Afeta principalmente as articulações dos joelhos, quadris e coluna vertebral.
O exercício físico adequado embora não atue nas causas hereditárias ou evite a ação do envelhecimento pode reduzir danos e adiar a prograssão da doença, além de evitar a sobrecarga articular, afirma Dr. Benjamin Apter, especialista em Medicina Esportiva, Fisiologia do Exercício e Coordenador da academia B-Active.
Todos os estudos mais recentes apontam para o fortalecimento muscular, que estabiliza as articulações, afirma Apter. É importante que o exercício não cause impacto nem sobrecarga nas articulações.
O tratamento da artrose envolve um conjunto de medidas multidisciplinares que incluem medicamentos, terapia ocupacional, reabilitação, exercícios físicos e eventualmente cirurgia. No entanto, a melhor forma para cuidar do problema é a prática do exercício físico, que tem um papel central na prevenção, tratamento e até mesmo na reabilitação pós cirúrgica de portadores de artrose.



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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lesões da coluna vertebral nos esportes*

Lesões da coluna vertebral nos esportes*
ROBERTO BASILE JÚNIOR1, TARCÍSIO ELOY PESSOA DE BARROS FILHO2,
REGINALDO PERILO DE OLIVEIRA3, EDUARDO FAIRBANKS VON UHLENDORFF4,
FERNANDO MACHADO PEDROSA3, JÚLIO NARDELLI5, MARCO MARTINS AMATUZZI6
RESUMO
Os autores, em artigo de revisão, analisam as lesões mais
comuns da coluna vertebral na prática esportiva e ilustram
com casos de sua experiência pessoal as diferentes
patologias.
SUMMARY
Spine injuries in sports
The authors review the most common injuries of the spine
in sports and report cases of different types of lesions seen by
them.
A incidência de lesões da coluna vertebral na prática esportiva
é estimada entre 10 e 15% e 0,6 a 1% apresenta algum
grau de déficit neurológico associado.
Em nosso meio, Carazzato(5) apresenta estatística de 20 anos
de atendimento de lesões em atletas de alto nível em clube
poliesportivo de São Paulo, observando 11,26% de lesões na
coluna vertebral. Ainda em nosso meio, encontramos a descrição
de que o acometimento da coluna vertebral é observado
em 3,96% das lesões traumáticas ocorridas em atletas de
futebol, não sendo esta incidência alterada pelo posição do
atleta(15).
Obviamente, qualquer lesão da coluna vertebral observada
entre não atletas pode ser encontrada entre os participantes da
prática esportiva. Porém, algumas lesões são mais características
dos atletas e apresentam peculiaridades que justificam
abordagem mais específica(3).
Entre as lesões da coluna vertebral mais características entre
os atletas destacam-se as seguintes: – instabilidades da
coluna cervical; – tetraparesia transitória; – apofisite da coluna
toracolombar; – espondilólise traumática; – fraturas do arco
vertebral.
Os mecanismos de lesão incluem forças de flexão, extensão,
cisalhamento, torção e microtraumas repetitivos(10). Em
geral, há combinação de forças produzindo a lesão. Por exemplo,
no golfe atuam forças de compressão, cisalhamento, torção
e inclinação lateral(12). Pode haver lesões de partes moles,
disco intervertebral e osso. As lesões das partes moles são as
mais comuns, ocorrendo em músculos e ligamentos. As lesões
do disco intervertebral podem-se traduzir na forma de
discopatia precoce ou hérnia de disco traumática. As lesões
ósseas podem ocorrer na forma de microfraturas, avulsões ou
fraturas propriamente ditas.
A coluna vertebral e sua musculatura são uma estrutura biológica
e mecânica complexa(10). É composta de dois tipos básicos
de tecido: osso e partes moles, sendo uma estrutura anisotrópica.
Suas propriedades mecânicas dependem da orientação
específica e carga aplicada. A resistência do osso é maior
em flexão e menor em tensão. O oposto é válido quando se
trata das partes moles. Outra propriedade importante dos materiais
biológicos é a viscoelasticidade, característica dos materiais
viscosos. Existe uma deformação contínua dependendo
do tempo de aplicação da carga. O sistema absorve energia
em determinado tempo, em geral por mecanismo hidráulico,
o que ocorre no disco quando a água é eliminada sob pressão(
10). O mesmo ocorre no osso esponjoso, no qual a medula
óssea atua como uma bomba hidráulica. Atividades contínuas
ou cíclicas podem prejudicar esse mecanismo ou mesmo impedi-
lo e desencadear degeneração precoce do disco intervertebral
lombar (figura 1). O principal elemento na capacidade
da vértebra para suportar carga é o osso esponjoso. O osso
cortical contribui com 10% da resistência à compressão e o
esponjoso, com 50%. Atividades cíclicas podem produzir fraturas
da placa vertebral e do anel apofisário (figuras 2 e 3). Na
osteoporose diminui a resistência da vértebra, podendo haver
* Trab. realiz. no Inst. de Ortop. e Traumatol. do HC-FMUSP.
1. Méd. Assist. do Inst. de Ortop. e Traumatol.
2. Diretor Cient. do Inst. de Ortop. e Traumatol.
3. Méd. Assist. do Inst. de Ortop. e Traumatol.
4. Méd. do Inst. de Ortop. e Traumatol.
5. Médico Ortopedista.
6. Prof. Tit. do Dep. de Ortop. e Traumatol.
Rev Bras Ortop _ Vol. 34, Nº 2 – Fevereiro, 1999 91
LESÕES DA COLUNA VERTEBRAL NOS ESPORTES
Fig. 1
Ressonância
magnética de
voleibolista de
18 anos com
lombalgia. Imagem
pesada em T2,
corte sagital
mediano. Alteração
degenerativa do
disco L4-L5 e zona
de alto sinal na
região subcondral
da placa superior
de L5 (seta).
Fig. 2
Cintilografia
óssea do paciente
da figura 1.
Hipercaptação da
placa superior de
L4 e L5 (seta).
Fig. 3 – Tomografia axial computadorizada do paciente da figura 1. Nível
pedículo de L5 mostrando fratura do anel apofisário (seta maior) e da
placa superior de L5 – nódulo de Schmorl – (seta menor).
fratura ou mesmo colapso dela, o que pode ocorrer no atleta
idoso.
Os discos intervertebrais são extremamente complexos em
sua anatomia, fisiologia e propriedades mecânicas. O ânulo é
uma estrutura laminada composta de fibras colágenas orientadas
a 30º do eixo horizontal. As fibras internas estão ligadas
à placa de cartilagem, enquanto as fibras externas se ligam à
estrutura óssea dos corpos vertebrais. As fibras colágenas só
resistem à tensão. Na rotação as fibras são colocadas em direção
horizontal porque aumenta sua resistência à tensão. O núcleo
pulposo apresenta matriz protéica, proteoglicanos e água
que atua como gel não compressivo. Durante a compressão o
núcleo e as fibras internas do anel transmitem forças de vértebra
a vértebra, provocando deflexão dos platôs vertebrais adjacentes,
protrusão discal e o desenvolvimento de tensão no
ânulo. A compressão pura não causa a hérnia discal. Ao contrário
do disco jovem, a compressão excessiva pode conduzir
à fratura da placa vertebral, principalmente em atividades que
promovem a carga rápida ou quando há fraqueza no platô vertebral
decorrente da idade, ocorrendo, então, um defeito referido
como nódulo de Schmorl (figura 3). Quando o anel apofisário
é ainda presente, a compressão excessiva pode resultar
em dissecção e separação do núcleo apofisário (figuras 3 e 4).
Roturas anulares podem ocorrer na flexo-torção, mas não são
acompanhados de protrusão.
Os ligamentos espinais atuam como estabilizadores da coluna.
Os músculos atuam como estabilizadores ativos e passivos.
Os ligamentos isoladamente não conseguem suportar a
coluna, havendo necessidade de suporte externo através da
musculatura. Os músculos da coluna vertebral são descritos
em termos de flexores e extensores. Os flexores são compostos
de duas camadas. A primeira camada é o músculo psoas,
cujo momento de atuação é pequeno. A segunda camada são
os músculos abdominais, que apresentam um grande momento
de atuação. Os músculos abdominais atuam também como
estrutura hidráulica, suportando as vísceras abdominais de conR.
BASILE JR., T.E.P. BARROS Fº, R.P. OLIVEIRA, E.F. VON UHLENDORFF, F.M. PEDROSA, J. NARDELLI & M.M. AMATUZZI
92 Rev Bras Ortop _ Vol. 34, Nº 2 – Fevereiro, 1999
Fig. 5 – A – Medida esquemática da distância entre as linhas posteriores
dos corpos vertebrais. B – Medida do ângulo formado entre as linhas inferiores
dos corpos vertebrais.
teúdo aquoso. Os músculos paravertebrais atuam como extensores,
tendo pequeno momento de atuação, sendo limitada
sua atuação como estabilizadores da coluna.
INSTABILIDADES DA COLUNA CERVICAL
Os parâmetros para avaliação das instabilidades da coluna
cervical entre os atletas, especialmente aqueles submetidos à
prática de esportes de contato, devem ser avaliados e seguidos
rigorosamente, sendo adotados os valores estabelecidos por
White & Panjabi, através de estudos biomecânicos(21).
Para o segmento cervical baixo da terceira vértebra cervical
à transição cervicotorácica, a distância de deslocamento
nas radiografias de perfil não deve ultrapassar 3,5mm e a angulação
entre dois níveis adjacentes não deve ser maior que
11º (figura 5). Valores acima desses indicam instabilidade do
segmento cervical e necessitam de tratamento.
Para a coluna cervical alta, o conjunto occipito-atlanto-axial,
particular interesse deve ser dado às instabilidades entre C1 e
C2, que costumam ocorrer em algumas síndromes, em especial
a síndrome de Down(8). Em razão da grande participação
que os portadores dessa síndrome têm em atividades esportivas,
inclusive em eventos de grande porte como as Paraolimpíadas,
é importante que todos eles sejam submetidos a
radiografias de coluna cervical dinâmica, ou seja, incidência
de perfil com flexão e extensão máximas, para observar se
existem ou não instabilidades entre o atlas e o áxis. Alguns
trabalhos apresentam incidências variando de 9 a 30% de instabilidade
nesse segmento entre crianças com síndrome de
Down. A recomendação do Comitê de Medicina Esportiva da
Academia Americana de Pediatria nessas situações é orientar
para afastar do esporte crianças com mais de 5mm de distância
entre o atlas e o áxis, ou quando o processo odontóide for
anormal.
TETRAPARESIA TRANSITÓRIA
Esses casos caracterizam-se pela apresentação aguda de
tetraparesia ou mesmo tetraplegia após algum impacto contra
a cabeça durante a prática esportiva. O déficit motor é de curta
duração, em geral alguns segundos, com regressão espontânea,
podendo, no entanto, persistir por várias horas em alguns
casos(1).
As descrições desse tipo de síndrome eram esporádicas na
literatura até o trabalho de Torg et al.(20), em 1986, no qual os
autores apresentaram 32 casos e demonstraram claramente sua
relação com estenose do canal cervical.
A relação com estenose foi demonstrada tanto quanto feitas
as medidas de forma absoluta, como quando avaliado o
chamado índice de Torg, que, quando menor do que 0,8, indica
estenose (figura 6).
Embora seja mais freqüente no futebol americano, particularmente
entre os amadores, também é observada entre os profissionais
e em outros esportes, como o hóquei, o rúgbi, o
basquetebol e o boxe(6,7,9,16,20).
Nossos casos foram observados apenas em atletas amadores,
com relato de choque contra a cabeça de pequena intensidade.
Todos foram orientados a evitar a prática de esportes de
contato, para prevenir eventual desenvolvimento de mielopatia.
Fig. 4
Tomografia axial
computadorizada,
nível do disco
L4-L5 de surfista
com 20 anos.
Fratura do anel
apofisário (seta)
que acompanha
hérnia discal
central L4-L5.
Rev Bras Ortop _ Vol. 34, Nº 2 – Fevereiro, 1999 93
LESÕES DA COLUNA VERTEBRAL NOS ESPORTES
Entre os praticantes de futebol americano, a incidência dessa
síndrome é de 1,3 para 10.000 praticantes, por ano de atividade,
o que poderia se extrapolado para alguns esportes em nosso
meio.
Embora as relações entre a ocorrência de lesões neurológicas
irreversíveis e os episódios de tetraparesia transitória não
possam ser claramente estabelecidas, temos procurado recomendar
aos pacientes com esses sintomas que se afastem da
prática de esporte de contato, especialmente se apresentarem
estenose de canal cervical, seja congênita ou adquirida.
Consideramos que o índice de Torg é extremamente importante,
pois elimina as distorções na medida do diâmetro, que
podem ser provocadas por alterações nessa distância entre a
ampola e o filme, evitando a necessidade do uso dessas tabelas
complexas de avaliação e simplificando a análise das
radiografias. A medida do índice de Torg tem metodologia
simples e reprodutível por diferentes examinadores, consistindo
na relação entre o diâmetro do canal cervical, em determinado
nível, sobre a medida do diâmetro ântero-posterior da
vértebra no mesmo nível, ambos tomados na metade da altura
da citada vértebra. Essa avaliação pode ser empregada não só
no trauma raquimedular, como na análise das estenoses congênitas
e degenerativas, ou como parte do exame dos candidatos
à prática de esportes de contato que ofereçam risco de
acidentes envolvendo a coluna cervical, como o futebol americano
e o rúgbi.
Dados avaliados por nós em outra publicação(2) mostram
que em nossa população existe um grupo de pessoas assintomáticas
que apresentam as medidas do canal abaixo do limite
crítico e, como demonstrado por Torg et al.(20), correm maior
risco de desenvolver déficit neurológico após traumatismos,
mesmo que mínimos, da coluna cervical. Esses indivíduos,
eventualmente, deveriam ser orientados no sentido de evitar a
prática de atividades que levem à sobrecarga do segmento em
questão.
APOFISITE DA COLUNA TORACOLOMBAR
As apófises das placas vertebrais, cranial e caudal estão localizadas
em sua periferia em forma de anel, iniciando sua
calcificação ao redor dos seis anos, e se fundem ao corpo vertebral
próximo aos 17 anos de idade. Elas não participam do
crescimento longitudinal do corpo vertebral e agem mais como
apófise de tração.
Dois mecanismos tentam explicar a maior incidência das
anormalidades observadas na parte anterior dessas apófises
nos segmentos tóracico e lombar da coluna vertebral: o primeiro,
por herniação discal intravertebral, como nos nódulos
de Schmorl, e o segundo, na osteocondrose de Osgood-Schlatter.
As forças de tração atuam na porção anterior da coluna lombar
por contração do diafragma, atuando em sentido cranial.
Esportes que exigem extensão forçada desse segmento vertebral
apresentam maior incidência de lesões das apófises vertebrais
(figura 3).
Esse fato tem sido descrito em ginastas, tenistas, jogadores
de futebol e participantes de luta romana, entre outros(20).
ESPONDILÓLISE TRAUMÁTICA
O istmo vertebral é a região mais vulnerável aos microtraumas
repetitivos que ocorrem nas várias atividades físicas de
um paciente em crescimento. A espondilólise traumática é uma
fratura de fadiga do istmo, em geral na quinta vértebra lombar.
Jackson et al.(13) referem incidência de 11% de lise em
ginastas submetidos a treinamento intensivo. A queixa mais
comum é de dor nas região paravertebral lombossacra, acompanhada
de certa restrição de movimentos.
No exame físico, pode ser palpado ponto doloroso na região
paravertebral, ao nível da vértebra afetada. O diagnóstico
é realizado com radiografias da região lombossacra, nas
incidências de frente, perfil e oblíquas. Na fase inicial, a radiografia
pode ser normal. Atualmente, utilizamos para o diagnóstico
da lise a tomografia axial computadorizada, com cortes
paralelos ao istmo de L3, L4 e L5 (figura 7). A cintilografia
com TC99 e o eventual uso do SPECT nos indicarão se a
lise é recente(4,11,14,17).
Nos casos mais antigos, pode haver hipercaptação contralateral
e este pedículo ser esclerótico, confundido-se com os-
Fig. 6 – Desenho
esquemático
representando
a m edida do
índice de Torg
R. BASILE JR., T.E.P. BARROS Fº, R.P. OLIVEIRA, E.F. VON UHLENDORFF, F.M. PEDROSA, J. NARDELLI & M.M. AMATUZZI
94 Rev Bras Ortop _ Vol. 34, Nº 2 – Fevereiro, 1999
Fig. 7 – Tomografia axial computadorizada de futebolista com 17 anos e
lombalgia. Corte paralelo ao istmo de L5, mostrando espondilólise bilateral.
Fig. 8 – Tomografia axial computadorizada de surfista com 16 anos e lombalgia
à esquerda. Notar espondilólise completa à direita (seta maior) e
espondilólise com calo ósseo à esquerda (seta menor) de L4.
Fig. 10 – Tomografia axial computadorizada de bailarina com lombalgia.
Espondilólise bilateral de L4 (seta).
Fig. 9 – SPECT do paciente da figura 8. Notar hipercaptação do pedículo
esquerdo de L4, que mostra fratura recente.
Fig. 11 – Tomografia axial computadorizada do paciente da figura 10 com
seis meses de seguimento. Consolidação da espondilólise bilateral.
Fig. 12 – Cintilografia óssea de surfista com 20 anos. Notar hipercaptação
ao nível da lâmina direita de L5.
Rev Bras Ortop _ Vol. 34, Nº 2 – Fevereiro, 1999 95
LESÕES DA COLUNA VERTEBRAL NOS ESPORTES
Fig. 13 – Tomografia axial computadorizada do paciente da figura 12. Notar
fratura da lâmina direita de L5 (seta menor) e espondilólise (seta maior)
da mesma lâmina.
Fig. 14 – Tomografia axial computadorizada do paciente da figura 12, ao
6º mês de seguimento. Notar consolidação da fratura da lâmina direita de
L5.
Fig. 15
Cintilografia
óssea de jogador
de futebol com 17
anos e lombalgia.
Hipercaptação ao
nível do processo
articular de L3
à direita.
Fig. 16 – Tomografia axial computadorizada do paciente da figura 15. Fratura
do processo articular inferior de L3 (seta).
teoma osteóide vertebral (figuras 8 e 9). A regra, no caso de
pedículo esclerótico, é procurar a lise contralateral. O tratamento
consiste no afastamento de atividades esportivas e uso
da órtese lombossacra nos casos agudos, podendo haver consolidação
da lesão (figuras 10 e 11). Raramente se usa artrodese
lombossacra nos casos sintomáticos. Os pacientes com lise/
listese na fase de crescimento devem ser seguidos com radiografias
de perfil, ao nível de L5-S1, em posição ortostática,
para detectar a progressão da listese(3).
Os tipos mais comuns de espondilolistese são o congênito e
o istmo. A progressão do escorregamento é mais comum entre
dez e 14 anos. Listeses iguais ou menores que 10% não
causam mais dor do que na população em geral. O aumento
da rotação sagital de L5 causa maior mudança no contorno
corporal do que o provocado pelo escorregamento por si. O
encunhamento do corpo de L5 aumenta a probabilidade da
progressão do escorregamento. O tratamento cirúrgico através
da artrodese póstero-lateral in situ, sem instrumentação,
está indicado nos casos sintomáticos que não responderam ao
tratamento conservador e nos casos de listese progressiva acima
de 50%, mesmo assintomáticos. Nesse grupo etário, a artrodese
proporciona resultados satisfatórios no segmento a
longo prazo.
R. BASILE JR., T.E.P. BARROS Fº, R.P. OLIVEIRA, E.F. VON UHLENDORFF, F.M. PEDROSA, J. NARDELLI & M.M. AMATUZZI
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FRATURAS DO ARCO VERTEBRAL
As fraturas mais comuns que podem ocorrer no arco vertebral
na prática esportiva são as fraturas da lâmina vertebral
(figuras 12 e 13) e do processo articular (figuras 15 e 16). Em
geral, o diagnóstico é feito pela cintilografia óssea e tomografia
axial computadorizada (figuras 12 e 13). O tratamento consiste
no afastamento da prática esportiva e uso de órtese toracolombossacra,
em geral por 90 dias, quando ocorre consolidação
da fratura (figura 14).
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